PR3 ALJ - Trilho de Carlão + PR4 ALJ - Trilho de Sta. Eugénia (parcial e adaptados)
near Carlão, Vila Real (Portugal)
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Trail photos
Itinerary description
PANORÂMICA DO VALE DO TUA
SOCALCOS (OLIVAIS E VINHA)
- Este percurso reúne, de forma combinada e adaptada, dois trilhos do concelho de Alijó: o PR3 ALJ - Trilho de Carlão e o PR4 ALJ - Trilho de Sta. Eugénia. A informação acerca dos mesmos pode ser consultada na página oficial da rede de percursos pedestres de Alijó;
- Para tornar o conjunto circular, fizeram-se algumas adaptações e consequentes ligações entre os dois trilhos. Dessa forma, o PR3 foi encurtado e tornado circular (o percurso oficial é linear), estando os respetivos desvios devidamente assinalados. O PR4 manteve a sua estrutura original, tendo ambos os percursos sido pontualmente alterados de forma a interligarem-se;
- Trilho circular, com marcações nos dois sentidos (exceto nos "desvios" acima referidos), com início e fim frente à Junta de Freguesia de Carlão (opcional);
- Iniciando o percurso frente à Junta de Freguesia de Carlão, no sentido anti-horário, começou-se por percorrer o PR3, descendo a serra na direção de Franzilhal. Daí, desceu-se ainda mais pela encosta virada para o Vale do Rio Tua, entre socalcos de olival e, aos 6,5 kms, faz-se um primeiro desvio à esquerda, saindo do trilho oficial para se iniciar a subida de regresso a Carlão. Após chegar e percorrer algumas dezenas de metros pela estrada M582, faz-se um segundo desvio à esquerda, subindo agora pela Via Romana Tresminas - Vesúvio, sobre uma calçada muito tapada por terra e vegetação rasteira. Esta calçada leva-nos até ao Castelo de Carlão e respetivo núcleo arqueológico. Atravessada a povoação, entra-se no PR4, cruzando o IC5 por túnel rodoviário inferior e continua-se a subir a serra, agora na direção de Santa Eugénia. Aos 15 kms entra-se nos arruamentos da aldeia, percorrendo as suas vielas e prosseguindo na direção do Santuário de Santa Bárbara. Visitado o local, o trilho desce de novo até à aldeia e retoma o seu percurso pela serra, subindo até ao ponto mais elevado, denominado Alto da Serra. Daqui veem-se já as primeiras casas de Carlão, na direção da qual se começa a descer, até se chegar ao ponto de partida deste trilho;
- Ao longo do trajeto existem vários pontos de referência, com destaque para o casario da aldeia de Carlão (com muitos habitantes), ainda que algo descaracterizado, os vários miradouros naturais sobre o Vale do Rio Tua (vistas panorâmicas soberbas), a aldeia de Franzilhal, com as suas capelas de Nossa Senhora de Fátima e de São Gens e as suas vielas de assinalável declive, pois encontra-se situada numa encosta muito pronunciada, entre socalcos de olival e vinha, os quais se acompanha conforme se vai descendo na direção do rio, o conjunto arqueológico de Carlão, com o seu morro granítico, denominado Castelo (infelizmente este núcleo arqueológico já viu melhores dias), os caminhos de terra que atravessam a serra, sempre com vistas excecionais sobre os vales circundantes (Tua e Tinhela), o casario da aldeia de Santa Eugénia (mais típico), com a sua Fonte de Mergulho, o Cruzeiro e a Igreja Matriz, o Santuário de Santa Bárbara e respetivo miradouro e, por fim, todo o entorno que o magnifico Parque Natural Regional do Vale do Tua nos proporciona;
- O desvio efetuado para tornar o PR3 circular é uma opção viável, uma vez que tira partido da Via Romana aí existente. Este desvio não apresenta dificuldades de maior, embora apresente alguma inclinação, mas nada de complicado ou demasiado exigente;
