PR2 MTR - Trilho do Ourigo (c/desvios à Senhora das Treburas e ao Parque Fluvial do Cávado)
near Castanheira, Vila Real (Portugal)
Viewed 549 times, downloaded 24 times
Trail photos
Itinerary description
LAMEIROS DE CAMBESES DO RIO
- Trilho circular, com marcações ao longo do trajeto, com início e fim na aldeia de Castanheira da Chã (opcional);
- Percorre núcleos rurais da Albufeira do Alto Rabagão, do Vale do Rio Cávado e a vila de Montalegre, rodeado por paisagens serranas, florestas de carvalhos e prados de verdes intensos, por antigos caminhos de pastores e estradões florestais;
- À saída da aldeia de Cambeses do Rio, as marcações do trilho tornam-se confusas e desaparecem, em parte devido a incêndios recentes. A utilização do GPS torna-se essencial;
- Decorre, numa primeira parte, ao longo da meia encosta sobre a Albufeira do Alto Rabagão, atravessando as aldeias de Castanheira da Chã e Torgueda da Chã, até ao Fojo do Lobo de Avelar (Alto da Carvalha, Esperões, Lama Larga, Cortinhas e Boqueiro de Avelar) e daí sobe à Capela de Nossa Senhora das Treburas, para descer depois até à vila de Montalegre. No regresso, após uma passagem pelo Parque Fluvial do Cávado, atravessa a aldeia de Cambeses do Rio e a encosta do Bosque do Ourigo (Avelar, Cêpo, Curral de Ferreiro e Couto de Laje), num constante "sobe e desce" por entre extensos bosques, verdejantes campos cultivados e encostas serranas forradas a urze e carqueja. Excetuando a passagem por Montalegre, o restante percurso desenvolve-se num ambiente típico da vivência rural, de agricultura de minifúndio e de criação de gado;
- Ao longo do trajeto existem diversos pontos de referência, com destaque para a aldeia de Cambeses do Rio, a sua história e a respetiva Igreja de São Mamede (alminhas, cruzeiros, fontes e espigueiros), o núcleo urbano de Montalegre (EcoMuseu do Barroso, Castelo, Pelourinho, Capela de São Sebastião, Carvalho da Forca, Igreja da Misericórdia, Igreja do Castelo de Montalegre, Ponte Medieval de Montalegre e Parque Fluvial do Cávado), o Fojo do Lobo de Avelar, a Capela e Cruzeiro de Nossa Senhora das Treburas, Bosque e Casa do Guarda Florestal do Ourigo e a Albufeira do Alto Rabagão;
- A Serra da Mourela, verdadeiro planalto de altitude média a caminho dos 1100 metros, é considerado um repositório vivo das práticas associadas aos sistemas agrários tradicionais, onde as técnicas de gestão e de maneio do território se têm perpetuado ao longo do tempo e continuam a marcar o quotidiano das populações e da paisagem. Esta região é e foi, desde os tempos megalíticos, um local muito apto para a transumância ascendente. Com efeito, as povoações próximas aí conduzem numerosas vezeiras de gado que por lá demoram todo o verão. Tal costume há-de ter origem nos ancestrais pré-históricos que encheram aquele espaço de mamoas, sinal de que aí viveram e morreram;
- Nas três aldeias que se atravessa existe mais do que uma fonte pública (embora a água não seja controlada). A simpatia Barrosã está bem presente nos habitantes destes núcleos rurais, assim como a sua simplicidade e amabilidade. Atente-se também aos vários exemplos de arquitetura rural transmontana, muitos deles infelizmente em avançado estado de abandono;
- A região do Barroso, classificada como património agrícola mundial em 2018, pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, foi o primeiro território português a integrar o património agrícola mundial. A distinção promoveu os sistemas agrícolas e o recurso a alimentos biológicos;
- Misto de antigos caminhos de pastoreio, calçadas, caminhos agrícolas e florestais de terra batida e algum piso alcatroado (zona urbana);
- Trilho com características moderadas, tendo em conta a distância considerável, assim como alguns declives mais acentuados;
- Este trilho é um percurso acessível. No entanto, convém ter em conta o número de kms, que podem constituir uma dificuldade para quem não estiver habituado a caminhar com frequência ou distâncias mais longas. Se chover, as dificuldades serão acrescidas, pois os caminhos de terra tornar-se-ão bastante lamacentos e as linhas de água rapidamente se convertem em pequenas ribeiras;
- No seu todo, é um percurso muito bonito, com alguma sombra e com muitos pontos de água (povoações), paisagísticamente deslumbrante, verde e de uma "Beleza estonteante", tal como o The New York Times destaca esta região portuguesa do Barroso. Para quem gosta de caminhar e deixar-se envolver por uma profusão de natureza verde, rural, de florestas autóctones, esta é a região por excelência para se deixar perder e render aos encantos deste paraíso terreno. Altamente aconselhado!!!
