PR1 BTC - Trilho de Covas do Barroso
near Covas do Barroso, Vila Real (Portugal)
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Itinerary description
LAMEIROS E PANORÂMICA DA SERRA DE ALTURAS DO BARROSO
CALÇADA PELO BOSQUE JUNTO AO RIO COVAS
- Incursão por terras do Barroso para percorrer alguns dos trilhos oficiais desta região, nomeadamente este PR1, um percurso circular com marcações, com início e fim no Largo do Cruzeiro, na aldeia de Covas do Barroso, concelho de Boticas (oficial);
- Decorre por encostas e vales da Serra de Alturas do Barroso, começando a descer por caminhos rurais entre lameiros desde a aldeia de Covas do Barroso até Romainho. Posteriormente, o percurso desenvolve-se por calçadas encosta acima, na direção do Alto do Castro, até se chegar à interseção com a derivação linear ao respetivo miradouro (por opção, não subimos a esse ponto panorâmico). Daí, o trilho deriva na direção da aldeia de Covas do Barroso para pouco depois se desviar desta, acompanhando a montante o rio Covas, pela sua margem direita, ao longo da levada entre moinhos de água até às Azenhas da Pedreira (ida e volta), naquele que é o troço mais belo deste percurso, regressando assim ao ponto de partida. Este percurso segue no sentido contrário ao dos ponteiros do relógio (aconselhado) de forma gradual, ou seja, sem desníveis acentuados. Ressalva-se apenas a subida por calçada até ao Alto do Castro que, por ser mais exposta e mais íngreme, se torna um pouco mais penosa (ainda que perfeitamente acessível);
- Ao longo do trilho passa-se por vários pontos de interesse, nomeadamente o casario granítico das aldeias que se atravessa (Covas do Barroso e Romainho) assim como as suas capelas e edifícios com interesse histórico ou público, com destaque para a excecional Igreja Românica de Santa Maria, o curioso conjunto de azenhas e moinhos de rodízio junto ao rio Covas, os lameiros (prados), carvalhais, soutos, bosques de vegetação ripícola e as paisagens deslumbrantes sobre o relevo da Serra de Alturas do Barroso, com a sua tão característica "manta" de terrenos agrícolas e vegetação autóctone, que fazem jus ao reconhecimento da região do Barroso como património agrícola mundial;
- Por opção não subimos ao miradouro do Alto do Castro (já tínhamos pouco tempo de luz solar), no entanto consideramos que vale a pena o esforço, pois as vistas sobre a serra e os vales são excelentes;
- Este percurso está bem marcado no sentido aconselhado (fiquei com a sensação que no sentido contrário as marcações não são evidentes), por conseguinte, o uso de GPS é facultativo (embora considere que é sempre uma ajuda extra e preciosa);
- Misto de calçadas, caminhos rurais e serranos;
- Trilho com características fáceis, tendo em conta a curta distância que se tem de percorrer, assim como a ausência de desníveis muito pronunciados. Durante as estações de maior precipitação atmosférica, estes terrenos ficarão facilmente enlameados e as calçadas de pedra tornar-se-ão bastante escorregadias. Se chover, com vento e neblina, as dificuldades serão acrescidas. Botas e bastões são essenciais;
- Do ponto de vista paisagístico é um trilho belíssimo, bem desenhado, que dá a conhecer uma boa parte do "mosaico" agrícola típico desta região, os lameiros, onde o verde é a cor dominante da paisagem, assim como as encostas da serra com os seus bosques e carvalhais, a vegetação ripícola junto aos cursos de água e os muitos soutos espalhados por este território rural. É um percurso com alguma sombra (sobretudo no troço junto ao rio Covas), e que pode ser mais complicado em dias quentes. No entanto, é perfeito no outono e na primavera. Nas aldeias é fácil tratar da provisão de água;
- No seu todo é um percurso muito, muito bonito, que percorre ancestrais caminhos rurais, com vistas panorâmicas de excelência sobre as encostas da Serra de Alturas do Barroso, que no outono e na primavera adquirem uma beleza extraordinária. Recomendado!
