PR13 ALJ - Trilho de Sanfins do Douro a Favaios (alargado)
near Favaios, Vila Real (Portugal)
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Trail photos
Itinerary description
PANORÂMICA DE SANFINS DO DOURO
VINHEDOS DE UVA MOSCATEL (FAVAIOS)
- Caminhada organizada pela ARCAP (secção de montanha), que muito gentilmente me voltou a convidar para acompanhar o respetivo grupo;
- Trilho circular entre as vilas de Favaios e Sanfins do Douro, pertencente à rede de percursos pedestres de Alijó, com marcações nos dois sentidos, com início e fim no Cimo da Canelha, junto à Fonte de Além (opcional);
- Seguindo o percurso no sentido contrário ao dos ponteiros do relógio (oposto ao oficialmente recomendado), iniciou-se o mesmo na vila da Favaios (opção logística), começando por percorrer as artérias centrais da vila e tomando contacto com parte considerável do seu casario histórico. A primeira parte deste percurso levou-nos até à vila de Sanfins do Douro, percorrendo caminhos florestais entre Campo Meão e Souto do Monte. Infelizmente, é um troço maioritariamente percorrido em piso de alcatrão mas com bastante arvoredo (essencialmente pinhal). Neste trajeto passa-se por três locais de interesse maior: primeiro, o Castelo de Vilarelho, um povoado fortificado cujas ruínas das muralhas ainda são visitáveis, ainda que apenas já só exista o amontoado de pedras que em tempos serviu para as edificar. A seguir, cerca de 2,5 kms mais à frente, surge a sepultura rupestre do Cabeço das Cortes, também esta bastante danificada (encontra-se mesmo ao lado da ecovia). E finalmente, já à entrada da vila, o Santuário de Nossa Senhora da Piedade, um local religioso com vistas panorâmicas soberbas sobre esta região duriense. Daqui desce-se para a povoação para também se percorrer várias das suas artérias urbanas e passar-se por alguns edifícios e locais de destaque desta vila. A segunda parte do percurso compreende a ligação de Sanfins do Douro de regresso a Favaios. Este é o troço mais bonito de se percorrer, pois atravessa antigos trilhos vinhateiros da Região Demarcada do Douro, mais precisamente entre vinhedos de uva moscatel, o ex-libris da vila de Favaios. Assim, logo após se deixar para trás o casario da vila de Sanfins do Douro, percorre-se um pouco da Calçada Romana de Rio de Moinhos, que pertence à antiga Via Romana que ligava o Pinhão a Vila Chã. Este é o primeiro ponto de interesse desta segunda etapa, logo seguido pela excecional beleza panorâmica proporcionada pela imensidão das vinhas circundantes. É absolutamente maravilhoso percorrer estes caminhos de terra por entre vinhedos, com a única e impressionante paisagem duriense em redor. Na primavera e no outono, então, será uma experiência inolvidável! Já às portas da vila de Favaios surge outra pérola desta rota, testemunho também da importância histórica desta região: a Quinta de São Jorge com o seu Solar, pertença da família dos Sepúlvedas. Mais algumas centenas de metros percorridos e chega-se, de novo, à viela de Cimo da Canelha onde, junto à Fonte de Além, iniciamos e terminamos este percurso;
- Ao longo do trilho passa-se por vários pontos de interesse, tais como o velho casario das vilas de Favaios e Sanfins do Douro, com destaque para, no caso da primeira, o antigo Paço do Concelho, a Casa da Obra - Núcleo Museológico do Pão e do Vinho (cuja visita recomendo), a Casa e capela de Santo António, a Antiga Escola Primária de Favaios e a Fonte Manuelina, ambas no Largo Conselheiro Teixeira de Sousa, a Igreja Paroquial de Favaios (São Domingos), as padarias tradicionais de Favaios, a Capela do Senhor Jesus do Outeiro e, absolutamente obrigatória, a visita à Adega Cooperativa de Favaios. Já em Sanfins do Douro, merece destaque o jardim na rua Além da Igreja, as ruínas da Casa do Padre Manuel da Nóbrega e da antiga Casa Paroquial de Sanfins do Douro, a Igreja Paroquial, a Capela Conde Pessoa e a Fonte de Baixo ou da Gricha. Para além destes, assinalo ainda a Capela e miradouro de Santa Bárbara (Favaios), os anteriormente referidos sítios arqueológicos do Castelo de Vilarelho (Povoado Fortificado) e Sepultura rupestre do Cabeço das Cortes, o novo Parque de Merendas do Campo Meão e Ecovia, o Miradouro de Nossa Senhora da Piedade, o Santuário de Nossa Sr.