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Sintra 100%

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Trail stats

Distance
11.09 mi
Elevation gain
2,362 ft
Technical difficulty
Moderate
Elevation loss
2,362 ft
Max elevation
1,572 ft
TrailRank 
65 4.7
Min elevation
1,572 ft
Trail type
Loop
Time
8 hours 16 minutes
Coordinates
3265
Uploaded
June 27, 2021
Recorded
June 2021
  • Rating

  •   4.7 1 review

near Capuchos, Lisboa (Portugal)

Viewed 1947 times, downloaded 77 times

Trail photos

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Itinerary description

Es la sierra mas hermosa
Que yo siento en esta vida:
Es como dama polida,
Brava, dulce y graciosa,
Namorada y engrandecida.
Bosque de cosas reales,
Marinera y pescadora,
Montera y gran cazadora,
Reina de los animales.
Muy esquiva y alterosa,
Bausa de navegantes,
Sierra que á sus caminantes
No cansa ninguna cosa.
       (Gil Vicente, Triunfo do Inverno)

Sintra é o Monte da Lua, terra de gentes pré-históricas, de tribos Celtas e... muito mais.
É floresta, ribeiros e água cristalina brotando por todo o lado, lagos de água azul, é retiro de monges, baluarte de mouros e testemunho de devoto agradecimento na reconquista Cristã.
É morada de reis, deleite dos românticos, paixão de nobres que aí constroem as sua mansões.
É paraíso de BTT, e em particular de down-hillers que ali encontram algumas trialeiras desafiantes.
É campo de treino de escaladores, com alguns boulders ideais para aprender e as paredes do Penedo da Amizade para dar os primeiros passos.
Tudo isso testemunhamos neste percurso. Está lá Sintra toda. Sintra 100%.


O trajecto pode ser melhorado e enriquecido, e por certo vou publicar uma segunda versão, dentro de alguns meses. E talvez com mais e melhores fotos, se o tempo ajudar.

Deixamos o carro no parking do Convento das Capuchos. Local seguro, sombrio, excelente para deixar a viatura durante o dia - mas se estiver cheio, há, pouco antes, no cruzamento, muito espaço para estacionar. Atenção que chegar aos Capuchos vindo da Malveira da Serra é agora impossível, os últimos 2 Km estão proibidos, reservados só para trânsito de emergência (mas livre para todo o trânsito no sentido contrário).
Em qualquer caso, são inúmeros os espaços de parqueamento gratuito situados ao longo deste percurso (marquei alguns deles), possibilitando escolher outro ponto de partida / chegada.
Junto do parking nos Capuchos há fonte com água, e, claro, também ali fica o primeiro destaque da caminhada, o mais forte testemunho da presença religiosa nestes ermos: o convento dos Capuchos, que merece uma visita com vagar e tempo.

Seguimos o nosso trilho, que sobe até junto do reservatório de água da EPAL e logo começa a descer, assim vai ser até à vila de Sintra. Passamos à Lagoa dos Mosqueiros, um belo e tranquilo lago escondido no meio do pInhal. Embora de origem artificial, é alimentado por nascente e todo o entorno é natural e convidativo. Mas não podemos deter-nos. Continuamos a descer, e em breve estamos a rodear o topo da extensa Tapada de Monserrate. Este é outro dos grandes e incontornáveis pontos de visita da Serra de Sintra: mas para o meu gosto, cada um deles requer, só por si, um dia inteiro. Cruzamos ribeiros que alimentam os lagos do Parque e seguimos interessados as informações apresentadas em alguns dos paineis do percurso pedestre da Tapada de Monserrate, que se situam em troço comum ao do nosso trilho. Também um urso esculpido num velho tronco (da artista Nansi Hemming, do País de Gales) dá azo a algumas brincadeiras destes dois caminheiros... 

