PNPG - Do Lindoso aos Moinhos de Parada, Poço da Gola e Penedo do Encanto
near Lindoso, Viana do Castelo (Portugal)
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Itinerary description
- Trilho circular, que foi "desenhado" de forma a misturar o PR1 PTB - Trilho dos Moinhos de Parada com o PR PTB - Trilho do Penedo do Encanto, com início e fim na aldeia do Lindoso;
- Decorre pelo sopé da serra Amarela, entre as aldeias do Lindoso e de Parada, com passagem por vários pontos de referência, tais como os conjuntos de moinhos abandonados de Parada, o poço da Gola e o conjunto de gravuras rupestres do Penedo do Encanto ou Penedo das Sete Cabeças, os excecionais conjuntos de espigueiros e o castelo do Lindoso. Coincide ainda com o GR50 - Grande Rota Peneda-Gerês, na ligação entre as duas aldeias;
- Misto de caminhos rurais, calçadas de pedra e caminhos de pé posto;
- Trilho com características fáceis, sem declives abruptos, com muita sombra e vários pontos de água;
- Este trilho é um percurso muito acessível, que percorre, essencialmente, caminhos rurais ladeados por muretos de pedra. Apenas de referir que nos dois últimos kms, por opção, aventurámo-nos por velhos caminhos, já sem serventia, cuja vegetação se encarregou de esconder. Nem sempre são evidentes, mas estão lá. Com um pouco de paciência (e sem receio das silvas e do tojo), facilmente chegamos ao caminho principal, caminho esse por onde também passa o GR50;
- Este é um percurso muito agradável para ser feito no período estival, quer pela muita sombra que existe, quer pelos vários pontos e cursos de água que cruza;
- No seu todo, é um percurso fisicamente muito acessível e deslumbrante, com o maciço imponente da Serra Amarela sobranceiro às duas aldeias. É um percurso que proporciona uma experiência altamente recomendável para quem procura beleza natural, história e cultura local ancestral, assim como bons momentos de lazer na fabulosa piscina natural do Poço da Gola!
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- PR1 PTB - TRILHO DOS MOINHOS DE PARADA
Na freguesia de Lindoso, em Ponte da Barca, o Trilho dos Moinhos leva-nos à descoberta da povoação de Parada. O percurso pedestre, com uma duração média de quatro horas e meia, permite conhecer os moinhos, mas não só. Ao longo de sete quilómetros terá oportunidade de atravessar uma ponte, mergulhar nas águas cristalinas da encantadora lagoa do Poço da Gola e apreciar toda a natureza envolvente. A vida animal espreita a cada canto. Este pedaço de terra do Parque Nacional da Peneda-Gerês serve de pasto aos garranos, a rebanhos de ovelhas e a outras espécies. Com uma forte envolvente paisagística e cultural, o trilho mostra-nos como os nossos antepassados aproveitavam, de forma sábia e ecológica, os recursos naturais. Depois de percorrer o trilho, rume à aldeia de Parada e aprecie um conjunto de espigueiros em granito cuidadosamente preservados.
Tipologia: circular
Distância: 7Km
Duração aproximada: 4:30h
Tipo de piso: caminhos rurais e de montanha
Grau de dificuldade: médio
Local de partida e de chegada: aldeia de Parada
- PR PTB - TRILHO DO PENEDO DO ENCANTO
Pequeno percurso de âmbito histórico-cultural desenrolando-se na sua totalidade no lugar de Parada. Aqui podemos observar percorrendo os caminhos medievais, as típicas casas que ainda mantêm a rústica traça alto-minhota e um conservado núcleo de espigueiros centenários de grande valor patrimonial. Seguindo as marcações amarelas e vermelhas que se destacam na paisagem, rica em espécies folhosas como o carvalho e o sobreiro, tendo destaque também alguns azevinhos, somos propositadamente lançados para as imediações do lugar de Parada. Já no interior da floresta e rodeado por muros de pedra solta, dirigimo-nos a um conjunto de gravuras rupestres da Idade do Bronze, trabalhadas em oito rochas, das quais se destaca a mais importante, apelidada de Penedo do Encanto. Depois da visita a este monumento seguimos caminho e após cerca de um quilómetro encontra-mo-nos novamente na aldeia de Parada. Este percurso caracteriza-se pelos declives muito pouco acentuados e as cotas rondam os 500 metros de altitude, ao longo do percurso são frequentes os regatos e uma forte componente de humanização da paisagem.