TORGUEDA DA CHÃ (PORMENOR)
Outros percursos realizados nesta região:
PR4 MTR - Trilho do Rio
À volta de Vilarinho de Negrões
De Pitões das Júnias à Fraga de Brazalite - PNPG
De Cela ao Poço Dola e prado das Biduiças - PNPG
Pitões das Júnias
BOSQUE DO OURIGO
- PR2 MTR TRILHO DO OURIGO
O trilho do Ourigo é um percurso de pequena rota (PR). Tem 23 quilómetros de extensão, de forma circular, de nível médio/alto, com início e fim em Montalegre. Passa por diversos pontos de interesse, entre os quais caminhos antigos dos pastores e por núcleos rurais de Torgueda, Castanheira e Cambeses. Este percurso faz-nos atravessar paisagens verdejantes, áreas de carvalhal, manchas de arvoredo autóctone e campos de cultura.
CARVALHO DA FORCA (PORMENOR)
PATRIMÓNIO NATURAL
Este percurso é maioritariamente florestal, atravessando manchas de carvalhal autóctone (com exemplares de azevinho e lamagueira), e extensas zonas de bosque plantados em meados do séc. XX. Neste espaço predominam as árvores exóticas, resinosas (pinheiro e cedros) e folhosas (carvalho-americano e vidoeiro). Aqui podemos encontrar aves florestais como o açor, o gavião, o pica-pau, uma enorme diversidade de pássaros e mamíferos, como o corço, o lobo, a geneta e o esquilo. Também ocorrem grandes manchas de mato alto e rasteiro, resultantes da degradação das florestas, devido ao fogo e aproveitamento de madeira. As zonas de mato são dominadas pelas giestas, tojo, queiró, urzes e carquejas onde habitam várias espécies de répteis, como o sardão e cobra-rateira, assim como de aves de rapina que deles se alimentam, como é o caso da águia-de- asa-redonda e a águia-cobreira.
GEOLOGIA
Deste percurso temos vários contactos geológicos. Com saída da vila é possível encontrar o granito de Montalegre, que é porfiroide, de grão grosseiro e médio. Este tem duas micas, biotite (negra) e a moscovite (branca), no entanto predomina a biotite.
Na aldeia de Castanheira encontramos o granito da Vila da Ponte, semelhante ao granito de Montalegre, apresentando este grão médio. Ao passar em Cambeses do Rio podemos encontrar xistos pelíticos.
Ao longo do percurso também podemos ver pegmatitos, com quartzo, feldspatos, moscovite e turmalina. É ainda importante que todos os interessados pela geologia da região se encontrem atentos às alternâncias entre o xisto e o granito durante todo o percurso, onde é possivel visualizar alguns contactos.
CASTELO DE MONTALEGRE
- MONTALEGRE
Em pleno Parque Nacional da Peneda Gerês, esta região oferece paisagens deslumbrantes, onde a Natureza ainda conserva todo o seu encanto. A vila de Montalegre é dominada pelo castelo construído no séc. XIII sobre restos de uma fortificação mais antiga, o que demonstra a importância deste local como ponto estratégico de defesa do território. Nas redondezas, junto à típica aldeia comunitária de Pitões das Júnias, o pequeno e curioso Mosteiro de Santa Maria das Júnias, hoje em ruínas pertenceu à Ordem de Cister (sécs. XIII-XIV). Sob o ponto de vista gastronómico, Montalegre é famosa pela produção de enchidos e presunto, sendo a Feira do Fumeiro que se realiza anualmente em Janeiro, a oportunidade ideal para adquirir estas iguarias.
O concelho de Montalegre, do distrito de Vila Real, localiza-se na Região Norte, Alto Trás-os-Montes, no vale do Cávado, entre as serras do Gerês, Barroso e Larouco, cerca de 100 km a nordeste do Porto. É limitado a sul pelo concelho de Cabeceiras de Basto (distrito de Braga), a sudoeste pelo de Vieira do Minho (distrito de Braga), a oeste pelo concelho de Terras de Bouro (distrito de Braga), a nascente pelos concelhos de Chaves e Boticas, e a norte pela província da Galiza (Espanha). Parte do Parque Nacional Peneda-Gerês está inserida neste concelho.