Mais adiante, entramos no inevitável asfalto. Mas esta Rua Barbosa do Bocage, que nos há-de levar até ao centro de velha vila, é ocupada por turistas e veículos a circular a 20 ou 30 km/h, não nos deixa em stress. Passam-se as entradas de várias quintas do séc XIX e XX, e em breve estamos perante o magnífico Palácio de Seteais, hoje hotel da cadeia Tivoli. Entramos, demos a volta ao jardim, para mirar o imponente pórtico e as vistas que daí se alcançam. Voltamos à estrada para logo passar em frente a outro ícone, a Quinta da Regaleira. Era domingo, e apesar de o turismo ainda estar pandémico, a agitação era febril, não faltavam visitantes, sobretudo Espanhóis.
Dominados pela magnificência de todo aquele conjunto, quase nos escapa, mais abaixo à nossa esquerda, outra beleza romântica, a Quinta do Relógio, também ela World Heritage Site integrado na Paisagem Cultural de Sintra reconhecida pela UNESCO em 6 de Dezembro de 1995. Seguimos até Sintra, cada vez mais encantados com a arquitectura das habitações, projectadas no papel à escala de homem, que nos convidam a entrar e ficar. Nada com aspecto de caixas para armazenar robots que hoje saem dos AutoCads frios e distantes da Vida.

E rápido estamos perante um dos mais bonitos e visitados e reconhecidos monumentos de Sintra: o Palácio Nacional de Sintra ou Palácio da Vila. Merece demorada visita e ficar de boca aberta ao entrar naquela cozinha. E por falar em cozinha... a nossa passagem pelo centro não foi inocente. Tínhamos de ir à Adega das Caves, cujo caminho aprendi nos tempos em que fazia escalada no Penedo da Amizade. 
" travesseiros? não temos nenhum agora!"
Ficamos gelados. Então, que levaríamos para comer quando fizessemos o café após o almoço??
"mas podem ir ali em Frente à "A Padaria", é o mesmo fabrico"
E confirmo. Levamos dois exemplares que não desapontaram de forma alguma, mais tarde, a fechar o piquenique. Suculentos, massa estaladiça, recheio gostoso e consistente. 5 *****

Subimos. Primeiro as ruas da vila, depois acabamos por meter pela Travessa de Santa Maria, para encontrar um importante testemunho da nossa História: a Igreja de Santa Maria, mandada erigir por D. Afonso Henriques. Tal como de outros monumentos e referências, abaixo deixo alguma informação mais pormenorizada.
A reconquista já se fazia há mais de um século, e a tomada de Lisboa e arredores era um marco importante. Logo um pouco acima, a Igreja de S. Miguel, também ela mandada erigir pelo primeiro monarca.
O relógio anda para trás, e depois de um ziguezagueante caminho que trepa a impossível montanha passando por belíssimos miradouros, ei-nos a atravessar o pano exterior de muralha do castelo que os "ocupantes" muçulmanos tinham erigido nos séculos VIII e IX - quando a Reconquista começava nas Astúrias. Um movimento que não parou, os Cristãos invocando S. Tiago Maior, cujas ossadas tinham recentemente sido descobertas no Campo de Estrelas. Ele viria a ser Santiago de Compostela, mas nesse momento era Santiago Matamouros, em cima de um cavalo e brandindo a espada.
O castelo é uma fortaleza inexpugnável, não tanto pela sua construção mas pela natureza acidentada e empinada do local. Não seria fácil a vida das tropas de Afonso, mas na verdade nem chegou a haver combate, foi uma rendição. Não fomos mesmo ao castelo, passamos logo abaixo e saímos da muralha um pouco mais adiante, depois da Casa do Guarda. 

Em Sintra as maravilhas sucedem-se a um ritmo que nem nos deixa respirar: quando damos por ela, já estamos a passar o Palácio da Pena. Outro que só um dia inteiro permite conhecer... e não sei se chega.
Não entramos, claro, demos a volta à enorme propriedade, acabando por contornar a base do imponente monte que é encimado pela Cruz Alta.

Subimos depois aos Banhos e à Capela de Santa Eufémia. Além da história da capela, aqui estamos no elo que faltava na nossa viagem, a ligação aos primórdios: este local, como muitos outros cabeços nas redondezas, foi habitado desde recuados períodos pré-históricos.
Hoje proporcionou-nos o melhor sítio para o nosso almoço: várias mesas com bancos, em madeira, umas ao sol outras à sombra, local sossegado e sem trânsito,  já que os veiculos não podem subir além do parking que fica logo abaixo. Atrás da capela há água. E um excelente miradouro.

Depois descemos e em breve estamos a acompanhar os limites da extensa propriedade da Quinta de Valle Flor, que agora retomou o nome original, Quinta de Miramar. Aqui foram rodadas cenas do primeiro filme da colecção 'Uma Aventura', baseado nos livros da dupla Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada. Casa que foi assombrada para o efeito, claro. Dentro da Quinta há uma longa e bela gruta, a Gruta de Miramar.

