PR5 BTC - Trilho do Guerreiro (alargado)
near Campos, Vila Real (Portugal)
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Trail photos
Itinerary description
PANORÂMICA DO VALE DO RIO BEÇA
SOUTO (LAMEIROS DE VILAR)
- Regresso a terras do Barroso para percorrer mais um trilho oficial desta região, o PR5 BTC - Trilho do Guerreiro, um percurso circular com marcações, com início e fim na aldeia de Campos, concelho de Boticas (opcional);
- Por opção, decidiu-se alargar o trilho oficial até à aldeia de Campos;
- Decorre por encostas e vales da Serra do Barroso, desenvolvendo-se no início por caminhos rurais entre lameiros ao redor da aldeia de Campos antes de se entrar em ambiente mais serrano, com o percurso a cruzar o alto do Outeiro Lesenho. Posteriormente, inicia-se uma longa e suave descida, entre carvalhais e matos, até ao vale do rio Beça. Aí chegados, o percurso acompanha o rio a montante, naquele que é um dos troços mais belos deste trilho, na direção do Boticas Parque - Natureza e Biodiversidade (ressalve-se que este parque é simplesmente FANTÁSTICO, muito bem organizado e preservado, com excelentes condições para aí se passarem momentos de puro relaxe e convívio). No extremo do parque encontra-se um dos seus ex-libris, a Ponte Pedrinha. Tendo em conta que este troço é linear e coincidente com o PR4, é necessário regressar à bifurcação à entrada da aldeia de Vilar, de forma a retomar o Trilho do Guerreiro. Nesse local, tomaram-se duas opções: a primeira foi a decisão de atravessar as vielas da aldeia, que vale a pena ser visitada, e a segunda foi fazer um desvio na direção do restaurante Casa de Vilar, para a merecida pausa de almoço. Daí prossegue-se agora na direção do Marco Geodésico do Monte Vigia, atravessando pelo caminho vários soutos e lameiros limítrofes da aldeia de Vilar. Após a subida ao Marco, o percurso aponta na direção da Chã do Lesenho, onde se entra no troço final que nos leva de volta ao centro da aldeia de Campos, ponto de partida para este percurso. Este trilho segue no sentido contrário ao dos ponteiros do relógio e os desníveis mais acentuados que apresenta são a subida ao Outeiro Lesenho e ao Marco Geodésico do Monte Vigia;
- Ao longo do trilho passa-se por vários pontos de interesse, nomeadamente o casario granítico das aldeias de Campos e de Vilar, assim como as suas capelas devotas a Santo Amaro e a Nossa Senhora da Guia, respetivamente e os lameiros (prados), carvalhais e soutos em redor das aldeias, a Mamoa e o Castro de Outeiro Lesenho, o vale e as margens do rio Beça com os bosques de vegetação ripícola envolventes, as poldras sobre o rio e respetivos moinhos de rodízio (Gaivão e Ponte Pedrinha), o Boticas Parque, com as suas excecionais instalações e espaços naturais, a Ponte Pedrinha, o Marco Geodésico do Monte Vigia e, sem dúvida, a paisagem deslumbrante sobre todo o relevo da Serra do Barroso, com a sua tão característica "manta" de terrenos agrícolas e vegetação autóctone, que fazem jus ao reconhecimento da região do Barroso como património agrícola mundial;
- Também por opção, conforme mencionado acima, fizemos um pequeno desvio após sair da aldeia de Vilar, para almoçarmos no magnifico restaurante Casa de Vilar, local onde é possível desfrutar-se de uma excelente refeição de cozinha regional e a preços excecionais;
- Este percurso está bem marcado nos dois sentidos mas, tendo em conta os troços alargados e os desvios do trilho oficial, o uso de GPS será uma ajuda preciosa;
- Misto de caminhos rurais e serranos, em terra, e alguns arruamentos;
- Trilho com características moderadas tendo em conta a distância que se tem de percorrer, assim como alguns desníveis mais pronunciados, nomeadamente no acesso ao Castro do Outeiro Lesenho e ao Marco Geodésico do Monte Vigia. Durante as estações de maior precipitação atmosférica, alguns destes terrenos ficarão facilmente enlameados e as travessias do rio Beça sobre Poldras poderão ficar comprometidas. Se chover, com vento e neblina, as dificuldades serão acrescidas. Botas e bastões são essenciais;
- Do ponto de vista paisagístico é um trilho muito bonito, bem desenhado, que dá a conhecer parte do "mosaico" agrícola típico desta região, os lameiros (onde o verde é a cor dominante da paisagem), as encostas da serra com os seus bosques e carvalhais, a vegetação ripícola junto ao rio Beça e os vários soutos espalhados por este território rural. É um percurso com alguma sombra (sobretudo no troço junto ao rio Beça), mas também com partes bastante expostas ao sol, o que pode ser mais complicado em dias quentes. No entanto, é perfeito no outono e na primavera. Nas aldeias e no Boticas Parque é fácil tratar da provisão de água;
- No seu todo é um percurso paisagisticamente belíssimo, que percorre ancestrais caminhos rurais, com vistas panorâmicas de excelência sobre as encostas da Serra do Barroso, que no outono e na primavera adquirem uma beleza extraordinária. Recomendado!
