PR6 MCN - Caminhos de Tongobriga (c/novo traçado)
near Freixo, Porto (Portugal)
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Itinerary description
NOTA: este trilho foi recentemente intervencionado e remarcado, tendo por isso sofrido algumas alterações relativamente ao original. As marcações, de uma forma geral, estão bem visíveis. No entanto, existe um ou outro local que requer alguma atenção, de forma a evitarem-se enganos desnecessários.
- Trilho circular com marcações, com início e fim na Estação Arqueológica do Freixo / Tongóbriga (opcional);
- Decorre em torno dos limites da cidade romana de Tongobriga - aldeia do Freixo, pelos vales adjacentes, cruzando lugares e terrenos agrícolas. Por opção, iniciou-se o trilho junto ao Forum e seguiu-se na direção contrária aos ponteiros do relógio;
- Misto de caminhos rurais, caminhos de terra e estradas em paralelo;
- Trilho muito acessível, sem declives acentuados e que não apresenta troços técnicos nem de especial exigência física;
- É um trilho com alguma exposição solar (embora também tenha vários trechos com sombra). É excelente para ser feito na primavera ou no outono. Nos meses de inverno, se chover, torna-se bastante escorregadio e, no verão, a exposição solar pode tornar algumas zonas demasiado quentes;
- Destaque para a herança histórica da cidade romana de Tongobriga e para a indissociável aldeia do Freixo (aldeias de Portugal), cujos legados são interessantíssimos. Visitar os vários locais requer tempo mas tal é altamente aconselhado;
- Ao longo do trilho existem ainda outros pontos de interesse, tais como as Poldras sobre o ribeiro de Covas, os vários moinhos de rodízio e os locais onde se pode adquirir o famoso pão caseiro do Marco e doces regionais; ;
- No seu todo, é um percurso muito acessível e bonito, que se percorre com facilidade e prazer pela sua diversidade de natureza rural. E a visita à Área Arqueológica do Freixo é uma experiência altamente gratificante, pela enorme importância histórica a ela associada. Altamente recomendado!
Outros percursos realizados nesta região:
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TRILHOS DE BAIÃO
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- PR6 MCN - CAMINHOS DE TONGOBRIGA (descrição desatualizada)
Caminhos de Tongobriga é um percurso circular, sinalizado, com início e fim na Rua da Associação Recreativa do Freixo e que corresponde ao PR6 MCN (Marco Canaveses). Este percurso leva-nos por vários locais dignos de interesse, entre os quais as Poldras do Ribeiro de Covas, a Igreja de Santa Maria do Freixo e a antiga cidade romana de Tongobriga - Museu e Fórum de Tongobriga. Saindo do Campo de Futebol do Freixo seguimos para o local de Covas com destaque para o Ribeiro de Covas, a Quinta da Torre e os moinhos de água. Caminhamos ao longo das margens do ribeiro em direcção à aldeia de Fontes com realce para a arquitectura local com casas de pedra, espigueiros, moinhos e fontes... Um dos locais mais bonitos são as Poldras do Ribeiro de Covas, local onde atravessamos o ribeiro saltando de pedra em pedra. O caminho continua por florestas exuberantes de carvalho, castanheiro, choupos, olivais e vinhedos em direcção à aldeia do Freixo e à antiga cidade romana de Tongobriga. A aldeia de Freixo está inserida na denominação das aldeias de Portugal, de ruas estreitas e casas em pedra, onde se realça a Igreja de Santa Maria do Freixo e o museu de Tongobriga. Tongobriga começou a ser escavada, em Agosto de 1980, num sítio chamado "capela dos mouros“, designação dada pela população local à pequena parte então visível das ruínas romanas. A estrutura castrejo-romana criada em Tongobriga, possivelmente pelo imperador Augusto, amadureceu política, administrativa e economicamente, resultando daí a instalação de uma cidade.
