PNPG - Da Cascata do Arado ao Curral da Rocalva (via Curral dos Bicos Altos)
near Ermida, Braga (Portugal)
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Trail photos
Itinerary description
PRADO E MEDA DA ROCALVA (COM GADO DA VEZEIRA)
PANORÂMICA DO VALE DO RIO LAÇO
- Um trilho "clássico" do PNPG, com algumas variantes e um ou outro "atalho" de forma a viabilizar o acesso a alguns currais. É um trilho circular, sem marcações mas bastante bem "mariolado", com início e fim no estradão florestal de acesso à Ponte do Arado (opcional);
- Este percurso teve por base o desenho percorrido pelos Caminhantes (a quem desde já agradeço a partilha), testado no terreno em abril de 2018. Seguimos o mesmo traçado e na mesma direção (sentido contrário aos ponteiros do relógio), excetuando uma ou outra alteração;
- Numa primeira parte, começa-se por se percorrer o estradão florestal, atravessa-se a ponte do Arado e continua-se até à Tribela, passando pelos Currais da Malhadoura e de Portos. Contornando a Casa do Médico pela esquerda, desce-se à ponte das Servas, sobre o rio Conho, e daí volta-se a subir a encosta até ao Curral de Pinhô. Neste local abandona-se o estradão de terra e toma-se um estreito trilho de pastores, por caminho de pé posto cuja vegetação dificulta a perceção do mesmo. No entanto, com a ajuda das mariolas e uma boa dose de paciência e determinação, faz-se o trajeto com calma até se chegar ao prado e Curral da Pousada. Pouco mais à frente surge o prado e o Curral dos Bicos Altos. Neste local tomou-se a decisão de "atalhar" encosta acima, a corta mato. Esta opção deveu-se ao facto de nessa zona a encosta apresentar vegetação rasteira e algumas rochas que nos pareceram que iriam facilitar a progressão, o que se veio a confirmar. O objetivo era encontrar o trilho dos pastores que nos levaria até ao prado e Curral da Pradolã. E, de facto, a meia encosta lá encontramos o trilho e as respetivas mariolas, que nos orientaram na direção do prado. Seguindo no mesmo trilho, passa-se ao lado dos Bicos Altos e depois chega-se à grande laje panorâmica sobre o vale do rio Laço, um miradouro natural com uma paisagem deslumbrante que merece ser devidamente apreciada. Continuando a lenta ascenção, chega-se ao Curral do Vidoeirinho e daí até ao prado da Rocalva é um "saltinho", sendo este o local ideal para uma merecida pausa de descanso e de reforço alimentar. Encaixado entre dois promontórios de referência, a Roca Negra e a Meda da Rocalva, este prado é um pequeno paraíso no PNPG profundo;
- A segunda parte deste percurso consiste essencialmente no regresso. E, tal como já havíamos feito numa anterior incursão ao Curral da Rocalva, não seguimos a via "clássica", mais longa, que contorna a Roca Negra pelo Arco do Borrageiro até à Chã da Fonte, descendo pelo Curral do Camalhão e Prado da Teixeira. Optamos por seguir pelo meio, em direção ao Curral do Cando e depois até ao Curral da Arrocela, sempre a meia-encosta, descendo até ao prado e Curral das Couriscadas e depois até à bifurcação para o Curral da Giesteira. Aí, seguimos pela esquerda, junto à Corga da Giesteira, na direção do rio Arado, o qual acompanhamos pela margem esquerda até ao miradouro da sua emblemática cascata. Logo a seguir encontra-se a ponte e o estradão florestal que nos leva de regresso ao ponto inicial;
- Este percurso, conforme já referi, não apresenta marcações e apenas está mariolado, numa clara referência aos trilhos de pastores por aqui inscritos. Por conseguinte, de forma a evitar enganos ou acrescentar kms desnecessários, aconselha-se o uso do GPS;
- Misto de trilhos de pé posto e algum (pouco) estradão florestal;
- Trilho com características moderadas, tendo em conta a distância percorrida, a morfologia do terreno e alguns declives mais acentuados, sobretudo no "atalho" encosta acima, entre o Curral dos Bicos Altos e o Curral da Pradolã (um troço realizado a corta-mato), que apenas deve ser efetuada com tempo seco. No entanto, não sendo um trilho particularmente longo, é um percurso com alguma complexidade, pois convém ter em conta os troços cujo declive exige boa capacidade física (algumas partes requerem especial atenção e cuidado), assim como alguns troços cuja vegetação dificulta a passagem. Se chover, com vento e neblina, as dificuldades serão muito acrescidas, pelo que deve ser evitado. Botas e bastões são essenciais;
- No seu todo, é um percurso belíssimo, ainda que fisicamente exigente. As paisagens são de uma beleza extraordinária, sobretudo as impressionantes vistas panorâmicas do vale do rio Conho e do vale do rio Laço, assim como toda a perceção dos muitos maciços graníticos que povoam este território montanhoso. Em resumo, uma caminhada sensacional pelo nosso magnifico Parque Nacional da Peneda Gerês!
