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Praia da Arrifana - Cabo de São Vicente Sagres

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Trail stats

Distance
30.58 mi
Elevation gain
2,254 ft
Technical difficulty
Moderate
Elevation loss
2,500 ft
Max elevation
513 ft
TrailRank 
55
Min elevation
-32 ft
Trail type
One Way
Moving time
10 hours
Time
11 hours 3 minutes
Coordinates
8551
Uploaded
April 16, 2022
Recorded
April 2022
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near Praia da Arrifana, Faro (Portugal)

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Itinerary description

Etapa 5
Arrifana ao Cabo de São Vicente 49,22km
Acumulado 173,26km

Saída do alojamento bem cedo, mas já o dia tinha nascido. Inicialmente preocupado com o músculo da perna esquerda, tinha estado a tratar dele, mas agora era a prova real. Vou pela estrada em direção ao trilho que está marcado, foi fácil de voltar a encontrar. Pouco tempo depois de sair da zona urbana entro no campo, alguns caravanistas estão também nessa zona, mas ainda tudo a dormir. O trilho segue pelo interior para contornar a ravina que vem da zona da arrifana e ao fim de três quilómetros e meio avisto o mar. Reparo em muitos carros de todo o terreno estacionados junto das falésias, era feriado, então certamente havia mais pescadores. E realmente conforme me aproximei da costa lá estavam eles, em alguns locais havia tantos em cima da mesma pedra que devia ser um festival com as linhas todas emaranhadas. Mas cá em cima o meu desporto era outro, desfrutar da beleza daquelas paisagens.
Inicio o primeira descida íngreme do dia para a Praia do Canal, que para o meu conceito de praia, habituado às finas areias da Tróia deixa muito a desejar, visto ser só calhaus. Mas de uma dimensão considerável. O bom das descidas até à praia é que permite observar a paisagem
dos mais variados ângulos e lá vou eu umas vezes a gravar em vídeo outras a fotografar, é impossível alguém ficar indiferente a tanta beleza.
Cá em baixo junto ao mar alguns caminhantes estavam a arrumar as mochilas para partirem, tinham passado ali a noite. Como estas praias não têm continuação ao longo da costa a solução é seguir o caminho e subir a encosta contrária, um caminho íngreme que num quilómetro e meio me leva dos zero aos 150 metros de cota. Foi a primeira subida do dia e permitiu aquecer definitivamente os músculos. A perna continuava bem, era o que se queria. Mais uma incursão no interior algarvio para contornar os declives acentuados junto da costa, mas aos 13km a subida até um marco geodésico mostra novamente a beleza do nosso litoral. Dali segue um caminho sempre pelo alto das falésias que dá acesso a vários locais de pesca, a avaliar pelas viaturas estacionadas. Este trilho termina com a magnífica vista para a Praia da Carrapateira, a maior que encontrei ao longo de todo o percurso. Desço até à praia e como estava a maré vazia aproveitei por caminhar por essa zona de areia compactada e molhada. Mais fácil para fazer a travessia da praia. No lado por onde entrei não havia ninguém, mas no lado oposto os turistas e "veraneantes" já eram muitos. Quase como um ritual desciam os passadiços até à praia e depois lá voltavam a subir com alguma dificuldade porque aquilo é íngreme. Também eu os subi porque o trilho continuava ao longo da costa lá em cima. Ao longo dos próximos 5km o caminho permite a passagem de carros, é um estradão largo e com muitos miradouros construídos em madeira que permitem uma aproximação segura das falésias, por incrível que pareça poucas pessoas a usufruir daquela obra. Até um restaurante há nesse troço do caminho. As paisagens destes miradouros são realmente dignas de serem apreciadas. Para mim ainda bem que pouca gente passava lá de carro, menos pó. Termina com a descida para a praia do Amado, local onde tinha combinado merendar com a Ildocas. Ainda ia a descer, logo a avistei num dos passadiços que dá acesso à praia. Fomos até ao areal e a merenda foi ai, estava com 23km de marcha, já apetecia comer qualquer coisa. A água tinha ficado no carro e como o meu caminho era seguir em frente não achei necessário voltar atrás para abastecer, íamos nos voltar a encontrar em Vila do Bispo, depois abastecia. Uma decisão que mais tarde se veio a revelar errada.
