Pico Paraná (Campina Grande do Sul / Antonina - PR) - CUME DO PR E DO SUL DO BRASIL
near Sítio Cerro Verde, Paraná (Brazil)
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Trail photos
Itinerary description
VEJA O VÍDEO DESTA TRILHA:
Link para ver no celular: https://youtu.be/ks8FMY_OUIQ
Nas cercanias de Curitiba estão as maiores altitudes de toda a região Sul. São os morros da chamada Serra do Ibitiraquire (que integra a Serra do mar), gerando uma região de terreno muito acidentado, morros achatados e picos, por vezes, pontiagudos, que separam a planície litorânea do primeiro planalto paranaense.
Esta região montanhosa - e de densa mata atlântica - está protegida dentro do Parque Estadual do Pico Paraná, aberto à visitação e ao intenso montanhismo, atividade muito explorada pelos curitibanos e seus vizinhos.
Há um verdadeiro circuito de cumes que, para felicidade dos trilheiros, podem ser atingidos partindo-se de apenas duas trilhas principais. De uma delas, pode-se chegar aos seguintes picos: Caratuva, Itapiroca, Ferraria, Taipabuçu e Pico Paraná (além de cumes secundários). Este último foi objeto deste tracklog e é o cume de todo o Sul do Brasil.
Para se chegar à trilha, o caminho começa no km 46 da rodovia Régis Bittencourt, sentido São Paulo - Estrada do Barro Branco. Siga até o posto do IAT (identificado por placas na estrada) ou dirija-se para a coordenada -25.221768, -48.857146 . A estrada está em boas condições e tem cerca de 5 km.
No local, há um posto do Instituto Água e Terra (antigo IAP), porém é preciso reconstituir a história. Antes da presença estatal, o acesso à trilha era feito quase exclusivamente pela Fazenda Pico Paraná, do sr. Dilson, que há décadas oferece camping, banheiro, alimentação (em finais de semana) e eletricidade, além de apoiar em atividades de salvamento. Esta fazenda possui uma ligação para a trilha, porém, ao seguir por aqui, você não passa pelo posto de controle do IAT. Até este momento, o estado não pode impedir Dilson de permitir o acesso por sua fazenda. Isto não gera nenhum problema para o trilheiro, apenas saiba que existem estas duas possibilidades: começar a trilha pela fazenda ou pelo posto do IAT.
Importante: no posto, não há estrutura de apoio, apenas um container para preenchimento de fichinhas. Sugiro parar na fazenda (que cobrava R$ 10,00 em maio de 2023) e seguir para a trilha pelo posto do IAT.
Há uma outra fazenda ao lado do posto, a Rio das Pedras. Ela também oferece camping e estacionamento, porém não funciona 24/7, ao contrário da fazenda Pico Paraná e do posto do IAT, que nunca fecham.
A trilha do Pico Paraná pode ser dividida em quatro partes.
I) O primeiro trecho começa com uma subida curta e logo se engata um trecho de terreno praticamente plano, bem aberto e limpo. Aproveite para ganhar tempo e não se engane com a facilidade deste trecho, a trilha vai mudar bastante depois. Este trecho termina no Morro do Getúlio, uma elevação de onde se observa, a Oeste, o planalto de Curitiba, e, a Leste, os picos da Serra do Ibitiraquire (o Pico Paraná ainda não aparece). Aqui é um bom ponto pra dar a primeira parada.
II) Poucos metros após o morro do Getúlio, chega-se à primeira bifurcação. À esquerda segue-se para os picos Caratuva, Ferraria e Taipabuçu. Se duvida da sua capacidade de ir ao Pico Paraná, faça um teste indo ao Caratuva. Uma trilha menor, porém bem desafiadora. Vale lembrar que ele é o segundo ponto mais alto da região Sul. O acampamento ali é muito bom, com vista para o Pico Paraná.
Voltando à bifurcação, a trilha começa a subir e o terreno fica bem diferente. Começam a aparecer troncos e raízes e a progressão fica mais lenta.
