PR6 AMT - Rio Marão
near Anciães, Porto (Portugal)
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Itinerary description
ANSIÃES
Ansiães pertence ao Concelho de Amarante dista 18 quilómetros da sede concelhia, e é uma das freguesias do Marão Ocidental. Confronta a nascente, com a freguesia de Campeã (Vila Real), a sul, com a freguesia de Teixeira Concelho de Baião), a poente e a norte, com as freguesias de Candemil, Várzea e Aboadela. É a maior freguesia do concelho, com 26,43 quilómetros quadrados, e regista o menor nível de densidade populacional. A sua rede de acessibilidades é constituída por um IP e por uma EN, estando o transporte rodoviário assegurado por uma carreira de transportes públicos que circula diária e regularmente. A sua população está distribuída por núcleos. Um formado pelos lugares de Casal, Muro, Eido, Peso, Coval, Estrada e Soleiro que se situa na parte central da freguesia, em vale profundo atravessando o Rio Marão. O outro, situado junto ao Rio Póvoa a três quilómetros para sul, e é constituído pelos lugares de Fervença e Póvoa. Do povoamento inicial da freguesia, há conhecimento de um acompanhamento Romano, pelo que se encontram vestígios de uma antiga estrada Romana. Ansiães começa a ser citada como paróquia independente no início do século XIV. A antiga freguesia de S. Paio de Ansiães era vigararia anexa á abadia de Bustelo, e da apresentação da mesma abadia, pertenceu ao concelho de Gestaçô até Outubro de 1855, data em que este foi extinto. Assim, passa a Freguesia e a integrar definitivamente no Concelho de Amarante. O seu orago é S. Paio. O baldio de Ansiães, com 2500 hectares, de relevo muito acentuado, eleva-se aos rios Marão, Ramalhoso e Póvoa. Este terreno sofreu ao longo dos tempos várias apropriações. Em fins do século XIX, foi objecto de uma querela entre a freguesia e a câmara de Amarante, a quem pretencia todo o baldio. Por decisão do tribunal, em Dezembro de 1891, foi reconhecido como parte integrante da freguesia de Ansiães. O baldio sempre assumiu um papel determinante na vida dos habitantes da freguesia, porque era local de pasto do gado ovino, caprino e bovino. Os habitantes usufruíam dos recursos naturais, como a água e a madeira, e também praticavam a apicultura de onde obtinham cerca de 500 litros de mel. Este era muito utilizado para fins terapêuticos. A florestação do terreno, determinada pelo Estado Novo, em 1916, restringiu o acesso da população ás pastagens e condicionou o corte de lenha e de mato. Tal factor ajuda a compreender o decréscimo que se verificou em actividades como a agricultura e a pecuária, registado nessa época, assim como o surto de emigração na década de 60. No entanto, a percentagem que a freguesia recebeu, respeitante a venda de madeira do baldio, foi aplicada na reparação, alargamento e calcetamento de caminhos, abertura de ligações entre os diversos lugares de Ansiães, instalação de rede de abastecimento de água, construção do centro social, do jardim de infância, do parque de jogos e de lavadouros públicos, contribuindo assim, para o desenvolvimento da freguesia. Na reflorestação necessária após o grande incêndio que ocorreu em 1985, procurou-se diversificar as espécies plantadas, intercalando pinheiro bravo com espécies de folha caduca, tais como o carvalho e castanheiro. Criou-se ainda pontos de abastecimento de água contra incêndios e abriram-se estradas no interior do baldio.
