PN Chapada Diamantina: Travessia Vale do Pati (Mucugê x Andaraí)
near Mucugê, Bahia (Brazil)
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LEIA ATÉ O FINAL
Travessia realizada em três dias, entre Mucugê e Andaraí, percorrendo um bom trecho do Gerais do Rio Preto, visitando o Cachoeirão por cima e por baixo e deixando o Vale do Pati pela Ladeira do Império.
LOGÍSTICA:
Para quem está em veículo próprio ou locado, minha recomendação é deixá-lo em Andaraí, que o ponto final desta travessia. Pode escolher entre pernoitar a noite anterior ao trekking em Andaraí ou Mucugê.
Pernoitando em Andaraí, existem 4 formas de se chegar ao ponto inicial da travessia. 1) Contratando um mototáxi/táxi, maneira mais cara, a viagem fica em torno de R$50 por pessoa; 2) Ônibus no terminal rodoviário de Andaraí. Todos os dias por volta da 07:00, ônibus da viação Novo Horizonte, com destino a Vitória da Conquista. R$9 por pessoa. Existem ônibus em outros horários, tanto da empresa Novo Horizonte, como EMTRAM e Cidade Sol. Para iniciar a travessia no mesmo dia, o ideal é pegar no primeiro horário.; 3) Van no centro de Andaraí.Todos os dias, são vans que fazem a linha Nova Redenção x Cascavel. No domingo há somente uma van. As vans passam a partir das 06:00, mas no domingo é melhor estar na Praça até 05:50, para não correr o risco. Preços estão entre R$10 e R$20, se não me engano; 4) Carona, porém a rodovia BA-142 não apresenta movimento constante/intenso de veículos, então pode demorar a acontecer.
Independente da forma de transporte, a viagem, em condições normais, leva até 1h para ser feita. Para quem tem disponibilidade, o ideal é se deslocar para Mucugê no dia anterior ao início do trekking, para conseguir iniciar a caminhada mais cedo no dia seguinte.
Estando em Mucugê, tem a opção de iniciar a caminhada na cidade ou de contratar um mototáxi para adiantar o trecho pela estradinha, o que pode poupar até 1h de caminhada (cerca de 4.5km se for possível chegar até o rio Paraguaçu). Para quem pega o ônibus ou a van em Andaraí, o melhor é descer no Posto Serra Verde, já na saída da cidade.
A TRAVESSIA:
1º dia: Mucugê x Cachoeirão - 29km
Somente no primeiro dia já se percorre mais da metade da travessia, aproximadamente 3/5 da distância total. Embora seja uma distância grande para a caminhada com cargueiras, trata-se de um relevo suave e trilhas de fácil navegação, o que permite um bom rendimento.
Após sair de Mucugê, segue-se pela rodovia BA-142, sentido Barra da Estiva, até a entrada da RPPN Adília Paraguassu. Na Reserva tem início o trecho por estradinha de terra, que se estende até a beira do Rio Paraguaçu. Do Posto Serra Verde até a travessia do rio são 3.3km.
A travessia é feita na foz do Rio Preto, em seu encontro com o Rio Paraguaçu. Ou seja, em caso de chuvas frequentes, o nível do rio estará alto, demandando atenção. Fizemos essa travessia após uma semana de chuvas fortes e frequentes na região. Como a água cobria todo o lajeado, a melhor opção foi atravessar por sobre as pedras empilhadas que formam uma espécie de barragem "natural". Mesmo com o volume d'água e correnteza (vide fotos) foi tranquilo de atravessar com cargueiras. Para não molhar logo de cara, tiramos as botas e as calças.
Daí em diante a trilha segue, quase sempre, paralela ao Rio Preto, tendo a Serra da Cotinguiba a sua direita. Percorre-se uma área de transição entre cerrado e campos de altitude. A trilha do Rio Paraguaçu ao entroncamento com a trilha do Cachoeirão tem sido pouco utilizada, então se caracteriza por ser uma trilha suja. Nos quilômetros iniciais a vegetação está sempre rente e em alguns trechos a trilha se confunde com os afloramentos rochosos.