Aqui surge a primeira e mais abundante fonte de toda a trilha. Mais à frente vem a bifurcação para o Itapiroca - outra opção para acampar. Este trecho da trilha termina num paredão de granito, de onde se tem a primeira vista do Pico Paraná. É quando a trilha para de subir e a vertente muda.
III) O trecho 3 assiste a uma mudança gradual da vegetação. As árvores passam a dar lugar a herbáceas, uma espécie de campo sujo que predomina nos cumes dos morros da serra. A vista do litoral e dos morros próximos passa a acompanhar a trilha. Este trecho passa ainda por mais uma fonte e pelo A1 (Acampamento 1) que, embora tenha uma localização oficial, é um conjunto de áreas passíveis de acampamento. Após o A1, a trilha desce pela cumeeira até atingir um ponto mais baixo.
IV) O trecho quatro é a subida de cerca de 300m de aclive até o cume. Há diversos trechos com grampos e cordas, porém não classifico como trechos difíceis, há apenas um certo temor psicológico para não-experientes. A trilha não chega a configurar uma escalada, exceto em alguns pequenos pontos. Em quase toda a extensão, há solo firme entre as rochas para ser pisado. Novamente, segue-se pela cumeeira. Há pequenos trechos de clareira e terreno mais plano, porém a regra é subir. A trilha passa pelo A2, o acampamento mais perto do cume, e por alguns pontos com belas vistas. Há uma fonte d'água perto do A2, porém o acesso é um pouco complicado... só vá até ela se estiver com risco de ficar se água. Vale lembrar também que esta é a primeira fonte a ficar seca em períodos de estiagem... se for este o caso (mais de uma semana de tempo seco), não gaste energia indo até lá. Eu fui e consegui 200 ml a muito custo...
Mesmo nos metros finais, a trilha mantém o mesmo grau de dificuldade técnico, moderado. É claro que a extensão e altitude geram o cansaço que a torna difícil. No cume há um grande afloramento de granito.
O que se vê lá do alto: tudo! A Nordeste, a região preservada de Guaraqueçaba, a serra e os morros do planalto em direção a São Paulo; a Norte, Noroeste e Leste: todos os picos da Serra do Ibitiraquire, com destaque para o Caratuva e o Itapiroca; a Sudoeste é possível enxergar Curitiba (à noite acredito que as luzes ficam bem visíveis); a Sul, mais escarpas da serra em direção a Santa Catarina, o Pico Marumbi e a cidade de Morretes; a Sudeste enxerga-se Antonina, a baía e o município de Paranaguá. A ilha do Mel certamente é visível, porém o ar estava muito sujo quando fui.
Vale lembrar que o Pico Paraná tem outros 2 cumes "irmãos", a Norte, e que a trilha segue até eles. É possível vê-los lá do alto.
Planeje sua trilha conforme suas capacidades físicas. É possível ir e voltar no mesmo dia? Sim, porém recomenda-se começar antes de nascer do sol e, exceto se for um trail runner, é certo que a volta acontecerá no fim da tarde, portanto leve uma lanterna.
É possível acampar no cume? Sim, porém verifique a previsão de ventos. Esta região pode ter rajadas de vento Nordeste (em qualquer época do ano, com pouca ou nenhuma umidade); Leste (em qualquer época do ano, vento úmido associado à chuva) e Sul (da primavera ao outono, vento seco, porém muito frio, podendo trazer temperaturas negativas). Nos acampamentos A1 e A2 possuem é possível usar a vegetação como "corta-vento".
QUAL A ÉPOCA IDEAL? A trilha pode ser feita o ano todo, porém evite épocas de chuvas. A precipitação é maior aqui entre Dezembro e Março. Qual a condição do tempo ideal para esta trilha? Predomínio de massa de ar seco, sem rajadas de vento (não ir logo após as passagens de frentes frias). Entre maio e julho ocorrem os veranicos na região Sul, tempo aberto, temperatura amena e sem vento, tente fazer num tempo assim.