PANORÂMICA DO OUTEIRO LESENHO
GUERREIRO GALAICO-ROMANO NO CASTRO DO OUTEIRO LESENHO
Outros percursos realizados nesta região:
PR1 BTC - Trilho de Covas do Barroso
PR2 BTC - Trilho dos Lameiros do Barroso
PR4 MTR - Trilho do Rio
PR2 MTR - Trilho do Ourigo (c/desvios à Senhora das Treburas e ao Parque Fluvial do Cávado)
PR8 MTR - Trilhos de D. Nuno e minas da Borralha
PNPG - Circular à Albufeira de Paradela (c/desvio a Outeiro e Loivos)
À volta de Vilarinho de Negrões
À volta das minas da Borralha
CANCELA DE MADEIRA (LAMEIROS DE CAMPOS)
CASARIO GRANÍTICO DA ALDEIA DE CAMPOS
- PR5 BTC - TRILHO DO GUERREIRO
O Trilho do Guerreiro privilegia a passagem em caminhos públicos, tradicionais e antigos, enveredando pela aldeia de Vilar, o rio Beça, as poldras de atravessamento do rio Beça, o Castro do Outeiro Lesenho e a Mamoa de Chã do Lesenho (monumento funerário megalítico).
Tem uma extensão total de 16,2 km e é circular, tendo o seu início e fim no Boticas Parque - Natureza & Biodiversidade. O percurso acompanha a margem direita do rio Beça e segue para a aldeia de Vilar, dirigindo-se, depois, para o Castro do Outeiro Lesenho, classificado como Imóvel de Interesse Público. Trata-se de um povoado fortificado que se instalou num outeiro a cerca de 1070m de altitude, tendo sido ocupado desde a Idade do Ferro até ao Período Romano. Nesse local, encontra-se uma réplica das quatro estátuas originais do Guerreiro Galaico, esculpidas em granito, atualmente visitáveis no Museu Nacional de Arqueologia, em Lisboa. De seguida, a Rota reencontra a margem direita do rio Beça até regressar ao Boticas Parque - Natureza & Biodiversidade.
- TIPO DE PERCURSO: circular, de pequena rota
- ÂMBITO DO PERCURSO: paisagístico, rural e natural
- LOCALIZAÇÃO DO PERCURSO: Boticas, Vila Real
- PONTO DE PARTIDA / CHEGADA: Boticas Parque - Natureza e Biodiversidade
- DURAÇÃO DO PERCURSO: 05h30
- DISTÂNCIA PERCORRIDA: 16,2 km
- GRAU DE DIFICULDADE: médio alto
- DESNÍVEL POSITIVO / NEGATIVO: +524m / -524m
- COTA MÍNIMA / MÁXIMA: 719m / 1038m
- ÉPOCA ACONSELHADA: todo o ano
MATOS RASTEIROS (PORMENOR DO PERCURSO)
PANORÂMICA DA SERRA (LAMEIROS DE CAMPOS)
- BARROSO, PATRIMÓNIO AGRÍCOLA MUNDIAL
A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) reconheceu a região do Barroso como património agrícola mundial.
O Barroso é o primeiro território português a integrar os Sistemas Importantes do Património Agrícola Mundial (GIAHS, «Globally Important Agricultural Heritage Systems») e um dos primeiros a ser aprovados na Europa. O GIAHS é um processo promovido pela FAO que visa identificar e certificar, em todo o mundo, os sistemas de agricultura tradicional que, pelas suas características notáveis do ponto de vista da diversidade, saber tradicional, biodiversidade, paisagem, modelo socioeconómico e resiliência face às alterações humanas, climáticas e ambientais, possam contribuir para melhorar a gestão dos modernos agro-sistemas.