O primeiro dia é quase todo por um ligeiro aclive, alternando com ligeiras descidas e subidas pouco mais inclinadas. Quase não se sente a subida, tendo em vista que são 270 metros de desnível em 28km. A parte pelos gerais (campos de altitude) possui diversas nascentes e riachos que abastecem o Rio Preto, portanto há boa oferta de água. O ponto negativo é que a trilha fica alagada ou mesmo corre água por ela em vários trechos, principalmente após períodos chuvosos. Molhar os pés durante o percurso é inevitável. Essas partes úmidas da trilha faz com que não seja possível acampar em qualquer lugar, o que também não é recomendado.
Depois de 25.4km, há um atalho que poupa algumas centenas de metros de caminhada. A trilha segue discreta entre a vegetação de campos rupestres e intercepta o caminho principal que leva ao Cachoeirão. Mesmo com o tempo seco, a trilha que desce para o Cachoeirão costuma formar alguns atoleiros e possui outros trechos bastante úmidos e escorregadios.
Do atalho são mais 2.5km, quase sempre em declive, até o mirante da parte alta do Cachoeirão. Algumas centenas de metros antes do mirante há um poço bem interessante formado pelo Rio Cachoeirão, local indicado para banho. Próximo ao mirante, há uma pequena área indicada para camping, com cerca de 10m² (duas barracas pequenas), onde é possível fincar os espeques. Barracas autoportantes podem ser montadas sobre os lajeados.
2º dia: Cachoeirão por cima x Casa de Sr. Eduardo ~8.3km
No segundo dia descemos para o poço do Cachoeirão, passando pela "fenda do Cachoeirão", a trilha mais curta que liga os dois atrativos. Trata-se de uma trilha bem demarcada, até mesmo nos trechos sobre lajeados, onde há pequenas setas indicativas. O início desse trajeto é comum ao da trilha da "fenda da Prefeitura", até uma bifurcação com sinalização bem rústica.
Saindo do Cachoeirão, a trilha começa alternando subidas e descidas rápidas, com vários trechos sobre lajeados e alguns degraus. Isso faz com que a velocidade de deslocamento seja um pouco mais lenta. Logo no início há uma escada para descer. Depois de contornar uma lapa, descer um trecho acentuado e vencer uma subida moderada, chegamos à bifurcação indicada. Tomamos a trilha da direita, que estava limpa e bem demarcada.
Vamos nos aproximando da encosta e passamos a caminhar em um corte estreito da serra, entre a parede e o precipício. Em alguns pontos há cabos de aço fixados para maior segurança. Predominam os declives moderados e acentuados e rapidamente se perde altitude, até interceptar a trilha clássica para o Cachoeirão por baixo. Depois da bifurcação indicada, há uma boa oferta de água até o final da descida.
No entroncamento com a trilha para o Cachoeirão por baixo, o ideal é deixar as cargueiras na mata e levar somente o necessário. A trilha para os poços do Cachoeirão é bem irregular, com alguns trechos de pula-pedra. São pouco mais de 1km entre o encontramento e o primeiro poço. A trilha segue sempre pela direita do Rio Cachoeirão (no sentido de quem sobe). No primeiro momento, ao chegar no leito do rio, é preciso ficar atento, pois há uma trilha discreta que continua à direita. Próximo ao primeiro poço, a trilha desemboca novamente no leito do rio, daí em diante é preciso ir pulando as pedras até alcançar o primeiro poço, que está à direita.
Para o segundo poço, é preciso voltar a distância que dá acesso ao primeiro poço e seguir pelo leito de rio à esquerda, onde as pedras são maiores. Após avançar alguns metros pelo leito do rio, fique atento a uma trilha discreta que continua pelo meio da mata, à direita de quem sobe. Pela trilha o acesso ao segundo poço é mais fácil (ou menos difícil).
Depois de visitar os poços, voltamos pelo mesmo trajeto da ida, pegamos as cargueiras na mata e continuamos pela trilha até a casa de Domingos (filho de Seu Eduardo), ponto de apoio mais próximo do Cachoeirão, onde fizemos a pernoite.
NOTE:
No interior do cânion do Cachoeirão a precisão do GPS não é das melhores, o que ocasionou um erro de posicionamento dos dados gravados.
3º dia: Casa de Sr. Eduardo x Andaraí - 14.2km
Saindo da casa de Seu Eduardo, seguimos no sentido oposto ao do Cachoeirão pela trilha principal. Adiante chegamos num descampado, onde é preciso seguir pelo caminho da direita. Mais a frente atravessamos um pinguela sobre o Rio Cachoeirão e continuamos por uma trilha consolidada em meio a mata até as proximidades da casa de Seu Joia.