PANORÂMICA DOS BICOS ALTOS
MARIOLA (PORMENOR DO PERCURSO)
Outros percursos realizados nesta região:
PNPG - Da Fecha de Barjas à Tribela (pelo GR50 e PR14 TBR - Trilho do Sobreiral da Ermida)
PNPG - Da ponte do Arado ao prado da Rocalva (pelo vale do rio do Conho)
PNPG - Da Tribela ao Poço Azul e vale dos Bicos Altos
PNPG - Da Ermida ao prado da Teixeira
PNPG - Do Curral dos Portos ao Prado da Pousada
PNPG - Trilho pelos prados altos
PNPG - PR3 TBR: Trilho dos Currais
PNPG - Trilho do Vidoeiro ao Vale da Teixeira
PNPG - De Fafião a Porto da Lage
PNPG - PR1 MTL - Trilho do pão, do azeite e dos miradouros (alternativa invernal)
PNPG - Da vila do Gerês às Silhas do Corro do Velho
PNPG - Trilho a Pé de Cabril
PNPG - Trilho da Vezeira da Ribeira
PNPG - Trilho de Pincães à Lagoa do Marinho
VITELO DA VEZEIRA NO PRADO DA ROCALVA
PANORÂMICA DA ROCA NEGRA
- ABRIGOS PASTORIS (CABANAS, CORTELHOS E CURRAIS)
“(…) Para a estadia em cada curral tem o pastor, como já dissemos, o seu forno, ou cabana, onde se recolhe e abriga. São construções toscas, ligeiras, de pedras secas, mal dispostas geralmente, umas revestidas e outras não de torrões, tapando os intervalos. Cobertas umas de telhas redondas, à portuguesa; cobertas outras de torrão, guarnecendo pedras largas e delgadas.
As suas dimensões e capacidade não são grandes: 2 a 2,50 metros de alto, por 2,50 e 3 metros de comprido, com as portas baixas, por onde o homem passe curvado e por elas não entre o gado. Três a seis, ou oito pessoas, é o máximo que nelas caberão.
A cobertura de uns fornos é redonda, aguçada; a de outros com armação em duas águas.
O pavimento coberto de fetos ou mato miúdo para amaciar a dormida e junto da porta, do lado de fora, em muitos formos, a pia, ou pias, cavadas na rocha firme, ou móveis, para a comida e bebida do cão, inseparável companheiro e amigo da montanha. A porta de serventia, única, tapada apenas por alguns gravetos de mato ou ramaria, indicadores só de uma linha de respeito.
O travejamento é tosco, como a construção em que se emprega, e fornecido sempre pelos carvalhos mais próximos, que os há com fartura na serra, brotando e crescendo com espontânea pujança naquele solo abençoado.
Esta habitação e os costumes que descritos ficam, são mais ou menos comuns a todos os povos da serra, e não só os de Vilar da Veiga, pelo que, a não ser com alguma variação, se encontra nos homens e nos usos de Rio Caldo, de Covide, de S. João do Campo e Vilarinho, de Cabril e de Pitões e por aí fora, até termos de Soajo e Lindoso, por um lado; até termos de Barroso e Montalegre, pelo outro. (…)"
TUDE DE SOUSA, no seu livro “Gerez – Notas Etnográficas, Arqueológicas e Históricas”
CABANA DO CURRAL DA MALHADOURA (VEZEIRA DA ERMIDA)
PRADO E CURRAL DO VIDOEIRINHO
- SERRA DO GERÊS
A serra do Gerês, que ocupa grande parte do concelho de Terras de Bouro e que se prolonga para lá da fronteira, prosseguindo para o território do Parque Natural da Baixa Limia – Serra do Xurês (Espanha), atinge no seu ponto máximo os 1548m (Pico da Nevosa) e representa a segunda maior elevação em Portugal Continental.
Esta serra não é apenas definida por picos, mas também pelas suas chãs e cursos de águas nos seus vales agudos, onde se destacam como principais rios, o Homem e o Cávado.
Do seu potencial geológico e geomorfológico destaca-se a falha do Gerês, responsável pela deslocação dos vales dos rios Cávado e Homem e pelas nascentes termais da Vila do Gerês e do rio Caldo (Espanha), bem como, de vales em U decorrentes das glaciações.
As variadas manchas florestais da serra do Gerês, constituídas por carvalho, azevinho, azereiro, vidoeiro, pinheiro, medronheiro e teixo, albergam em si um elevado património florístico, que é complementado por muitas outras espécies herbáceas, das quais se pode destacar, o lírio-do-Gerês, o feto-do-Gerês e o hipericão-do-Gerês.
A existência de múltiplos biótopos naturais ajudam a suportar uma fauna diversificada que vai muito além dos mais reconhecidos como o corço ou o lobo, que pela sua natureza esquiva se tornam de difícil avistamento. De índole selvagem, mas com propriedade doméstica, podem ser observadas a pastar nas montanhas, as raças autóctones de cavalos garranos e as vacas barrosã.