Tipologia: circular
Distância: 4Km
Duração aproximada: 2:00h
Tipo de piso: caminhos rurais e de montanha
Grau de dificuldade: fácil
Local de partida e de chegada: aldeia de Parada
- PARQUE NACIONAL DA PENEDA GERÊS
O Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG) abrange território de 22 freguesias distribuídas pelos concelhos de Arcos de Valdevez, Melgaço, Montalegre, Ponte da Barca e Terras de Bouro. Esta Área Protegida forma um conjunto com o parque natural espanhol da Baixa Limia - serra do Xurés, constituindo com este, desde 1997, o Parque Transfronteiriço Gerês-Xurés e a Reserva da Biosfera com o mesmo nome. O PNPG fica no norte de Portugal, perto da fronteira espanhola. As suas colinas acidentadas albergam veados, lobos e águias-reais. Os trilhos incluem uma estrada romana repleta de marcos. A estância termal do Gerês, do século VII, fica nas proximidades. Lindoso é uma freguesia tradicional com um castelo medieval e espigueiros em pedra. A norte, o Santuário de Nossa Senhora da Peneda, do século XIX, fica no topo de uma enorme escadaria. O PNPG é constituído por quatro serras principais: Serra da Peneda, Serra do Soajo, Serra Amarela e Serra do Gerês. Os pontos de maior altitude localizam-se na Serra do Gerês e são: o Pico da Nevosa (1545 m) e o Altar dos Cabrões (1538 m) localizados junto à separação entre o território português e o espanhol. Nesta mesma zona localizam-se as abandonadas Minas de Carris (1440 m), onde no auge da década de 50 se exploraram Importantes filões de volfrâmio. A Mata de Albergaria, junto à fronteira da Portela do Homem, representa o coração da Serra do Gerês e um ex-libris natural da região e do país. As origens da constituição do Parque Nacional Peneda Gerês remontam ao ano de 1971 quando o Decreto-Lei 187/71, de 8 de maio, determinou a constituição oficial do único parque com estatuto de parque nacional em Portugal: o Parque Nacional Peneda Gerês (PNPG). A constituição do Parque Nacional da Peneda Gerês teve como objetivo a criação de um sistema de planeamento capaz de valorizar as atividades humanas, salvaguardando a conservação dos solos, águas, a flora e a fauna, assim como a preservação da paisagem nessa vasta região montanhosa do Noroeste português bem como o planeamento científico a longo prazo.
Waypoints
Espigueiros da Eira das Leijas
Conjunto de espigueiros dos séculos XVIII e XIX, para uso agrícola. São estreitos e inteiramente em granito.
açude (braço do rio Lima)
NOTA: neste local encontra-se o 1º conjunto dos Moinhos de Parada. No entanto, o elevado estado de degradação e ruínas dos mesmos levou a que a vegetação praticamente os tenha "submergido", sendo extremamente difícil encontra-los.
ponte medieval
NOTA: infelizmente, pode-se observar nesta ponte um verdadeiro crime de conservação patrimonial. Com efeito, sobre ela encontra-se o tabuleiro da N104-1. Tal facto é incontornável. No entanto, a solução construtiva encontrada para o local é, no mínimo, uma aberração de engenharia civil. As imagens falam por si. E a sensação de desalento no local é inevitável. Quem licenciou esta obra, nos moldes em que a mesma se encontra, merece uma estátua ao lado do pilar central.
Moinho de Parada
NOTA: neste local encontra-se o 2º conjunto dos Moinhos de Parada. No entanto, excetuando este que foi recuperado e limpo, o elevado estado de degradação e ruínas dos restantes levou a que a vegetação praticamente os tenha "submergido", sendo extremamente difícil encontra-los.
Poço da Gola
As cordenadas exactas são mais ao menos desconhecidas. A morada não é particularmente famosa, mas apenas porque esta é uma jóia resguardada do mundo no ponto mais alto do trilho dos moinhos da Parada, na freguesia de Lindoso. Para lá chegar, vai levar cerca quatro horas e meia (sete quilómetros). Mas não bufe já: compensa a estafa, palavra de escuteiro. É que esta represa artificial recebe duas quedas de água que descem da Serra Amarela e se encontram numa piscina natural. Para encontrá-la o melhor é perguntar pela cascata. Uma vez lá, pode mergulhar à vontade e tirar umas fotografias.