Região muito pluviosa e com muitas nascentes, as suas águas dividem-se no planalto dando origem aos rios Cávado, Tâmega, Rabagão e a um grande número de ribeiros que atravessam esta região montanhosa e dão vigor aos prados naturais. A existência de águas abundantes favorece as pastagens, que muitas vezes ocupam socalcos, onde se cria uma raça bovina particular (barrosã). A pecuária e a criação de porcos são também atividades importantes.
A agricultura é uma atividade importante neste concelho, que gradualmente vai deixando de ser de subsistência, modernizando-se as suas explorações ao mesmo tempo que se investe na promoção e valorização de produtos tradicionais regionais.
LAMEIROS DE CASTANHEIRA DA CHÃ
Waypoints
Fojo do Lobo de Avelar
Esta antiga armadilha comunitária de captura ao lobo é constituída por 2 muros com aproximadamente 50m de comprimento e 2 m de altura que, de forma convergente termina num buraco de grandes dimensões. Durante as batidas e nas montarias, os lobos eram “empurrados” para estas armadilhas, sendo posteriormente forçados a cair no poço que estava coberto por vegetação. Aí eram abatidos ou capturados para serem mostrados como triunfo das aldeias. A primeira referência a este fojo data de 1586 como o mais importante do país. Nessa altura a armadilha era possivelmente utilizada pela nobreza para caçadas e posteriormente foi adaptada pela população para a captura de lobos. Hoje em dia, a utilização passa pela recuperação para visitas de estudo ou locais turísticos aproveitados para a passagem de percursos pedestres.
Panorâmica Albufeira do Alto Rabagão
Situada no Concelho de Montalegre em Trás-os-Montes, a Barragem do Alto Rabagão é um autêntico colosso de Betão que forma uma enorme albufeira numa agreste mas espetacular zona envolvente. A albufeira é uma das maiores do país com 2.200 hectares de área total, cerca de 2,5 x 8,5km.
Cruzeiro de Nossa Senhora das Treburas
Cruzeiro com dois degraus, encimado por cruz em ferro.
Capela de São Sebastião
Capela de arquitetura maneirista, com sineira e portal de verga reta e óculo.
Carvalho da Forca
Situado no largo em frente aos Paços do Concelho, este Carvalho da Forca é quase um ex-libris de Montalegre, é sem dúvida o símbolo emblemático da vila, com o orgulho dos seus habitantes, pois foi testemunha (da qual ficou com o seu cognome de Forca) quando se deu o último condenado à morte em Montalegre, em 1844 (era aqui que, antigamente, se enforcavam os criminosos condenados). É uma árvore considerada de Interesse Público devido à idade e características morfológicas da mesma.
Pelourinho de Montalegre
Pelourinho de data desconhecida e arquitetura revivalista, com três degraus, um plinto paralelepipédico e um capitel tipo tabuleiro quadrangular. Apresenta um brasão com as armas de Portugal e, na face posterior, uma cruz pátea num círculo.
Igreja da Misericórdia
A Igreja da Misericórdia de Montalegre é caracterizada por uma grande simplicidade exterior, arquitetura maneirista e revivalista com nave única e presbitério. No interior apresenta coro-alto, púlpito no lado do Evangelho, duas capelas laterais e dois retábulos colaterais.
EcoMuseu do Barroso - Espaço Padre Fontes
A sede do Ecomuseu de Barroso está instalada na envolvente do castelo de Montalegre. Concentra as funções de natureza organizativa, com vista à dinamização e à gestão do “museu vivo”. Simultaneamente, serve como porta de entrada na identidade de uma região - Barroso -, valorizando aquilo que esta tem de mais autêntico e genuíno: a população e o património, sem descurar a preservação dos conhecimentos técnicos, saberes locais e formação de valores. Aqui, o visitante tem o primeiro contato com as diferentes realidades que integram a região, que se pretende que seja o aperitivo para a exploração in loco daquilo que antes lhe foi mostrado. Neste espaço é possível assistir a dezenas de documentários sobre a etnografia local, encontrar mais de mil pontos de interesse numa maquete tridimensional, visitar salas sobre o território, gentes, quotidiano e os ciclos vitais. Ao dispor dos visitantes, está uma horta pedagógica que faz as delícias dos mais novos. Sem esquecer a sala do Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG) para os amantes da natureza e a loja do museu para os apaixonados pelo artesanato local. Para que os locais se identifiquem com o espaço e o sintam como seu, o Ecomuseu de Barroso tem exposições temporárias.