- É importante referir ainda que todo este percurso se faz com alguma ligeireza tendo em consideração a época do ano, ou seja, outono e primavera. No inverno, a neve dificultará a progressão pela serra. E no verão, toda esta região torna-se absurdamente quente, fazendo jus à designação que lhe é atribuída: Terra Quente;
- A junção destes dois trilhos originou um percurso longo e abrangente, uma vez que o desenho destes PRs permite juntá-los. Por conseguinte, formou-se uma boa alternativa para quem gosta de caminhadas mais longas mas sem serem fisicamente demasiado exigentes;
- Misto de caminhos de terra e estradões florestais, calçadas, trilhos de cascalheira e algum (pouco) piso alcatroado;
- Percurso acessível mas com características moderadas, quer pela distância percorrida, quer por alguns declives mais acentuados que exigem algum esforço físico. Se chover e com vento, as dificuldades serão acrescidas, pelo que botas e bastões são fundamentais. O uso de GPS constitui sempre uma boa opção;
- No seu todo é um percurso muito bonito e a junção destes dois trilhos resulta, na minha opinião, numa ótima conjugação para um dia de caminhada. Permite usufruir da paisagem serrana, das deslumbrantes vistas panorâmicas sobre o Vale do Rio Tua, assim como de um conjunto de pontos de interesse. É uma experiência muito gratificante percorrer estes caminhos do magnifico Parque Natural Regional do Vale do Tua.
CASARIO DE CARLÃO
CASARIO DE FRANZILHAL (PORMENOR DO PERCURSO)
Outros percursos realizados nesta região:
PR4 ALJ - Trilho de Sta. Eugénia / Carlão (incompleto)
PR1 ALJ - Trilho das Fragas Más
PR2 CRZ - Trilho do Senhor da Boa Morte
PR2 SJP - Rota das Vinhas (completo)
PR2 SJP - Rota das Vinhas (parcial)
PR1 ALJ - Trilho das Fragas Más (2018)
Pelas encostas do Douro
CAMINHO ENTRE SOCALCOS, FRANZILHAL (OLIVAL)
CAMINHO ENTRE LAMEIROS, SANTA EUGÉNIA (OLIVAL)
- PR3 ALJ - TRILHO DE CARLÃO / CALDAS DE CARLÃO
A Pequena Rota “Trilho de Carlão-Caldas de Carlão” é um percurso pedestre linear, que tem o seu início em Carlão, onde se liga à Pequena Rota PR4 ALJ “Trilho de Santa Eugénia-Carlão”, e fim junto à ponte romana sobre o rio Tinhela, onde se liga à Pequena Rota PR2 MUR “Trilho do Tinhela”.
O trilho está implementado dentro do Parque Natural Regional do Vale do Tua e da Região Demarcada do Douro. Junto ao painel informativo, que marca o início do percurso na aldeia de Carlão, encontram-se diversos elementos arquitetónicos, com caráter civil ou religioso, e a pouca distância, a leste da saída da aldeia, situa-se o denominado Núcleo Arqueológico do Castelo de Carlão, onde abundam um número considerável de lagares cavados na rocha, associados à produção de vinho na região, e outras estruturas cavadas na rocha, algumas das quais zoomórficas. Continuando o percurso, para a aldeia do Franzilhal, a passagem pelo Miradouro da Serrinha permite desfrutar de diferentes perspetivas cénicas sobre a paisagem vinhateira do Cima Corgo, uma das três regiões naturais que formam a Região Demarcada Douro. Saindo de Franzilhal, o percurso acompanha o curso inferior do vale do rio Tua, dirigindo-se para a foz do rio Tinhela, um afluente do rio Tua, e termina junto à ponte romana de Carlão. O caminhante poderá optar por continuar pelo “Trilho do Tinhela” e explorar os valores ambientais do vale do rio Tinhela, um rio considerado como o dos melhores preservados da Europa, ou optar por regressar a Carlão.
