Praias de Santa Cruz [MARIOLAS]
near Santa Cruz, Lisboa (Portugal)
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Trail photos
Itinerary description
Por aqui também passaram e permaneceram algum tempo, seduzidos por estas belas paisagens, procurando tranquilidade e inspiração para as suas obras, alguns poetas como Antero de Quental, kazuo Dan e João de Barros.
santa cruz
“Uma vez uma donzela,
Doente de amor profundo,
Aportou de barco à vela,
A esta esquina do mundo!
De amor ingrato vencida,
Foi nesta plaga altaneira,
Que sofreu desiludida,
A cruz da sua carreira.
E a cruz deixou-a exangue!
Chorou lágrimas de sangue,
De amor, de mágoa e de luz!
Mas como esta terra é linda,
Achou santa a cruz infinda,
E chamou-lhe: Santa Cruz!”
Alberto Jerónimo
(Lenda do nome de Santa Cruz)
NOTA: Este percurso, na parte entre o Penedo do Guincho e a Praia das Amoeiras, só poderá ser realizado durante a maré vazia, caso contrário, poder-se-á fazer pelo cimo das arribas, retomando o percurso original já perto do Miradouro do Alto da Vela.
Waypoints
10. Praia do Navio
A designação de Praia do Navio deve-se ao facto de ter encalhado naquela praia, um navio de nacionalidade norueguesa, o Navio Hay, no dia 5 de fevereiro de 1929. O naufrágio, aconteceu durante a noite, segundo consta, por alguma incúria da tripulação na vigilância da rota. Quando se aperceberam do desvio, já era muito tarde para se conseguir desviar o barco para o largo. Toda a tripulação saiu ilesa do acidente. Alguma carga que o navio transportava, como cigarros de fabrico inglês, chocolates e outros, foi vendida pelos próprios tripulantes, tendo uma parte da mesma sido objeto de atos de vandalismo, por parte de indivíduos menos escrupulosos. O navio, de grandes dimensões, foi desmantelado, já que não foi possível desencalhá-lo. Hoje, nas grandes marés vazias de verão, é possível ainda ver vestígios do casco, parte, enterrados nas areias.
16. Praia Centro
Também chamada pelos locais de Praia do "Max", por em tempos, ter havido um restaurante no local com o mesmo nome.
19. Torre
Construída nos anos 30 do séc. XX. Inspirada no Palácio da Senhoria ou Palácio Velho, da cidade italiana de Florença (é atualmente sede do município de Florença) de finais do séc XIII. - Torre de Arnolfo, é um dos emblemas da cidade – 1310 (séc. XIV) Lenda da Torre - Conta-se que em meados do séc. XX, um homem apaixonado por uma bela jovem, terá mandado construir a torre para a poder observar todos os dias na praia.
21. Penedo do Guincho
Geomonumento. - Leixão com 30 m de altura “Um grande rochedo alteroso destaca na praia. Foi acessível em tempo, porque ainda se observa a certa altura um lanço de escada talhado na rocha; mas as vagas esboroam a base.” Assim descrevia Gabriel Pereira a aldeia e a praia de Santa Cruz num passeio que aí fizera, no dia 27 de setembro de 1905. Guincho é o nome tradicional para a águia pesqueira (Pandion haliaetus), uma ave comum em Portugal até ao início do Séc. XX. Normalmente, nidifica em arribas escarpadas, voltando todos os anos ao mesmo local. É provável que aqui tenha existido um ninho dessa ave, durante alguns anos, dando origem ao nome deste penedo. Atualmente no cimo e na parte posterior do penedo, é muito comum ver-se o corvo-marinho-comum (Phalacrocorax carbo),
23. 'Pedra Que Bole'
Pedra que parece oscilar nos dias em que as ondas batem mais forte.
24. Varandinhas da Formosa
Para o seu desenvolvimento turístico contribuiu, a partir dos anos vinte do século passado, a Comissão de Iniciativa das Termas dos Cucos e Praia de Santa Cruz levou a efeito um concurso de embelezamento da Riba Amarela (junto à Praia Formosa), em 1931. Concurso este que esteve na origem da construção da balaustrada e respetivos varandins, assim como a escada da Riba Amarela para a Praia Formosa, nos anos de 1931-32 e, no ano seguinte, o alargamento do pequeno porto de desembarque em Santa Cruz, na Praia Formosa.
03. Azenha
Posto de Turismo. AZENHA (Séc. XVI]. Imaginar os sons ritmados das suas rodas girando impulsionadas pela força da água corrente, em tempos idos, muito abundante, caindo nas suas pás ou nos copos não se saberá bem qual o sistema que seria usado moendo, dia e noite, o cereal para o pão das populações da região. Hoje não existe mais a linha de água, por onde esta corria, talvez encaminhada pelo homem. Desconhece-se com exatidão em que ano terá começado a sua utilização. No entanto, documento datado de 1573 (escritura), faz referência a uma Azenha, que, tudo indica, seria esta. Assim, a sua construção terá sido, no mínimo, anterior àquela data. Aliás, os materiais usados na sua construção, são claro indício da sua antiguidade. Estes engenhos, além de moerem o cereal, eram ainda conhecidos por pisões por serem usados para pisar (apertar) tecidos, normalmente de burel, motivo que terá estado na origem do nome dado à zona, que passou a ser conhecida por Pisão (hoje, temos a praia do Pisão, mais a norte, reminiscências daqueles tempos). MÓS As mós são feitas de materiais diferentes consoante o cereal que moem. Podem medir 1,2 m de diâmetro e pesar cerca de uma tonelada. O desgaste resultante da moagem é superado pela picagem das mós, para realçar as fissuras e melhorar o seu desempenho. A sua substituição é feita quando se observa dificuldade em moer o grão. MÓ URGEIRA Mó urgeira, também negreira ou secundeira, feita de granito ou arenito. Urgeira ou urzeira em alusão *a urze, planta selvagem que cresce em ambientes não calcários. Eram usadas para moer milho, cevada, centeio, aveia e milho painço, fazendo uma farinha mais grosseira. As mais usadas para milho eram feitas de arenito da zona de Poiares, em Coimbra.
