PNPG - De Pitões das Júnias à Fraga de Brazalite
near Pitões das Júnias, Vila Real (Portugal)
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Trail photos
Itinerary description
- Trilho circular, sem marcações, com início e fim na aldeia de Pitões das Júnias, no parque de estacionamento do Taranhal (próximo do café Casa do Preto);
- Este trilho desenvolve-se essencialmente por caminhos de pé posto no maciço oriental do Parque Nacional da Peneda Gerês;
- Pelo facto de o mesmo atravessar, parcialmente, zonas de proteção parcial I e II, requer um pedido prévio de autorização, caso contrário está-se limitado a grupos até 10 pessoas, no máximo;
- Neste trilho percorre-se um conjunto de pontos de referência de elevado interesse paisagístico, cultural e natural. Após sair da aldeia de Pitões, o primeiro objetivo foi subir à formação rochosa conhecida por "Castelo" e descer pelo meio das ruínas da aldeia velha do Gerês, também chamada aldeia do Juríz. Deste ponto empreendeu-se a subida até à icónica capela de São João da Fraga, local privilegiado com uma panorâmica de 360º simplesmente fabulosa. Pelo caminho pode-se ainda visitar o Fojo do Lobo de Pitões. Da capela desce-se para o vale do ribeiro da Tulha, vale esse que nos permite ascender, pelo meio de bosques de carvalhos, até ao sopé do maciço rochoso conhecido por Fraga de Brazalite, à qual se consegue subir sem grandes dificuldades mas com os devidos cuidados, para evitar acidentes. Este miradouro natural permite-nos apreciar todo o esplendor que nos rodeia, tanto do lado português como do lado espanhol, visto estarmos muito próximos da fronteira. Sendo este o ponto mais elevado do percurso, a partir daqui regressa-se à aldeia de Pitões, descendo até ao vale do ribeiro das Aveleiras, cujo curso de água vamos acompanhando até chegarmos ao ponto de partida;
- Todo este percurso é belíssimo, com o Gerês selvagem no seu esplendor, quer pela beleza agreste das encostas rochosas, assim como pela frescura dos bosques de carvalhos e pelas deslumbrantes paisagens que os vários miradouros nos oferecem;
- Trilho exigente com características difíceis do ponto de vista físico devido aos declives que se têm que transpor e também pela distância que se percorre. Existe ainda a necessidade de se efetuarem várias travessias sobre "poldras" pelos diversos cursos de água. Estas travessias serão mais ou menos complicadas, consoante os caudais de água que se encontre;
- Muitos destes "caminhos" nem sempre são evidentes nem consecutivos, pelo que as mariolas são uma excelente referência. No entanto, considero necessário e fundamental o uso de GPS.
AVISO: este trilho deve ser realizado com tempo seco, pois as características do terreno tornam-no perigoso se este estiver molhado. Outros fatores a ter em conta são as neblinas intensas, que dificultarão a progressão no terreno, e a forte exposição solar. Estes fatores são determinantes para a conclusão com êxito deste lindíssimo trilho.