AZENHA DA PEDREIRA II
CALÇADA PELA ENCOSTA DO ALTO DO CASTRO
Outros percursos realizados nesta região:
PR2 BTC - Trilho dos Lameiros do Barroso
PR4 MTR - Trilho do Rio
PR2 MTR - Trilho do Ourigo (c/desvios à Senhora das Treburas e ao Parque Fluvial do Cávado)
PR8 MTR - Trilhos de D. Nuno e minas da Borralha
PNPG - Circular à Albufeira de Paradela (c/desvio a Outeiro e Loivos)
À volta de Vilarinho de Negrões
À volta das minas da Borralha
CASARIO RURAL (ALDEIA DE COVAS DO BARROSO)
LEVADA ENTRE MOINHOS DE ÁGUA JUNTO AO RIO COVAS
- PR1 BTC - TRILHO DE COVAS DO BARROSO
A Pequena Rota “Trilho de Covas do Barroso” é um percurso pedestre circular, com início e fim junto ao painel informativo localizado próximo do Forno do Povo de Covas do Barroso, que antigamente desempenhava um importante papel na sociedade aldeã, funcionando como um espaço de reunião durante os serões, mas também como albergue para pobres, mendigos e peregrinos de passagem pela aldeia. Seguindo para sul, o percurso passa junto da Igreja de Santa Maria, Imóvel de Interesse Público, onde se encontra o túmulo de Afonso Anes Barroso, escudeiro de D. Afonso I, e continua em direção à aldeia de Romaínho, entre campos e lameiros, passando por diversos moinhos bem conservados, alguns ainda em funcionamento. Ao longo deste percurso podem observar-se, ainda, levadas (canais de água para a rega dos lameiros e hortas). Chegando a Romaínho, o percurso segue pelas ruas da aldeia, passando junto à capela de São José. Seguindo para norte, o percurso entra novamente em território campestre, passando ao lado da aldeia de Muro que, pelo topónimo, terá sido provavelmente um castro. Atravessando o corgo dos Lamais, existe uma derivação que permite visitar o Observatório Território SIPAM Olhar do Guerreiro, de onde se poderá apreciar a fauna, a flora e os sistemas de produção agrícolas tradicionais que elevaram este território a “Património Agrícola Mundial”, uma classificação atribuída pela FAO – Food and Agriculture Organization. O regresso à aldeia de Covas do Barroso é feito seguindo em direção ao Engenho do Linho do Jaco e continuando em direção às encostas da serra da Sombra, percorrendo agora caminhos mais serranos até às Azenhas da Pedreira, na margem esquerda do Rio Covas. Continuando pelo sopé da serra da Sombra, a Pequena Rota termina junto ao painel inicial, no centro da aldeia, no Largo do Cruzeiro, onde se localiza um imponente Cruzeiro bizantino, erigido em 1776.
- TIPO DE PERCURSO: circular, de pequena rota
- ÂMBITO DO PERCURSO: paisagístico, rural e natural
- LOCALIZAÇÃO DO PERCURSO: Boticas, Vila Real
- PONTO DE PARTIDA / CHEGADA: Largo do Cruzeiro, Covas do Barroso
- DURAÇÃO DO PERCURSO: 03h00
- DISTÂNCIA PERCORRIDA: 8,9 km
- GRAU DE DIFICULDADE: fácil
- DESNÍVEL POSITIVO / NEGATIVO: +242m / -242m
- COTA MÍNIMA / MÁXIMA: 566m / 776m
- ÉPOCA ACONSELHADA: todo o ano
PANORÂMICA DA ALDEIA DE COVAS DO BARROSO
LEVADA ENTRE MOINHOS DE ÁGUA JUNTO AO RIO COVAS
- BARROSO, PATRIMÓNIO AGRÍCOLA MUNDIAL
A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) reconheceu a região do Barroso como património agrícola mundial.
O Barroso é o primeiro território português a integrar os Sistemas Importantes do Património Agrícola Mundial (GIAHS, «Globally Important Agricultural Heritage Systems») e um dos primeiros a ser aprovados na Europa. O GIAHS é um processo promovido pela FAO que visa identificar e certificar, em todo o mundo, os sistemas de agricultura tradicional que, pelas suas características notáveis do ponto de vista da diversidade, saber tradicional, biodiversidade, paisagem, modelo socioeconómico e resiliência face às alterações humanas, climáticas e ambientais, possam contribuir para melhorar a gestão dos modernos agro-sistemas.
O processo de candidatura foi desenvolvido em parceria pela Associação de Desenvolvimento da Região do Alto Tâmega (ADRAT), as câmaras de Boticas e Montalegre, as Universidades do Minho e de Trás-os-Montes e Alto Douro, organizações e associações de produtores agrícolas, profissionais do sector e cidadãos da região.
Tendo em conta o atraso desta região profundamente deprimida (o PIB per capita da região norte de Portugal encontra-se 35 % abaixo da média da UE), pergunto à Comissão se existem instrumentos específicos de apoio que permitam tirar partido deste novo estatuto e evitar que se acentuem ainda mais as assimetrias sociais e territoriais.
