Penafiel (Arrifana de Sousa) - Walking tour 01
near Milhundos, Porto (Portugal)
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Trail photos
Itinerary description
CARREIRO DE MIMOSAS
- Pequeno trilho desenhado de forma a permitir percorrer zonas emblemáticas das terras de Arrifana de Sousa, com especial destaque para algumas artérias da cidade de Penafiel;
- Trilho circular, sem marcações, com início e fim junto ao edifício das Piscinas Municipais (opcional - existe parque de estacionamento gratuito);
- Percorre vielas, ruas e avenidas da cidade de Penafiel, assim como antigos caminhos e calçadas pelo vale do Cavalum;
- Ao longo do percurso existem muitos pontos de referência, com destaque para os vários imóveis históricos da rua Alfredo Pereira, o antigo caminho de Pussos e as quintas adjacentes, a ponte de Pussos sobre o rio Cavalum e os carreiros entre mimosas na sua margem esquerda, o Parque da Cidade, a avenida Egas Moniz, o Jardim dos Namorados e o seu miradouro, velhas travessas, vielas e o Jardim do Sameiro;
- Misto de calçadas, caminhos de terra e passeios pedonais;
- Trilho com características fáceis e sem declives acentuados;
- A cidade de Penafiel, com os seus 250 anos de existência, está repleta de edifícios e recantos cuja importância histórica é indissociável do seu legado enquanto cidade de referência do Vale do Sousa;
- No Vale do Cavalum, além das suas características rurais, está implantado o Parque da Cidade de Penafiel, um espaço singular, muitíssimo bem projetado e que já mereceu prémios no âmbito da sustentabilidade ambiental;
- Este trilho é um percurso acessível e que não exige especial capacidade física. No entanto, se chover, as calçadas em paralelo, assim como alguns caminhos de terra, tornar-se-ão escorregadios e lamacentos. O ideal, para desfrutar dos vários pontos de interesse, será mesmo um dia seco mas não muito quente;
- No seu todo é um percurso bastante bonito, acessível e rico em diversidade paisagística, histórica e cultural. As terras de Arrifana de Sousa, repletas de história e tradição, irão surpreender, com certeza, quem as visite!!
PARQUE DA CIDADE DE PENAFIEL
Outros percursos realizados nesta região:
Por terras de Arrifana de Sousa: de Penafiel a Vila Boa de Quires
Arrifana de Sousa (Penafiel)
Penafiel, Rande e Milhundos
Penafiel (Vale do Cavalum)
CAMINHO DE PUSSOS
- A LENDA DA PENA FIEL
Por volta do ano 950, existia como grande senhora da Região, uma respeitável matrona de alta linhagem, com o nome de Mumadona Dias, viúva do honrado Conde Hermenegildo. Junto do Túmulo do seu bem-amado esposo, Mumadona passava os dias, onde se confessava chorando a amargura que lhe inundava a alma, e não se cansava de prantear sua triste sorte. Também junto do túmulo falava dos seus filhos, Nuno e Arriana, dizendo que sem eles a sua vida de nada serviria. Decerto por tudo isso, quando houve a divisão dos bens deixados pelo Conde Hermenegildo, a chorosa viúva escolheu as melhores terras para os seus filhos predilectos- Arriana e Nuno. Mas os filhos recusavam dizendo:
- "Só a morte nos poderá separar de vós!"
Quando Mumadona falava a sua filha em casar ela exclama sempre que nunca iria casar! Passados uns tempos Mumadona recebeu a visita de um vizinho poderoso, D. Mendo de Sousa, senhor de muitas terras em redor. D. Mendo, deu a conhecer então a sua visita:
- "Senhora, conheceis quem sou e quanto valho. Ninguém se me pode comparar em poderio. E assim devereis considerar uma honra, senhora, para vós e para vossa casa, que eu deseje casar com vossa filha Arrifana".
Dona Mumadona, tolhida de espanto só respondeu:
- "Perdão, D. Mendo... minha filha chama-se Arriana... e não Arrifana!"
Então a teimosia começou entre os dois por causa do nome da filha de Mumadona, até que esta disse que quem ia decidir era a Arriana. D. Mendo bem relembrou que quem decidia o noivo/a dos filhos eram os pais, mas Mumadona exclamou:
- "Não, Senhor D. Mendo de Sousa... nem a vossa fortuna, nem o vosso poder me farão mudar de ideias... Quem decide acerca do seu próprio coração é minha filha Arriana!!