O processo de candidatura foi desenvolvido em parceria pela Associação de Desenvolvimento da Região do Alto Tâmega (ADRAT), as câmaras de Boticas e Montalegre, as Universidades do Minho e de Trás-os-Montes e Alto Douro, organizações e associações de produtores agrícolas, profissionais do sector e cidadãos da região.
Tendo em conta o atraso desta região profundamente deprimida (o PIB per capita da região norte de Portugal encontra-se 35 % abaixo da média da UE), pergunto à Comissão se existem instrumentos específicos de apoio que permitam tirar partido deste novo estatuto e evitar que se acentuem ainda mais as assimetrias sociais e territoriais.
Na base da distinção estão as tradições que o povo do Barroso mantém na relação com o ambiente em atividades como a agricultura, a silvicultura e a pastagem. Com ocupação humana há milhares de anos, esta área do Norte de Portugal mantém uma economia de subsistência rural. A FAO destaca, ainda, o facto de a região manter áreas ambientais muito significativas e relativamente intactas.
CASARIO GRANÍTICO DA ALDEIA DE VILAR (PORMENOR DO PERCURSO)
LEVADA (BOTICAS PARQUE - NATUREZA E BIODIVERSIDADE)
- SERRA DO BARROSO
Sendo a oitava maior elevação de Portugal Continental, atingindo 1279 metros de altitude máxima, a Serra do Barroso é uma formação que faz parte do Maciço Antigo, a maior e mais antiga unidade morfoestrutural da Península Ibérica com mais de 250 milhões de anos. Daí que nela predominem o xisto e o granito, ainda que nas suas encostas cresçam pastagens que alimentam o gado lanígero e o bem conhecido gado barrosão. Delimitada pelos rios Tâmega e Cávado, do seu ponto mais alto – os “Cornos do Barroso”, dois coutos que se assemelham e esta característica bovina – avistam-se as serras do Larouco, Cabreira, Gerês e Marão. As variações de altura desta serra proporcionam uma diversidade de habitats que, por sua vez, favorecem o aparecimento de grande variedade de cogumelos e, a nível da fauna, espécies como o javali ou a lebre, o que tornam esta região especialmente propícia à caça. De salientar as aldeias típicas de Alturas do Barroso e Covas do Barros, com os seus telhados de colmo, o Castro do Lesenho e as nascentes de Carvalhelhos.
VEGETAÇÃO RIPÍCOLA JUNTO AO RIO BEÇA
AMANITA MUSCARIA (AGÁRIO-DAS-MOSCAS, MATA-MOSCAS, ROSALGAR, MATA-BOIS OU FRADES-DE-SAPO)
Waypoints
Mamoa de Chã do Lesenho
A Mamoa de Chã do Lesenho é um monumento funerário megalítico (período cronológico-cultural: ± 4000 a. C./Neolítico), composto por câmara sob tumulus de terra e pedras, que forma uma pequena elevação (a mamoa). Aproximadamente ao centro são visíveis quatro esteios da câmara e a laje de cobertura, deslocada.
Castro do Outeiro Lesenho
O Castro do Outeiro Lesenho coroa o monte do mesmo nome, que se eleva aos 1078 metros de altitude, dominando uma ampla paisagem que abarca praticamente todo o concelho de Boticas. Trata-se de um dos mais conhecidos povoados fortificados da Idade do Ferro do noroeste peninsular, não só pela sua dimensão e monumentalidade, mas sobretudo por lhe estar associado o maior conjunto de estátuas de guerreiros galaico-romanos. Classificado como Imóvel de Interesse Público, tem sido objeto de continuados projetos de estudo, conservação e valorização, promovidos pelo município de Boticas. O Castro do Outeiro Lesenho faz parte da Rede de Castros do Noroeste.
Igreja de Nossa Senhora da Guia
A Igreja Paroquial de Vilar, dedicada a Nossa Senhora da Guia, é um templo em granito cuja austeridade da construção contrasta com a riqueza ornamental que alberga no seu interior. As paredes e o chão lajeado com sepulturas fazem sobressair o colorido dos altares em talha dourada que albergam imaginária religiosa. Neste templo destacam-se ainda uma pintura mural, um painel representando Santo António e Santo Antão, e um excepcional retábulo com uma pintura representando São Luís e São Pedro Gonçalves Telmo. É nesta igreja que se celebram, para além das missas dominicais, os ofícios religiosos da Festa em Honra de Nossa Senhora da Guia, que se realiza, anualmente, a 15 de Agosto.
Restaurante Casa de Vilar
Restaurante situado em plena Serra do Barroso, no lugar da Lavra, num antigo armazém de batatas recuperado e transformado numa agradável sala de refeições com bonita vista. Faz parte da Rede de Tabernas do Alto Tâmega e a ementa privilegia pratos tradicionais confeccionados segundo tradições locais, sendo a vitela barrosã o prato forte da casa.
