PR1 VCT Trilho da Montanha Sagrada

Já tínhamos identificado a vontade de ir conhecer a Serra D'Arga com olhos de caminhada, com os pés por esses trilho e penedos fora. Surgiu a oportunidade de fazê-lo com um par de páras e o dia prometia ser espectacular, apesar de se ter tornado um pouco quente demais - mesmo com toda a protecção solar que utilizámos, ficámos com as marcas do sol no corpo. A falta de pontos de água de abastecimento não ajudou, tendo apenas os pequenos cursos de água que nos atravessavam pelos pés. Quem fizer o trilho no mesmo sentido anti horário, tem um retemperador parque de merendas com uma violentissima fonte de água que pode ajudar a fazer um abastecimento final antes de reentrar na aldeia em Montaria.

O trilho começa no parque da aldeia de Montaria. É possível estacionar ali e dar uma vista de olhos nos pontos de informação dos diversos trilhos que ali têm inicio. Já tínhamos decidido entre nós os dois que iriamos fazer o trilho no sentido anti horário, mas ali entre todos tomámos a mesma decisão na premissa que é melhor fazer a subida durinha logo de inicio, almoçar e depois descer tranquilamente de volta, em modo passeio. Ainda temos alguma ingenuidade - o que não é mau. Diria o nosso Imperador César que isto é que é o sal da caminhada.

Durante a semana havia chovido com alguma intermitência e insistência pelo que logo na subida deparámo-nos com o caminho empedrado a servir de colo à água da montanha, e a servir de desculpa perfeita para testar a impermeabilidade do novo calçado da flor de lis. Tudo impecável. Volta e meia olhávamos para trás e íamos ficando surpreendidos pelas vistas do oceano, de Vila Praia de Âncora e pelo monte de Santa Tecla já em Espanha.

O trilho é marcado mas parece precisar de alguma manutenção: o GPS acabou por ser a nossa ferramenta de orientação e a certa altura já nem procurávamos as marcações. Passámos pela porta da vila, tirámos fotografias casamenteiras e fizemos o primeiro reforço com os Ferrero Rocher da Mariana. Depois disso, foi botar sal na caminhada. O trilho fechou e a Natureza tomou conta daquele pedaço. Depois das primeiras silvadas nas pernas, decidimos afastar ligeiramente do trilho subindo penedo a penedo com mais ou menos dificuldade. Com a orientação controlada e com uma vista mais ampla do que nos rodeava fomos subindo e transpondo os VG em busca dos estradões que sabíamos que estavam para Este. Encontrámos o caminho e unimos o grupo já cá em baixo na estradão depois de cada um escolher a sequência de pedra que mais suave lhes parecia.

Começámos então a rolar e admirar a Chã que atravessámos pelo estradão fora. decidindo onde seria o almoço, na sombra de uma árvore, no ponto de vigia de pássaros ou no parque da Nossa Senhora do Minho.

O pós almoço foi muito tranquilo passando por diversas chãs, avistando uma familia de cavalos, com um cavalinho pequenino. O caminho inicia uma descida leve cuja única dificuldade era o pico do calor e do sol e a falta de água. A partir da Chã do Guindeiro a descida fica mais técnica, sem estradão e com muito caminho empedrado cheio de pequenos cursos de água, por vezes mais acumulada. A dificuldade é moderada mas as vistas são boas por isso vamos seguindo. O caminho alarga de novo e pensamos que agora é só cantarolar músicas em grupo que a coisa já se fez. Estávamos enganados e aparece ainda li um pequeno troço que se escapou à primeira e que nos permite evitar um extra de alguns Km. O problema do troço é que não estava visivel precisamente pela quantidade de silvas, pedras rolantes e água das chuvas que nos deu ali aquele último ponto extra de dificuldade: o último sal.

Após este troço o caminho é em estradão até passar o parque de merendas e a ponte sobre o Rio Âncora, entrando pela aldeia em direcção ao centro donde tínhamos partido esta manhã.

A ti voltaremos Serra D'Arga.

Folheto informativo do PR1 VCT:
http://www.cm-viana-castelo.pt/download/9603/77822b02d458217cf95f7c682f961a89