- TIPO DE PERCURSO: linear, de pequena rota
- ÂMBITO DO PERCURSO: paisagístico, ambiental e natural
- LOCALIZAÇÃO DO PERCURSO: Carlão, Alijó
- PONTO DE PARTIDA / CHEGADA: Junta de Freguesia de Carlão / Ponte Romana de Carlão
- DURAÇÃO DO PERCURSO: 04h20
- DISTÂNCIA PERCORRIDA: 11,3 km
- GRAU DE DIFICULDADE: médio
- DESNÍVEL POSITIVO / NEGATIVO: +658m / -349m
- COTA MÍNIMA / MÁXIMA: 193m / 601m
- ÉPOCA ACONSELHADA: outono e primavera
- PR4 ALJ - TRILHO DE SANTA EUGÉNIA / CARLÃO
A Pequena Rota “Trilho de Santa Eugénia - Carlão” é um percurso pedestre circular, que se desenvolve na Região Demarcada do Douro e em território do Parque Natural Regional do Vale do Tua. Tem o seu início e fim junto ao painel informativo localizado no Ecomuseu de Santa Eugénia, onde se podem vivenciar as artes e ofícios, e os ambientes e modos de vida locais de um passado rural não muito distante. Saindo do Ecomuseu de Santa Eugénia, o percurso segue em direção à capela no alto da ermida do monte de Santa Bárbara, onde é possível desfrutar, desde o seu miradouro, de uma fantástica vista panorâmica. Regressando a Santa Eugénia, o percurso atravessa o núcleo urbano da povoação, onde são de assinalar diversos elementos do seu património arquitetónico, como a Igreja Matriz com seu altar- mor em talha dourada do século XVII, ao estilo barroco, a Fonte de Mergulho e Lavadouro, a Laje do Concelho, o Chafariz e o Cruzeiro.
O percurso segue agora em direção à aldeia de Carlão. Sensivelmente a meio do percurso, no lugar do Poio, poderá optar-se por seguir uma variante para regressar a Santa Eugénia.
A aldeia de Carlão possui um património com profundas raízes históricas. Segundo o Portal do Arqueólogo (CNS 3693), o legado da sua ocupação romana manifesta-se no denominado Castelo de Carlão, conjunto arqueológico formado por três núcleos: um primeiro núcleo, que inclui um antigo povoado com vestígios da idade do ferro, do período romano e medieval, com caraterísticas para ser considerado como um povoado fortificado; um segundo núcleo de ocupação, onde se situam a Capela de Nossa Senhora dos Remédios, três rochas com arte rupestre e, a leste do morro do castelo, um conjunto de 6 ou 7 ‘lagares’ escavados na rocha; no sopé sul do morro da Azinheira existe um terceiro núcleo de ocupação, também, com alguns ‘lagares’ escavados na rocha. No centro de Carlão é ainda de destacar o Chafariz e a Igreja Matriz – um templo do século XVIII, que conserva no seu espólio uma sagrada custódia setecentista, uma imagem de Jesus Cristo crucificado da autoria de Teixeira Lopes, e três altares dedicados ao Santíssimo Sacramento, à Nossa Senhora do Rosário e a São Sebastião. Deixando a povoação de Carlão, o regresso a Santa Eugénia faz-se acompanhando uma via romana até ao lugar da Lavandeira, e prossegue pela meia-encosta do aprazível vale do rio Tinhela.
