Percurso S. Bento (PNSAC) (04-Mar-12) (Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros)
near Cabeça das Pombas, Leiria (Portugal)
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Trail photos
Itinerary description
Um dos percursos com pior marcações e manutenção do PNSAC.
Em pleno coração do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, o percurso pedestre de São Bento percorre o planalto de Santo António, atravessando no sentido sul/norte a serra de S. Bento. Trata-se de um percurso linear (o ponto de partida e de chegada não são coincidentes) que poderá ser desdobrado em três percursos de diferentes extensões, com ligação à estrada de S. Bento.
É um percurso particularmente rico e interessante do ponto de vista geomorfológico, permitindo a observação de uma grande diversidade de estruturas características do carso típico, como são os campos de lapiás e as dolinas. Outra curiosidade deste traçado prende-se com a possibilidade de observar várias cavidades de desenvolvimento vertical – os algares (termo de origem árabe – gar significa cratera). São vários os que se abrem à e ao visitante ao longo do percurso. Já próximo do vértice geodésico dos Alecrineiros (541 m de altitude), abre-se o algar das Bocas Largas e, finalmente, embutido na dolina de Cós Carvalhos, com perto de 60 m de profundidade, outro se abre com o mesmo nome. São também interessantes as microformas de dissolução bem representadas nos diferentes lapiás do percurso.
Seguindo a rota para norte, por entre matos altos e densos, relevos esbranquiçados pontuam as cumeadas; para nascente o horizonte abre-se de repente e prolonga-se pela bacia terciária do Tejo. Em termos de vegetação, o aproveitamento do solo depositado no fundo das dolinas determinou as alterações na paisagem observáveis ao longo do percurso, quer pela introdução de espécies arbóreas, como o eucalipto e o pinheiro-bravo (Pinus pinaster), quer pela coexistência de cordões de vegetação espontânea composta por carvalho-cerquinho (Quercus faginea), folhado (Viburnum tinus), aderno (Phillyrea spp.) e aroeira (Pistacia lentiscus), com as culturas agrícolas praticadas nesses locais.
Seguindo o trilho por entre os “chousos” - os muros de pedra solta - principais responsáveis pela compartimentação labiríntica da paisagem, torna-se fácil perdermo-nos no emaranhado de caminhos, se não seguirmos com atenção as marcas vermelhas e amarelas, que nos indicam o caminho a seguir.
Próximo de Covas, afundamo-nos em pequenas depressões de formas mais ou menos circulares, delimitadas por chousos, na sua maioria dolinas, de fundo verde atapetado, donde sobressaem penedos fantásticos, encimados por coroas de heras, mais parecendo cogumelos gigantes - os megalapiás. Depois de passar o casal de Santo António percorremos a parte final do percurso por entre matos e manchas de eucaliptal e carvalhal, que escondem campos de verdadeiras esculturas em pedra produzidas pela natureza.
Topo
Pontos de interesse
Montado de sobro - o sobreiro (Quercus suber) é uma árvore autóctone protegida por lei, que ocorre aqui associada a zonas agrícolas de solos com alguma profundidade. É provável que ocupe mesmo locais onde antigamente existiram outros carvalhos (note-se que o sobreiro é também um carvalho - género Quercus). Embora se trate de uma planta calcífuga (i.e. intolerante ao cálcio), entre os calcários encontram-se alguns solos vermelhos que não possuem cálcio assimilável.
Algar da Bajanca e algar do Cofelo - respetivamente com 35 e 50 m de profundidade, estes algares são morfologicamente diferentes, resultarando de diferentes evoluções. O primeiro alberga variadas espécies da fauna com hábitos cavernícolas (i.e. que habitam em cavernas) e rupícolas (de zonas com rochosas), tendo sido em tempos, importante dormitório da gralha-de-bico-vermelho Pyrrhocorax pyrrhocorax. Atualmente, é utilizado como algar escola.
Campos de lapiás - termo utilizado para designar a superfície modelada com formas de carsificação - os lapiás. Estes podem apresentar várias formas e dimensões, sendo que o termo “megalapiás” engloba formas variadas cuja característica comum reside nas suas dimensões superiores ao normal.