ª da Piedade, com as suas cinco capelas (numa das quais se encontra sepultado o corpo do Servo Sebastião Maria), a Casa dos Milagres, o Miradouro do Cristo Rei e a Gruta de Nossa Senhora de Lourdes, a Ponte e Calçada Romana de Rio de Moinhos, os Vinhedos de Moscatel, o Cruzeiro de Soutelinho, a Quinta de S. Jorge (Solar dos Sepúlvedas), a Fonte de Além da Fonte, os vários olivais, pomares e vinhas que se atravessam e, sem dúvida, as excecionais vistas panorâmicas sobre toda a envolvente desta Região Demarcada do Douro;
- NOTA: aconselho vivamente que se visite a Adega Cooperativa de Favaios, onde nos é oferecida uma degustação de vinho generoso moscatel. Além de que a simpatia dos colaboradores faz toda a diferença. E os produtos são excecionais!!! No caso de grupos numeroso, basta um contacto prévio, de forma a evitarem-se demoras no atendimento. Apenas isso...
- Este percurso, conforme já referi, apresenta marcações nos dois sentidos. Por conseguinte, o uso do GPS é facultativo, embora o considere como uma ferramenta auxiliar extremamente útil, de forma a evitar enganos ou acrescentar kms desnecessários;
- Misto de caminhos de terra, carreiros rurais, arruamentos e piso asfaltado;
- Trilho com características fáceis, tendo em conta que alguns dos declives mais acentuados e a distância total do percurso são ambos bastante acessíveis. Não é um trilho longo, nem tão pouco é um percurso complexo. Se chover, com vento e neblina, as dificuldades serão acrescidas. Botas e bastões são essenciais;
- No seu todo é um percurso muito bonito, com excelentes vistas panorâmicas sobre a Região Demarcada do Douro que, no outono e na primavera, adquire uma beleza extra. Por conseguinte, este é mais um belo trilho pelo concelho de Alijó, pertencente à longa lista de 20 trilhos que a respetiva rede de percursos já ostenta.
PORTÃO COM ARMAS DO BRASÃO DA QUINTA DE SÃO JORGE
SEPULTURA RUPESTRE DO CABEÇO DAS CORTES
Outros percursos realizados nesta região:
PR1 ALJ - Trilho das Fragas Más
PR3 ALJ - Trilho de Carlão + PR4 ALJ - Trilho de Sta. Eugénia (parcial e adaptados)
PR4 ALJ - Trilho de Sta. Eugénia / Carlão (incompleto)
PR5 ALJ - Trilho de Pegarinhos - Castorigo - Vale de Mir
PR6 ALJ - Trilho das Muralhas + PR7 ALJ - Trilho do Alto do Pópulo / Perafita (combinados)
PR8 ALJ - Trilho de Vila Verde (Forno dos Mouros)
PR9 ALJ - Trilho de Vilar de Maçada / Rio Pinhão
PR3 MUR - Trilho dos Passadiços do Tinhela (parcial)
PR3.1 MUR - Passadiços do Tinhela (versão curta)
PR11 VRL - Terras de Maria Boa: do Neolítico aos dias de hoje
Ao redor de Vila Verde (Alijó)
De Vila Verde a Perafita (Alijó)
À volta do Freixo (Alijó)
PR2 CRZ - Trilho do Senhor da Boa Morte
PR2 SJP - Rota das Vinhas (completo)
PR2 SJP - Rota das Vinhas (parcial)
Pelas encostas do Douro
FACHADA DA CASA PAROQUIAL DE SANFINS DO DOURO
VELHO CASARIO NO CENTRO DE SANFINS DO DOURO
- PR13 ALJ - TRILHO DE SANFINS DO DOURO A FAVAIOS (Descrição oficial)
A Pequena Rota “Trilho de Sanfins do Douro – Favaios”, é um percurso circular com início e fim junto à Igreja Paroquial de Sanfins do Douro, e com duas curtas derivações – uma para o Santuário de Nossa Senhora da Piedade, onde se encontra o túmulo do Servo Sebastião Maria, e uma segunda derivação para a povoação fortificada do Castelo de Vilarelho. Em Sanfins do Douro o percurso liga-se à Pequena Rota PR12 ALJ “Trilho de Sanfins do Douro - Moinho do Servo Sebastião Maria” e em Favaios à Pequena Rota PR14 ALJ” Trilho de Favaios - Alijó”.