Segue-se um pedaço longo de asfalto, pela N247-3, até pouco depois de rodearmos a quinta; aí vamos encontrar um estradão delimitado por um portão, mas que possui uma pequena porta aberta para pedestres. E se não estiver, seguindo pela estrada, existem mais adiante aberturas no muro.
Mal entramos no referido estradão saímos logo à direita por um trilho de pé posto, que depois de passar uma estação metereológica abrigada junto de um caos de blocos graníticos, desce por uma trialeira que a pé não é fácil, mas em veículos de duas rodas deve ser adrenalínica.

É curta. Em nada estamos a descer um trilho dentro do pinhal, um dos troços encantadores do dia, pois de repente sentimo-nos longe de tudo, esquecemos todo o urbanismo da Sintra romântica, e só restam o sol, o aroma dos pinheiros, o canto das aves. Aves que são em cada vez maior número, ou não estivessemos nós a aproximar-nos de um grande plano de água, um dos maiores de Sintra, a albufeira da Barragem do Rio da Mula.

Havia muita gente. Ali perto há um parking, e as famílias vêm com crianças gozar a tarde quente próximo da água, pois há vários pontos onde se consegue chegar junto dela e sentar um pouco. Foi o que fizemos nós também, aproveitando para uma pausa retemperadora.
Ao retomar viagem, vamos encontrar o "Caminho das Pontes", um delicioso trajecto que acompanha o Rio da Mula ou seu afluente, que mais não é do que um regato sinuoso que aqui desce a floresta. Mas a floresta tão densa, o facto de não haver extracção de madeiras, seguindo o modelo de muitas outras na Euroap em que o ciclo ecológico é deixado a funcionar sem interferência, o facto de ser já final da tarde, hevendo pouca ou nenhume luz do sol a penetrar a canópia, tudo contibuiu para um momento mágico. O trilho de pé posto segue aos "ss" acompanhando a água que canta de pedra em pedra, atravessam-se muitas pequenas pontes improvisadas com pequenos pedaços de troncos finos (cuidado para não prender os pés nos largos intervalos entre eles) e é com pena que chegamos cá acima a um estradão. Foi por estradão de saibro que regressamos aos Capuchos; mas esta é uma das partes que quero melhorar, pois é possível evitá-lo.

Um grande obrigado ao cfcs1953, que publicou o trilho no qual me inspirei para este passeio.
Agora algumas notas e curiosidades sobre os monumentos e também sobre pontos de interesse que o percurso engloba:


Convento dos Capuchos

É uma edificação muito modesta, que nunca terá albergado mais de 12 monges, construído no séc. XVI por Álvaro de Castro. Local de lendas e de milagres, vale a pena relembrar uma para a qual deixo o link de outra caminhada que publiquei, onde conto a lenda (o wikiloc não me deixa alongar muito este texto...)


Monserrate

Frei Gaspar Preto conheceu Monserrat na Catalunha, ficou fascinado, e em 1540 decidiu erguer uma ermida dedicada a Nossa Senhora de Monserrate nesta propriedade que então pertencia ao Hospital de Todos os Santos em Lisboa, do qual ele era reitor. Mais uma vez, tive que apagar a resenha que fiz, por não caber nos limites de texto da wikiloc. Sugiro a consulta da wikipedia, para conhecer em detalhe a história de Monserrate.

A artista Nansi Hemming esculpiu com motoserra uma corça, um urso e dois lobos que foram colocados em locais chave da Tapada. Foi utilizada madeira de ciprestes tombados nos temporais de 2012 e 2013.
Estas figuras foram selecionadas para representar algumas das espécies de mamíferos que já existiram na Serra de Sintra.
Podemos ver aqui uma curta reportagem sobre estes trabalhos.


Palácio de Seteais

O elegante palácio foi construído no século XVIII pelo cônsul holandês, Daniel Gildemeester, numa porção de terra cedida pelo Marquês de Pombal. Daniel tinha acumulado fortuna depois de ter recebido o monopólio da exportação de diamantes pela mão do Marquês de Pombal. Para além do "Campo do Alardo", antigo nome do campo de Seteais onde o palácio foi erguido, era ainda dono do actual Palácio das Janelas Verdes em Lisboa, onde terá também realizado avultadas obras.
Depois da morte do Consul, o palácio passa por uma série de aquisições até que em 1946 é adquirido pelo Estado, sendo Salazar que autoriza a conversão em Hotel de luxo.
Em estilo neoclássico, é em 1802 que os dois corpos foram ligados por um imponente arco triunfal que o então proprietário marquês de Marialva mandou levantar para comemorar a visita do rei D. João VI e da rainha D. Carlota Joaquina, e que é agora uma das imagens de marca do monumento.