- TIPO DE PERCURSO: circular, de pequena rota
- ÂMBITO DO PERCURSO: paisagístico, ambiental e natural
- LOCALIZAÇÃO DO PERCURSO: Santa Eugénia, Alijó
- PONTO DE PARTIDA / CHEGADA: EcoMuseu, Santa Eugénia
- DURAÇÃO DO PERCURSO: 04h25
- DISTÂNCIA PERCORRIDA: 13,4 km
- GRAU DE DIFICULDADE: médio
- DESNÍVEL POSITIVO / NEGATIVO: +396m / -396m
- COTA MÍNIMA / MÁXIMA: 475m / 627m
- ÉPOCA ACONSELHADA: outono e primavera
FONTE DE MERGULHO DE SANTA EUGÉNIA
IGREJA MATRIZ DE SANTA EUGÉNIA
- ALIJÓ
A vila de Alijó, situada a cerca de 45 quilómetros da capital do Distrito - Vila Real - localiza-se numa vasta área de cultura castreja. É sede de um concelho essencialmente agrícola que se estende desde a margem direita do rio Douro até aos limites do Concelho de Murça e, ainda, entre os rios Tinhela, Tua e Pinhão. Rios, montanhas e vales, são a essência da paisagem de Alijó, a que as vinhas dão um toque final de requinte estético, oferecendo a quem as contempla um espectáculo inesquecível. Pelo Concelho, existem dispersas várias manifestações do seu povoamento antigo, desde castros a pinturas rupestres e a vestígios de estradas romanas. A presença humana dentro da área do concelho de Alijó, data de há muito tempo atrás. No campo da arte primitiva, (Neolítico e Idade do Bronze), existem as Pinturas Rupestres da Pala Pinta - Carlão, um dos três únicos exemplares actualmente conhecidos no país. Regista-se também a existência de Gravuras Rupestres: Igreijinha e Botelhinha em Pegarinhos a que se podem acrescentar as Gravuras (fossetes e pegadas), do Castro do Castelo em Carlão, em cuja área se encontra igualmente um curioso exemplar de incultura. Um berrão. Da cultura Megalítica, destaca-se o Dólmen ou Anta da Fonte Coberta, a cerca de um quilómetro para noroeste da povoação de Vila Chã. O conjunto de arquitectura religiosa nesta vila, completa-se com as capelas do Senhor do Andor ou dos Passos; a capela de Nossa Senhora dos Prazeres, no monte da Cunha, a de Santo António, no monte do Vilarelho; A arquitectura civil, com excepção do pelourinho, está praticamente circunscrita à existência do edifício da Câmara Municipal - Paços do Concelho - parte do qual construído no século XVIII e outra parte no século XIX. O brasão que coroa este edifício encontra-se picado, feito levado a cabo pelos soldados franceses na Guerra Peninsular e no qual, em vez das armas do concelho, mandaram pintar as águias napoleónicas, então ainda triunfantes. Destaque para a excelente gastronomia regional e excelente vinho da região, em especial o célebre Moscatel de Favaios. Á mesa em Alijó reinam o cabrito assado, o cozido à portuguesa, as tripas à transmontana, as carnes fumadas, a célebre bola de carne, e os milhos (da zona da montanha). É de salientar também o famoso pão de Favaios muito apreciado e procurado por toda a região. Na doçaria, o destaque vai para as célebres cavacas e amêndoas cobertas de Santa Eugénia, quinzinhos, pudim de amêndoa, pão-de-ló de água, bolo borrachão e muitos outros de reminiscência conventual. No que diz respeito ao lazer, Alijó tem imensas propostas a oferecer aos visitantes, como o turismo fluvial no rio Douro, o turismo ecológico na foz do rio Tua, local privilegiado para a pesca desportiva e uma riqueza imensa de miradouros e paisagens.
PANORÂMICA DA ALDEIA DE MARTIM
PANORÂMICA DO VALE DO TUA
- PARQUE NATURAL REGIONAL DO VALE DO TUA (PNRVT)
A área do Parque Natural Regional do Vale do Tua ( PNRVT ) é de aproximadamente 25 mil ha., situado no Baixo Tua, entre os distritos de Vila Real e Bragança, e integra os municípios de Alijó, Murça (margem direita do rio Tua), Vila Flor, Carrazeda de Ansiães (margem esquerda do rio Tua) e Mirandela.
Na envolvência do PNRVT subsiste um conjunto de áreas protegidas, designadamente o Parque Natural do Douro Internacional, o Parque Natural do Alvão, o Parque Natural do Montesinho e a Paisagem Protegida da Albufeira do Azibo.
O PNRVT tem uma particularidade importante: agrega 5 concelhos de culturas e tradições identitárias, que faz com que exista uma grande diversidade de escolha, por parte de quem o visita, ao nível da gastronomia, vinhos e artesanato, geologia e hidrogeologia, microrreservas, e flora e agrossistemas.