Partindo de Sanfins do Douro, a Pequena Rota segue em direção a Favaios passando pelo Santuário de Nossa Senhora da Piedade e pelo lugar do Cabeço das Cortes, onde se encontra uma sepultura rupestre, e pelo povoado fortificado conhecido por Castelo de Vilarelho, que pode ser visitado tomando uma curta derivação. O Santuário da Nossa Senhora da Piedade, tem um conjunto de cinco capelinhas, uma Casa de Milagres edificada em 1887, a capela mor da padroeira, onde se encontra sepultado o corpo do Servo Sebastião Maria, venerado, também, pela população local como o “Santo Moleiro” ou o “Servinho” e um miradouro onde se obtém uma vista fantástica sobre a vila de Sanfins do Douro.
Saindo de Favaios o percurso regressa a Sanfins do Douro, passando pela Ponte e Calçada Romana de Rio de Moinhos, e pelos antigos trilhos vinhateiros da Região Demarcada do Douro, onde toda a Pequena Rota se insere.
- TIPO DE PERCURSO: circular, de pequena rota
- ÂMBITO DO PERCURSO: paisagístico, cultural e ambiental
- LOCALIZAÇÃO DO PERCURSO: Sanfins do Douro e Favaios, Alijó
- PONTO DE PARTIDA / CHEGADA: Igreja Paroquial, Sanfins do Douro
- DURAÇÃO DO PERCURSO: 04h30
- DISTÂNCIA PERCORRIDA: 13,6 km
- GRAU DE DIFICULDADE: médio
- DESNÍVEL POSITIVO / NEGATIVO: +421m / -421m
- COTA MÍNIMA / MÁXIMA: 559m / 802m
- ÉPOCA ACONSELHADA: todo o ano
PANORÂMICA DESDE O MIRADOURO DE N.ª SR.ª DA PIEDADE
MURALHA DO CASTELO DE VILARELHO (POVOADO FORTIFICADO)
- SANFINS DO DOURO
Sanfins do Douro surge ao passante, encavalitada numa colina, entre belas vinhas e extensos olivais. Esta freguesia foi habitada desde os tempos pré-históricos, especialmente no período neolítico, como comprovam machados de sílex que aí foram encontrados. Posteriormente, a presença romana também deixou marcas evidentes, com o aparecimento de moedas no castro, assim como pontes e vias romanas.
Existem duas possíveis teorias para o surgimento deste topónimo: a primeira relacionada com um culto cristão muito antigo, chamado-se esta vila nos tempos da ocupação romana de “São Félix”, a outra, relacionada com a sua situação geográfica, uma vez que a freguesia se situa na fronteira do Douro, logo “São os Fins do Douro”.
A principal actividade económica da população continua a ser a primária, essencialmente a vitivinicultura, região onde se produz um “Néctar dos Deuses”, mas também o olival, entre outras de menor expressão, contudo Sanfins do Douro também tem pequenas indústrias, tais como serralharias, carpintarias, entre outras.