Quinta da Regaleira

A quinta tem longa história, pouco documentada, e só tomou a actual designação em 1830, então na posse de Manuel Bernardo. Em 1840, a Quinta da Regaleira é adquirida pela filha de uma negociante do Porto, de apelido Allen, que mais tarde foi agraciada com o título de 1.ª Baronesa da Regaleira ou a mais conhecida Baronesa de Almeida. 
Na Wikipedia poderá encontrar-se uma descrição detalhada, com explicações sobre alguns dos mais notórios elementos da Quinta, como seja o Patamar dos deuses, o Poço Inciático, a Capela da Santíssima Trindade, a Torre da Regaleira. Também a hstória do  Monteiro dos Milhões merece uma leitura.


Quinta do Relógio

Mais uma icónica referência em Sintra, um belo Palácio rodeado de românticos jardins. Das melhores descrições que encontrei foi a da DGPC, que não transcrevo aqui, deixo só o link, porque o Wikiloc não permite textos com mais de 24000 caracteres, enquanto a minha descrição completa desta caminhada já ia em 36500...


Igreja de Santa Maria

Esta é a principal edificação em estilo gótico existente actualmente na vila, Monumento Nacional desde 1922.

Foi mandada erigir por Afonso Henriques, após a tomada de Sintra aos Mouros em 1147. Servia a  paróquia de Santa Maria, uma das quatro que ele mandou instituir na vila.
Em meados do século XIV, a igreja foi totalmente reconstruída em estilo gótico, e foi sofrendo melhorias ao longo dos tempos, até que no terramoto sofreu grandes danos, o que levou à reforma do edifício entre 1757 e 1760 pelo prior Sebastião Nunes Borges, que modificou as fachadas e redecorou o interior.
No entanto, em 1930 novas obras retiraram muitos dos embelezamentos introduzidos depois de setecentos, para lhe devolver assim a pureza original.
A torre sineira do lado sul da fachada possui um belo sino de bronze fundido  com uma inscrição em letra carolino-gótica "1468"


Igreja de S. Miguel

Outra igreja que o primeiro Rei mandou erigir, para sede da paróquia de S. Miguel. O terramoto de 1755 também destruiu este templo, ficando de pé apenas a abside. São precisamente os contrafortes dessa capela mor que agora podemos ver sustentando a moradia ali construída por D. Fernando II no séc. XIX, para servir de apoio durante a construção do Palácio da Pena. Notável o rigor do desenho de Domingos Schiopetta ainda antes do sismo, onde se divisam precisamentes estes contrafortes que hoje restam.


Castelo dos Mouros

Gosto desta explicação de Pinho Leal: uns 300 anos antes de Cristo terá sido erguido aqui no cimo da serra um templo dedicado à Lua, quando por aqui andaram Gregos, Galo-celtas e Túrdulos. Os Celtas chamavam a Lua de 'Cynthia' e quando os Árabes dominaram a região no séc. VIII, por não pronunciarem o 's', chamaram o local de 'Chintra' ou 'Zintira'.

E foram precisamente os muçulmanos que fortificaram a penedia, neste local estratégico para o controlo das ligações de Lisboa com a zona de Mafra. A Wikipedia oferece uma descrição histórica completa.

Mas... falta a estória, a lenda... aqui vai ela:

Do site da DGPC:
Nas imediações da Vila de Colares ergue-se uma capelinha junto de uma casa senhorial, a habitação principal da antiga Quinta de Melides. A capela e a casa da quinta são edifícios integralmente reconstruídos no século XVIII, que conservam parcos vestígios quinhentistas.
Mas alguns factos vêem corroborar a história da antiquíssima fundação do templo. Em 1152 D. Afonso Henriques entregou à Ordem do Templo vastas propriedades em Sintra e no seu termo, incluindo a Quinta de Melides. Para além disso, escavações recentes efectuadas no perímetro da ermida conduziram à descoberta de um possível cemitério moçárabe da 1ª Dinastia, talvez dos séculos XI ou XII. Trata-se certamente da primeira necrópole cristã de Colares, povoação de origem muçulmana integrada em 1147 no então emergente reino de Portugal.


