Serra da Canastra: Cachoeiras Faz. das Posses (Brás, Nego Luiz e Jacó)

Trajeto realizado totalmente a pé na região da Fazenda das Posses/Vão dos Cândidos, passa por três cachoeiras: Brás, Nego Luiz e Jacó. O percurso passa por trilhas de uso mais ou menos frequente, trilhas antigas (praticamente sem uso) e trechos curtos sem trilha definida. Para mais informações leia a descrição na íntegra.

COMO CHEGAR:
A marcação do trajeto tem início no fim da estradinha da Fazenda das Posses. O ponto inicial está pouco mais de 16km do mirante do Morro do Carvão (último local com rede de celular), sendo o lugarejo mais próximo o de São José do Barreiro, a 30km de distância.

O acesso após o povoado de São José do Barreiro é feito por estrada de terra em condições medianas. A subida do Morro do Carvão foi bem prejudicada com as chuvas do início do ano (2022), mas segue trafegável por qualquer tipo de veículo. Recomenda-se o uso de veículos altos para percorrer a estradinha, em especial de 4x4 nos últimos 2km, em virtude da condição precária da estrada. Caso esteja em carro pequeno, pode ser recomendável deixá-lo na última bifurcação da estradinha (aproximadamente 2km do fim) e seguir o restante a pé.

Para mais detalhes sobre como chegar, utilize a função "Instruções de direção até o ponto de partida", disponível na versão web do Wikiloc. O Google Maps conduz perfeitamente ao ponto inicial da marcação.

A TRILHA:

A trilha tem início em um antigo rancho, que já não existe mais. Desce pela direita, por uma capoeira, e sai em uma área de pastagem. A trilha está um pouco escondida pelo capim, mas desce em direção a um pequeno afluente do Ribeirão das Posses. Após o afluente segue uma trilha com diversas bifurcações e entroncamentos no interior da mata, até que um caminho principal desemboca num trecho de campos. A trilha segue pelos campos, um pouco suja pela falta de uso, até a mata que envolve o ribeirão das Posses.

O trecho de mata pode estar pouco ou muito sujo, em virtude da queda de galhos e troncos. Por conta disso a trilha pode ser difícil de visualizar em alguns trechos, mas ela está lá. É preciso atravessar o ribeirão das Posses, que em condições normais tem uma correnteza ligeiramente forte e uma profundidade que não passa do meio da coxa (exceto nos casos de cheia). Antes de atravessar, observe a continuidade da trilha na outra margem. A continuação pode ser um pouco discreta em virtude da vegetação de mata.

Do outro lado a trilha segue mais limpa, denotando um uso mais frequente. O trecho pela mata está mais limpo e desemboca, novamente, em um cerradinho. Logo após a saída da mata é preciso dar uma guinada para a direita, seguindo para o norte. A trilha contorna, de longe, o capão de mata. Após a passagem por uma vala, siga pela direita para acessar a cachoeira do Brás. A cachoeira do Brás é relativamente pequena e possui um poço amplo e ótimo para banho. Das três cachoeiras da rota, é a que possui melhor área para acampamento.

No retorno seguimos até a vala de drenagem e continuamos por uma trilha que acompanha pela direita. Mais a frente a trilha atravessa a drenagem e segue em ligeiro aclive até o topo de um morrote. Do topo já é possível avistar em melhor ângulo a cachoeira do Nego Luiz. Por uma trilha discreta seguimos em declive, em direção a uma drenagem no fundo do terreno. Cruzamos um pequeno aflunte do córrego da Grota e do outro lado continuamos por uma trilha bem discreta que vai acompanhando a drenagem.

Após uma descida mais forte a trilha discreta desaparece, ponto em que vamos acompanhando o muro de pedras até encontrar um local adequado para acessar o leito do córrego da Grota. A descida é um pouco íngreme. Depois de acessar o leito, subimos pelas margens do córrego até um poço maior logo acima. Para seguir para a cachoeira, basta avançar rio acima até encontrá-la, o que demanda, pelo menos, uns 10 minutos. Logo acima do poço onde a marcação termina há uma cachoeira pequena que forma outro poço excelente para banho. Subindo pelo leito chega-se na cachoeira do Nego Luiz, um enorme paredão que as águas escorrem para formar mais um poço ótimo para banho.