O orago desta Freguesia é Nossa Senhora da Assunção e tem uma das romarias mais conhecidas e frequentadas do país, realizada no segundo fim-de-semana de Agosto em honra da padroeira de Nossa Senhora da Piedade. Curiosa é a forma como o andor desta última é disputado. No dia da procissão, dois grupos da vila, denominados de “Grupo novo” e “Grupo velho”, disputam o direito e o prazer de transportar o andor com perto de mil quilos pelas ruas, através de um leilão. O grupo que oferecer mais dinheiro ganha esse direito.
Quanto ao património desta aprazível vila destacamos o seguinte: igreja matriz, residência episcopal, Santuário de Nossa Senhora da Piedade, solar dos Condes de Vinhais, capela de São Tiago, ponte e calçada romana, fontes, cruzeiros, alminhas, marcos pombalinos, casas senhoriais, entre muitos outros.
PAINEIS DO TETO DA IGREJA PAROQUIAL DE SANFINS DO DOURO
CALÇADA ROMANA DE RIO DE MOINHOS
- FAVAIOS
Favaios é sem dúvida, quer pela sua situação e riquezas naturais, quer pelas excepcionais qualidades do seu povo, um dos mais notáveis aglomerados urbanos de terras de Trás-os-Montes e Alto Douro.
Implantada num dos mais belos planaltos da região, realça, em disposição, clima e beleza, entre os demais povoados que a cercam. E se atendermos a que a iniciativa e esforço ingentes dos seus maiores lhe legaram não só riquíssimas propriedades mas também as já tradicionais indústrias do pão e do famoso moscatel, haverá motivos de sobra para que as suas gentes se orgulhem de terem nascido ou vivido em tão precioso rincão.
Sem nos determos no seu passado longínquo, atestado pela eloquente mudez do seu castro e das suas inúmeras casas senhoriais, não queremos deixar de destacar, neste nosso devaneio eufórico, a majestosa igreja matriz, com a sua torre altaneira e as capelinhas que branquejam e dominam, como passos votivos, as iminências.
A par da tradição e da riqueza material, sempre os Favaienses se votaram, desde velha data, aos problemas da arte, da cultura e do desporto. Basta pensarmos que foi Favaios a primeira povoação do Concelho que, por iniciativa, em 1919 construiu uma casa de espectáculos com dimensões invulgares em toda a província fornecendo-lhe o apetrechamento indispensável à exibição de sessões teatrais e cinematográficas.
Só assim poderia a Favaios ter cabido a honra de receber e apreciar no seu seio, desde velha data, quase todos os grandes da cena portuguesa, que com as peças mais célebres do seu repertório deliciaram, em noites memoráveis, o seu e o das freguesias circunvizinhas. Só assim nos teria sido dado instruir e levantar, em certa medida, o nível de cultura de tantos e tantos Favaienses que tiveram a oportunidade de, no palco e na plateia, contribuir para a sua própria valorização intelectual e para o bom nome da terra.
Historial de Favaios
Favaios situa-se num vasto planalto do sopé do Vilarelho, a três quilómetros de Alijó, sede concelhia, tendo como freguesias limítrofes Sanfins do Douro e Pinhão. Esta freguesia ocupa uma área de 20,57 quilómetros quadrados, sendo composta pelas povoações de Favaios, Mondego e Soutelinho.
O topónimo Favaios deriva, segundo João de Barros, de Flávias, nome pelo qual a povoação era conhecida na antiguidade, por corrupção de Flavius, seu fundador. João de Barros, famoso historiador do século XVI diz que passando por Favaios vira muitos monumentos antigos entre os quais os restos do Castelo Romano e a Igreja de São Jorge e ainda uma tosca figura humana, à qual o povo chamava o Flávios, bem como uma lápide com a seguinte inscrição: “F... à memória de seu marido Flávio, fundador desta povoação”.
O povoamento do território que corresponde à actual freguesia remonta à Idade do Ferro. Estes primeiros povos viviam em pequenas aldeias fortificadas (castros), posições estratégicas, havendo vestígios arqueológicos que comprovam que foi perto das muralhas que este habitantes se fixaram. Por toda a Serra do Vilarelho se encontram muros de pedras graníticas que apontam para a existência, em tempos idos, de uma citânia por estas paragens.
