PR6MTR Rota do Contrabando - Tourem
near Tourém, Vila Real (Portugal)
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Itinerary description
Ainda antes de começarmos, hora de um café no Paris em Tourém e dois dedos de conversa com as únicas pessoas "acordadas" da aldeia, que aos donos do café se juntaram para ali passarem um bocado da tarde que outro sítio parecia não haver. Cuidado que vai chover muito! vejam antes aqui o museu aconselhavam-nos. Temos que ir - respondemos - senão já não chegamos de dia. Ficamos em Randín pois o nevão abateu-se depois do granizo... Era tarde e só já chegaríamos de noite.. c as costas molhadas, resolvemos pedir boleia no trajecto de estrada à saída de Randín ao primeiro carro que passou. O amigo David ainda hesitou, mas não resistiu e parou. E os 65 javalis que tinha apanhado desde o princípio da época e as 23 corças (...) que apesar do choque que nos deu são um testemunho de um viver antigo... Que ia para o Porto muitas vezes levar viajantes ao aeroporto num dos seus dois táxis mas que hoje não era dia de trabalho ou talvez fosse o dia em que a sua missão não era deixar 2 caminheiros à neve com o fim de tarde a anunciar-se..e 8 km de monte à frente "Vamos só ali passar em minha casa , que já vos levo" exclamou. Lá fomos debaixo do nevão que tapava quase todo o pára-brisas excepto aquela parte em que as duas escovas a muito custo teimavam em manter translúcida. ...criiii...criii...uma escova tinha saltado ficando a haste a raspar no vidro. Insisti em ajudar, porque era o mínimo que podia fazer depois daquele gesto amigo. E lá chegamos ao Paris. "Adeus amigo David e muchas gracias! Mais um café retemperador e ouvir que bem nos tinham dito que o tempo estava rigoroso. No dia seguinte havia que acabar...depois de irmos "saudar" o Paris. "Então vão outra vez caminhar? E ontem sempre conseguiram passar a serra? Explicamos que tinhamos correntes e que embora nevasse, tinhamos passado. Lá fomos até Randín. Que a barragem de Salas pouca água tinha, deixando ver a velha ponte agora a descoberto e outras "ossadas" normalmente escondidas...o testemunho ainda do seco verão. Um pouco mais andamos e íamos vendo e ouvindo os caçadores com os seus cães que nos visitavam esperando um afago. Chegava a hora do almoço e abrigamo-nos do que ventava na margem da barragem que agora não era mais do que um rio. Seguimos e lá víamos Randín. Aqui passaramos ontem em sentido contrário e com outro cenário, hoje menos severo, mas igualmente menos belo. Tinhamos acabado o trilho, não sem antes passar no largo da aldeia onde estavam três homens em pé com as suas bengalas, que estacaram ao nos verem. "Aqui não há nada! fechou tudo! se querem café têm que ir a Tourém! Obrigado e muita saúde dissemos. Agora havia que ir pela estrada que cortava o trilho a meio, com destino a Tourém. Assim fizemos. De volta ao Paris lá estavam os aldeões do costume, mas havia outro; o Sr Eliseo. Que vinha de Randín, que lá não havia nada! Aqui ainda há alguma gente! Sabe, tenho 89 anos e para não ficar maluco faço este artesanato! exclamou mostrando-nos a bengala. E pegue lá que isto serve para por canetas. Agradeci a pequena "fatia" de tronco de árvore singelamente furada para colocar as canetas. Obrigado e muita saúde. Despediu-se e dirigiu-se para o carro arrancando com a firmeza de alguém que com 89 anos só o poderá fazer assim se tiver ainda muita agilidade mental.
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