PANORÂMICA DO CUTELO OU ROCA DE PIAS
PANORÂMICA DO VALE DO RIO LAÇO
- PARQUE NACIONAL DA PENEDA-GERÊS
O Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG) abrange território de 22 freguesias distribuídas pelos concelhos de Arcos de Valdevez, Melgaço, Montalegre, Ponte da Barca e Terras de Bouro. Esta Área Protegida forma um conjunto com o parque natural espanhol da Baixa Limia - serra do Xurés, constituindo com este, desde 1997, o Parque Transfronteiriço Gerês-Xurés e a Reserva da Biosfera com o mesmo nome. O PNPG fica no norte de Portugal, perto da fronteira espanhola. As suas colinas acidentadas albergam veados, lobos e águias-reais. Os trilhos incluem uma estrada romana repleta de marcos. A estância termal do Gerês, do século VII, fica nas proximidades. Lindoso é uma freguesia tradicional com um castelo medieval e espigueiros em pedra. A norte, o Santuário de Nossa Senhora da Peneda, do século XIX, fica no topo de uma enorme escadaria. O PNPG é constituído por quatro serras principais: Serra da Peneda, Serra do Soajo, Serra Amarela e Serra do Gerês. Os pontos de maior altitude localizam-se na Serra do Gerês e são: o Pico da Nevosa (1545 m) e o Altar dos Cabrões (1538 m) localizados junto à separação entre o território português e o espanhol. Nesta mesma zona localizam-se as abandonadas Minas de Carris (1440 m), onde no auge da década de 50 se exploraram Importantes filões de volfrâmio. A Mata de Albergaria, junto à fronteira da Portela do Homem, representa o coração da Serra do Gerês e um ex-libris natural da região e do país. As origens da constituição do Parque Nacional Peneda Gerês remontam ao ano de 1971 quando o Decreto-Lei 187/71, de 8 de maio, determinou a constituição oficial do único parque com estatuto de parque nacional em Portugal: o Parque Nacional Peneda Gerês (PNPG). A constituição do Parque Nacional da Peneda Gerês teve como objetivo a criação de um sistema de planeamento capaz de valorizar as atividades humanas, salvaguardando a conservação dos solos, águas, a flora e a fauna, assim como a preservação da paisagem nessa vasta região montanhosa do Noroeste português bem como o planeamento científico a longo prazo.
MEDA DA ROCALVA
CASCATA E LAGOAS DO ARADO
Waypoints
Panorâmica da Roca Negra e Roca de Pias
O Cutelo das Pias é um colosso granítico que tem como vizinhas a Roca Negra e a Meda da Rocalva. O seu nome foi dado por alguém nascido na Ermida, mas este local, como muitos outros, tem um nome diferente conforme a vezeira: se for a da Ermida, é Cutelo das Pias. Se for a de Fafião, é Roca de Pias. Pode ainda ser escrito Cutelo de Pias. O seu topo é um miradouro natural cujas paisagens em redor são absolutamente de cortar a respiração.
Atalho pela encosta
Por opção, este foi o local que nos pareceu mais acessível para subir esta encosta, na direção do Curral da Pradolã. Quase no topo, reencontra-se o trilho mariolado. ATENÇÃO: encosta íngreme, que se faz com segurança a subir, mas o tempo deve estar seco, caso contrário, será perigoso.
Cascata do Arado
A Cascata do Arado é uma queda de água localizada no rio Arado, a cerca de 3km da aldeia da Ermida e a cerca de 8km da Vila do Gerês, em pleno coração do Gerês. Situada a uma altitude de cerca de 900 metros, cria uma sucessão de cascatas únicas por entre as rochas. Todo o caminho até à cascata é digno de ser observado, onde ficará maravilhado com aquilo que a natureza do Gerês tem para oferecer, sendo esta cascata um sítio de paragem obrigatória. O acesso a esta cascata é possível de carro, porém, o último quilómetro é feito através de um caminho em terra batida até à ponte sobre o rio Arado. A partir daqui é necessário subir os degraus em pedra que nos levam a um pequeno miradouro no topo do qual é possível contemplar a cascata.
Trilho muito fechado por vegetação
Comments (6)
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Information
Easy to follow
Scenery
Moderate
Excelente!! Mais um magnifico trilho pelo PNPG, de regresso à sempre majestosa Rocalva. A temperatura do dia esteve perfeita, tal como a companhia. Muito bom, mesmo! Grande abraço.
Olá, Aiguille du Midi! Foi mesmo um dia excelente, com ótima temperatura e bons amigos. Caminhar assim pelo PNPG dá outro colorido e outro "sabor". Para repetir, sem dúvida. Obrigado pela excelente avaliação, grande abraço!
O magnifico Gerês e a sempre imponente Rocalva! Obrigado pela partilha, abraço.
Olá, _BIO_RAIA_, obrigado pela avaliação e comentário ao trilho. Abraço!
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Information
Easy to follow
Scenery
Moderate
Excelente trilho e descrição!! Obrigado pela partilha! Boas caminhadas.
Viva, F. Gonçalves! Obrigado pela avaliação e comentário ao trilho. É um prazer saber que esta partilha lhe foi útil para desfrutar deste trilho pelo magnifico PNPG. Abraço e continuação de ótimas caminhadas!!