Foi então que Arriana foi informada da vontade de D. Mendo de Sousa, que sempre trocava o seu nome por Arrifana. Então, nisto Arriana respondeu:
- "Senhor D. Mendo, sei bem como sois forte e rico... Iria decerto encontrar em vós um esposo ideal... Mas a verdade é que jurei não casar... e não caso, nem mesmo com o poderoso D.Mendo de Sousa!"
Com isto D. Mendo foi embora. Assim tudo voltou à normalidade. Família unida e feliz. Mas como o povo diz: "Não há bem que dure sempre"... Então surgiu um mal pior... Nuno adoeceu com grandes febres e perigosas... Durante dias, noites, semanas, as duas mulheres não largaram a cabeceira do enfermo. Foram chamados os melhores físicos e curandeiros, mas tudo em vão. A vida aos poucos e poucos ia abandonando o corpo de Nuno, que tão vigoroso fora. Ele bem o sentia, elas bem o sentiam. Mas lutavam ainda apesar de tudo. Elas bem o encorajavam, mas Nuno, todavia, compreendeu perfeitamente quando o momento chegou e disse:
- "Não vos quero aflitas... É a minha hora! Quem sabe? Talvez seja o senhor meu pai a chamar-me lá do céu..."
Ele sorrindo debilmente disse:
- "Pois tendes de me perder... ides ficar sem mim, eu vos digo... Sinto que me estou a afastar da terra."
Elas exclamaram em berros aflitivos:
- "Meu filho!"
- "Meu irmão!"
Mas era bem verdade, dolorosamente verdade, Nuno falecera... Conta ainda a lenda que desde então as duas mulheres viveram em pranto chorando a morte de Nuno, e que mal chegavam as trevas da noite, a Viúva Mumadona e sua filha Arriana vagueavam por ali, como doidas, desabafando dores e saudades:
- "Esta será para sempre a terra da nossa Pena Fiel pelo nosso querido Nuno!"
- "Tendes razão filha! Para todo o sempre, esta há-de ficar a ser a terra da nossa Pena Fiel!"
Passados anos, Mumadona e Arriana acabaram por morrer a as terras foram parar às mãos de D. Mendo de Sousa, que embora velho e agastado dizia:
- "Pois Claro! Já que ela não quis casar comigo em vida, ao menos pertencem-me as suas terras, e vou dar-lhes o nome que tanto gostava: serão as terras de Arrifana de Sousa, para que perpetuem o nome dela e o meu apelido."
As terras ficaram então com este nome, até que D. José I que conhecia a história da dor da saudade pelo jovem Nuno, quis também associar-se à tradição e a 3 de Março de 1770, elevou Arrifana de Sousa a Cidade com o Nome de Penafiel.
STREET ART NA RUA ALFREDO PEREIRA (PORMENOR)
Waypoints
Rua Alfredo Pereira (zona histórica)
Alfredo Pereira (Macau, 08-10-1853 / Lisboa, 29-03-1925) foi um ilustre Engenheiro Agrónomo-Silvicultor, mas que teve acção preponderante nos CTT, embora o seu nome esteja “Toponomizado” em Penafiel, não pela sua acção enquanto “Postalista” mas sim, como deputado, representando o Círculo de Penafiel. Foi também secretário, interino, do Ministério das Obras Públicas. Foi condecorado com o Grau de Comendador de Santiago, Comendador da Ordem de Santa Ana, da Rússia, Cavaleiro e Comendador da ordem da Legião de Honra, da França, da Rússia, do Japão, do Luxemburgo e da Roménia.
Caminho de Pussos
Historicamente, foi um dos principais caminhos de acesso à ponte de Pussos, vindo da cidade de Penafiel e era utilizado pelos viajantes que se dirigiam para Sul. Partia do largo de Nossa Senhora da Ajuda, sob um arco situado sob edifícios dos séculos XVII/XVIII, apelidado de carreiro ou caminho de Pussos. Uma parte do seu percurso ainda é ligeiramente mais largo que um carro, havendo sítios onde a medida pouco ultrapassa a de um carro de bois. Na Ponte de Pussos caminhava-se em direção a Duas Igrejas e Entre-os-Rios, passando ao lado da fonte de Pussos, um dos mananciais de água pública de que já no século XVII usufruíam as inúmeras propriedades agrícolas do lugar.