A paisagem é diversificada e marcada por serras, planaltos e vales encaixados, nomeadamente os dos rios Douro, Tua e Tinhela. A causa principal desta diversidade reside na variedade de litologias e estruturas geológicas que constituem a base destes relevos. A geomorfologia da região envolvente é bastante variada, fruto de características estruturais e litológicas específicas, e inclui vales profundos e vertentes declivosas, principalmente nos troços finais dos rios Tua e Tinhela, bem como afloramentos rochosos imponentes (cristas quartzíticas) e zonas de planalto, com relevo pouco acentuado.
A área é caracterizada por uma diversidade climática que se traduz na paisagem vegetal, que apresenta como vegetação natural potencial mais característica, bosques de sobreiro – Quercus suber (com presença variável de azinheira e zimbro), nas áreas mais quentes e secas do vale, e bosques de carvalho-negral – Quercus pyrenaica, nas áreas mais frias e chuvosas do planalto e das principais serras.
A flora da região é bastante variada, estimando -se que possam ocorrer na área de estudo cerca de 700 espécies de flora vascular e cerca de 400 espécies de flora criptogâmica (briófitos e líquenes).
A fauna da região envolvente do Vale do Tua é numerosa e diversificada, tendo sido até ao momento identificadas 943 espécies, sendo 744 de invertebrados terrestres, 15 de peixes, 12 de anfíbios, 20 de répteis, 123 de aves e 29 de mamíferos, das quais 14 são quirópteros (i.e., morcegos). A este total há ainda a juntar um número indeterminado de espécies de invertebrados aquáticos, agrupados em 72 famílias.
Em termos de património cultural, para além da inclusão parcial no Alto Douro Vinhateiro — Património da Humanidade, a área do PNRVT possui um vasto conjunto de valores patrimoniais arquitetónicos, arqueológicos e etnográficos. Importa destacar a atividade termal, a partir das nascentes das Caldas de Carlão/Santa Maria Madalena e da fonte termal das Caldas de São Lourenço, bem como um conjunto importante de quintas vocacionadas para a cultura da vinha, com potencialidades para o enoturismo, que têm vindo a desempenhar um papel cada vez mais relevante no desenvolvimento económico da região.
Esta diversidade de valores naturais e patrimoniais presentes no PNRVT devem ser mantidos, valorizados e dados a conhecer, pelo que reúnem as condições necessárias para prosperar e acima de tudo para proporcionar à população residente momentos únicos e inesquecíveis.
- REGIÃO DEMARCADA DO DOURO
A Região Demarcada do Douro (RDD) estende-se ao longo do Rio Douro e seus afluentes numa extensão de cerca de 250 000 hectares entre Barqueiros e Barca d’Alva. Esta região tem origem na delimitação territorial de 1756, data da primeira demarcação das ‘Vinhas do Alto Douro’, que definiu mundialmente o primeiro modelo institucional de organização de uma região vinícola. Originalmente estabelecida para regular a produção do vinho fortificado a que chamamos de ‘vinho do Porto’, hoje a RDD circunscreve a Denominação de Origem Controlada dos vinhos do Porto e Douro.
A produção de vinho neste território é uma lição sobre a capacidade e determinação do homem na optimização dos recursos naturais. As vinhas foram construídas num território marcado por declives acentuados e pela quase inexistência de terra e água. Os vinhedos que cobrem os grandes declives levantam-se do rio Douro e configuram um imenso escadório de socalcos e patamares que são, nas palavras de Orlando Ribeiro, a mais admirável obra humana que se pode ver em Portugal. A monumentalidade da paisagem do Alto Douro Vinhateiro (ADV) tem reconhecido valor universal. Em 2001 foi inscrita na lista do Património Mundial da Humanidade da UNESCO. Esta área corresponde a uma língua de cerca de 24 600 hectares que se estendem ao longo do rio.