Capela de Santo Amaro
A capela da aldeia de Campos, dedicada a Santo Amaro, é um templo em granito de planta rectangular orientada Este / Oeste. Na fachada principal tem uma portada rectangular e, no alongamento da empena, uma torre sineira, decorada com volutas e encimada por uma cruz latina. No interior destaca-se o altar-mor em talha dourada que alberga imaginária religiosa.
Desvio rio Beça
NOTA: este troço linear coincide com o PR4 BTC - Rota das Levadas e estende-se, paralelo ao rio Beça, até ao Boticas Parque.
Moinho do Gaivão
Moinho implantado junto a uma área de lameiros. É um edifício de planta retangular, em alvenaria de granito com juntas secas e cobertura de duas águas em telha. Do exterior é visível o rodízio, em metal, que a água, encaminhada através de uma caleira aberta (calha), coloca em movimento, fazendo rodar, no interior do moinho, a mó que mói os cereais.
Ponte Pedrinha
A Ponte Pedrinha sobre o Rio Beça, classificada como Imóvel de Interesse Público, é a maior e mais bem conservada ponte medieval da antiga Terra do Barroso. É uma construção em granito constituída por cinco arcos (três de volta perfeita e dois ogivados) que sustentam um tabuleiro com guardas e integrava a antiga estrada que fazia a ligação entre Braga e Chaves. Atualmente é utilizada apenas como ponte pedonal, uma vez que foi construída uma nova ponte, a jusante, por onde passa a ER 311. A tradição oral preservou a memória de uma antiga lenda, segundo a qual esta ponte teria sido construída pelos “mouros”.
Boticas Parque - Natureza e Biodiversidade
O "Boticas Parque - Natureza e Biodiversidade" situa-se no concelho de Boticas e é atravessado pelo rio Beça, que apresenta uma vasta mata ripícola, entre uma área que, apesar da sua evolução natural, necessitou de uma recuperação, com regeneração do coberto vegetal natural, sobretudo carvalhais e das formações arbustivas/matos. A área encontra-se preservada, garantindo o seu valor natural e paisagístico, com especial cuidado na proteção dos habitats com enorme valor natural (florísticos, faunísticos e fungos). Tendo como área de intervenção os antigos Viveiros Florestais da Relva, com aproximadamente 60 hectares, a criação deste Parque contemplou a construção de infraestruturas e equipamentos de apoio, no sentido de tornar possível a gestão direta de habitats e espécies, a visitação do espaço, a sensibilização e o envolvimento dos cidadãos, a divulgação, disseminação e comunicação dos resultados obtidos e a promoção, conservação e valorização do património natural, com a consequente manutenção da biodiversidade. Deste modo, associa biodiversidade e natureza com conhecimento e inovação, apresentando-se, assim, como um importante núcleo ativo na promoção da conservação e preservação do meio ambiente, em estreita articulação com os cidadãos. As infraestruturas criadas e as atividades a desenvolver permitem ao público o contacto com a natureza e com as populações. O espaço tem um vasto património natural e construído e as componentes pedagógica e científica, encontram-se reunidas as condições para fazer do Boticas Parque um espaço atrativo e um excelente local para visitar.
Rio Beça
Rio que nasce na Serra do Barroso, perto de Sarraquinhos no município de Montalegre. Desagua na margem esquerda do rio Tâmega nos arredores de Cabeceiras de Basto. Tem o rio Covas como afluente.
Comments (4)
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Information
Easy to follow
Scenery
Moderate
Trilho muito bonito! O Barroso nunca desilude, e no outono é sublime. E a opção de almoçar na Casa de Vilar foi, sem dúvida alguma, acertadíssima: um bacalhau assado como manda a regra! Depois de tão magnifico repasto, os últimos 6 kms tiveram outro sabor... :) Quando voltamos ao Barroso? Grande abraço.
Obrigado, Aiguille du Midi, pelo comentário e avaliação do trilho.
E o Barroso lá estará, sempre que nos der vontade de regressar. Assim como à Casa de Vilar, sem dúvida!
Grande abraço e até breve!
O Barroso é mesmo uma maravilha! Obrigado pela partilha, este trilho deve ser realmente muito bonito. Grande abraço.
Obrigado, _BIO_RAIA_, pelo comentário e avaliação do trilho.
O Barroso é sempre maravilhoso. E que bem que se come por lá... Grande abraço!