34. Alto da Vela / Miradouro
O ponto mais alto desta zona balnear, com os seus 76 m de altura, é o miradouro natural por excelência, onde é possível vislumbrar o extenso areal que borda a costa com finas areias douradas.
38. Igreja de Santa Cruz
Construída em 1997. Arquiteto: Bruno Miguel Félix Ferreira.
04. Capela de Santa Helena / Estátua de Antero de Quental
CAPELA DE SANTA HELENA. Capela reconstruÍda no século XVIII, tem como interesse um retábulo de talha dourada de finais daquele século e duas imagens góticas policromadas, uma das quais de Santa Helena, padroeira da localidade. A capela inicial localizava-se mais próxima da arriba. Nos alicerces da antiga capela foram encontradas pedras tumulares romanas. ESTÁTUA DE ANTERO DE QUENTAL. Grande Poeta e filósofo, nasceu em Ponta Delgada (Açores) em 1842, cidade onde regressaria para vir a morrer em 1891 por suicídio. Fez os seus estudos universitários em Coimbra, salientando-se então como líder destacado do movimento estudantil. Participou ativamente na renovação política em Portugal, com especial destaque para o período de 1867 a 1874, período que engloba a sua estadia em Santa Cruz, acompanhado de Batalha Reis, seu amigo. Fez parte da célebre “geração de 70”, movimento marcante na história sócio-cultural do País. Personalidade complexa, vivia intensamente as contradições da vida portuguesa do seu tempo, sentindo necessariamente, como poeta, forte desespero perante o vazio e mesquinhez da sociedade de então, como se pode verificar em parte da sua obra. O suicídio final, na sua terra açoreana, ainda que facilitado por doença do foro psicológico detetada uns anos antes, poderá ter traduzido certo cansaço na sua luta empreendida visando a mudança sócio-cultural no País. “É atraente o murmúrio do mar à noite em Santa Cruz. É uma voz imperecedoura, ora delicada ora grave, sempre audaz, e, além de tudo, misteriosa. É uma voz que nos subverte, nos chama à interrogação, nos coloca, ínfimos, perante a vastidão do universo.” (Antero de Quental) - Obra do escultor Rodrigo Baeta, 2009
06. Monumento a Kazuo Dan
Escritor japonês do pós-guerra, Kazuo Dan (1912-1976) elegeu Santa Cruz como destino para passar férias entre 1971 e 1972, encantando-se pela beleza da aldeia e pelas gentes que o receberam. Foi o sol poente de Santa Cruz que mais o marcou e fascinou, referindo que "sempre que sentia a sua proximidade, deixava de lado o que quer que estivesse a fazer, corria ao penhasco mais próximo e punha-me a gritar, a exemplo do ilustre Kiyomori: Devolva-mo, Devolva-mo". Aquando da sua estadia em Santa Cruz, Kazuo Dan recebia os seus amigos e estudantes japoneses de passagem por Lisboa preparando "jantaradas" com os diversos peixes que lhe eram oferecidos pelos amigos pescadores de Santa Cruz. Kazuo Dan chamava à sua casa "palácio real", onde viveu na companhia de um cão chamado Poli e um pintassilgo. Neste monumento erigido em sua homenagem pode ler-se um haiku (pequeno poema japonês de três versos, de cinco, sete e cinco sílabas, respetivamente) homenageando Santa Cruz e o seu belo sol poente:. "Belo Sol Poente Ah! Pudess’ eu ir buscar-te Lá, ao fim do mar!"
08. Monumento a João de Barros
Poeta menos marcante na cultura nacional, cultivou temas de forte inspiração nacional. Adaptou para prosa, numa linguagem simples e acessível, a “Odisseia” de Homero e “Os Lusíadas” de Camões. Sobre João de Barros escreveu Ferreira de Castro: “No verão um grande poeta vinha contemplar o Atlântico de sobre estas arribas. Dedicara a vida a unir ainda mais a alma de Portugal à do Brasil, através do Mar que ele amava desde menino. Na sua obra de esplendecente beleza cantava a liberdade e a fraternidade, as virtualidades do homem e o futuro redimido de velhas servidões. Chamava-se João de Barros e foi também um preclaro cidadão desses que honram eminentemente a espécie humana”. Além de poeta e divulgador da cultura portuguesa foi grande pedagogo e educador. - Obra do escultor José Santa Bárbara e do arquiteto Keil do Amaral, 1971
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