Melides? Nome estranho aqui.
É aí que surge mais uma deliciosa lenda, referida na wikipedia e em muitos outros blogues, mas que carece de um estudo seguro das suas origens:
Após a conquista de Santarém, o rei D. Afonso Henriques impôs um cerco a Lisboa, que se estendeu por três meses. Embora o Castelo de Sintra se tenha entregue voluntáriamente após a queda de Lisboa, reza a lenda que, nessa ocasião, receoso de um ataque de surpresa às suas forças, por parte dos mouros de Sintra, o soberano incumbiu D. Gil, um cavaleiro templário, que formasse um grupo com vinte homens da mais estrita confiança, para secretamente ali irem observar o movimento inimigo, prevenindo-se ao mesmo tempo de um deslocamento dos mouros de Lisboa, via Cascais, pelo rio Tejo até Sintra.
Os cruzados colocaram-se a caminho sigilosamente. Para evitar serem avistados, viajaram de noite, ocultando-se de dia, pelo caminho de Torres Vedras até Santa Cruz, pela costa até Colares, buscando ainda evitar Albernoz, um temido chefe mouro de Colares, que possuia fama de matador de cristãos.
Entre Colares e o Penedo, Nossa Senhora apareceu aos receosos cavaleiros e disse-lhes: "Não tenhais medo porque ides vinte mas ides mil, mil ides porque ides vinte."
Desse modo, cheios de coragem porque a Senhora estava com eles, ao final de cinco dias de percurso confrontaram o inimigo, derrotando-o e conquistando o Castelo dos Mouros. Em homenagem a este feito foi erguida a Capela de Nossa Senhora de Melides ("mil ides").



Palácio da Pena

Não há dúvida de que logo a seguir à reconquista sucederam-se as construções de templos na pequena serra de Sintra - e aqui onde hoje se localiza o palácio, já no século XII existia uma capelinha dedicada a Nossa Senhora da Pena.
Mais tarde, D. Manuel I manda edificar o Real Mosteiro de Nossa Senhora da Pena, posteriormente entregue à Ordem de São Jerónimo. O mosteiro foi gravemente afectado pelo sismo em 1755, mas continuou em funções, até que em 1834 foi abandonado, na sequência da extinção das ordens religiosas.

Até que chegou D. Fernando e o torna num lugar mágico. Mais uma vez deixo apenas o link  para uma descrição muito boa da história deste Palácio, já que o wikiloc naõ me deixa alonga o texto...


Banhos e Ermida de Santa Eufémia

Um dos mais interessantes sítios deste percurso. Estamos por certo num dos mais antigos locais de povoamento da Serra. As boas condições de defesa e de observação da paisagem circundante favoreceram a ocupação que terá começado no neolítico, uns 4000 a. C. mas posteriormente utilizado durante a proto-história e o período romano.
Depois, só em 1147 aparecem referências. precisamente à fonte de Santa Eufémia por Osberno, um dos cruzados que participou na conquista da cidade de Lisboa: as suas águas possuíriam poderes curativos, em particular problemas de tosse. Não admira pois que no século XIII, se tivesse edificado a ermida, espécie de santuário de romaria que, desde então, se verificou ao sítio.
O templo evoluiu, mas em 1876, por iniciativa de um estrangeiro devoto da santa, tudo foi reconstruido, e hoje temos aquela singela ermida, a Casa dos Romeiros logo atrás, e, o mais importante, a fonte (também designada por Casa dos Banhos).
O seu actual aspecto data de duas reconstruções, a primeira em 1738, altura em que a velha fonte medieval foi reformulada por iniciativa do capitão Francisco Lopes de Azevedo, e a segunda em 1845, ano em que o Conde de Carvalhais, D. José Maria de Almada da Silveira Lobo, promoveu novas obras. A fonte é de planta trapezoidal (acedendo-se ao seu interior através de um pequeno portal que abre para um espaço diminuto de abóbada de berço), encontrando-se a bica inserida num nicho de arco abatido a que se associa um tanque rectangular (DGPC).