Algar das Bocas Largas - os algares são fenómenos resultantes da erosão, típicos dos calcários e semelhantes a poços ou aberturas à superfície que comunicam com cavidades de desenvolvimento vertical, que, neste caso, atinge uma profundidade de 12 m. A aproximação a estas estruturas deverá ser feita com a máxima cautela, sendo de todo desaconselhada a sua visita sem o devido enquadramento técnico.
Lapiás na dolina de Cós Carvalhos - o termo lapiás designa formas resultantes da dissolução que cinzela os blocos de rochas cársicas que afloram ou estão cobertas por uma camada de solo. Os lapiás podem apresentar desde formas simples a complexas. Estas estruturas constituem uma constante do percurso, de onde se evidencia os lapiás dos Cós Carvalhos, embutidos numa dolina de grandes dimensões.
Chousos defensivos - os chousos (muros de pedra solta), principais responsáveis pela compartimentação labiríntica da paisagem, aparecem em determinada altura coroados de lajes apontadas para o exterior, o que, de acordo com testemunhos antigos, constituía uma forma de defesa contra os ataques dos lobos.
Covas (megalapiás) - próximo da povoação de Covas, o percurso afunda-se em pequenas depressões de forma mais ou menos circular, na sua maioria dolinas, delimitadas por muros de pedra, com o solo coberto por um prado verde donde sobressaem penedos fantásticos, os megalapiás, encimados por vezes com coroas de hera.
Arquitetura tradicional (Azelha) - o Casal de Santo António, antigamente conhecido pelo nome de Azelha, constitui o último núcleo habitacional desta rota onde é possível encontrar alguns exemplares curiosos da arquitetura tradicional em pedra (casas, eiras e cisternas).
(nota: informação retirada da página do ICNF/ Guia de percursos pedestres do PNSAC)
Outros percursos que fiz na região:
PNSAC - Corredoura (Fevereiro 2004)
Fórnea (PNSAC) - (29-10-2006)
Olhos D'Água do Alviela (PR1-ACN) (15-03-2009)
Algar do Pena - PNSAC (PR1 STR) 29-03-2009
Estrada Romana - Alqueidão da Serra (02-05-2010) (PR9-PMS)
Arco da Memória - Arrimal (PNSAC - PR2 PMS) (27-11-2011)
Percurso Grutas do Almonda (PNSAC) (04-12-2011)
Lapa dos Pocilgões (PR3 PMS) - (29-01-2012)
Percurso S. Bento (PNSAC) (04-Mar-12)
Buracas de Mira de Aire (11-MAR-2012)
Chiqueda - Vale da Ribeira do Mogo (27-05-2012)
Serra de Santo António 21-Setembro-2012
Bezerra (PNSAC) Caminho de Ferro - 28-Out-2012)
Estrada Romana - Alqueidão da Serra (PNSAC) (18-Nov-2012)
Vale da Ribeira do Mogo - Chiqueda (02-Dezembro-2012)
Algar do Pena - Vale da Trave - 9-Dez-2012
Serra da Lua - Arrimal (PNSAC) - 16-Dezembro-2012 (PR1 PMS)
Serra de Santo António 10-02-2013
Serra Galega - 03-03-2013
Chãos - 10-NOV-2013 (PR4 RMR - variante)
Marinhas de Sal (PR1 Rio Maior - PNSAC) (28-09-2014)
Rota dos Frades (Alcanena - PNSAC) (27-09-2015)
ROTA DA ARCADA (PR9 ACN) (29-11-2015)
Rota dos Arrifes - PR6 - Alcanena - 07-FEV-2016
Vale Fojo-Vale das Varjas-Moinhos do Abadio (21-Fevereiro-2016)
Rota dos Algares - 14/05/2017
Portela de Vale de Espinho 28-05-2017
Mendiga pela serra (01-Outubro-2017)
Cabeço das Pombas - Casal de Sto António - Cabeço das Pombas (PR4 PMS, parcial)
Vale da Trave - 21-01-2018
Fórnea (PNSAC) - (04-Março-2018)
Santa Marta à Rota dos Frades - 22-04-2018
Rota dos Moinhos (PR7-ACN) (04-11-2018)
Chãos - Alcobertas (PNSAC) (PR2 RMR) (16-Dez-2018)
Vale de Ventos (PNSAC) (PR1 - ACB)
Bairro / Casal Farto (PNSAC) - 17-Fev-2019
Vale da Fonte Santa (Carris - Alcobaça)
Nascentes do Lena - Fórnea - Penas do Castelo