VINHAS (SANTA EUGÉNIA)
BURRO MIRANDÊS (CARLÃO)
Waypoints
Lagares Rupestres / Berrão Zoomórfico
NOTA: antes de se chegar a este ponto de interesse, o trilho faz um pequeno desvio para a esquerda, de forma a se poder visitar os Lagares Rupestres. Por lapso, esse ponto não ficou registado. Em todo o caso, quando aqui passei em 2019, estes vestígios rupestres ainda eram visíveis e o acesso estava facilitado. Na presente data, janeiro de 2023, não só a zona apresenta muita acumulação de lixo industrial, como as indicações estão omissas e os locais são muito confusos, além de que aparentam algum vandalismo: pedras amontoadas, sucata espalhada, falta de indicações, etc... Apenas por curiosidade, deixo aqui os textos explicativos referentes a este núcleo rupestre: "Em Carlão, encontra-se um curioso exemplar de inscultura - um berrão, localizado nas imediações do castelo de Carlão e do atual cemitério. O curioso berrão zoomórfico figura um porco, animal apreciado pelos antepassados e provavelmente objeto de culto, como parece acontecer no local descrito onde existem degraus escavados na rocha até ao topo. No vale entre os dois morros observámos os lagares da época romana, aproveitando as rochas para moldarem os recipientes dos sítios onde se fazia o vinho, sobretudo, e com alguma certeza o azeite, com a ajuda de prensas cuja presença é atestada por vestígios no local e por iconografias publicadas. Uma característica comum e curiosa é o canal de drenagem, com desnível suficiente ao escoamento completo do líquido, às vezes aproveitando canais naturais da rocha."
Calçada (Via Romana Tresminas - Vesúvio)
Esta calçada romana encontra-se praticamente coberta por terra e vegetação rasteira, embora ao percorre-la seja possível vislumbrarem-se as lajes de pedra que a compõe. Este eixo viário deriva da Via Chaves - Covelinhas junto da provável mutatio de Campos de Jales, seguindo depois na direcção sudeste por Alfarela de Jales, Alto de Pópulo e Carlão, onde cruzava os rios Tinhela e Tua, seguindo depois pelo termo de Carrazeda de Ansiães rumo ao povoado mineiro da Quinta da Sra. da Ribeira, onde cruzava o rio Douro para a Quinta do Vesúvio, continuando depois por Mêda e Trancoso rumo a Celorico da Beira (importante nó viário junto da travessia do rio Mondego), interligando aos eixos viários para Mérida por Belmonte. (Almeida, 1992-1993; Lemos 2011).
Carlão
Cartão situa-se na zona nordeste do Concelho de Alijó e dista 14 km da sua sede. É composta pelas aldeias de Casas da Serra e Franzilhal. É delimitada pelo Rio Tinhela e pelo Tua. O seu Orago é “Santa Águeda”. As suas principais culturas são a vinha, o azeite, a batata, a amêndoa e os tão famosos figos secos. Em termos de riqueza patrimonial destaca-se a Igreja Matriz, um templo do século XVIII que conserva no seu espólio uma sagrada custódia setecentista e uma imagem da autoria de Teixeira Lopes, representando Jesus Cristo crucificado. Com três altares, o do Santíssimo Sacramento, o de Nossa Senhora do Rosário e o de S. Sebastião. Possui uma Estação Termal de águas sulfúreas sódicas ou primitivas com excelentes propriedades para cura de doenças da pele e reumatismo. Existe também a leste desta freguesia, um conjunto arqueológico constituído pelo morro do castelo, onde se localizam vestígios de um povoado fortificado e onde se podem descobrir imensas marcas de atividade deste povo da Idade do Ferro, posteriormente romanizado. Mais à frente na direção do Franzilhal, vamos encontrar aquele que em termos arqueológicos será o mais valioso espólio existente no Concelho – O abrigo da Pala Pinta, conjunto de pinturas rupestres do período do Neolítico/Calcolítico.
Castelo de Carlão (miradouro)
O Castelo de Carlão, um morro granítico situado ao lado de outro, da Azinheira, também ele, tal como o vale entre os dois, local de vestígios arqueológicos, caracteriza-se fundamentalmente pelos vestígios tipificados de habitações várias, escavadas em ou adaptadas a blocos pétreos, com orifícios de suporte e canal de drenagem, datadas da Idade do Ferro.