Infelizmente o povoado neolítico, conhecido há um século, ainda não foi devidamente escavado e obras e trabalhos em estradas terão já destruído parte e até uma estrada romana.

Sobre as histórias e estórias dos Banhos, deixo esta pérola


Rio da Mula

O rio da Mula nasce aqui na serra de Sintra e a sua foz no oceano Atlântico fica em Cascais, na Praia da Ribeira. Apesar de ter apenas uma dúzia de quilómetros de extensão, é recordista nos nomes, conforme o sítio por onde passa, assim recebe um diferente baptismo: Ribeira das Vinhas, dos Marmeleiros, do Pisão, da Penha Longa, da Atrozela, de Alvide, do Outeiro da Vela e até Rio Doce!
O curso do rio é rodeado por galerias ripícolas densas que albergam ecossistemas ribeirinhos típicos - e o belo "Caminho das Pontes", na "bacia hidrográfica" superior do rio, é disso bom exemplo.


Barragem do Rio da Mula

A Barragem do Rio da Mula como a conhecemos atualmente foi construída seguindo um projecto do engenheiro Ressano Garcia, e foi concluída em 1969, para abastecer Cascais.
Num grande temporal em 1983 uma parte da estrutura quebrou, e provocou grande inundação em Cascais. Noticia do Jornal da Costa do Sol a 24 de novembro de 1983:

Sobre a madrugada uivou a sirene dos bombeiros, mal entendida, tão forte era o barulho da chuva a cair nos telhados. Nunca ninguém supôs, porém, a catástrofe que se estava a desenrolar.
A água, em catadupas, convergiu para o centro da vila e tudo inundou, inclusivamente o quartel da corporação dos bombeiros, que logo se viu privada de contar com algumas das suas viaturas, radio telefones e outro material necessário à prestação dos indispensáveis socorros.
A chuva continuava teimosamente a cair, aquela chuva que tão desejada fora e que trazia agora consigo a tristeza, a desolação a até a morte. Na rua, o espetáculo era medonho e desolador, presuntivo de graves e grandes desgraças.
As ruas da baixa da vila de Cascais estavam literalmente inundadas, tendo a água invadido todos os estabelecimentos e casas, em certos casos até ao teto, destruindo tudo quanto encontrou na sua marcha para o mar.
Junto à Praia da Ribeira, encontrando a barreira da muralha que se opunha ao seu escoamento para a praia, começou a inundar os edifícios circunvizinhos, inclusive o da própria Câmara, até que o muro, não suportando o peso e impacto da água, que cada vez mais ia chegando, cedeu e a enxurrada tudo levou: barcos, pedras, terra, areia, abrindo sulcos na estrada Marginal.
Os postes elétricos que ali se encontravam tombaram também e a vila mergulhou na escuridão, o que tornou o cenário ainda mais arrepiante. Era a barragem do rio da Mula que ruíra e a água, vindo de roldão, tudo arrastava na sua marcha impiedosa e terrível. Em Manique, também a velha ponte ruíra.

Waypoints

PictographWaypoint Altitude 1,248 ft
Photo of2a cintura de muralha (entrada e saída) Photo of2a cintura de muralha (entrada e saída) Photo of2a cintura de muralha (entrada e saída)

2a cintura de muralha (entrada e saída)

PictographProvisioning Altitude 729 ft

A Padaria

PictographProvisioning Altitude 0 ft
Photo ofAdega Das Caves

Adega Das Caves

PictographRiver Altitude 575 ft
Photo ofBarragem do Rio da Mula Photo ofBarragem do Rio da Mula Photo ofBarragem do Rio da Mula

Barragem do Rio da Mula

PictographWaypoint Altitude 0 ft
Photo ofCaminho das Pontes Photo ofCaminho das Pontes Photo ofCaminho das Pontes

Caminho das Pontes

Photo ofCartaz alimentos da floresta

Cartaz alimentos da floresta

PictographInformation point Altitude 1,430 ft
Photo ofCartaz Banhos de Santa Eufémia Photo ofCartaz Banhos de Santa Eufémia Photo ofCartaz Banhos de Santa Eufémia

Cartaz Banhos de Santa Eufémia

PictographInformation point Altitude 1,033 ft
Photo ofCartaz Castelo dos Mouros Photo ofCartaz Castelo dos Mouros Photo ofCartaz Castelo dos Mouros

