RUTA TRANSFRONTEIRIÇA GERÊS-XURÉS (2/3 PITÕES DAS JUNIAS - MINAS DAS SOMBRAS)
near Pitões das Júnias, Vila Real (Portugal)
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Trail photos
Itinerary description
FOTOS DESTA E DE OUTRAS TRILHAS EM ”CAMINHANTES"
A Rota Transfronteiriça Gerês-Xurés é um percurso não homologado, criado pelos “Caminhantes”, que une vários trilhos do Parque Transfronteiriço Gerês-Xurés num percurso circular.
Criado em 1997, o Parque Transfronteiriço Gerês-Xurés (PTGX), abrange uma área total de 267.958 hectares, distribuídos por duas áreas protegidas, divididas por uma fronteira mas unidas pelo contínuo natural e pela cultura. É constituído pelo Parque Nacional da Peneda-Gerês e pelo Parque Natural Baixa Limia-Serra do Xurés, formando uma unidade natural de elevada biodiversidade.
ETAPA 2/3
PITÕES DAS JUNIAS - MINAS DAS SOMBRAS
Alvorada às sete horas, apesar de já ter nascido o dia o local mantinha-se sossegado. O local escolhido para a pernoita veio a confirmar-se uma boa opção, permitindo uma boa noite recuperadora da etapa do dia anterior. Desmontamos tendas e depois do pequeno almoço seguimos pela Rua do Côto para a Igreja Matriz, a qual visitámos. Deixamos a aldeia pelo Pátio da Raposeira, tendo por base o trilho, de caracter tradicional, que liga a localidade de Pitões das Júnias à Capela de São João da Fraga. Inicialmente o caminho é calcetado, seguindo em direção à Ribeira do Porto da Lage onde atravessamos a linha de água pela sua ponte. Agora o percurso segue por caminho lajeado que começa a subir em direção à Capela de São João da Fraga, atravessamos os Ribeiros de Beredo e Tulha. É importante ter em conta que sempre que ocorrem chuvas o caudal dos ribeiros aumenta, por vezes de forma muito significativa. A travessia de várias linhas de água que surgem no trilho torna-se mais difícil. A travessia das poldras no Ribeiro de Tulha no percurso tradicional até à capela é disso um exemplo. Felizmente existe uma ponte mais a jusante como alternativa.
Deixamos o trilho que liga Pitões das Júnias à Capela de São João da Fraga aproximadamente ao quilómetro quatro, junto ao painel informativo, seguindo à esquerda por caminho de pé posto. A progressão é dificultada pela indefinição do caminho, vão surgindo vários carreiros de pé posto, a navegação faz-se à vista tendo por orientação o gps, vamos subindo e descendo no terreno de vegetação rasteira o que facilita o andamento. Atravessamos várias linhas de água: Ribeiro da Teixeira, Corgo da Candela, Corgo de Lamas de Compadre, Ribeiro da Biduiça e por fim o Ribeiro das Negras.
Agora o trilho torna-se mais agreste, temos de vencer o desnível, a subida é dificultada pela indefinição do trilho, mas lá fomos progredindo, tentando escolher o melhor caminho até à cumeada, e lá seguimos em direção às Minas dos Carris, contornando à nossa esquerda o Curral de Lamalonga. A partir daqui, a progressão torna-se ainda mais abrupta até à Lavaria das Minas ao longo da margem esquerda da Ribeira da Corga. Passadas a Lavaria e já no interior do agora arruinado complexo mineiro dos Carris, é deambular por onde se queira. Por todo o lado há resquícios do que foi em tempos uma mina importante de volfrâmio.
Se as paisagens até aqui já eram notáveis, quando atingimos o ponto mais alto das minas, passam a magníficas… a nordeste vemos a Nevosa e mais ao longe a Fonte Fria e a Fraga de S. João, os três picos do Sobreiro com o Altar de Cabrós na sua retaguarda, ficam mais a norte e, para noroeste, o Alto da Amoreira e a linha de fronteira. A oeste o Alto de Cidadelhe, Roca Negra, Rocalva, Borrageiro e Pé de Medela. Ainda mais longe a Louriça. Depois de apreciar tamanha beleza seguimos mais para nordeste, para a Lagoa dos Carris. Um misto de represa e lagoa, é um espelho de água de média dimensão que ali metido na serra, acaba por dar uma nota de surpresa agradável à agreste imensidão de pedra do entorno. O local e o sol convidou-nos a banhos nas águas da lagoa, este também foi o local escolhido para o reforço da tarde, salpicão e um bom copo de vinho “Patria” fez-nos a delícia do momento.