Penedo do Encanto
Próximo do lugar de Parada encontramos as gravuras rupestres pré-históricas da Bouça do Colado. Conhecido como Bouça do Colado, Penedo do Encanto ou Penedo das Sete Cabeças, este conjunto de gravuras rupestres geométricas e abstratas, foi feito em 8 rochedos, sendo o mais imponente o conhecido como Penedo do Encanto. Círculos, covinhas, linhas e outras formas podem ser vistas gravadas nas rochas. Esta gravuras encontram-se em razoável estado de conservação, sendo de destacar uma composição monumental de cariz geométrico-simbólico. O centro da composição integra uma figura idoliforme, feminina, estando presentes a cabeça, os seios e o ventre.
Espigueiros da Eira do Tapado
Localizam-se em Parada, local acedido pela estrada nacional e caminho pedestre. Representam um conjunto de vinte e um espigueiros, dispostos em torno de uma eira central, que datam dos séculos XVIII e XIX. Inserem-se na tipologia dos espigueiros do Lindoso, de granito, planta rectangular e paredes aprumadas, servindo para secar e armazenar o milho grosso. Poder-se-ão encontrar exemplares com uma decoração bastante cuidada.
Parada do Lindoso
Parada é uma das aldeias mais secretas no Parque Nacional da Peneda-Gerês. É dominada por um aglomerado de espigueiros e a manutenção de uma vida intensamente tradicional.
Espigueiros da Eira da Portela da Leija
É um excepcional conjunto de espigueiros dos séculos XVIII / XIX, para uso agrícola. São estreitos e inteiramente em granito, com planta retangular e paredes aprumadas com fendas verticais. Poder-se-á, também, observar um espigueiro de fendas horizontais, constituindo um dos raros exemplares desta tipologia existentes em Portugal.
panorâmica da albufeira da barragem do Alto-Lindoso
Albufeira situada no rio Lima, junto à fronteira, entre a serra do Soajo e a serra Amarela. As espécies piscícolas mais comuns são a truta, o barbo e a boga. Atividades desportivas e de lazer estão condicionadas.
Lindoso
Lindoso dista 25 km da sede do concelho. Esta freguesia tem cerca de 1300 habitantes, que se dedicam essencialmente à agricultura e pastorícia. O topónimo Lindoso deriva de «Limitosum». Este aglomerado destaca-se pela sua importância histórica na defesa da fronteira portuguesa, desde os tempos da criação da nacionalidade. Tem como principais atributos o Castelo do Lindoso e um dos maiores e melhores preservados conjuntos de espigueiros. Este aglomerado foi objecto de recentes requalificações. O castelo, reconstruído em 1278, serviu para defender o Lindoso e Portugal, sendo um motivo de orgulho para os habitantes desta freguesia e muito apreciado por quem o visita. Lindoso é composto pelos lugares de Castelo, Cidadelhe e Parada. É uma aldeia turística muito conhecida. O castelo e o conjunto de espigueiros que apresenta aprimoram este núcleo rural, inserido no Parque Nacional da Peneda-Gerês, do qual se vislumbra uma sublime paisagem sobre a albufeira do Lindoso. Além do castelo, a aldeia do Lindoso apresenta um valioso património edificado, que inclui o pelourinho, espigueiros e eiras comunitárias, o cruzeiro do Castelo, a ponte medieval e os moinhos de água de Parada, calçadas medievais, o castro de Cidadelhe e as igrejas paroquiais de São Mamede, Santa Maria Madalena e Santo André, além do Parque Nacional da Peneda-Gerês. Com tanto para ver e apreciar, o melhor é ficar alojado um par de dias na aldeia - a oferta é grande. Quanto à gastronomia, é também muito variada e não dispensa as papas de sarrabulho, rojões à moda do Minho, cozido à portuguesa, cabrito assado, posta barrosã, fumeiro (enchidos e presunto), lampreia, truta, vinho verde e mel.