NOME: PR6 Caminhos de Tongobriga
EXTENSÃO: cerca de 8 km
TIPO DE PERCURSO: circular de pequena rota
DURAÇÃO: cerca de 2h30
GRAU DE DIFICULDADE: médio
ÂMBITO: histórico, natural e paisagístico
- ALDEIA DE SANTA MARIA DO FREIXO
A aldeia de Santa Maria do Freixo ocupa praticamente todo o espaço disponível no interior do perímetro amuralhado de Tongobriga. O seu centro – a igreja paroquial de Santa Maria e o respetivo adro – é também o centro do povoado castrejo, do núcleo urbano romano e da aldeia medieval. Organiza-se ao longo de uma estrada que constitui o seu eixo principal, o qual foi, até finais do século XIX, a única estrada de ligação entre Canaveses / travessia do Tâmega e a Régua / travessia do Douro. Esta situação só se alterou com a abertura de um novo troço da estrada nacional Porto – Régua, que passou a nascente da aldeia, retirando-lhe o sentido e o sustento, que era garantido pelos viandantes e potenciais clientes. A nova estrada polarizou o estabelecimento de casas comerciais, condenando as antigas “vendas” e “lojas” da aldeia ao encerramento. Como todas as povoações cuja fisionomia se deve à passagem de uma rua ou estrada principal, tem uma planta alongada, sendo que a quase totalidade das suas construções se situa à face dessa estrada. A maior parte das construções da aldeia é em granito local, muito dele reciclado dos edifícios romanos de Tongobriga. Quase todas datam entre finais do século XVIII e inícios do século XX. A época de maior construção, na aldeia, foi o século XIX. Poucas edificações datam já do século XX. Uma parte significativa dos mercadores que afluíam todos os anos à antiga e famosa “Feira da Quaresma” instalava as suas vendas em construções feitas com materiais perecíveis que, como tal, eram praticamente refeitas todos os anos e não resistiram ao tempo. Eram os “beirais” ou “alpendres” da feira. Porém, também havia edifícios de pedra que resistiram até aos nossos dias, como as residências da Abadessa, do Feitor e do Padre Cura. Algumas das casas em que se vendiam os produtos da Feira, como os doces ou os sapatos, também ainda se conservam. Chegaram também até nós algumas das “vendas”, pequenas janelas viradas para a rua através das quais se fazia diretamente a venda ao público. Realce, ainda, para alguns dos mais emblemáticos espaços da antiga Feira, como o Olival da Padeira, o Outeiro do Curral, a antiga Praça do Peixe, o Outeiro das Castanhas e dos Feijões, e a atual Rua dos Judeus, outrora chamada Rua dos Mercadores. Sobre a visita temática direcionada para a antiga “Feira da Quaresma”, podem obter-se mais informações em “Visitar” – “A Feira da Quaresma”. Salienta-se ainda o facto de estar atualmente instalada no andar superior do edifício da Junta de Freguesia do Freixo (integrada na freguesia do Marco desde 2013) e atual sede da Associação de Amigos de Tongobriga, uma exposição temporária dedicada ao 500º aniversário do mais antigo documento escrito sobre a Feira da Quaresma.
Waypoints
Estação Arqueológica do Freixo / Tongóbriga
Cidade romana edificada entre o final do séc. I e o início do séc. II sobre o que terá sido um castro. As estruturas que foram até agora identificadas – áreas habitacionais, necrópoles, fórum, teatro e edifício das termas – expressam a importância desta localidade, que chegou a ascender a civitas. O seu prestígio manteve-se para além da queda do Império, como o atesta a basílica paleocristã do séc. V. A Área Arqueológica do Freixo é composta de um povoado fortificado proto-histórico localizado num pequeno outeiro, do qual subsistem apenas algumas estruturas habitacionais de planta circular, para além do povoado romano, conhecido pela designação genérica de Tongobriga. Após a recolha realizada em 1882 pelo investigador vimarenense, Francisco Martins Sarmento (1833-1899), de um bloco granítico onde se fazia menção a Toncobriga, as escavações empreendidas até à data permitem afirmar que, entre os séculos I e II d. C., surgiu uma urbe nesta área, possivelmente na consequência de uma estratégia delineada pelos imperadores da dinastia flaviana no âmbito de uma política de ordenamento da Tarraconense. É no seu perímetro interno que encontramos diversas estruturas habitacionais, destacadas pelo seu carácter multicompartimental de planta retangular, algumas das quais parcialmente escavadas na rocha e outras totalmente erguidas com muros. Os edifícios encontram-se, contudo, implantados em pátios lajeados, com paredes interiores alisadas e estucadas, sendo que um dos dominadores comuns destas edificações é a existência de um sistema de esgotos. Mas além da área residencial, o povoado detinha toda uma zona perfeitamente delimitada e preferencialmente vocacionada para a produção artesanal especializada, que seria complementada por uma outra de carácter comercial, justificativa da construção de um forum, no centro do qual se erguia o templo.