PR6 AMT - RIO MARÃO
A pequena Rota PR6 - Rio Marão inicia-se no centro do povoado de Ansiães a partir do Largo da Pinha próximo da sede da Junta de Freguesia. Segue por caminho em calçada antiga, de feição ascendente, denominado caminho de "Santo António e atravessa os lugares de Eido, Peso e Coval. Depois de deixar o povoado segue-se em caminho de terra batida até ao Viveiro do Torno. A partir deste lugar aprazível, o itinerário ladeia a ribeira de Ramalhoso e segue por uma típica levada de água, em direcção às antigas minas de estanho e volfrâmio - as Minas de Ramalhoso. O percurso da levada é interrompido pela EN n.º 15 obrigando o caminheiro atravessar esta via com cautela, apesar do tráfego ser muito reduzido. Depois das minas, percorre-se um caminho florestal panorâmico em curva de nível, próximo da cota dos 900 metros de altitude. Os matos de carqueja e urze em plena floração sobressaem na primavera e é um encanto ver as encostas de cor amarelo, violeta e verde. Este caminho, criado após o grande incêndio ocorrido na serra do Marão em 1985, liga à casa de Guarda Florestal do Alto do Espinho e de novo á antiga Estrada Nacional. Trata-se da primeira casa de Guarda Florestal, construída de raiz, pelos Serviços Florestais, em 1919, em Amarante.Um ponto de paragem ideal para fazer uma pausa e refrescar o corpo com água de nascente do rio que dá o nome à peque na rota. Na vizinhança surge um edifício industrial inativo, uma unidade de produção de água de nascente - as "Águas do Marão". Um pouco mais além situa-se a Pousada de São Gonçalo. De modo descendente percorre-se o caminho antigo ao longo do Rio Marão que é atravessado por uma pequena ponte rústica em madeira. O caminho medieval que segue na margem esquerda serviu já no passado os povos da região para transpor a Serra do Marão. Mais abaixo surge uma pequena casa de abrigo já em ruínas. O caminheiro aqui pode observar uma floresta centenária de coníferas com exemplares arbóreos imponentes. Marca presença ainda outra flora e fauna associada aos habitats de montanha, especialmente pela presença de vegetação ribeirinha e frequência de diversas espécies de aves. Mais além surge o Túnel do Marão e os vestígios de um apiário antigo. É possível depois observar, já próximo da aldeia, alguns palheiros, cortes de gado, moinhos e a ponte de "Val de Baralha". Ao longo deste troço do percurso o caminheiro depara-se com a paisagem ruralizada, em vale. Já na aldeia, o olhar peculiar da gente da serra surpreende o caminheiro e quase sempre num rasgo da paisagem surgem as fantásticas encostas maronesas.
SERRA DO MARÃO
A Serra do Marão é uma formação montanhosa de origem xistosa e granítica, de formas abruptas, que atinge no seu ponto mais alto - a Senhora da Serra - os 1 415 metros. Distribuída pelo território dos distritos do Porto e Vila Real, faz a separação entre o Douro Litoral e Trás-os-Montes e constituíu, durante muitos anos, uma barreira difícil de transpor e que muito condicionou a mobilidade dos que moravam "para lá do Marão" (Trás-os-Montes). Hoje, é rasgada de poente para nascente pelo IP4 (Itinerário Principal nr. 4) que a aproxima do litoral português e de Espanha. Integrando a cadeia montanhosa que se prolonga pelo Alvão, a Serra do Marão tem uma área aproximada de 20.000 hectares, 75% dos quais contitui terreno baldio que se espalha pelos concelhos de Amarante, Baião, Vila Real, Mesão Frio, Santa Marta de Penaguião e Régua. "Bem alto é o Marão e não dá palha nem grão", diz o aforismo popular. Não dá, de facto, sobretudo a partir da quota dos 300 metros, mas a serra apresentou já enorme riqueza florestal, em boa parte dizimada por um violento incêndio ocorrido em Setembro de 1985. Ao todo, arderam então 3.000 hectares de floresta e mato (uma área equivalente a 300 campos de futebol!).
No geral este é um trilho de grande beleza e diversidade de paisagens e, provavelmente, o melhor PR que Amarante oferece.
Waypoints
Largo da Pinha - Painel informativo
Ponto inicial do trilho com painéis informativos acerca do mesmo.
Floresta Centenária
Floresta de Coníferas é uma floresta constituída por árvores de folhas persistentes, resinosas e com forma de agulhas, muito densa, constituída por pinheiros ou abetos, de folha persistente, cujas árvores têm a copa e pinhas em forma de cone. Localiza-se em latitudes com verões um pouco mais quentes, ventos menos fortes e maior abundância de água. Estas condições climáticas permitiram o desenvolvimento de um número reduzido de espécies arbóreas de folha perene (persistente, não cai), as coníferas, tais como o abeto, o pinheiro, a bétula e o larício. As coníferas aguentam muito bem o frio (até certos limites) porque, entre outras razões, as folhas pequenas e em forma de agulhas, possuem uma superfície pequena e portanto, a área exposta ao frio também é pequena, e perdem pouca água por transpiração; a sua resina protege os tecidos do frio e também ajuda a diminuir a transpiração; os ramos são muito flexíveis o que lhes permite resistir aos ventos e "dobram-se" quando estão cobertos com muita neve, fazendo-a deslizar até ao chão. Um dos locais mais encantadores deste trilho.