O caminho segue ao longo da praia e sobe a falésia, para depois logo de seguida descer até ao areal seguinte. Na verdade os próximos quilometros são uma sequência de subidas e descidas por trilhos de rara beleza, mas que também exigiram muito esforço e claro muito consumo de água. Finalmente uma última descida até à Praia Murração completa esta sequência. Um caminho íngreme que leva até à cota de 100 metros, vai na direcção do interior, penso que já vou a caminho de Vila do Bispo, está tudo a correr bem. Mas passados alguns quilometros volta para a costa, até uma das maiores falésias que pude apreciar ao longo de todo o percurso. Chego a uma zona onde praticamente perdi a marcação, porque me parecia ser uma falésia sem saída para lado nenhum. Consulto o GPS e lá indicava o caminho para uma zona que vista do ângulo que eu estava era um precipício. Mas quando me aproximei lá estava o caminho e as marcações, duas caminhantes vinham a subir visivelmente cansadas. A paisagem era de cortar a respiração, tal como o caminho que tinha de descer. A descida foi feita com todo o cuidado, uma queda ali podia ser muito perigosa. Com cuidado para poupar os joelhos sempre que possível parava para fotografar e gravar. A tentação de gravar enquanto descia era grande e ainda o fiz algumas vezes, mas era mais seguro ter as mãos livres se fosse necessário. Apesar das dores nos pés e nos joelhos, foi das descidas mais bonitas que fiz até hoje, não há foto ou vídeo que consigam reproduzir a beleza daquela paisagem e a emoção de estar ali.
Cá em baixo várias pessoas com máquinas fotográficas tinham descido pela encosta contrária, num passeio até às praia. Eu perdi pouco tempo lá em baixo, rapidamente inicie a subida que menos perigosa, certamente não ia ser mais fácil. Durante a subida passei por duas caminhantes italianas, uma visivelmente cansada e outra que subia com facilidade mas também reconheceu que era duro.
Depois deste caminho que elevou em pouco tempo do nível do mar aos 152 metros de cota, finalmente o trilho segue para o interior, num longo estradão. Ainda só tinha comido uma sandes, então aos 32km comi mais umas bolachas. O esforço adicional das falésias tinham gasto muita energia, mas comer agora também aumentou o consumo de água. Então, ainda antes de chegar a Vila do Bispo a água acabou. Não era grave, não estava no deserto do Saara, mas se pretendia fazer uma caminhada tão longa é bom que tudo esteja a funcionar, então entrei em contacto com a minha assistente pessoal que já estava na Vila para vir ao meu encontro. E ao contrário do que sempre desejo quando estou a caminhar, que é fugir das estradas, fiz uma pequena alteração no percurso que me levou rapidamente à estrada. Abastecimento feito, depois segui o resto do tempo pela estrada até à Vila do Bispo, onde ia almoçar.
Dali até à conquista do farol do Cabo de São Vicente faltavam apenas 13km, tratei também dos pés, troquei de meias, tudo pronto para o final. Agora era fazer uma marcha daquelas que as pessoas vão fazer aos fins de semana, disse que dentro de duas horas e meia ia lá estar e parti feliz por me sentir bem, claro que estava cansado, mas sem dores.
O caminho daqui para a frente é muito plano, um longo estradão com searas acompanha do lado esquerdo, do lado direito um terreno vedado com animais. O vento fica mais forte o que é bom, está calor e assim fica mais fresco. Ao fim de algum tempo avisto pela primeira vez o farol do Cabo de São Vicente, meio encoberto pela neblina marítima, quase que uma visão, o objetivo estava ali, em linha de vista. Reparo que as marcas brancas e vermelhas do GR da Costa Vicentina seguem na direcção do farol, mas o trilho dos pescadores ainda tinha mais surpresas, leva-me de volta à costa, onde posso observar a Praia da Ponta Ruiva e a Praia das Eiras. A passagem perto da Praia do Telheiro permite ver os inúmeros surfistas lá em baixo a aproveitar as ondas, contornar esta praia também obrigada a transpor algumas linhas de água com uma paisagem de grande beleza. Finalmente entro no Cabo de São Vicente e o trilho segue sempre junto da falésia, depois desvia para o interior e tinha de passar por uma última provação antes da conquista. O caminho é formado por um "estradão" de perdas, afloramento rochoso superficial constituído por arestas rochosas. Era complicado ver a orientação do caminho, porque não era possível dar um passo sem ter de olhar onde por os pés e equilibrar nas arestas das pedras. Durante algum tempo caminhei assim, era difícil mas achei que era também uma excelente massagem para os pés, parecia uma sessão de reflexologia.
Já a pouca distância do farol entro na estrada, muitos turistas e visitantes nas nenhum com a sensação de vitória que eu sentia por ter caminhado 49km até ali.
Fui até ao farol, terminei lá o vídeo do caminho e também lá terminou um caminho que iniciou cinco dias antes, num dia chuvoso na praia de São Torpes. Foi dos caminhos mais bonitos que fiz até hoje. Ao percorrer este caminho encontrei centenas de estrangeiros que vêm a Portugal apreciar a beleza da nossa costa e apenas dois casais portugueses. Não é de estranhar, porque até eu tive conhecimento da existência deste Caminho através de jovens italianos que estão a estagiar em Portugal. Tantas vezes vamos para o estrangeiro ver o que lá há para visitar e esquecemos a beleza que temos aqui em Portugal.
É um caminho que eu quero repetir, com mais tempo, com mochila às costas a caminhar em autonomia.
Agradeço a todos os que me acompanharam à distância, com o vosso incentivo e à Ilda que dedicou a semana de férias a acompanhar o doido do marido.
Em breve novas aventuras, porque a vida é para ser vivida e não para passar por ela.