Na base da distinção estão as tradições que o povo do Barroso mantém na relação com o ambiente em atividades como a agricultura, a silvicultura e a pastagem. Com ocupação humana há milhares de anos, esta área do Norte de Portugal mantém uma economia de subsistência rural. A FAO destaca, ainda, o facto de a região manter áreas ambientais muito significativas e relativamente intactas.
LEVADA ENTRE MOINHOS DE ÁGUA JUNTO AO RIO COVAS
GADO BARROSÃ (ALDEIA DE ROMAINHO)
- SERRA DE ALTURAS DO BARROSO
Sendo a oitava maior elevação de Portugal Continental, atingindo 1279 metros de altitude máxima, a Serra do Barroso é uma formação que faz parte do Maciço Antigo, a maior e mais antiga unidade morfoestrutural da Península Ibérica com mais de 250 milhões de anos. Daí que nela predominem o xisto e o granito, ainda que nas suas encostas cresçam pastagens que alimentam o gado lanígero e o bem conhecido gado barrosão. Delimitada pelos rios Tâmega e Cávado, do seu ponto mais alto – os “Cornos do Barroso”, dois coutos que se assemelham e esta característica bovina – avistam-se as serras do Larouco, Cabreira, Gerês e Marão. As variações de altura desta serra proporcionam uma diversidade de habitats que, por sua vez, favorecem o aparecimento de grande variedade de cogumelos e, a nível da fauna, espécies como o javali ou a lebre, o que tornam esta região especialmente propícia à caça. De salientar as aldeias típicas de Alturas do Barroso e Covas do Barros, com os seus telhados de colmo, o Castro do Lesenho e as nascentes de Carvalhelhos.
LEVADA ENTRE MOINHOS DE ÁGUA JUNTO AO RIO COVAS
GADO EQUINO (ALDEIA DE COVAS DO BARROSO)
Waypoints
Capela de Nossa Senhora da Saúde
A Capela de Covas do Barroso, dedicada a Nossa Senhora da Saúde, é um templo em granito de planta rectangular, orientada Este / Oeste. A fachada principal tem um portal rectangular, com moldura saliente, ladeada por duas janelas quadradas, encimada por um óculo, a empena é rematada por uma cruz em metal. Na fachada posterior tem, encaixada na parede, uma placa com inscrições, parcialmente ilegíveis, “OLINGOABENEDIcTA / QVEDOMINUM SEM / PER …DIXIST …AL… / OS… C..STI / + 1692 +”. No interior destacam-se o altar-mor e dois altares laterais, um dos quais possui um belíssimo retábulo, pintado, representando S. Miguel e as Almas do Purgatório. É nesta capela que se celebram, entre outras, as missas nas festas em honra de Santo António (13 de Junho), o Carolo de Santo António ou Festa das Almas (14 de Junho), e Nossa Senhora da Saúde.
Capela de São José
A capela de Romaínho, erigida sobre um afloramento rochoso à entrada da aldeia, é dedicada a S. José. Trata-se de um edifício em granito, de planta rectangular, orientada Sueste / Noroeste, com um alpendre sustentado por colunas. A fachada principal tem um portal rectangular, com moldura em relevo, ladeado por janelas quadrangulares, também elas com moldura em relevo. A padieira da porta contém inscrições: “MARIA IESVS IOSEPH / SALVE REGINAE TIESVM LENEDITVM / ERVCTVM … NOBIS POIoICEXI IVMOS ENDE”. No alongamento da empena tem um campanário, decorado com volutas, rematado com uma cruz latina. No interior desta capela destaca-se o altar-mor em talha dourada que alberga imaginária religiosa.
Covas do Barroso
A freguesia de Covas do Barroso situa-se na parte Sul do concelho de Boticas. Confronta com várias freguesias: a Norte S. Salvador de Viveiro, a Este Canedo do concelho de Ribeira de Pena, a Sul Gondiães do concelho de Cabeceiras de Basto e a Oeste Dornelas. Dista da sede do concelho aproximadamente 20 km. O acesso viário faz-se seguindo pela ER 311, virando na indicação Campos / Covas do Barroso, percorre-se a EM 519-C até à aldeia de Covas do Barroso, ou, em alternativa, percorre-se a ER 311 e virando na indicação Covas do Barroso segue-se pela EM 519-1C. É constituída por 3 aldeias: Covas do Barroso, sede de freguesia, Romaínho e Muro, localizadas num vale, protegidas a Norte pela Serra da Sombra e a Sul pela Serra do Pinheiro. É devido à sua situação geográfica, rodeada por serras, que advém o seu topónimo, pois quando avistada do Alto do Castro parece uma cova. Em termos territoriais é a quarta maior freguesia do concelho.