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- PARQUE NACIONAL DA PENEDA GERÊS
O Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG) abrange território de 22 freguesias distribuídas pelos concelhos de Arcos de Valdevez, Melgaço, Montalegre, Ponte da Barca e Terras de Bouro. Esta Área Protegida forma um conjunto com o parque natural espanhol da Baixa Limia - serra do Xurés, constituindo com este, desde 1997, o Parque Transfronteiriço Gerês-Xurés e a Reserva da Biosfera com o mesmo nome. O PNPG fica no norte de Portugal, perto da fronteira espanhola. As suas colinas acidentadas albergam veados, lobos e águias-reais. Os trilhos incluem uma estrada romana repleta de marcos. A estância termal do Gerês, do século VII, fica nas proximidades. Lindoso é uma freguesia tradicional com um castelo medieval e espigueiros em pedra. A norte, o Santuário de Nossa Senhora da Peneda, do século XIX, fica no topo de uma enorme escadaria. O PNPG é constituído por quatro serras principais: Serra da Peneda, Serra do Soajo, Serra Amarela e Serra do Gerês. Os pontos de maior altitude localizam-se na Serra do Gerês e são: o Pico da Nevosa (1545 m) e o Altar dos Cabrões (1538 m) localizados junto à separação entre o território português e o espanhol. Nesta mesma zona localizam-se as abandonadas Minas de Carris (1440 m), onde no auge da década de 50 se exploraram Importantes filões de volfrâmio. A Mata de Albergaria, junto à fronteira da Portela do Homem, representa o coração da Serra do Gerês e um ex-libris natural da região e do país. As origens da constituição do Parque Nacional Peneda Gerês remontam ao ano de 1971 quando o Decreto-Lei 187/71, de 8 de maio, determinou a constituição oficial do único parque com estatuto de parque nacional em Portugal: o Parque Nacional Peneda Gerês (PNPG). A constituição do Parque Nacional da Peneda Gerês teve como objetivo a criação de um sistema de planeamento capaz de valorizar as atividades humanas, salvaguardando a conservação dos solos, águas, a flora e a fauna, assim como a preservação da paisagem nessa vasta região montanhosa do Noroeste português bem como o planeamento científico a longo prazo.
Waypoints
Pitões das Júnias (largo do Eiró)
Numa paisagem que o tempo perpetuou, emoldurada pelas planuras verdes da Mourela, encontra-se a aldeia de Pitões das Júnias, palco de ancestrais tradições que mergulham fundo nas raízes culturais celtas. É uma aldeia situada a cerca de 1200 metros de altitude, no norte de Portugal, Concelho de Montalegre, Distrito de Vila Real e região de Barroso. Totalmente inserida no Parque Nacional Peneda-Gerês, a sua origem é desconhecida em parte mas muitas vezes se confunde com a do Mosteiro de Santa Maria das Júnias, monumento classificado como Monumento Nacional em que o atual mosteiro e seu templo anexo foram erguidos durante a primeira metade do século XII, antes mesmo da fundação da nacionalidade. Com as fragas e picos do Gerês a poente e noroeste, e o planalto da Mourela a nascente e nordeste, Pitões das Júnias é uma das aldeias mais visitadas do concelho de Montalegre. Além da fauna e da flora riquíssima, oferece outros pretextos para passeios e perpetua tradições que não se encontram em mais nenhum local. Inserida num dos ambientes rurais mais mágicos do Parque Nacional da Peneda-Gerês, é uma aldeia repleta de identidade que se orgulha da sua ancestralidade, tradições e história. Grande parte da responsabilidade dessa magia está nas montanhas que se erguem em redor e propiciam uma das molduras mais bucólicas destes recantos do nosso Portugal. É terra de Montanhas Magníficas, de enigmas, de lendas e mistérios.
'Castelo' de Pitões das Júnias
No extremo setentrional da aldeia de Gerês, no topo de um pequeno outeiro, a cerca de 1130 metros de altitude, encontram-se nos afloramentos graníticos vários rasgos, que indiciam os alicerces de uma construção de planta quase rectangular. A par destes existem ainda encaixes circulares, na parte lateral dos mesmos penedos, idênticos aos usados nas ombreiras das portas para encaixe dos silhares superiores. No local e sob o afloramento existe um singelo abrigo, onde foram encontrados pequenos fragmentos de cerâmica medieval. No topo existe uma pia, de formato quadrangular com 3,80 metros de comprimento, por 1,5 metros de largo e várias covinhas circulares. No parte superior foi colocada uma cruz em cimento e escrito o nome do Pe. Telmo e António Marto, o primeiro veio de África e isolou-se alguns anos em Pitões, o segundo é o actual bispo de Leiria.