Waypoints

PictographPavement ends Altitude 260 ft
Photo ofSair da estrada

Sair da estrada

PictographWaypoint Altitude 310 ft
Photo ofVista da costa ao amanhecer

Vista da costa ao amanhecer

PictographWaypoint Altitude 118 ft
Photo ofPraia do Canal Photo ofPraia do Canal

Praia do Canal

PictographWaypoint Altitude 461 ft
Photo ofRestaurante

Restaurante

PictographWaypoint Altitude 259 ft
Photo ofVista para o Marco Geodésico

Vista para o Marco Geodésico

PictographWaypoint Altitude 156 ft
Photo ofVista para a Praia da Carrapateira

Vista para a Praia da Carrapateira

PictographWaypoint Altitude 190 ft
Photo ofPraia da Carrapateira Photo ofPraia da Carrapateira Photo ofPraia da Carrapateira

Praia da Carrapateira

PictographWaypoint Altitude 127 ft
Photo ofMarco Geodésico

Marco Geodésico

PictographWaypoint Altitude 132 ft
Photo ofVista da Costa

Vista da Costa

PictographWaypoint Altitude 90 ft
Photo ofCosta vicentina Photo ofCosta vicentina Photo ofCosta vicentina

Costa vicentina

PictographWaypoint Altitude 125 ft
Photo ofRestaurante

Restaurante

PictographWaypoint Altitude 145 ft
Photo ofVista da praia do Amado

Vista da praia do Amado

PictographWaypoint Altitude 17 ft
Photo ofPraia do Amaro Photo ofPraia do Amaro Photo ofPraia do Amaro

Praia do Amaro

PictographWaypoint Altitude 181 ft
Photo ofVista da praia do Amado

Vista da praia do Amado

PictographWaypoint Altitude 199 ft
Photo ofVista da praia

Vista da praia

PictographWaypoint Altitude 248 ft
Photo ofRavina

Ravina

PictographWaypoint Altitude 230 ft
Photo ofEnseada

Enseada

PictographWaypoint Altitude 243 ft
Photo ofVila do Bispo Photo ofVila do Bispo

Vila do Bispo

PictographWaypoint Altitude 407 ft
Photo ofCeara

Ceara

PictographWaypoint Altitude 466 ft
Photo ofRádio farol Photo ofRádio farol

Rádio farol

PictographWaypoint Altitude 291 ft
Photo ofCosta Photo ofCosta

Costa

PictographWaypoint Altitude 246 ft
Photo ofVista do Cabo de São Vicente

Vista do Cabo de São Vicente

PictographWaypoint Altitude 205 ft
Photo ofFarol do Cabo de São Vicente Photo ofFarol do Cabo de São Vicente

Farol do Cabo de São Vicente

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