Cruzeiro de Covas do Barroso
Classificado como Imóvel de Interesse Público é um dos mais belos cruzeiros do concelho. Tem uma plataforma em granito, com dois degraus, o plinto, com as faces decoradas, tem na parte superior inscrito “PASSIO DOMINI / NOSTRI JESUS / CERESTI ESTA SE F / MDCCLXXVI”. A coluna termina em capitel compósito, encimado por um globo rematado por uma cruz, onde se destaca a iconografia das representações escultóricas que aí se encontram, na face frontal uma pietá e na face posterior, voltada para a capela de Nossa Senhora da Saúde, a figura de Santo António com o menino.
Moinho e Engenho do Linho do Jaco
No concelho de Boticas existem cerca de 256 moinhos, sendo todos eles acionados por água. Na sua larga maioria são moinhos de rodízio, contando-se apenas algumas azenhas. Este moinho está integrado no projeto: "Boticas, a sedução da montanha". Este moinho de rodízio dispõe apena de um casal de mós, estando o sistema de acionamento (o rodízio) acoplado diretamente ao veio da mó. Este imóvel está integrado num conjunto de vários moinhos que obtêm a água da mesma levada, partilhando a água entre si e com atividades agrícolas. Junto do moinho existe um antigo engenho de linho quer era acionado por uma roda de azenha.
Forno do Povo
Edifício em granito de planta rectangular, térrea, cobertura, de duas águas, em lajes sobrepostas em fiadas regulares com juntas cimentadas, assentes em três arcos de volta perfeita e sobre a cumeeira do telhado tem dois respiradouros rectangulares. No interior tem, à direita da entrada, o tendal e, sobre o vão do terceiro arco, uma plataforma em alvenaria que serve de suporte a dois fornos de diferentes dimensões, onde a população local continua a cozer o pão tradicional. É neste forno que são cozidas as broas que são distribuídas, depois dos ofícios religiosos em honra das almas, em carolos no dia do Carolo de Santo António (14 de Junho). Este espaço desempenhava, em tempos idos, um importante papel na sociabilidade aldeã, o chamado “café do povo”, era onde se reuniam durante os serões, era também o albergue dos pobres, mendigos e peregrinos, de passagem pela aldeia, que aí pernoitavam.
Igreja Românica de Santa Maria
A Igreja Paroquial de Covas do Barroso, dedicada a Santa Maria, está classificada como Imóvel de Interesse Público. Trata-se de um templo de origem românica, alvo de acrescentos no século XVIII e posterior, que configuraram a planta latina que apresenta. Do estilo original conserva ainda a cabeceira da capela-mor que tem uma janela / fresta decorada com uma arcatura decorada com motivos geométricos. A cornija em pedra é sustentada por cachorros decorados com temáticas figurativas humanas, de animais e utensílios, como pipas. A fachada principal tem um portal rectangular sobrepujado por um óculo, e a empena encontra-se rematada por uma cruz latina. Junto à porta principal o chão encontra-se lajeado com tampas de sepulturas em granito, e tem uma pia da água benta, em granito, assente num pedestal. A torre sineira, afastada do templo, está encaixada no muro do adro em frente à porta principal. Na parte central tem uma edícula com uma escultura de Santo Ildefonso, em pedra de Ançã, na parte superior tem dois rasgos sineiros rematados com uma cruz ladeada por dois pináculos. O interior desta igreja está pavimentado com lápides tumulares em granito. A capela-mor, totalmente decorada com frescos, pinturas que retratam passagens da vida de Maria, de Jesus Cristo e episódios bíblicos, nas paredes e no tecto, com abóbada de cruzaria de ogivas, assente em quatro mísulas cantonais. No corpo da igreja, do lado da epístola, tem um arcosólio, em arco quebrado, que protege o túmulo, com estátua jacente, de D. Afonso Anes Barroso, escudeiro de D. Afonso, 1º Duque de Bragança. Nas capelas laterais encontram-se altares em talha dourada, decorados com telas e imaginária religiosa. Destaque ainda para o coro alto, em madeira policromada, onde sobressaem alguns anjos esculpidos em relevo e pintados.
Comments (4)
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Bonito, muito bonito! Tenho mesmo pena em não vos poder ter acompanhado... o Barroso no outono é sublime! Grande abraço.
Obrigado, Aiguille du Midi, pelo comentário e avaliação do trilho.
Novas oportunidades surgirão e o Barroso esperará por nós!! Grande abraço.
Trilho interessante e bonito. Obrigado pela partilha. Abraço.
Obrigado, _BIO_RAIA_, pelo comentário e avaliação do trilho. Abraço!