Após Seu Joia, é preciso descer em direção ao rio, por uma trilha que passa por trás da casa. Chegando ao Rio Pati, há uma ponte de madeira para fazer a travessia. Na outra margem logo começa a subida da Ladeira do Império. São 2.7km de subida contínua até a virada da serra, em um desnível de 474 metros.
Vencida a subida, começa um longo trecho de descida, com 9km de extensão, que termina em Andaraí. Neste trecho final alternam-se descidas moderadas com trechos praticamente planos, que percorrem regos do garimpo. Muita disponibilidade de água neste trecho final, que possui um desnível de 675 metros.O trajeto se desenvolve por campos rupestres, com pouca oferta de sombra.
O tracklog termina logo que começam algumas casas, já na rua de Andaraí. Bem no final existem a Pousada Solar da Serra e o Camping Diamantino. Para chegar ao centro de Andaraí, basta continuar pela rua e dobrar à direita na ponte de concreto, continuando pela rua de calçamento até chegar a Praça do Garimpeiro, onde há opção de mercadinhos, restaurante e lanches.
OBSERVAÇÕES:
> Caminha se desenvolve no Parque Nacional da Chapada Diamantina, com acesso livre e gratuito;
> Você está em uma unidade de conservação federal, LEVE SEU LIXO DE VOLTA e NÃO FAÇA FOGUEIRAS;
> Não é preciso pedir autorização para fazer este trajeto;
> Atenção, é uma trilha de longa distância que passa por locais remotos, sem sinal de celular, onde qualquer tipo de resgate é complexo e demorado; esteja preparado;
> É uma travessia de dificuldade técnica moderada, já que é preciso caminhar por terrenos irregulares e pequenos trechos de pula-pedra; do ponto de vista físico, é preciso ter o mínimo de condicionamento, em razão das grandes distâncias a serem percorridas e do peso a ser carregado;
> Trajeto recomendado para aquelas pessoas que possuem experiência em trekkings longos e autônomos, já que, pelo menos no primeiro dia, não há qualquer casa de apoio ou algo do tipo;
> Grande parte da caminhada se desenvolve por áreas expostas ao tempo, use chapéu e protetor solar;
> Interessante sempre estar com braços e pernas protegidos, utilizando camisas de manga longa e calças;
> Boa oferta de água pelo caminho, uma garrafa por pessoa é o suficiente; para quem não tem o costume de tomar "água da serra", o ideal é levar algum produto para tratamento da água;
> O acesso ao Pati desde Mucugê, percorrendo pro completo o Gerais do Rio Preto, é uma trilha pouco frequentada, ótima opção para quem deseja tranquilidade em feriados e na alta temporada, fomos encontrar outras pessoas somente no poço do Cachoeirão;
:> Se quiser fazer o mesmo trajeto na companhia de algum guia, saiba que são poucos que fazem essa rota. A maior parte até desencoraja essa trilha entre Mucugê e Cachoeirão, por conta da distância;
> Bons ventos!
Travessia realizada em três dias, entre Mucugê e Andaraí, percorrendo um bom trecho do Gerais do Rio Preto, visitando o Cachoeirão por cima e por baixo e deixando o Vale do Pati pela Ladeira do Império.
LOGÍSTICA:
Para quem está em veículo próprio ou locado, minha recomendação é deixá-lo em Andaraí, que o ponto final desta travessia. Pode escolher entre pernoitar a noite anterior ao trekking em Andaraí ou Mucugê.
Pernoitando em Andaraí, existem 4 formas de se chegar ao ponto inicial da travessia. 1) Contratando um mototáxi/táxi, maneira mais cara, a viagem fica em torno de R$50 por pessoa; 2) Ônibus no terminal rodoviário de Andaraí. Todos os dias por volta da 07:00, ônibus da viação Novo Horizonte, com destino a Vitória da Conquista. R$9 por pessoa. Existem ônibus em outros horários, tanto da empresa Novo Horizonte, como EMTRAM e Cidade Sol. Para iniciar a travessia no mesmo dia, o ideal é pegar no primeiro horário.; 3) Van no centro de Andaraí.Todos os dias, são vans que fazem a linha Nova Redenção x Cascavel. No domingo há somente uma van. As vans passam a partir das 06:00, mas no domingo é melhor estar na Praça até 05:50, para não correr o risco. Preços estão entre R$10 e R$20, se não me engano; 4) Carona, porém a rodovia BA-142 não apresenta movimento constante/intenso de veículos, então pode demorar a acontecer.