A cultura castreja sobreviveu até ao domínio romano, altura em que Favaios integrava a tenência de Panoias. Aquando das invasões dos Mouros, o castelo de Flávias foi ocupado pelo invasor, o que obrigou os habitantes a procurarem outros locais para se fixarem. Assim, alguns fundaram as novas povoações de Cotas e Vilarinho de Cotas, enquanto outros se fixaram no lugar de São Bento, combatendo arduamente os mouros.
A expulsão definitiva dos invasores levou os habitantes de São Bento a regressarem a Flávias, que se encontrava, então, destruída pelas investidas árabes. No entanto, a população não desistiu face à adversidade e encetou um árduo trabalho de reedificação do povoado.
A Paróquia de "Sanct Georgios de Fabaios", fundada no período suevo, incluía Mondego, Cotas e Vilarinho de Cotas. À Igreja da Quinta de São Jorge dirigiam-se, no dia do padroeiro, os habitantes destes povoados para dizerem as ladainhas, pagando cada habitante o seu vintém ao pároco. Nestes dias de Festa, conta-se que as senhoras de São Jorge ofereciam um bodo aos pobres e o almoço ao reitor.
Em 1211, o monarca D. Afonso II concedeu carta de foral a Favaios “vobis XII populatoribus de Fabaios” e, no dia 10 de Julho de 1270, D. Afonso III confirmou essa mesma carta. O Foral atribuído a Favaios tornou este povoado num concelho com autonomia administrativa e judicial, tendo contribuído igualmente, para o desenvolvimento da agricultura local.
CAPELA DE NOSSA SENHORA DA PIEDADE
PANORÂMICA DE VINHEDOS DE SANFINS DO DOURO
Waypoints
Adega Cooperativa de Favaios
É uma das mais prestigiadas Adegas de Portugal que, desde 1952, com o espírito de cooperativismo dos seus 550 associados, aliado ao saber das “gentes de Favaios” potenciaram a produção da casta moscatel galego branco, criando assim a designação de Moscatel de Favaios, produzindo com qualidade e rigor um dos mais famosos e emblemáticos moscatéis portugueses.
Capela de Nossa Sr.ª da Piedade
O Santuário de Nossa Sr.ª da Piedade é o maior bem patrimonial desta freguesia de Sanfins do Douro. Com cinco capelas, erguidas na segunda metade do século XIX, serviu no passado de assento a um castro lusitano, do qual ainda se notam alguns vestígios, entre os quais duas estelas funerárias com inscrições. A capela principal, onde se encontra patente a imagem da Santa Padroeira, é um autêntico local de culto com grande afluência de peregrinos. Aqui existe também um miradouro com uma vista deslumbrante sobre a região do Douro.
Capela de Santa Bárbara
Inserida num miradouro que permite a visualização da Aldeia de Favaios em todo o seu esplendor, com a serra do Marão no horizonte, a capela de Santa Bárbara é um ponto de especial relevância na freguesia, sendo uma reconstituição de uma outra capela mais antiga.
Capela do Senhor Jesus do Outeiro
Dotada de um estilo de revivalismo neo barroco, a capela do Senhor Jesus do Outeiro é um marco da aldeia de Favaios, edificado no século XIX, possuidora de uma arquitetura bela, com a sua singularidade a dominar o centro da aldeia.
Casa da Obra - Núcleo Museológico do Pão e do Vinho
O Núcleo Museológico de Favaios - Pão e Vinho interpreta a história do vinho moscatel e do pão de Favaios, procurando valorizar os recursos locais e dar a conhecer tradições e processos associados a estes produtos. Está instalado num edifício com uma fachada do século XVIII, donde se destacam os elementos decorativos barrocos, a história dos principais recursos locais da aldeia de Favaios é contada neste espaço, procurando dar a conhecer a todos os interessados as suas principais tradições. A narrativa do vinho moscatel e do pão de Favaios é aqui explorada, integrada com a história de um local onde a realidade do tempo não se fez sentir.