Aldeia Velha do Juríz
A cerca de 1000 metros para Sudoeste da aldeia de Pitões das Júnias e camuflado por um denso carvalhal encontra-se o povoado abandonado de Gerez. Conservam-se vestígios de cerca de 40 casas de planta quadrangular, construídas com blocos graníticos, alguns toscamente aparelhados. Os arruamentos entre as casas estão também bem conservados, sendo que ainda mantêm o lajeado. O espaçamento entre as casas é de cerca de 3/4 metros, algumas conservam pouco mais de um metro de parede, mas consegue-se imaginar, sem grandes esforços a arquitectura desta aldeia. Os carvalhos vão invadindo, pouco a pouco o interior de cada casa, conferindo a este sítio uma beleza rara. É a aldeia Medieval de Sancti Vincencii de Gerez, referida nas Inquirições Afonsinas de 1258, cuja ocupação se terá desenvolvido durante a Idade Média até inícios da Idade Moderna. Situa-se na encosta do monte do Castelo, relativamente abrigada e rodeada de linhas de água. Relativamente ao abandono desta aldeia os motivos apontados, como a peste, não passam de meras especulações, pois não temos evidências que o possam comprovar. A poucos metros do povoado e junto à linha de água encontram-se abundantes restos de escória.
Fojo do lobo de Pitões
O Fojo do Lobo era uma armadinha construída de paredes graníticas que terminam num poço, e tinham como objectivo a caça e morte dos Lobos. Os animais eram encurralados na sequência de batidas organizadas pela população para se protegerem das alcateias que rondavam a sua aldeia. Felizmente nos dias de hoje são apenas marcas de um passado, embora o Lobo seja perseguido de outras formas que não deveriam acontecer!
Capela de São João da Fraga
São totalmente desconhecidas as origens desta capela. Não se sabe nem quando nem quem a mandou construir. O que só se sabe é que foi feita em honra de São João da Fraga. Para chegar a esta capela, a mais de 1100 metros de altitude, é preciso percorrer um dos percursos mais emblemáticos de Pitões das Júnias, que tem tanto de belo como de íngreme. Todos os anos, no primeiro domingo após o dia de São João, os habitantes de Pitões das Júnias cumprem a tradição religiosa, cuja origem também é desconhecida, de subir ao alto da serra em romaria ao santo que protege a aldeia. Manda a tradição que no final do percurso, com perto de hora e meia, os habitantes comemorem junto a um carvalhal, comendo os lanches previamente ali deixados e dançando ao som das concertinas.
Miradouro
Neste miradouro, a meio caminho do alto da Fraga de Brazalite, pode-se admirar o Encoro de Salas, em território espanhol e o Coto de Fonte Fria, na linha de fronteira.
Comments (6)
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Excelente trilho que partilhamos num magnífico dia de primavera numa área que nos é tão querida... Parque Nacional Gerês!
Obrigado pela companhia!
Grande abraço.
Obrigado, amigo! Foi, sem dúvida, um belo dia! Grande abraço.
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Information
Easy to follow
Scenery
Difficult
Trilho espetacular pelo PNPG. Pitões das Júnias é uma aldeia belíssima, a capela de São João é simplesmente deslumbrante e a Fraga de Brazalite oferece vistas panorâmicas de excelência... todo o percurso é soberbo!! Foi uma caminhada espetacular! Muito bom. Grande abraço!!
Obrigado, Aiguille du Midi, pelo comentário e avaliação do trilho.
O PNPG é fantástico mas tudo à volta de Pitões das Júnias é maravilhoso!! Grande abraço!
Trilho lindíssimo pelo PNPG. Pitões das Júnias é das aldeias mais bonitas do parque e neste percurso passa-se ainda pela maravilhosa capela de São João da Fraga. Excelente! Abraço.
Obrigado, _BIO_RAIA_, pelo comentário e avaliação do trilho.
É, de facto, um percurso muito bonito, com excelentes pontos de interesse. Grande abraço!