Independente da forma de transporte, a viagem, em condições normais, leva até 1h para ser feita. Para quem tem disponibilidade, o ideal é se deslocar para Mucugê no dia anterior ao início do trekking, para conseguir iniciar a caminhada mais cedo no dia seguinte.
Estando em Mucugê, tem a opção de iniciar a caminhada na cidade ou de contratar um mototáxi para adiantar o trecho pela estradinha, o que pode poupar até 1h de caminhada (cerca de 4.5km se for possível chegar até o rio Paraguaçu). Para quem pega o ônibus ou a van em Andaraí, o melhor é descer no Posto Serra Verde, já na saída da cidade.
A TRAVESSIA:
1º dia: Mucugê x Cachoeirão - 29km
Somente no primeiro dia já se percorre mais da metade da travessia, aproximadamente 3/5 da distância total. Embora seja uma distância grande para a caminhada com cargueiras, trata-se de um relevo suave e trilhas de fácil navegação, o que permite um bom rendimento.
Após sair de Mucugê, segue-se pela rodovia BA-142, sentido Barra da Estiva, até a entrada da RPPN Adília Paraguassu. Na Reserva tem início o trecho por estradinha de terra, que se estende até a beira do Rio Paraguaçu. Do Posto Serra Verde até a travessia do rio são 3.3km.
A travessia é feita na foz do Rio Preto, em seu encontro com o Rio Paraguaçu. Ou seja, em caso de chuvas frequentes, o nível do rio estará alto, demandando atenção. Fizemos essa travessia após uma semana de chuvas fortes e frequentes na região. Como a água cobria todo o lajeado, a melhor opção foi atravessar por sobre as pedras empilhadas que formam uma espécie de barragem "natural". Mesmo com o volume d'água e correnteza (vide fotos) foi tranquilo de atravessar com cargueiras. Para não molhar logo de cara, tiramos as botas e as calças.
Daí em diante a trilha segue, quase sempre, paralela ao Rio Preto, tendo a Serra da Cotinguiba a sua direita. Percorre-se uma área de transição entre cerrado e campos de altitude. A trilha do Rio Paraguaçu ao entroncamento com a trilha do Cachoeirão tem sido pouco utilizada, então se caracteriza por ser uma trilha suja. Nos quilômetros iniciais a vegetação está sempre rente e em alguns trechos a trilha se confunde com os afloramentos rochosos.
O primeiro dia é quase todo por um ligeiro aclive, alternando com ligeiras descidas e subidas pouco mais inclinadas. Quase não se sente a subida, tendo em vista que são 270 metros de desnível em 28km. A parte pelos gerais (campos de altitude) possui diversas nascentes e riachos que abastecem o Rio Preto, portanto há boa oferta de água. O ponto negativo é que a trilha fica alagada ou mesmo corre água por ela em vários trechos, principalmente após períodos chuvosos. Molhar os pés durante o percurso é inevitável. Essas partes úmidas da trilha faz com que não seja possível acampar em qualquer lugar, o que também não é recomendado.
Depois de 25.4km, há um atalho que poupa algumas centenas de metros de caminhada. A trilha segue discreta entre a vegetação de campos rupestres e intercepta o caminho principal que leva ao Cachoeirão. Mesmo com o tempo seco, a trilha que desce para o Cachoeirão costuma formar alguns atoleiros e possui outros trechos bastante úmidos e escorregadios.
Do atalho são mais 2.5km, quase sempre em declive, até o mirante da parte alta do Cachoeirão. Algumas centenas de metros antes do mirante há um poço bem interessante formado pelo Rio Cachoeirão, local indicado para banho. Próximo ao mirante, há uma pequena área indicada para camping, com cerca de 10m² (duas barracas pequenas), onde é possível fincar os espeques. Barracas autoportantes podem ser montadas sobre os lajeados.