Descanso gozado, estômago aconchegado, é hora de voltar a pôr as mochilas às costas e seguir caminho. Como não pedimos autorização para realizar o trilho, evitamos a passagem por Zona de Proteção Total, a qual requer autorização prévia do ICNF, contornamos a lagoa em direção ao Pico da Nevosa e seguimos até à linha de fronteira (Marco Nº100) e daí por entre a vegetação até à cumeada das Minas das Sombras. Paisagens espectaculares para todo o lado que olhamos. Agora há que descer a cumeada, sem trilho definido vamos procurando o melhor trajecto já tendo como referência as ruinas dos edifícios das Minas das Sombras. (!)PERIGO(!) NO ACESSO ÀS MINAS DAS SOMBRAS – DESCIDA MUITO ÍNGREME SEM CAMINHO DEFINIDO E VEGETAÇÃO durante sensivelmente 700 metros. Com cuidado lá fomos descendo até aos antigos barracões das Minas das Sombras. Ainda é visível alguma maquinaria usada na época. Nestas minas explorava-se o volfrâmio durante a Segunda Guerra Mundial, minério de grande valor na época. Aproveitamos o local para a pernoita, para além de ser sossegado tínhamos água da mina, é aconselhável ter um filtro de água para estas situações. O sítio tem magníficas vistas sobre todo o vale e depois de um merecido descanso confecionamos o jantar enquanto contemplávamos toda a magnitude do local… e por fim o café ao pôr-do-sol acompanhado da aguardente dá o toque final à etapa. Amanhã será a última etapa, é hora de recolher às tendas!
FICHA TÉCNICA
ETAPA 2/3 PITÕES DAS JUNIAS - MINAS DAS SOMBRAS
Dia 16 de Junho 2018
Percurso: Pitões das Júnias-Minas dos Carris-Minas das Sombras
Distancia: 17 km
Duração: 8h59min
Tempo em movimento: 5h17min
Tempo parado: 3h42min
Movimento médio: 3,2kms/h
Acumulado positivo: 1142m
Acumulado negativo: 1027m
Pernoita: tenda nas Minas das Sombras
Jantar: Confecionado pelos participantes
ETAPA 1/3
LOBIOS - PITÕES DAS JUNIAS
ETAPA 3/3
MINAS DAS SOMBRAS - LOBIOS
TRILHA COMPLETA
RUTA TRANSFRONTEIRIÇA GERÊS-XURÉS (TRES DÍAS EN AUTONOMIA)
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A equipa Caminhantes
A Rota Transfronteiriça Gerês-Xurés é um percurso não homologado, criado pelos “Caminhantes”, que une vários trilhos do Parque Transfronteiriço Gerês-Xurés num percurso circular.
Criado em 1997, o Parque Transfronteiriço Gerês-Xurés (PTGX), abrange uma área total de 267.958 hectares, distribuídos por duas áreas protegidas, divididas por uma fronteira mas unidas pelo contínuo natural e pela cultura. É constituído pelo Parque Nacional da Peneda-Gerês e pelo Parque Natural Baixa Limia-Serra do Xurés, formando uma unidade natural de elevada biodiversidade.
ETAPA 2/3
PITÕES DAS JUNIAS - MINAS DAS SOMBRAS
Alvorada às sete horas, apesar de já ter nascido o dia o local mantinha-se sossegado. O local escolhido para a pernoita veio a confirmar-se uma boa opção, permitindo uma boa noite recuperadora da etapa do dia anterior. Desmontamos tendas e depois do pequeno almoço seguimos pela Rua do Côto para a Igreja Matriz, a qual visitámos. Deixamos a aldeia pelo Pátio da Raposeira, tendo por base o trilho, de caracter tradicional, que liga a localidade de Pitões das Júnias à Capela de São João da Fraga. Inicialmente o caminho é calcetado, seguindo em direção à Ribeira do Porto da Lage onde atravessamos a linha de água pela sua ponte. Agora o percurso segue por caminho lajeado que começa a subir em direção à Capela de São João da Fraga, atravessamos os Ribeiros de Beredo e Tulha. É importante ter em conta que sempre que ocorrem chuvas o caudal dos ribeiros aumenta, por vezes de forma muito significativa. A travessia de várias linhas de água que surgem no trilho torna-se mais difícil. A travessia das poldras no Ribeiro de Tulha no percurso tradicional até à capela é disso um exemplo. Felizmente existe uma ponte mais a jusante como alternativa.
Deixamos o trilho que liga Pitões das Júnias à Capela de São João da Fraga aproximadamente ao quilómetro quatro, junto ao painel informativo, seguindo à esquerda por caminho de pé posto. A progressão é dificultada pela indefinição do caminho, vão surgindo vários carreiros de pé posto, a navegação faz-se à vista tendo por orientação o gps, vamos subindo e descendo no terreno de vegetação rasteira o que facilita o andamento. Atravessamos várias linhas de água: Ribeiro da Teixeira, Corgo da Candela, Corgo de Lamas de Compadre, Ribeiro da Biduiça e por fim o Ribeiro das Negras.