Castelo de Montalegre
O castelo de Montalegre localiza-se num outeiro dominando a vila, que se estende para Sul e Este. Encontra-se classificado como Monumento Nacional pelo decreto de 16.06.1910 e dispõe de uma Zona Especial de Protecção. O imóvel é propriedade do Estado português, encontrando-se afeto à Direção Regional da Cultura do Norte. Ao longo do século XX este castelo foi alvo de diversas acções de recuperação e valorização por parte da ex-DGEMN, ex-IPPC e Câmara Municipal de Montalegre (1988/1990) e mais recentemente, pelo ex-IPPAR (1998). No seguimento da intervenção de 1990 foi instalado um núcleo museológico. Em todo o seu perímetro, é encimada por ameias pentagonais, solução que se repete nos próprios balcões e que acentua a procurada imagem de inexpugnabilidade. O acesso ao interior é feito por uma única porta elevada (ao nível do caminho de ronda e voltada para o interior do pátio), o que torna esta torre numa unidade independente do restante reduto em caso de invasão. A última grande campanha medieval aconteceu no reinado de D. João II, informação fornecida por Duarte d’Armas nos inícios do século XVI. Os trabalhos então realizados tiveram como objetivo o reforço da entrada principal, que passou a estar protegida por um reduto de torres circulares, dotadas de “troneiras com dois níveis de tiro” (GOMES, 2003, p.185), de que restam apenas os níveis inferiores.
Igreja do Castelo de Montalegre
A igreja do Castelo é uma das duas igrejas da zona medieval da vila. Esta igreja – que era a Matriz antes da construção da Igreja Nova – está efectivamente muito próxima do castelo. Rodeiam-na muitas e frondosas arvores, que lhe dão um ambiente sereno e pacato de muito reconhecimento. Embora seja de origem medieval, a traça actual deve remontar ao século XVII. Nela merece destaque a torre sineira que, tal como em muitas igrejas da região, está separada do corpo principal do templo, ao qual fica fronteira, tendo acesso próprio pelo exterior. É constituída por uma nave e uma capela-mor e o interior é caracterizado pelo seu rico altar e talha dourada.
Ponte Medieval de Montalegre
Ponte medieval em granito localizada sobre o rio Cávado, com apenas um arco de volta perfeita a suportar um tabuleiro bastante alterado, onde ainda se distingue o cavalete original pouco pronunciado e uma remodelação na época moderna, provavelmente seiscentista. Os paramentos apresentam-se pouco cuidados e o piso atual foi recentemente colocado. No intradorso verificam-se alguns silhares siglados, os quais, juntamente com a toponímia, apontam para uma cronologia Medieval.
Cambeses do Rio (fonte)
Cambeses subsiste com base na pecuária e na agricultura, sobretudo com a produção de centeio e batata. A saída e o regresso da vezeira enchem de sons as ruas da aldeia. A vida comunitária continua bem presente com o uso do forno e moinhos de herdeiros.
Igreja de São Mamede
Igreja do século XVIII, que se situa no centro da aldeia, em frente ao Largo do Tanque. Possui cinco altares e um arco românico, um painel a óleo de S. Miguel e a imagem do padroeiro S. Mamede. Esta igreja atrai muitos devotos para lavar os pés a São Mamede.
Comments (4)
You can add a comment or review this trail
I have followed this trail View more
Information
Easy to follow
Scenery
Moderate
Trilho muito bonito, com excelentes vistas panorâmicas. E visitar Montalegre, nomeadamente o seu castelo, é um prazer. Uma ótima experiência! Obrigado pelas informações detalhadas. Grande abraço!
Obrigado, _BIO_RAIA_, pelo comentário e avaliação do trilho.
Caminhar pela região do Barroso é sempre uma experiência muito gratificante. E Montalegre é linda! Grande abraço!
I have followed this trail View more
Information
Easy to follow
Scenery
Moderate
Gosto mesmo muito de caminhar na região do Barroso, sobretudo no outono, as paisagens são sublimes. E este trilho é excelente, com o desvio a Montalegre a fazer todo o sentido. Muito bom! Abraço.
Obrigado, Aiguille du Midi, pelo comentário e avaliação do trilho.
Caminhar pelo Barroso é sensacional, sem dúvida! Grande abraço!