2º dia: Cachoeirão por cima x Casa de Sr. Eduardo ~8.3km
No segundo dia descemos para o poço do Cachoeirão, passando pela "fenda do Cachoeirão", a trilha mais curta que liga os dois atrativos. Trata-se de uma trilha bem demarcada, até mesmo nos trechos sobre lajeados, onde há pequenas setas indicativas. O início desse trajeto é comum ao da trilha da "fenda da Prefeitura", até uma bifurcação com sinalização bem rústica.
Saindo do Cachoeirão, a trilha começa alternando subidas e descidas rápidas, com vários trechos sobre lajeados e alguns degraus. Isso faz com que a velocidade de deslocamento seja um pouco mais lenta. Logo no início há uma escada para descer. Depois de contornar uma lapa, descer um trecho acentuado e vencer uma subida moderada, chegamos à bifurcação indicada. Tomamos a trilha da direita, que estava limpa e bem demarcada.
Vamos nos aproximando da encosta e passamos a caminhar em um corte estreito da serra, entre a parede e o precipício. Em alguns pontos há cabos de aço fixados para maior segurança. Predominam os declives moderados e acentuados e rapidamente se perde altitude, até interceptar a trilha clássica para o Cachoeirão por baixo. Depois da bifurcação indicada, há uma boa oferta de água até o final da descida.
No entroncamento com a trilha para o Cachoeirão por baixo, o ideal é deixar as cargueiras na mata e levar somente o necessário. A trilha para os poços do Cachoeirão é bem irregular, com alguns trechos de pula-pedra. São pouco mais de 1km entre o encontramento e o primeiro poço. A trilha segue sempre pela direita do Rio Cachoeirão (no sentido de quem sobe). No primeiro momento, ao chegar no leito do rio, é preciso ficar atento, pois há uma trilha discreta que continua à direita. Próximo ao primeiro poço, a trilha desemboca novamente no leito do rio, daí em diante é preciso ir pulando as pedras até alcançar o primeiro poço, que está à direita.
Para o segundo poço, é preciso voltar a distância que dá acesso ao primeiro poço e seguir pelo leito de rio à esquerda, onde as pedras são maiores. Após avançar alguns metros pelo leito do rio, fique atento a uma trilha discreta que continua pelo meio da mata, à direita de quem sobe. Pela trilha o acesso ao segundo poço é mais fácil (ou menos difícil).
Depois de visitar os poços, voltamos pelo mesmo trajeto da ida, pegamos as cargueiras na mata e continuamos pela trilha até a casa de Domingos (filho de Seu Eduardo), ponto de apoio mais próximo do Cachoeirão, onde fizemos a pernoite.
NOTE:
No interior do cânion do Cachoeirão a precisão do GPS não é das melhores, o que ocasionou um erro de posicionamento dos dados gravados.
3º dia: Casa de Sr. Eduardo x Andaraí - 14.2km
Saindo da casa de Seu Eduardo, seguimos no sentido oposto ao do Cachoeirão pela trilha principal. Adiante chegamos num descampado, onde é preciso seguir pelo caminho da direita. Mais a frente atravessamos um pinguela sobre o Rio Cachoeirão e continuamos por uma trilha consolidada em meio a mata até as proximidades da casa de Seu Joia.
Após Seu Joia, é preciso descer em direção ao rio, por uma trilha que passa por trás da casa. Chegando ao Rio Pati, há uma ponte de madeira para fazer a travessia. Na outra margem logo começa a subida da Ladeira do Império. São 2.7km de subida contínua até a virada da serra, em um desnível de 474 metros.
Vencida a subida, começa um longo trecho de descida, com 9km de extensão, que termina em Andaraí. Neste trecho final alternam-se descidas moderadas com trechos praticamente planos, que percorrem regos do garimpo. Muita disponibilidade de água neste trecho final, que possui um desnível de 675 metros.O trajeto se desenvolve por campos rupestres, com pouca oferta de sombra.
O tracklog termina logo que começam algumas casas, já na rua de Andaraí. Bem no final existem a Pousada Solar da Serra e o Camping Diamantino. Para chegar ao centro de Andaraí, basta continuar pela rua e dobrar à direita na ponte de concreto, continuando pela rua de calçamento até chegar a Praça do Garimpeiro, onde há opção de mercadinhos, restaurante e lanches.