Casa do Padre Manuel da Nóbrega
O Padre Manuel da Nóbrega, conhecido por ter sido o primeiro missionário a pregar o cristianismo no Brasil e por ter escrito a história do inicio da sua civilização, nasceu em 18 de outubro de 1517 em Sanfins do Douro, no concelho de Alijó, e faleceu no Rio de Janeiro em 18 de outubro de 1570, precisamente no seu 53.º aniversário. O seu nome figura entre os de maior relevo na missionação portuguesa do século XVI.
Casa Paroquial de Sanfins do Douro
A freguesia de Sanfins do Douro, no termo de Vila Real, foi uma abadia criada pela Arquidiocese de Braga, cujo abade era mitrado, portanto, tratava-se de um mosteiro, administrando Sanfins do Douro, Agrelos e Soutlinho (actualmente pertencente à Freguesia de Favaios), Cova de Lobos não existia à época. Não se sabe ao certo quando foi criada, mas já havia sido referida nas Inquirições de 1258 a quando da sua doação por D. Dinis a seu filho bastardo Fernão Sanches, nobre trovador, que nunca tomou posse destas terras por conflito com seu irmão o Rei D. Afonso IV. A Residência Paroquial terá sido construída por volta de 1732 a mando do então Abade Dr. Francisco Xavier de Magalhães Feio de Azevedo. Nesta residência chegaram a morar treze sacerdotes, cinco ordinandos e dois pretendentes ao sacerdócio. De planta em "L" e de grandes dimensões, a casa paroquial, com fachada principal composta por três pisos. No piso térreo, a fachada é rasgada por portal de verga recta, com moldura encimada por friso, frontão de lanços e brasão com armas dos arcebispos de Braga. A casa paroquial foi residência do pároco e outros aspirantes ao sacerdócio durante séculos, desde o século XIX que o passal se foi desfazendo, nomeadamente a desanexação dos terrenos para a construção da Avenida do Paço, Campo de Futebol, Adega Cooperativa, Bairro Novo, entre outros, esta gradual desagregação acabaria por culminar na ruína do passal e consequentemente no abandono da resida por incapacidade de manutenção de um edifício de tal dimensão. Hoje o edifício encontra-se com visíveis sinais de degradação, pois trata-se de uma construção com muitos anos, mas que não têm sido assegurados os necessários cuidados de preservação. O desleixo e o abuso de utilização tomaram conta das suas dependências. As salas de recepção do piso nobre foram transformados em celeiros e o mesmo aconteceu com os dormitórios, no rés-do-chão, convertidos num galinheiro. Todos estes acontecimentos acabaram por maltratar o edifício e acelerar o estado de degradação e abandono que hoje tomam conta do mesmo.
Castelo de Vilarelho (Povoado Fortificado)
Situado num ponto alto da localidade, o castro de Favaios é considerado a maior formação do género no concelho de Alijó, com uma ocupação que deverá ter ocorrido do período castrejo até ao período medieval, com troços do sistema defensivo original ainda hoje presentes. É um povoado fortificado de grandes dimensões, com duas linhas de muralhas e fosso, que remonta ao período da Proto-história (Idade do Ferro). A primeira linha de muralha circunda um espaço de configuração semicircular, enquanto que a segunda linha fecha outro perímetro de grandes dimensões. onde se observam grandes quantidades de derrubes. Deste sistema defensivo, do qual ainda se preservam troços do aparelho original das muralhas, fazia parte um fosso e um campo de pedras fincadas, nos dias de hoje impercetíveis. Este povoado aparenta ser dos maiores, senão o maior do concelho de Alijó.