“Casa do Capitão” / Solar dos Serpa Marques
A par do núcleo constituído pela Igreja paroquial, edifícios adjacentes ao adro, e Rua dos Judeus, este conjunto de edifícios é um dos mais notáveis da aldeia, não só pela imponência e qualidade arquitetónica do Solar, mas também pelo seu significado histórico. Situado no extremo Sul da povoação, já era considerado, na época da sua construção, como “subúrbio do Freixo”. No entanto, ainda se integra dentro do perímetro amuralhado da antiga Tongobriga. Para quem visita a aldeia do Freixo, hoje inserida num espaço classificado como Monumento Nacional, não passa despercebida a elegante fachada do Solar e seu terreiro frontal. Mas dificilmente será notada a modesta construção conhecida como “Casa do Capitão”, que – reza a tradição – terá sido a primitiva casa de António de Serpa Pinto. Desde que se mudou com sua mãe, do lugar de Covas onde nasceu, para o centro da aldeia, António de Serpa Pinto instalou-se numa humilde casa, ainda hoje conhecida como “Casa do Capitão, na qual, constou-nos, ainda vagueia a sua alma, preocupada com a defesa do povo, que de outra forma ficaria à mercê das infames ações do Marechal Soult e do seu temido General Loison, o célebre “Maneta”. A sua construção foi iniciada por António de Serpa Pinto nos últimos anos do século XVIII. Foi certamente pensado como habitação de família, constituída em 1797, por via do seu casamento com D. Maria Miquelina Vieira da Silva, habituada ao conforto da ilustre Casa da Ordem, em Canaveses. Um primeiro projeto, datado de 1795, jamais foi concluído. Três anos depois, em 1798, António de Serpa Pinto já está casado, já é pai, e também já é proprietário de, pelo menos, uma parte dos terrenos em que, ao longo de todo o século seguinte, iria crescer o Solar que ainda hoje está na posse dos seus descendentes. O núcleo central do Solar ainda se deveu a António de Serpa Pinto. A seu filho, Luís Máximo, deve-se a sua ampliação para Sul, através da construção de um novo módulo, de volumetria distinta (1853). Ao seu neto, Agostinho de Serpa Pinto, deve-se a capela privada, dedicada, por isso, a Santo Agostinho (1878) e o muro, gradeamento e portão do terreiro frontal (1885).
Igreja paroquial de Santa Maria do Freixo
Uma parte significativa do edifício que hoje vemos é o resultado da reconstrução realizada em 1968. A sacristia foi construída no século XIX e a torre sineira no século XVIII. Porém, a planta da igreja atual decalca a planta da igreja medieval e, em parte, a de uma domus romana, provavelmente utilizada, nos séculos V e VI, como primitivo edifício de culto da paróquia sueva de Tongobria, integrada na diocese portucalense. No pavimento do adro da igreja, está marcado, com pedra de tom amarelado, o perímetro da construção romana cujo piso estava revestido a mosaico polícromo, datável da segunda metade do século IV d.C. ou inícios da centúria seguinte. A Sul da igreja é ainda possível observar as ruínas de uma outra domus romana e parte de uma das ruas com que se estruturava a malha urbana.
Centro Interpretativo de Tongobriga
A Estação Arqueológica do Freixo dispõe de vários equipamentos que estão ao serviço dos seus visitantes: um Centro Interpretativo (no qual funciona a receção aos visitantes), com uma exposição permanente dedicada à mudança de vida dos habitantes de Tongobriga aquando da sua integração no Império Romano; um Restaurante / Cafetaria; um Auditório (no qual pode ser visualizado um documentário sobre o sítio), quatro núcleos de ruínas arqueológicas visitáveis e várias exposições temporárias. As ruínas da cidade romana de Tongobriga jazem sob a aldeia de Santa Maria do Freixo, no concelho de Marco de Canaveses. Distribuem-se por cerca de 15 hectares de área classificada como Monumento Nacional, sob gestão da Direção Regional de Cultura do Norte. Uma parte dessas ruínas já foram postas a descoberto pelos arqueólogos e podem ser visitadas: - Perímetro amuralhado com cerca de 13 hectares, abrangendo toda a aldeia do Freixo, dentro do qual são visitáveis bairros de habitações pré-romanas e romanas, construídas entre os séculos I e V d.C.; - O balneário castrejo (pré-romano), o fórum e as termas romanas, estes últimos datáveis dos séculos I e II d.C., situados fora do perímetro amuralhado, na base da colina em que se situa a aldeia do Freixo. Destacam-se, pela sua monumentalidade, o fórum e as termas romanas, que constituem o ex-libris deste sítio arqueológico.