Link para ver no celular: https://youtu.be/ks8FMY_OUIQ
Nas cercanias de Curitiba estão as maiores altitudes de toda a região Sul. São os morros da chamada Serra do Ibitiraquire (que integra a Serra do mar), gerando uma região de terreno muito acidentado, morros achatados e picos, por vezes, pontiagudos, que separam a planície litorânea do primeiro planalto paranaense.
Esta região montanhosa - e de densa mata atlântica - está protegida dentro do Parque Estadual do Pico Paraná, aberto à visitação e ao intenso montanhismo, atividade muito explorada pelos curitibanos e seus vizinhos.
Há um verdadeiro circuito de cumes que, para felicidade dos trilheiros, podem ser atingidos partindo-se de apenas duas trilhas principais. De uma delas, pode-se chegar aos seguintes picos: Caratuva, Itapiroca, Ferraria, Taipabuçu e Pico Paraná (além de cumes secundários). Este último foi objeto deste tracklog e é o cume de todo o Sul do Brasil.
Para se chegar à trilha, o caminho começa no km 46 da rodovia Régis Bittencourt, sentido São Paulo - Estrada do Barro Branco. Siga até o posto do IAT (identificado por placas na estrada) ou dirija-se para a coordenada -25.221768, -48.857146 . A estrada está em boas condições e tem cerca de 5 km.
No local, há um posto do Instituto Água e Terra (antigo IAP), porém é preciso reconstituir a história. Antes da presença estatal, o acesso à trilha era feito quase exclusivamente pela Fazenda Pico Paraná, do sr. Dilson, que há décadas oferece camping, banheiro, alimentação (em finais de semana) e eletricidade, além de apoiar em atividades de salvamento. Esta fazenda possui uma ligação para a trilha, porém, ao seguir por aqui, você não passa pelo posto de controle do IAT. Até este momento, o estado não pode impedir Dilson de permitir o acesso por sua fazenda. Isto não gera nenhum problema para o trilheiro, apenas saiba que existem estas duas possibilidades: começar a trilha pela fazenda ou pelo posto do IAT.
Importante: no posto, não há estrutura de apoio, apenas um container para preenchimento de fichinhas. Sugiro parar na fazenda (que cobrava R$ 10,00 em maio de 2023) e seguir para a trilha pelo posto do IAT.
Há uma outra fazenda ao lado do posto, a Rio das Pedras. Ela também oferece camping e estacionamento, porém não funciona 24/7, ao contrário da fazenda Pico Paraná e do posto do IAT, que nunca fecham.
A trilha do Pico Paraná pode ser dividida em quatro partes.
I) O primeiro trecho começa com uma subida curta e logo se engata um trecho de terreno praticamente plano, bem aberto e limpo. Aproveite para ganhar tempo e não se engane com a facilidade deste trecho, a trilha vai mudar bastante depois. Este trecho termina no Morro do Getúlio, uma elevação de onde se observa, a Oeste, o planalto de Curitiba, e, a Leste, os picos da Serra do Ibitiraquire (o Pico Paraná ainda não aparece). Aqui é um bom ponto pra dar a primeira parada.
II) Poucos metros após o morro do Getúlio, chega-se à primeira bifurcação. À esquerda segue-se para os picos Caratuva, Ferraria e Taipabuçu. Se duvida da sua capacidade de ir ao Pico Paraná, faça um teste indo ao Caratuva. Uma trilha menor, porém bem desafiadora. Vale lembrar que ele é o segundo ponto mais alto da região Sul. O acampamento ali é muito bom, com vista para o Pico Paraná.
Voltando à bifurcação, a trilha começa a subir e o terreno fica bem diferente. Começam a aparecer troncos e raízes e a progressão fica mais lenta.
Aqui surge a primeira e mais abundante fonte de toda a trilha. Mais à frente vem a bifurcação para o Itapiroca - outra opção para acampar. Este trecho da trilha termina num paredão de granito, de onde se tem a primeira vista do Pico Paraná. É quando a trilha para de subir e a vertente muda.