Antigo Paço do Concelho
Edificado algures entre o Século XVIII e o século XIX, o Antigo Paços do Concelho ergue-se no denominado Largo da Praça, apresentando elementos caraterísticos da arquitetura barroca. Os seus desígnios iniciais foram-se perdendo com o avançar do tempo, tendo servido de Posto dos Correios de Favaios durante muitos anos. Favaios foi reitoria da apresentação da mitra da Sé de Braga. Foi vila, obtendo cartas de foral de D. Afonso II, em 27 de Setembro de 1211; de D. Afonso III, em 10 de Julho de 1270 e de D. Manuel, em 15 de Julho de 1514. Os Távoras foram seus donatários até 1759, data em que passou a constituir património da coroa. O concelho de Favaios viria a ser extinto pelo decreto de 31 de Dezembro de 1853, sendo integrado no concelho de Alijó. Actualmente é freguesia do concelho de Alijó composta pelos seguintes lugares: Favaios, Mondego e Soutelinho.
Fonte de Baixo ou da Gricha
Fonte de arquitetura revivalista de espaldar em cantaria. Tem uma bica e uma taça semicircular e um painel de azulejos azuis sobre fundo branco, com decoração revivalista neobarroca e duas quadras populares.
Fonte Manuelina (Largo Conselheiro Teixeira de Sousa)
No centro da localidade, este bonito chafariz é um dos apontamentos monumentais de maior relevo em Favaios. Dotado de uma tipologia bastante singular, a sua construção aponta para o reinado de D. João VI, sendo uma estrutura de beleza assinalável, com três pináculos caracterizados por uma elegância extrema e de forma pontiaguda, com o brasão nacional a destacar-se ao centro, na pedra de armas.
Igreja Paroquial de Favaios (São Domingos)
Detentora da torre sineira mais alta do concelho, a Igreja Matriz de São Domingos é reconhecida pela sua arquitetura neoclássica de beleza singela, do século XIX, sendo um dos mais importantes elementos do património monumental da aldeia de Favaios. Os marcos religiosos existentes na ‘vila’ de Favaios refletem o envolvimento espiritual existente, numa região marcada por uma pluralidade cultural extremamente significativa. A placidez encontrada neste recanto do planalto duriense influenciou a procura de conforto espiritual, nas suas mais diferentes manifestações, com a Igreja Matriz de São Domingos, reconhecida pela sua imponente torre cimeira, a tomar um lugar de destaque. A profundidade histórica da localidade permite que o património religioso existente reflita diferentes estilos culturais, com as capelas e marcos religiosos a exprimirem traços arquitetónicos distintivos, que elevam a preponderância cultural da aldeia e contribuem para a integração de Favaios como um local de intensa riqueza espiritual e cultural.
Igreja Paroquial de Sanfins do Douro
Igreja do séc. XVIII, cujo o interior é coberto por um tecto com pinturas do séc. XVIII. Fazem parte do recheio uma imagem de Santa Bárbara, uma escultura do séc. XVII representando a Virgem, uma píxide de prata do séc. XVIII e um paramento do Séc. XVII.
Padarias tradicionais de Favaios
O pão de Favaios é reconhecido pela sua qualidade e pelo seu desenho invulgar, sendo um produto local extremamente apreciado. A sua confeção incorpora ensinamentos ancestrais, que continuam a ser integrados através das diferentes padarias existentes na aldeia, perpetuando um dos principais valores da freguesia.
Ponte e Calçada Romana de Rio de Moinhos
A Ponte e Calçada Romana de Rio de Moinhos, encontram-se situadas a sudoeste da vila de Sanfins do Douro, distando cerca de 750m do centro da vila. Pequena ponte de um só arco de volta abatida, de tabuleiro plano, enviesado, sem guardas. Esta ponte insere-se muito provavelmente na via romana registada no “Itinenerarium de Antonino” e que passava ao fundo de Sanfins do Douro, descendo até ao rio Pinhão. O traçado desta via ainda hoje se pode reconstituir através dos numerosos restos de calçada existentes.