Castelejo (versão reduzida) + Carvalhal do Orçário
Da Serra dos Candeeiros, ao Vale das Milheiriças
Nascente do Almonda - Vale Fojo - Aire - Vale Garcia (PNSAC)
Fungalvaz - Baloiço do Talegre - Gruta da Lapa
São Bento e Praia Jurássica, ao por do sol (PNSAC)
Mata Nacional do Vimeiro e Mata do Gaio
Do Buraco Roto à Estrada Romana, pelo Dólmen do Alqueidão e Carvalho do Padre Zé
Em pleno coração do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, o percurso pedestre de São Bento percorre o planalto de Santo António, atravessando no sentido sul/norte a serra de S. Bento. Trata-se de um percurso linear (o ponto de partida e de chegada não são coincidentes) que poderá ser desdobrado em três percursos de diferentes extensões, com ligação à estrada de S. Bento.
É um percurso particularmente rico e interessante do ponto de vista geomorfológico, permitindo a observação de uma grande diversidade de estruturas características do carso típico, como são os campos de lapiás e as dolinas. Outra curiosidade deste traçado prende-se com a possibilidade de observar várias cavidades de desenvolvimento vertical – os algares (termo de origem árabe – gar significa cratera). São vários os que se abrem à e ao visitante ao longo do percurso. Já próximo do vértice geodésico dos Alecrineiros (541 m de altitude), abre-se o algar das Bocas Largas e, finalmente, embutido na dolina de Cós Carvalhos, com perto de 60 m de profundidade, outro se abre com o mesmo nome. São também interessantes as microformas de dissolução bem representadas nos diferentes lapiás do percurso.
Seguindo a rota para norte, por entre matos altos e densos, relevos esbranquiçados pontuam as cumeadas; para nascente o horizonte abre-se de repente e prolonga-se pela bacia terciária do Tejo. Em termos de vegetação, o aproveitamento do solo depositado no fundo das dolinas determinou as alterações na paisagem observáveis ao longo do percurso, quer pela introdução de espécies arbóreas, como o eucalipto e o pinheiro-bravo (Pinus pinaster), quer pela coexistência de cordões de vegetação espontânea composta por carvalho-cerquinho (Quercus faginea), folhado (Viburnum tinus), aderno (Phillyrea spp.) e aroeira (Pistacia lentiscus), com as culturas agrícolas praticadas nesses locais.
Seguindo o trilho por entre os “chousos” - os muros de pedra solta - principais responsáveis pela compartimentação labiríntica da paisagem, torna-se fácil perdermo-nos no emaranhado de caminhos, se não seguirmos com atenção as marcas vermelhas e amarelas, que nos indicam o caminho a seguir.
Próximo de Covas, afundamo-nos em pequenas depressões de formas mais ou menos circulares, delimitadas por chousos, na sua maioria dolinas, de fundo verde atapetado, donde sobressaem penedos fantásticos, encimados por coroas de heras, mais parecendo cogumelos gigantes - os megalapiás. Depois de passar o casal de Santo António percorremos a parte final do percurso por entre matos e manchas de eucaliptal e carvalhal, que escondem campos de verdadeiras esculturas em pedra produzidas pela natureza.
Topo
Pontos de interesse
Montado de sobro - o sobreiro (Quercus suber) é uma árvore autóctone protegida por lei, que ocorre aqui associada a zonas agrícolas de solos com alguma profundidade. É provável que ocupe mesmo locais onde antigamente existiram outros carvalhos (note-se que o sobreiro é também um carvalho - género Quercus). Embora se trate de uma planta calcífuga (i.e. intolerante ao cálcio), entre os calcários encontram-se alguns solos vermelhos que não possuem cálcio assimilável.
