Serra da Arada: de Regoufe a Drave pelo Portal do Inferno e ribeira de Palhais

1. A Serra da Arada faz parte do Maciço da Gralheira. Situa-se na transição da Beira Litoral para a Beira Alta, a cerca de 10 km de São Pedro do Sul. É uma serra de grandes contrastes, de relevo áspero e imponente. Ao austero planalto, onde florescem os matos rasteiros, contrapõem-se os profundos vales cobertos por espesso arvoredo por entre o qual correm rios tumultuosos. Comporta várias aldeias históricas com construções em xisto (aldeias da Pena, Drave e Fujaco, entre outras), o Portal do Inferno e a famosa Garra (uma encosta montanhosa esculpida pela água, que faz lembrar a garra gigantesca de uma ave). A primavera é a melhor altura para visitar a Arada, altura em que parece pintada de amarelo e roxo devido a floração da carqueja e da urze.
2. Começamos a “caminhada” na aldeia de Regoufe (aldeia pequena com muitas construções tradicionais em xisto). Subimos pelo caminho de Drave em direção à estrada do Portal do inferno (troço com amplas e deslumbrantes vistas panorâmicas tanto para as encostas da ribeira de Palhais como para os montes que circundam a aldeia de Regoufe). Seguimos, por estrada, primeiro até ao Portal do Inferno (vistas brutais sobre Covas do Monte e a ribeira de Palhais) e depois até próximo da ribeira de Palhais. Abandonamos a estrada, atravessamos a ribeira, subimos um monte e descemos novamente até à ribeira de Palhais (descida com vistas inesquecíveis). Seguimos pela margem direita da ribeira até Drave (“aldeia” em ruínas, sem residentes habituais, mas muito concorrida por escuteiros e pedestrianistas). Depois do “almoço” junto a uma pequena mas linda lagoa/cascata, iniciamos uma pequena mas memorável aventura: descemos pelas margens e leito da ribeira até à sua confluência com o rio Paivô. Este troço tem tanto de difícil como de espetacular: difícil por não haver trilho definido (seguimos por onde conseguimos passar – umas vezes pela margem esquerda e outras pelo leito da ribeira); espetacular devido às inúmeras represas, poços e cascatas de água cristalina. Da confluência da ribeira de Palhais com o rio Paivô, seguimos, a corta mato (troço de cerca de 500 metros, íngreme mas de passagem fácil), até ao lugar do Pego. Daqui, continuamos a meia encosta, por trilho aqui e ali mal definido, até ao cruzamento do alto de Regoufe. A partir daqui foi “rolar”, por caminho rural, até ao café em Regoufe.
3. Em síntese, diríamos que se trata de um trilho espetacular que alterna caminhos rurais e trilhos mal definidos, subidas e descidas acentuadas, vistas panorâmicas brutais e idílicos poços e cascatas.
Alertas:
• O troço “Drave - lugar do Pego” pela ribeira de Palhais é desafiante, mas não é fácil. Encontrar “caminho transitável” pode tornar-se tarefa complicada sobretudo nos locais referenciados “P1/P2 e P3” e em períodos de “ribeira cheia”.
• Da confluência da ribeira de Palhais ao Lugar do Pego não há trilho (seguimos a corta mato). Em alternativa ao percurso que seguimos (muito íngreme), poderíamos ter seguido: a meia encosta entre o rio e o percurso que fizemos (troço referenciado pelas bandeirolas 4) ou pelas margens e/ou leito do rio Paivô. Nenhum destas duas alternativas foi por nós testadas, pelo que não damos garantias quanto à sua exequibilidade.
• Entre Drave e Regoufe existe o caminho “oficial” - o caminho de Drave - fácil e seguro, mas pouco estimulante para quem gostar de alguma incerteza e pequenos desafios.

OUTROS PERCURSOS NESTA ZONA
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