No retorno seguimos pelo mesmo caminho até o alto do morrote, em vez de seguirmos para o Brás tomamos o rumo oeste. Uma trilha bem discreta desce pelo terreno em direção a um pequeno afluente do ribeirão das Posses. Após a travessia é preciso subir um morro mais acentuado, neste trecho há algumas trilhas de vaca, mas a subida é feita por um caminho não definido, já que as trilhas seguem em outras direções.

No alto do morro pegamos uma trilha suja que segue para sudoeste. Ela cruza algumas drenagens secas e quase desaparece no meio de um cerradinho. Neste ponto damos uma guinada para a direita, seguindo para o oeste até interceptar uma outra trilha discreta que sobe a serra que temos adiante. A subida alterna trechos de trilha mais consolidada com outros em que a trilha parece desaparecer em meio aos capins.

Depois de cruzar o morro há uma forte descida com um pouco de cascalho. Cruza-se mais algumas drenagens e nascentes e chega-se ao leito do que deveria ser um antigo caminho de tropas. A trilha suja passa por um afloramento rochoso e desemboca, outra vez, em campos. Pelos campos segue até o córrego dos Pombos, alternando trechos mais visíveis com outros mais discretos. A chegada ao córrego dos Pombos não possui trilha aparente. Em virtude do terreno esbarrancado das margens, a travessia foi feita no único local possível, sem muitas dificuldades exceto pela vegetação. No entanto o local aparenta já ter sido usado de passagem em outras ocasiões.

Do outro lado do córrego dos Pombos uma trilha discreta avança pelos capins até chegar em uma área recentemente queimada. A queimada vai do córrego dos Pombos até a cachoeira do Jacó, o que facilitou o acesso, por tornar as trilhas antigas mais visíveis. Aproveita-se, então, as trilhas antigas para a aproximação. No ponto marcado deixamos a trilha antiga para atravessar um pequeno afluente do córrego da Matinha. O caminho segue desviando das drenagens mais profundas até encontrar o córrego da Matinha, num local onde há uma pequena queda d'água e um poço bom para banho.

Para acessar a cachoeira do Jacó é preciso avançar pela beirada do cânion, sem pisar na água. A trilha segue margeando os paredões até o ponto que se torna inevitável passar dentro da água. Deste ponto avançamos pelo leito do córrego até chegar à cachoeira do Jacó. De frente à cachoeira, nos afloramentos rochosos, há uma pequena área onde é possível montar uma barraca pequena. Poço enorme e ótimo para banho.

O retorno ao ponto inicial é feito pelo mesmo caminho, sem passar pelas outras cachoeiras. Totalizando um percurso total de, aproximadamente, 26km.

OBSERVAÇÕES:
- Percurso de alta dificuldade, em virtude dos trechos sem trilha definida ou que o avanço é feito pelo leito do curso d'água, dos terrenos irregulares e inclinados, além das trilhas sujas e apagadas que demandam uma boa habilidade de navegação;

- Aparentemente, parte da trilha está inserida em área do Parque Nacional da Serra da Canastra, embora não haja nenhuma sinalização neste sentido. O acesso à trilha é livre e gratuito, pelo menos por ora;

- Durante o período chuvoso é bom ter atenção com eventuais chuva na região, tanto no dia como na noite anterior. Pois, a depender do nível dos ribeirões, a travessia pode ficar comprometida ou impossível. Risco de filhar ilhado!

- Em virtude das serras e do relevo, não há sinal de telefone na localidade.

- Não há qualquer tipo de infraestrutura nas proximidades, levar lanche e água (ao menos o recipiente) para toda a duração da atividade. LEVE SEU LIXO DE VOLTA e NÃO FAÇA FOGUEIRAS.

- É comum a presença de porcos selvagens (catetos e queixadas) na área do Parque Nacional e arredores, o que demanda atenção por parte do visitante. Algumas espécies, quando em grupos maiores, podem ser agressivas.