OBSERVAÇÕES:
> Caminha se desenvolve no Parque Nacional da Chapada Diamantina, com acesso livre e gratuito;
> Você está em uma unidade de conservação federal, LEVE SEU LIXO DE VOLTA e NÃO FAÇA FOGUEIRAS;
> Não é preciso pedir autorização para fazer este trajeto;
> Atenção, é uma trilha de longa distância que passa por locais remotos, sem sinal de celular, onde qualquer tipo de resgate é complexo e demorado; esteja preparado;
> É uma travessia de dificuldade técnica moderada, já que é preciso caminhar por terrenos irregulares e pequenos trechos de pula-pedra; do ponto de vista físico, é preciso ter o mínimo de condicionamento, em razão das grandes distâncias a serem percorridas e do peso a ser carregado;
> Trajeto recomendado para aquelas pessoas que possuem experiência em trekkings longos e autônomos, já que, pelo menos no primeiro dia, não há qualquer casa de apoio ou algo do tipo;
> Grande parte da caminhada se desenvolve por áreas expostas ao tempo, use chapéu e protetor solar;
> Interessante sempre estar com braços e pernas protegidos, utilizando camisas de manga longa e calças;
> Boa oferta de água pelo caminho, uma garrafa por pessoa é o suficiente; para quem não tem o costume de tomar "água da serra", o ideal é levar algum produto para tratamento da água;
> O acesso ao Pati desde Mucugê, percorrendo pro completo o Gerais do Rio Preto, é uma trilha pouco frequentada, ótima opção para quem deseja tranquilidade em feriados e na alta temporada, fomos encontrar outras pessoas somente no poço do Cachoeirão;
:> Se quiser fazer o mesmo trajeto na companhia de algum guia, saiba que são poucos que fazem essa rota. A maior parte até desencoraja essa trilha entre Mucugê e Cachoeirão, por conta da distância;
> Bons ventos!
Waypoints
Waypoint
2,732 ft
Água
Waypoint
3,553 ft
Fim da subida
Waypoint
2,796 ft
Água
Waypoint
2,638 ft
Riacho
Waypoint
1,947 ft
Água
Waypoint
3,931 ft
Riacho
Waypoint
1,338 ft
Pousada/Camping - Andaraí
WAYPOINT 17
Waypoint
3,924 ft
Riacho
Waypoint
3,616 ft
Água
Waypoint
3,915 ft
Riacho
Waypoint
3,184 ft
Riacho
Waypoint
2,976 ft
Trilha segue à direita
Waypoint
3,871 ft
Poço
Waypoint
3,937 ft
Riacho
Waypoint
3,211 ft
Seguir à direita
Waypoint
3,881 ft
Riacho
Waypoint
3,200 ft
Seguir direita
Esquerda para Lapa do Caboclo
Waypoint
4,052 ft
Toca do Gavião à direita
Waypoint
3,807 ft
Riacho
Waypoint
3,258 ft
Água
Comments (14)
You can add a comment or review this trail
Boa noite, Hélio. Parabéns pelos seus relatos, estão sendo muito úteis para eu planejar minha ida à Chapada!
Uma dúvida sobre essa trilha: é tranquilo descer pela fenda do Cachoeirão com cargueiras? (vou estar com minha namorada e estamos pensando em fazer o percurso da Igrejinha até lá, descer e dormir no Eduardo).
Valeu, abraço!
Olá Hélio, é possível acampar na toca do gavião?
grato.
Rodrigo,
desculpe a demora em responder, não recebi a notificação da sua mensagem. Se ainda tiver em tempo, saiba que é tranquilo descer com cargueiras, pois foi desta forma que desci. Apesar do nome "fenda", trata-se de uma trilha normal, apenas com forte inclinação em seu trecho final. Não é preciso escalar, nem nada do tipo.
André,
é possível sim, existe também um área bem pequena para acampar próximo ao Cachoeirão, mas cabem no máximo duas barracas pequenas.
Fala Hélio, beleza?
Já acessei o Paty por diversas vias, mas essa não é uma delas. Os amigos que moram por essas bandas sempre me indicaram essa via e acho que agora, em Junho, aproveitando que é uma via pouco utilizada, vou finalmente fazê-la. De acordo com seu relado e track, não parece ter grande dificuldade. Mas, como pela minha experiência, sempre há um porpem, existe algum trecho que você ache mais problemático ou sobre o qual você tenha alguma dica ou sugestão?