Espigueiros do Lindoso
Este conjunto localiza-se junto ao Castelo e Cruzeiro de Lindoso. O conjunto de espigueiros do Lindoso (datável do século XVIII) e respetivo local onde se implantam, estão classificados como Imóvel de Interesse Público. «Ao lado do Castelo há o interessante Largo dos Espigueiros. Todos os celeiros dos moradores da velha povoação aí se concentram. São airosos e de esmerada mão de obra quase todos. Tem-se a impressão, em face de cada um, que se trata de um cofreforte medievo, talhado em granito. O conjunto, com todas as suas cruzes, todos os seus tetos, os pés direitos, os balaústres em pedra trabalhada, sugere vago sonho de uma cidade de «abastança»» . (Fundação Calouste Gulbenkian, pp. 918-919, 1965). «Os espigueiros do Lindoso inserem-se no tipo de espigueiros estreitos e de paredes aprumadas, subdividindo-se, no entanto, em quatro subtipos: 1) espigueiros todos de pedra, 2) mistos, 3) espigueiros com corpo e cobertura de pedra e ripado de madeira, 4) espigueiros com telhado de cápeas e guardavento. (...) Para além do Soajo, é aqui no Lindoso que se verifica a maior representação de espigueiros todos de pedra, não só pelo número abundante como pela sua qualidade. Concentram-se em torno de uma única eira, retangular, revelando a importância do trabalho coletivo próprio das comunidades de montanha».
Castelo do Lindoso e Cruzeiro
O Castelo de Lindoso, com classificação de Monumento Nacional, situa-se sobre um pequeno outeiro rochoso, ao lado da povoação, merecendo uma paragem e um olhar mais atento. É uma construção do reinado de D. Afonso III, estando encoberto por baluartes e obras defensivas do século XVII. « (...) Trata-se de um pequeno quadrilátero, irregular, com esquinas arredondadas para evitar ângulos mortos. Esta modalidade oferece também uma maior resistência e faculta uma melhor defesa. Duas torres, quadrangulares, defendem a porta de armas, virada à povoação. No lado oposto, substituindo aí a cerca, temos a torre de menagem, relativamente ampla se bem que baixa. Ao seu lado, no sítio da atual entrada, refeita na Época Moderna, deve ter existido a porta da traição. Embora a cerca deste castelo tenha ainda um aspeto românico, dado não ter torres defensivas a flanqueá-la, nem mesmo nas suas esquinas, temos a convicção de que deve ser considerada como obra já gótica, devido ao facto da torre de menagem estar integrada na cerca e no adarve e por causa dos seus matacães. (...) A porta de armas, pela solução gótica que apresenta e pelo escudo que a encima, sugere-nos a época de D. Afonso III, como data da construção desta obra, o que as siglas multiplicadas também indiciam. No seu interior, além da cisterna, há construções modernas com bastante interesse arqueológico. O mesmo diremos para as obras defensivas e baluartes que o contornam». (Almeida, p. 124,1987). O museu, localizado no interior do castelo, possui na sala de armas da torre uma coleção de armas cedida pelo Museu Militar do Porto. Esta coleção engloba peças que vão desde o século XIV ao século XIX. Na Sala do Forno existe uma coleção de arqueologia do território do Lindoso – da pré-história aos nossos dias. Trata-se de um espólio arqueológico proveniente de estações escavadas na área envolvente do castelo do Lindoso.
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Easy to follow
Scenery
Moderate
O início e o final do trilho estão cobertos de vegetação o que se revela difícil chegar ao final sem uns valentes arranhões.
Caro magas 11, obrigado pelo comentário e avaliação do trilho.
Com efeito, nas ligações entre o Lindoso e Parada, existem dois pequenos troços que, por opção, foram percorridos num espírito de "descoberta". Daí atravessarem zonas com bastante vegetação. Existe a opção de seguir pelo trilho do GR50 (nos dois sentidos), que está limpo e sinalizado.
Mas como não foi essa a nossa opção, o resultado foi algo "picante"!!! Mas divertido, também!
Continuação de boas caminhadas!!!
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Easy to follow
Scenery
Easy
Percurso fantástico por terras do Lindoso! São muitos os locais de interesse (Moinhos de Parada, Poço da Gola, Penedo do Encanto, Espigueiros e Castelo do Lindoso, etc...) que fazem deste percurso uma excelente experiência de pedestrianismo. Muito bom!! Grande abraço.
Obrigado, Aiguille du Midi, pelo comentário e avaliação do trilho.
O Lindoso é muito bonito e esta caminhada mostrou-o. Grande abraço!
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Easy to follow
Scenery
Easy
Este trilho é muito interessante e bonito. A junção destes dois PRs resulta muito bem, pois a região é belíssima e o Poço da Gola dá para dar uns belos mergulhos nos dias de calor. Muito bom, mesmo! Grande abraço
Obrigado, _BIO_RAIA_, pelo comentário e avaliação do trilho.
É uma caminhada por uma região muito bonita, mesmo. Grande abraço!