PR19 ACB - Vales Suspensos dos Moleanos (Alcobaça) Serra de Aire e Candeeiros

Percurso circular e está devidamente marcado, inicio/fim no Espaço de Lazer dos Moleanos.

Os Vales Suspensos estendem-se paralelamente à linha da costa atlântica, funcionando como uma enorme barreira de condensação para os ventos vindos do oceano carregados de humidade.
Pela ausência de águas de nascente, foram criados meios para a armazenar: cisternas, pias, “poços rotos” e as lagoas como a que se situa junto ao Parque de Merendas.
No caminho encontra a Cova da Pena, zona de antiga pedreira, cuja tradição local associa à exploração de pedra pelos Monges de Alcobaça para construção do Mosteiro.
Inicia-se a subida da Serra num trilho onde predomina a Urze (Erica arborea), passa-se pela formação rochosa conhecida com “Cagalhão da Velha” e continua-se a subida pelo Vale Feteirinha até ao Caminho da Memória.
A 160 metros do percurso situa-se o Arco da Memória: um arco triunfal, todo em cantaria, que marcava um limite do território dos Coutos de Alcobaça.
Rendilhados de muros de pedra solta serviam para balizar caminhos, delimitar propriedades e constituir cercas para guardar o gado.
A 444 metros de altitude começa-se a descida pelo Vale Grande de regresso aos Moleanos.
O trilho do Vale Grande foi uma das vias de passagem tradicional utilizada numa ligação milenar entre o Arrimal e Alcobaça.
Depois do Trilho mais ingreme da Cova da Ladeira encontram-se as cisternas da Pia do Xarréu e da Cabouca, junto ao lavadouro e continua-se pela Rua da Cabouca.
Até os mais distraídos vão notar o impacto causada pela exploração de pedreiras. Uma atividade económica importante na região, possuindo alguma da pedra extraída características únicas como rocha ornamental, utilizada em construções no mundo inteiro.

PONTOS DE INTERESSE: Parque de Merendas dos Moleanos e Lagoa; Cova da Pena; Trilho do Cagalhão da Velha; Vale Feteirinha; Caminho da Memória; Arco da Memória (distante a 160m.); Trilho da encosta do Vale Grande; afloramentos rochosos; Trilho da Cova da Ladeira; Pia do Xarréu (cisterna e eira); Lavadouro e cisterna da Cabouca; Pedreira Sousa & Catarino, Lda.

O Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, integrado no Maciço Calcário Estremenho, reúne um conjunto de formações cársicas raras e de grande beleza, e apresenta paisagens muito peculiares. Alguns desses locais são pontos de passagem deste percurso.
A paisagem da Serra, integrada no Maciço, de grande absorção de águas, caracteriza-se pela sua secura à superfície, pelo ondulado dos seus planaltos e serras, pela sua fauna e flora específica; as construções tradicionais (como eiras, cisternas e lavadouros) conjugam-se para criar uma paisagem natural de rara beleza. Moleanos é uma povoação situada na vertente oeste da Serra dos Candeeiros, sendo uma das áreas naturais mais importantes do Concelho de Alcobaça. Também oferece a sua designação ao calcário nacional mundialmente conhecido, utilizado nos mais variados acabamentos. A povoação mostra um património rural adaptado às condições económicas e sociais do território.
Este caminho enaltece parte de um geosítio denominado “Vales Suspensos da Serra dos Candeeiros”. Vales muito uniformes, que se sucedem com notável regularidade, estendem-se paralelamente à linha da costa atlântica, funcionando como uma enorme barreira de condensação. São notórias algumas manchas bem conservadas de carvalho-cerquinho.

Património Natural: Uma gramínea chamada Candeeira (Phlomis Iychnitis L.), por aqui bastante abundante, deu o nome à longa Serra dos Candeeiros que abraça, pelo lado nascente, todo o concelho de Alcobaça.
A vegetação reflete por um lado a secura superficial, de algum modo contrariada tanto pelas imensas reservas de água subterrânea como pelo facto de estes vales funcionarem como uma eficaz barreira de condensação. Nas encostas da vertente ocidental desenvolve-se vegetação rasteira de porte subarbustivo, assinalando que as escarpas e afloramentos rochosos permitem habitats muito importantes.
A intervenção humana através do pastoreio e do cultivo da oliveira marcou o tipo de coberto vegetal.
O percurso atravessa áreas naturais em bom estado de conservação. Ao nível dos estratos arbustivos destacam-se os medronheiros, urzes e tojo, a roselha grande, o alecrim e o carrasco, a azinheira, o sobreiro, o carvalho negral e o carvalho-cerquinho.
Na Fauna encontramos a águia Cobreira, o Falcão Tagarote, várias espécies de morcegos, e ainda a ocorrência de uma comunidade de invertebrados cavernícolas que têm vindo a merecer o interesse crescente da ciência e dos investigadores (como novas espécies e indicadores importantes nos estudos de alterações climáticas), entre outros.

Nota: Época Aconselhada, todo o ano. Em dias chuvosos e escuros não é aconselhável a realização do percurso.

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