No mais, obrigado! Nós já classificamos você aqui como sendo o cara dos tracks mais bem feitos e precisos!
Grande abraço!
Rodrigo.
Olá Rodrigo,
o trecho, apesar de longo, não apresenta grande dificuldade. A navegação é basicamente no visual até o Cachoeirão, mesmo com a trilha discreta em alguns pontos. Depois do alto do Cachoeirão é preciso ter um pouco mais de atenção, já que o trecho é feito sobre um lajeado, mas com o tracklog não há qualquer dificuldade. Pra você ter ideia, consegui achar a trilha somente com um relato verbal de um amigo que é guia em Andaraí, na época não tinha nenhum tracklog disponível para ajudar...
Em termos técnicos, o acesso ao poço do Cachoeirão é o mais difícil, já que a trilha é bem irregular e o final é sobre as rochas do leito.
No mais é só fazer! Qualquer dúvida estamos aí. Bons ventos!
Opa! Valeu Hélio!
Qual foi a descrição que seu amigo lhe deu? Pode reproduzi-la?
Nunca se sabe quando a tecnologia falha e ficamos apenas com mapa, olhos, bússola e dicas...
heheh
Abraço!
Rodrigo, não foi nada de muito preciso. Ele me disse que sairia do Cachoeirão pela mesma trilha que leva à Prefeitura, porém em determinado ponto teria uma bifurcação sinalizada (rusticamente), onde deveria tomar à direita para descer ao vale do Cachoeirão, sendo que a trilha da esquerda seria a tal trilha da "fenda" da Prefeitura.
Como eu já tinha uma noção do caminho para a Prefeitura, tratei de verificar todas as possíveis bifurcações. Porém a bifurcação verdadeira não tem erro, ela fica num trecho de subida com alguns degraus e a sinalização é um rabisco feito na rocha.
Sem querer encher o saco, mas já enchendo, se te passar meu e-mail você mandaria o tracklog pro garmim para mim? Estamos tendo dificuldade para retirar do wikiloc...
Abraço!
Rodrigo, passa seu e-mail via mensagem privada.
Boa noite Hélio! Conheço a trilha do cachoeirão e a toca do gavião mas nunca acampei nestes pontos e não lembro do espaço. Estou indo com mais 4 pessoas. No total serão 5 barracas. Onde acha melhor acampar? Na toca ou no cachoeirão?
Andrebrobs, na Toca nunca fiquei, então não sei te dizer. No topo do Cachoeirão, no local que fiquei, não dava pra colocar mais de 2 barracas de forma confortável. Agora, se quiser montar diretamente sobre a rocha ou em outros lugares mais desconfortáveis, aí sim.
Olá Helio! Obrigado pelo track e relato. A parte trilha ate a Toca do Cabloco é a mais visível do trecho ate a entrada do cachoeirão?
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Information
Easy to follow
Scenery
Moderate
Informações preciosas e track muito bem feito com os waypoints.
Em vários momentos me ajudou muito.
Só usei o trecho do Cachoeirão até Mucugê, pois estava fazendo uma travessia desde Lençóis.
É uma caminhada difícil, ainda mais por ter pego chuva em alguns trechos.
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Information
Easy to follow
Scenery
Moderate
Utilizei esse tracklog para ir da casa de Seu Eduardo até o Cachoeirão por baixo, e depois subi a fenda para ir embora pelo Aleixos.
Da casa de Seu Eduardo até o cachoeirão por baixo, a trilha está bem demarcada e é 100% do lado direito de quem sobe o rio, chegando bem próximo dos poços, quando aí sim é necessário andar sobre as pedras enormes pelo leito do rio.
A dica preciosíssima é a respeito da trilha descrita por Hélio no acesso ao poço do coração, na mata do lado direito de quem sobe: nesse trecho não há precisão do GPS, então tive um pouco de dificuldade de encontrar a trilha e fui subindo pelas pedras mesmo, o que é muito mais cansativo e perigoso, até que enxerguei uma abertura na mata e encontrei a trilha.
A fenda do cachoeirão está muito bem descrita no tracklog, com os pontos de água e bifurcação com a trilha que segue para a fenda da prefeitura, podem seguir sem medo.