Cartaz Castelo dos Mouros

Photo ofCartaz igreja de Santa Maria Photo ofCartaz igreja de Santa Maria

Cartaz igreja de Santa Maria

PictographInformation point Altitude 1,027 ft
Photo ofCartaz igreja de São Miguel Photo ofCartaz igreja de São Miguel Photo ofCartaz igreja de São Miguel

Cartaz igreja de São Miguel

Photo ofCartaz Monserrate subterrânea e pequena ponte

Cartaz Monserrate subterrânea e pequena ponte

Photo ofCartaz vida da manta morta

Cartaz vida da manta morta

PictographMonument Altitude 0 ft
Photo ofCasa Da Lapa (e parking)

Casa Da Lapa (e parking)

PictographWaypoint Altitude 1,395 ft

Descida em calhaus (trialeira)

PictographMonument Altitude 1,404 ft
Photo ofEntrada Palácio da Pena

Entrada Palácio da Pena

PictographTree Altitude 863 ft
Photo ofEntrada Parque da Liberdade

Entrada Parque da Liberdade

PictographReligious site Altitude 1,520 ft
Photo ofErmida de Santa Eufémia / Parque merendas Photo ofErmida de Santa Eufémia / Parque merendas Photo ofErmida de Santa Eufémia / Parque merendas

Ermida de Santa Eufémia / Parque merendas

PictographWaypoint Altitude 1,418 ft
Photo ofEstação metereológica

Estação metereológica

PictographMonument Altitude 868 ft
Photo ofFontanário sem água

Fontanário sem água

PictographFountain Altitude 752 ft
Photo ofFonte

Fonte

PictographFountain Altitude 1,105 ft

Fonte

PictographDoor Altitude 1,329 ft
Photo ofGrade com passagem p peões

Grade com passagem p peões

PictographLake Altitude 0 ft
Photo ofLagoa dos Mosqueiros Photo ofLagoa dos Mosqueiros Photo ofLagoa dos Mosqueiros

Lagoa dos Mosqueiros

PictographCar park Altitude 797 ft
Photo ofLargo do Rato

Largo do Rato

PictographMonument Altitude 0 ft
Photo ofPalácio de Seteais Photo ofPalácio de Seteais Photo ofPalácio de Seteais

Palácio de Seteais

PictographMonument Altitude 729 ft
Photo ofPalácio Nacional de Sintra

Palácio Nacional de Sintra

PictographCar park Altitude 1,424 ft

Parking - Parque do jardim / Palácio da Pena

PictographCar park Altitude 1,331 ft

Parking da Casa da Lapa

PictographCar park Altitude 1,235 ft
Photo ofParking dos Capuchos

Parking dos Capuchos

PictographCar park Altitude 1,511 ft
Photo ofParking Santa Eufémia

Parking Santa Eufémia

PictographBridge Altitude 886 ft
Photo ofPonte

Ponte

PictographMountain hut Altitude 0 ft
Photo ofPousada Florestal Prof Mario de Azevedo Gomes Photo ofPousada Florestal Prof Mario de Azevedo Gomes Photo ofPousada Florestal Prof Mario de Azevedo Gomes

Pousada Florestal Prof Mario de Azevedo Gomes

PictographMonument Altitude 812 ft

Quinta da Bela Vista

PictographMonument Altitude 832 ft
Photo ofQuinta da Regaleira Photo ofQuinta da Regaleira

Quinta da Regaleira

PictographMonument Altitude 0 ft

Quinta Do Relógio

PictographMonument Altitude 0 ft

Quinta Dos Pisoes

PictographMonument Altitude 1,394 ft
Photo ofQuinta Valle Flor (Miramar)

Quinta Valle Flor (Miramar)

PictographWaypoint Altitude 1,148 ft
Photo ofReservatorio SMAS 22 (Capuchos)

Reservatorio SMAS 22 (Capuchos)

PictographPhoto Altitude 848 ft
Photo ofUrso esculpido em tronco

Urso esculpido em tronco

PictographWaypoint Altitude 1,347 ft

WC Casa da Lapa

Comments  (2)

  • Photo of Ana Cardoso 8
    Ana Cardoso 8 Nov 12, 2022

    I have followed this trail  verified  View more

    Trilho espectacular e muito bem explicado 🤗

  • Photo of papaleguas
    papaleguas Nov 12, 2022

    Obrigado, Ana Cardoso, boas caminhadas!

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