III) O trecho 3 assiste a uma mudança gradual da vegetação. As árvores passam a dar lugar a herbáceas, uma espécie de campo sujo que predomina nos cumes dos morros da serra. A vista do litoral e dos morros próximos passa a acompanhar a trilha. Este trecho passa ainda por mais uma fonte e pelo A1 (Acampamento 1) que, embora tenha uma localização oficial, é um conjunto de áreas passíveis de acampamento. Após o A1, a trilha desce pela cumeeira até atingir um ponto mais baixo.
IV) O trecho quatro é a subida de cerca de 300m de aclive até o cume. Há diversos trechos com grampos e cordas, porém não classifico como trechos difíceis, há apenas um certo temor psicológico para não-experientes. A trilha não chega a configurar uma escalada, exceto em alguns pequenos pontos. Em quase toda a extensão, há solo firme entre as rochas para ser pisado. Novamente, segue-se pela cumeeira. Há pequenos trechos de clareira e terreno mais plano, porém a regra é subir. A trilha passa pelo A2, o acampamento mais perto do cume, e por alguns pontos com belas vistas. Há uma fonte d'água perto do A2, porém o acesso é um pouco complicado... só vá até ela se estiver com risco de ficar se água. Vale lembrar também que esta é a primeira fonte a ficar seca em períodos de estiagem... se for este o caso (mais de uma semana de tempo seco), não gaste energia indo até lá. Eu fui e consegui 200 ml a muito custo...
Mesmo nos metros finais, a trilha mantém o mesmo grau de dificuldade técnico, moderado. É claro que a extensão e altitude geram o cansaço que a torna difícil. No cume há um grande afloramento de granito.
O que se vê lá do alto: tudo! A Nordeste, a região preservada de Guaraqueçaba, a serra e os morros do planalto em direção a São Paulo; a Norte, Noroeste e Leste: todos os picos da Serra do Ibitiraquire, com destaque para o Caratuva e o Itapiroca; a Sudoeste é possível enxergar Curitiba (à noite acredito que as luzes ficam bem visíveis); a Sul, mais escarpas da serra em direção a Santa Catarina, o Pico Marumbi e a cidade de Morretes; a Sudeste enxerga-se Antonina, a baía e o município de Paranaguá. A ilha do Mel certamente é visível, porém o ar estava muito sujo quando fui.
Vale lembrar que o Pico Paraná tem outros 2 cumes "irmãos", a Norte, e que a trilha segue até eles. É possível vê-los lá do alto.
Planeje sua trilha conforme suas capacidades físicas. É possível ir e voltar no mesmo dia? Sim, porém recomenda-se começar antes de nascer do sol e, exceto se for um trail runner, é certo que a volta acontecerá no fim da tarde, portanto leve uma lanterna.
É possível acampar no cume? Sim, porém verifique a previsão de ventos. Esta região pode ter rajadas de vento Nordeste (em qualquer época do ano, com pouca ou nenhuma umidade); Leste (em qualquer época do ano, vento úmido associado à chuva) e Sul (da primavera ao outono, vento seco, porém muito frio, podendo trazer temperaturas negativas). Nos acampamentos A1 e A2 possuem é possível usar a vegetação como "corta-vento".
QUAL A ÉPOCA IDEAL? A trilha pode ser feita o ano todo, porém evite épocas de chuvas. A precipitação é maior aqui entre Dezembro e Março. Qual a condição do tempo ideal para esta trilha? Predomínio de massa de ar seco, sem rajadas de vento (não ir logo após as passagens de frentes frias). Entre maio e julho ocorrem os veranicos na região Sul, tempo aberto, temperatura amena e sem vento, tente fazer num tempo assim.
Waypoints
Comments (5)
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Information
Easy to follow
Scenery
Difficult
Fizemos esta trilha pelas dicas oferecidas pelo Júlio e já sabíamos o que nos aguardava. Muito bem mostrada e explicada. Difícil, mas que experiência maravilhosa! 🥰❤️
Que bom, Graciane! Parabéns pela conquista 👏🏼
Acabei de chegar nessa trilha após ver seu vídeo no YouTube! Parabéns pela edição e dicas... Farei essa trilha em Agosto/2023
Valeu!!! Boa sorte!!!
Quero conhecer que top