Casa de Guarda - Alto de Espinho
Em locais estratégicos, normalmente rodeados de floresta, foram construídas em tempos áureos as casas florestais. Durante décadas, os Guarda-florestais habitavam, juntamente com as suas famílias, estas casas tão bem projectadas, construídas e localizadas. Ali viviam e trabalhavam, percorrendo toda a sua área geográfica denominado de Cantão. Ninguém conhecia melhor a área do que o guarda-florestal, pois passava diariamente nos caminhos. Embora sujeitos às ordens dos Serviços Florestais, funcionavam como “gestores” dessas áreas. Desta forma, satisfaziam-se as vontades e necessidades da população e mantinham-se as florestas mais limpas. As próprias pragas florestais como escolitídeos, nemátodo, ou mesmo a processionária, eram controladas indirectamente pelo povo e pelo guarda-florestal.
Águas do Marão - Industria
Antiga zona de captação e engarrafamento da marca Águas do Marão.
Panorama - 2
Pousada do Marão - S. Gonçalo Edificada em 1942, esta Pousada está situada na Serra do Marão, com excelentes vistas para a mesma. Encontra-se entre as cidades de Amarante e Vila Real, a cerca de 20 km de cada uma. Além da decoração tradicional, com mobiliário em madeira esculpida e colchas em xadrez, a Pousada destaca-se pelos serviços de que dispõe.
Açude (Ribeira do Ramalhoso)
Construção feita num curso de água, destinada a deter ou desviar água para abastecimento, irrigação, produção de energia, etc.
Minas do Ramalhoso
Nas minas do Ramalhoso exploravam-se minérios de volfrâmio e estanho. Hoje abandonadas, com as suas casas de malta em ruínas, na margem esquerda do ribeiro. A nascente encontra-se na outra margem, junto de uma casa a quem os informantes chamam “casa das águas”, que deverá corresponder à tentativa de engarrafamento desta água, que hoje corre para o ribeiro, deixando no seu curso o lastro típico das águas ferrosas. A concessão, dada ainda no século XIX, terá sido anterior à exploração mineira e com certeza abandonada por causa do início dessa exploração. Pelos informantes foi mencionada outra tentativa de exploração das águas, mas que não terá sido aprovada: "A fonte do Ramalhoso é onde era as minas, tem as casas velhas e depois uma ponte a passar lá, é logo lá. Mas lá para cima para o Ramalhoso não deve passar o carro, deve ser 1 km ou pouco mais. Não tem nada que enganar lá dentro da floresta, chega ás casas abandonadas e ali, passa a ponte e a nascente está logo ali. Antes puseram a casa das águas, do lado de lá, essa casa não era das minas. Mas depois mais tarde o Mota tomou conta delas mas a água não foi aprovada, é uma água férrea." Nas antigas minas do Ramalhoso exploravam-se minérios tais como volfrâmio e estanho. Hoje encontram-se abandonadas, com as suas casas em ruínas, na margem esquerda do ribeiro. Este complexo mineiro pertence ao extinto Couto Mineiro do Marão, que compreende uma série de explorações de minério de Volfrâmio e Estanho de Ferro – sendo que este é o explorado nas minas conhecidas por Maria Isabel. Já em Vila Real, na freguesia de Campeã, existiu um complexo siderúrgico com altos fornos, onde se utilizava o minério de ferro proveniente do Marão e de Vila Cova. Só duas nações – e por razões diferentes – tinham desenvolvido a eletrosiderurgia: a Itália e a Noruega. A tecnologia escolhida para o Marão foi a norueguesa, sendo norueguês o forno (Elkem) e seus pertences. Valor e benefícios não se podiam negar ao empreendimento que custou muito sangue, suor e lágrimas. Portugal era o que era, não se desenvolveu como se desejaria ou como pretendíamos que se desenvolvesse, e a produção de gusa – ferro fundido primário – só a das Minas de Vila Cova excedia o consumo nacional, que, aliás, era já abastecido pela gusa de segunda fusão da Companhia Portuguesa dos Fornos Elétricos, em Canas de Senhorim (Viseu). Segundo reza a história, um certo dia veio um sucateiro italo-brasileiro e arrematou por dez reis de mel coado os fornos de Vila Cova, da Milnorte e todos os outros que havia em Portugal, levando-os para a Venezuela…
Posto Aquícola do Torno
Dedica-se exclusivamente à produção de trutas comuns e arco-íris, destinadas à indústria ou ao repovoamento dos rios. Este posto que começou a dedicar-se à produção de trutas em 1945, está localizado no rio Torno, também chamado de ribeira da Ramalhosa, e aproveita uma curvatura natural deste curso de água para a produção de trutas. O posto dispõe de 7 tanques de reprodução, de uma sala de incubação, 4 tanques de alevinagem e 4 tanques de engorda.
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