Agora o trilho torna-se mais agreste, temos de vencer o desnível, a subida é dificultada pela indefinição do trilho, mas lá fomos progredindo, tentando escolher o melhor caminho até à cumeada, e lá seguimos em direção às Minas dos Carris, contornando à nossa esquerda o Curral de Lamalonga. A partir daqui, a progressão torna-se ainda mais abrupta até à Lavaria das Minas ao longo da margem esquerda da Ribeira da Corga. Passadas a Lavaria e já no interior do agora arruinado complexo mineiro dos Carris, é deambular por onde se queira. Por todo o lado há resquícios do que foi em tempos uma mina importante de volfrâmio.
Se as paisagens até aqui já eram notáveis, quando atingimos o ponto mais alto das minas, passam a magníficas… a nordeste vemos a Nevosa e mais ao longe a Fonte Fria e a Fraga de S. João, os três picos do Sobreiro com o Altar de Cabrós na sua retaguarda, ficam mais a norte e, para noroeste, o Alto da Amoreira e a linha de fronteira. A oeste o Alto de Cidadelhe, Roca Negra, Rocalva, Borrageiro e Pé de Medela. Ainda mais longe a Louriça. Depois de apreciar tamanha beleza seguimos mais para nordeste, para a Lagoa dos Carris. Um misto de represa e lagoa, é um espelho de água de média dimensão que ali metido na serra, acaba por dar uma nota de surpresa agradável à agreste imensidão de pedra do entorno. O local e o sol convidou-nos a banhos nas águas da lagoa, este também foi o local escolhido para o reforço da tarde, salpicão e um bom copo de vinho “Patria” fez-nos a delícia do momento.
Descanso gozado, estômago aconchegado, é hora de voltar a pôr as mochilas às costas e seguir caminho. Como não pedimos autorização para realizar o trilho, evitamos a passagem por Zona de Proteção Total, a qual requer autorização prévia do ICNF, contornamos a lagoa em direção ao Pico da Nevosa e seguimos até à linha de fronteira (Marco Nº100) e daí por entre a vegetação até à cumeada das Minas das Sombras. Paisagens espectaculares para todo o lado que olhamos. Agora há que descer a cumeada, sem trilho definido vamos procurando o melhor trajecto já tendo como referência as ruinas dos edifícios das Minas das Sombras. (!)PERIGO(!) NO ACESSO ÀS MINAS DAS SOMBRAS – DESCIDA MUITO ÍNGREME SEM CAMINHO DEFINIDO E VEGETAÇÃO durante sensivelmente 700 metros. Com cuidado lá fomos descendo até aos antigos barracões das Minas das Sombras. Ainda é visível alguma maquinaria usada na época. Nestas minas explorava-se o volfrâmio durante a Segunda Guerra Mundial, minério de grande valor na época. Aproveitamos o local para a pernoita, para além de ser sossegado tínhamos água da mina, é aconselhável ter um filtro de água para estas situações. O sítio tem magníficas vistas sobre todo o vale e depois de um merecido descanso confecionamos o jantar enquanto contemplávamos toda a magnitude do local… e por fim o café ao pôr-do-sol acompanhado da aguardente dá o toque final à etapa. Amanhã será a última etapa, é hora de recolher às tendas!
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ETAPA 2/3 PITÕES DAS JUNIAS - MINAS DAS SOMBRAS
Dia 16 de Junho 2018
Percurso: Pitões das Júnias-Minas dos Carris-Minas das Sombras
Distancia: 17 km
Duração: 8h59min
Tempo em movimento: 5h17min
Tempo parado: 3h42min
Movimento médio: 3,2kms/h
Acumulado positivo: 1142m
Acumulado negativo: 1027m
Pernoita: tenda nas Minas das Sombras
Jantar: Confecionado pelos participantes
ETAPA 1/3
LOBIOS - PITÕES DAS JUNIAS
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MINAS DAS SOMBRAS - LOBIOS
TRILHA COMPLETA
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Waypoints
Comments (4)
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Sou um seguidor assíduo das vossas trilhas. Obrigado pela partilha.
Obrigado DiogoHiker.
I have followed this trail View more
Information
Easy to follow
Scenery
Difficult
Muito bonito. ;)
Obrigado Sérgio pelo teu comentário e avaliação da trilha.
Realço que a vossa companhia tornou esta atividade inesquecível.
Grande abraço.