Sepultura rupestre do Cabeço das Cortes
O local designado entre os habitantes de Sanfins do Douro com o topónimo Cabeço das Cortes antecipa um relevo de características planálticas que se abre a Nordeste do Santuário de Nossa Senhora da Piedade. A área abrange uma longa extensão que se desenvolve no sentido de Presandães. Junto de um antigo caminho que se dirigia para as localidades de Alijó e Presandães, próximo de um pequeno campo agrícola actualmente ocupado com vinha, pode-se observar uma sepultura rupestre de configuração ovalada. A estrutura surge orientada em função do eixo nascente - poente e encontra-se num avançado estado de degradação, facto que se reflecte na dificuldade de determinar as características tipológicas originais. Conforme se pôde apurar pelas marcas das cunhas de corte de blocos graníticos, toda a área onde se implanta a sepultura do Cabeço das Cortes foi objecto de exploração de pedra, acção que acabou por produzir impactos negativos sobre esta estrutura de inumação. Actualmente apenas se preserva a parte da cabeceira, que desenha um arco de volta perfeita, apresentando-se a parte direita do corpo e a zona dos pés bastante danificada pela antiga e atesanal actividade extractiva de granito. A julgar pela recolha de alguns depoimentos orais, este não seria um exemplar isolado, podendo ter integrado uma necrópole com um maior número de exemplares.
Qt.ª de S. Jorge (Solar dos Sepúlvedas)
A Quinta de São Jorge é um marco bem presente na memória de todos os habitantes de Favaios, com a sua iconicidade a dever-se à sua profunda interligação com a história da localidade. O seu imponente muro de granito, encimado pelo brasão de armas das nobres famílias que ali viveram durante vários séculos, precede o palacete de nobres linhas, envolvido por um jardim murado, com uma pequena igreja românica, antiga sede de paróquia, onde se encontra uma estrela funerária incrustada na face lateral datada do período romano. A Quinta pertence, atualmente, à família dos Sepúlvedas, com a sua história a associar-se de forma inequívoca com o desenvolvimento da localidade adjacente, fruto das ligações fortes que, ao longo dos séculos, foram existindo entre as famílias residentes e a vila de Favaios.
Teatro de Favaios
O teatro é uma tradição com expressão na aldeia de Favaios. Com mais de 100 anos de existência, o Teatro de Favaios é um edifício icónico na dimensão cultural de Favaios, detentor de uma história riquíssima. Esta tradição é continuada pelo grupo OFITEFA que, desde 2006, procede na sua missão de trazer arte para a vila, representando na sua terra de origem histórias ancestrais. NOTA: fotografias retiradas da página https://favaios.com.pt/favaios/cultura/
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Easy to follow
Scenery
Easy
Gostei muito deste trilho! Não conhecia estas vilas e foram uma muito agradável surpresa, sobretudo Favaios. A travessia pelo meio das vinhas é soberba! Gostei muito das vistas panorâmicas, do casario e vielas das duas povoações. E a cereja no topo do bolo foi mesmo a Adega Cooperativa de Favaios: provar um moscatel com 10 anos, fresquinho, no final de uma caminhada, não tem preço!!! Foi uma caminhada com um lado cultural muito interessante, na excelente companhia da malta da ARCAP. Muito bom! Grande abraço.
Alô, Aiguille du Midi! Antes e mais, votos de um ano de 2024 cheio de coisas boas e excelentes caminhadas!!
Conhecer Favaios e Sanfins foi realmente muito agradável, pois não tinha ideia de como seriam esta vilas. E concordo absolutamente, provar um moscatel com 10 anos, fresquinho, no final de uma caminhada, não tem mesmo preço. Aliás, à conta disso já lá voltei para me "abastecer" kkkkkkkkk
Obrigado pela avaliação, comentário ao trilho e até breve! Abraço
Boas! Confirmo que o que vem da Adega Cooperativa de Favaios é excelente!!! Além de que se come muito bem nessa terra :) Quanto ao trilho, que não conheço ainda, pelas fotos parece-me ser interessante. Temos que lá voltar um dia destes. Abraço e bom ano de 2024!!
Boas, _BIO_RAIA_!
Obrigado e um bom ano de 2024 também para ti!
Há que marcar esse regresso a Favaios. Grande abraço!