Forum romano de Tongobriga
Desde a sua revelação nos anos 80 do século XX, o forum de Tongobriga destacou-se, pelas suas dimensões, como uma estrutura invulgar: 139 metros de comprimento por 68,5 de largura, uma área de quase 10.000 m2. Mais tarde, a identificação da muralha e a definição do espaço habitado permitiram também perceber que o forum não só tinha uma localização periférica, mas também exterior ao perímetro urbano e à área habitada. Contrariamente à ideia de forum como “praça pública”, por natureza um espaço aberto cuja configuração é definida pelo conjunto de edificações que a rodeia, e que, enquadrada na malha urbana, é servida por múltiplos acessos, em Tongobriga foi construído um “recinto” fechado, com uma só entrada, de acesso controlado, definido por um muro perimetral que o encerra. No seu interior, foram encontradas peças molduradas que poderão fazer parte de um altar, semelhante a outros da época de Augusto, que lembram as que faziam parte de um altar destinado a albergar uma estátua equestre que foi identificado no Monte Mozinho (Penafiel), embora este monumento tivesse uma inserção urbana distinta. O forum revelou ainda um imenso conjunto de estruturas negativas, que poderão estar relacionadas com estruturas de madeira, cobertas com materiais perecíveis. Algumas delas, compostas por várias séries de alinhamentos paralelos abertos no solo, assemelham-se às existentes nos horrea e preenchem de forma extensiva todo o recinto. Poderão estar associadas a construções destinadas a armazenamento, que requerem uma boa drenagem e arejamento.
Moinho 1 (rodízio)
A origem dos moinhos está intimamente relacionada com o aparecimento da agricultura e o consequente cultivo dos cereais. Numa primeira fase o homem utilizou a fricção de duas pedras, mós dormentes e moventes, para triturar os cereais obtendo desta forma uma farinha granulosa que desfeita em água era cozida e comida. Esta simples acção marca o início das técnicas moageiras que posteriormente evoluíram para aparelhos mais complexos onde a acção do vento ou da água era utilizada para pôr em funcionamento as mós que trituravam os grãos.
Associação Recreativa do Freixo
Local designado como ponto oficial de partida e chegada do percurso. Existe no local um placar informativo.
Capela da Sra. Aparecida
É uma construção curiosa, encrustada num rochedo e com uma vista sobranceira sobre a paisagem circundante. No entanto, encontra-se em ruínas, restando somente as paredes.
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Easy
Muito bom.
A sinalização no geral é boa. Alguns pontos que fica a dúvida sobre o caminho a seguir - no caso corrigidos pela aplicação wikiloc, senão tinha corrido menos bem...
Obrigado, gulfman1, pelo comentário e avaliação do trilho.
É de facto um trilho agradável e historicamente rico. Tem uma ou outra falha de marcação que poderia ser retificada... espera-se que a AARO e as juntas de freguesia estejam atentas!
Continuação de boas caminhadas!
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Easy
Um dos meus trilhos preferidos. Fácil, bonito e culturalmente muito interessante.
Bom para fazer com a família!
obrigado pela partilha. Boas caminhadas.
Obrigado, bioRAIA, pelo comentário e avaliação do trilho.
Vale mesmo a pena visitar Tongobriga.
Continuação de boas caminhadas!
Depois de fazer 4km desta trilha decidi encurtar caminho e voltar para trás. Muito mau para ser verdade, não tem praticamente nenhuma, a maior parte do caminho passa por zona habitacional onde só se vê campos vedados e quando dei por mim estava numa zona industrial, que foi quando cheguei ao meu limite e decidi voltar para trás. Desaconselho veemente a fazer este percurso, mas cada um é livre de o fazer se o quiser.
Caro Francisco Fernandes, tem a certeza que não se enganou no trilho? Se calhar queria ir para a montanha e foi parar ao Marco de Canaveses... pode acontecer! Mas pense de forma positiva: pelo menos ainda caminhou 4 kms mais o atalho para regressar ao início. Nem tudo se perdeu!! Votos de caminhadas mesmo BOAS!!!
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Easy
Um trilho clássico da rede de percursos pedestres do Marco de Canaveses. Fácil, descontraído e com a particularidade de passar pela cidade romana de Tongobriga, que merece absolutamente ser visitada. Uma boa caminhada! Abraço.
Obrigado, Aiguille du Midi, pelo comentário e avaliação do trilho.
É um percurso muito acessível, agradável e com a possibilidade de se visitar as ruínas romanas de Tongobriga. Grande abraço!