Chafariz / Taberna A Fonte
Por opção, fez-se uma paragem neste restaurante para se almoçar. Como balanço, importa referir o seguinte: a comida é razoável (tem pratos do dia e serviço de lista / menu), o espaço é amplo e os preços estão dentro da média. No entanto, a funcionária / proprietária que serve às mesas não tem a mínima noção do que é receber com educação (mínima) e simpatia. Ora, assim é difícil querer regressar a um espaço onde a experiência que se teve deixa muito a desejar!!! Acredito que possa ter sido uma situação pontual, mas que não foi agradável, disso tenho certeza. Enfim, opções... e falta de noção.
Sta. Eugénia (Cruzeiro)
A Freguesia de Santa Eugénia encontra-se situada a nordeste de Alijó e desfruta de uma belíssima paisagem do sopé do monte de Santa Bárbara. Passou várias vezes do Concelho de Murça para o de Alijó, ficando definitivamente ligado a este em 1885. Esta povoação fica situada no limite da região Demarcada do Douro e faz a transição entre as paisagens durienses e as marcadamente transmontanas que tanto caracterizam este concelho. As suas principais culturas são o vinho, grande parte de benefício, o azeite, a amêndoa, e, na parte alta da freguesia, a batata. No que respeita ao património cultural destaca-se a talha dourada do altar-mor da igreja matriz em barroco do século XVII, a Sagrada Custódia do mesmo estilo, em prata, assim como algumas imagens de Santos muito antigos, alminhas e uma tábua votiva do século XIX. Também é de referir o Solar dos Malheiros de 1810 e o Solar dos Santos Melo com capela particular e pintura nos tectos. A fonte, a Laje do Concelho, o Cruzeiro com cruz de grande trabalhado e o Chafariz merecem uma visita. A festa anual é em honra de Santa Bárbara e é realizada no penúltimo domingo de Agosto. Famosa pela procissão, arraial e sobretudo pela tentativa dos homens da terra em fazer subir aos céus, todos os anos, um foguete com um arroba de peso.
Desvio (regresso a Carlão)
Neste ponto efetuou-se para a esquerda este desvio do trilho oficial de forma a encurta-lo (opcional, tendo em conta a distância total que se pretendia percorrer) e a torna-lo circular, uma vez que o PR3 oficial é linear.
Desvio (saída da M582 e início da calçada romana)
Neste ponto efetuou-se um desvio, novamente para a esquerda, de forma a sair da M582 e continuar o percurso de regresso a Carlão, desta vez através da Via Romana Tresminas - Vesúvio.
EcoMuseu de Santa Eugénia
O Ecomuseu assume-se como um processo dinâmico através do qual uma comunidade preserva, interpreta e gere o seu património para o seu desenvolvimento sustentável.
Comments (4)
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O PR4 já fiz, estava um calor desgraçado, nem deu para subir à Santa Bárbara!! O PR3 não conheço, apenas a aldeia de Carlão. Mas o conjunto parece-me muito bem, uma boa aventura. Obrigado pela partilha, grande abraço.
Obrigado, _BIO_RAIA_, pelo comentário e avaliação do trilho.
O dia desta vez correu bem, estava sol de inverno, sem vento, sem frio, ótimo para percorrer a serra. Foi uma experiência juntar estes dois trilhos e acho que não correu mal, ainda que tivesse que "encurtar" o PR3. E ainda há tanto para descobrir nesta região... Grande abraço!
É uma solução interessante! Conheço o PR de Santa Eugénia e também Carlão, mas nunca passei por Franzilhal. Não sabia que a Via Romana Tresminas - Vesúvio permitia ser percorrida (ou parte dela), julguei que estivesse já soterrada e mesmo desaparecido, com a construção do IC5. Foi uma boa surpresa! Qualquer dia tenho que voltar a esta região de Alijó, gosto muito da paisagem desta "Terra Quente". Abraço.
Obrigado, Aiguille du Midi, pelo comentário e avaliação do trilho.
Foi uma bela caminhada, para recordar locais onde já não passava faz muito tempo. Abraço!