Algar da Bajanca e algar do Cofelo - respetivamente com 35 e 50 m de profundidade, estes algares são morfologicamente diferentes, resultarando de diferentes evoluções. O primeiro alberga variadas espécies da fauna com hábitos cavernícolas (i.e. que habitam em cavernas) e rupícolas (de zonas com rochosas), tendo sido em tempos, importante dormitório da gralha-de-bico-vermelho Pyrrhocorax pyrrhocorax. Atualmente, é utilizado como algar escola.
Campos de lapiás - termo utilizado para designar a superfície modelada com formas de carsificação - os lapiás. Estes podem apresentar várias formas e dimensões, sendo que o termo “megalapiás” engloba formas variadas cuja característica comum reside nas suas dimensões superiores ao normal.
Algar das Bocas Largas - os algares são fenómenos resultantes da erosão, típicos dos calcários e semelhantes a poços ou aberturas à superfície que comunicam com cavidades de desenvolvimento vertical, que, neste caso, atinge uma profundidade de 12 m. A aproximação a estas estruturas deverá ser feita com a máxima cautela, sendo de todo desaconselhada a sua visita sem o devido enquadramento técnico.
Lapiás na dolina de Cós Carvalhos - o termo lapiás designa formas resultantes da dissolução que cinzela os blocos de rochas cársicas que afloram ou estão cobertas por uma camada de solo. Os lapiás podem apresentar desde formas simples a complexas. Estas estruturas constituem uma constante do percurso, de onde se evidencia os lapiás dos Cós Carvalhos, embutidos numa dolina de grandes dimensões.
Chousos defensivos - os chousos (muros de pedra solta), principais responsáveis pela compartimentação labiríntica da paisagem, aparecem em determinada altura coroados de lajes apontadas para o exterior, o que, de acordo com testemunhos antigos, constituía uma forma de defesa contra os ataques dos lobos.
Covas (megalapiás) - próximo da povoação de Covas, o percurso afunda-se em pequenas depressões de forma mais ou menos circular, na sua maioria dolinas, delimitadas por muros de pedra, com o solo coberto por um prado verde donde sobressaem penedos fantásticos, os megalapiás, encimados por vezes com coroas de hera.
Arquitetura tradicional (Azelha) - o Casal de Santo António, antigamente conhecido pelo nome de Azelha, constitui o último núcleo habitacional desta rota onde é possível encontrar alguns exemplares curiosos da arquitetura tradicional em pedra (casas, eiras e cisternas).
(nota: informação retirada da página do ICNF/ Guia de percursos pedestres do PNSAC)
Outros percursos que fiz na região:
PNSAC - Corredoura (Fevereiro 2004)
Fórnea (PNSAC) - (29-10-2006)
Olhos D'Água do Alviela (PR1-ACN) (15-03-2009)
Algar do Pena - PNSAC (PR1 STR) 29-03-2009
Estrada Romana - Alqueidão da Serra (02-05-2010) (PR9-PMS)
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Algar do Pena - Vale da Trave - 9-Dez-2012
Serra da Lua - Arrimal (PNSAC) - 16-Dezembro-2012 (PR1 PMS)
Serra de Santo António 10-02-2013
Serra Galega - 03-03-2013
Chãos - 10-NOV-2013 (PR4 RMR - variante)
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Rota dos Frades (Alcanena - PNSAC) (27-09-2015)
ROTA DA ARCADA (PR9 ACN) (29-11-2015)
Rota dos Arrifes - PR6 - Alcanena - 07-FEV-2016
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Castelejo (versão reduzida) + Carvalhal do Orçário
Da Serra dos Candeeiros, ao Vale das Milheiriças
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Fungalvaz - Baloiço do Talegre - Gruta da Lapa
São Bento e Praia Jurássica, ao por do sol (PNSAC)
Mata Nacional do Vimeiro e Mata do Gaio
Do Buraco Roto à Estrada Romana, pelo Dólmen do Alqueidão e Carvalho do Padre Zé
Comments (2)
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Magnífico percurso circular pelo Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros. Muito boas fotos e explicações. Um abraço forte.
Obrigado Tetititu,
Um abraço