Quinta da Caturra
A antiga Quinta da Caturra irá sofrer profundas alterações num futuro próximo. Neste local vai ser implantado um novo projeto municipal, o Ponto C: uma sala de espetáculos com capacidade para 400 pessoas. Além do grande auditório, será criada uma sala polivalente para eventos de menor dimensão, assim como vários espaços que servirão de ponto de partilha para experiências artísticas. Na área envolvente ao edifício cultural, que vai preservar a imponente moradia da antiga Quinta da Caturra, vai nascer uma grande praça multiusos, com zonas verdes, zonas de lazer e um anfiteatro natural, capaz de acolher diversos eventos culturais e recreativos realizados ao ar livre. A nova praça, que vai permitir a expansão da malha urbana da Cidade de Penafiel, irá ter uma grande varanda sobre a paisagem verdejante do Cavalum.
Quinta de Pussos
Consta das memórias da cidade de Penafiel que o General Humberto Delgado, aquando da sua visita à cidade em 15 de maio de 1958, terá pernoitado em casa do Dr. Rodrigo de Abreu, proprietário da Quinta de Pussos. Essa casa, localizada para os lados de Milhundos, não teria um grande acesso - pelo que o Dr. Rodrigo de Abreu, pese embora toda a descrição óbvia que a guarida requeria, pediu licença a um amigo para que, nessa ocasião, se fizesse a entrada por terrenos de sua propriedade, localizados junto ao actual Largo de S. Bartolomeu (na ocasião seria conhecido como “Largo das Cebolas”). Com efeito, existia um caminho que ligava o Largo de S. Bartolomeu à casa do Dr. Abreu, na Quinta de Pussos. Mas acontece que parte desse caminho teria que ser percorrido a pé... Pelo que tal facto não permite confirmar se o General terá realmente pernoitado na Quinta de Pussos.
Ponte de Pussos (ou ponte Nova)
A Ponte Nova ou Ponte de Pussos foi construída em 1826 com um arco perfeito e tabuleiro plano, pouco abaixo da Ponte dos Moinhos. Era particular para o serviço de carros e pública para o restante trânsito, tem um só arco mas com a largura e altura que as enchentes maiores já não poderão exceder. Esta ponte é datável do século XVII (Caminhos Antigos e de Peregrinação em Penafiel), e terá substituído uma outra, denominada Ponte Surda pelas Inquirições de 1258, nas quais se refere ainda a existência de uma estrada. A orientação desta passagem sobre o rio Cavalum sugere uma ligação aos lugares de Vilar, Santo António, Ermo, Marecos e até Entre-os-Rios. Todavia, as Memórias Paroquiais de 1758, no rio Cavalum e dentro dos limites da vila de Arrifana de Sousa, apenas referem a existência de uma ponte de pedra, que seria muito baixa e estaria construída no lugar de Cavalum, junto da qual estariam três moinhos.
Vale do Cavalum (caminho de acesso)
O vale do rio Cavalum apresenta-se com vertentes vincadas que se espraiam no encontro com as margens do curso de água, resultando num espaço plano para a exploração da cultura do milho, essencialmente.
Magikland (parque)
Magikland é um parque temático, que abriu a 16 de Junho de 2012 em Penafiel. A entrada do Parque situa-se na Praça de São Jorge (bilheteiras e edifícios administrativos e de apoio). A partir desta zona e ao transpor a entrada o visitante pode conhecer à verdadeira terra da diversão. Localizado a norte do Parque da Cidade, e de iniciativa privada, é também um espaço de lazer e recreio para a população. Tirando partido da topografia do terreno, desenvolve-se ao longo de socalcos delimitados, em algumas partes, pelos muros pré-existentes em granito. De referir a mata de carvalhos existente no local, bem como as construções de apoio agrícola, ambas mantidas aquando da implantação do parque. Mais informação aqui.
Parque da Cidade de Penafiel
Integrado no vale do Rio Cavalum, o Parque da Cidade, inaugurado em 5 de Agosto de 2005, proporciona aos seus visitantes e à comunidade em geral, o usufruto de um espaço privilegiado como área de lazer e de educação ambiental/cultural. Com uma área verde de 70 074m2, consiste num espaço de recreio e lazer para a população. Este espaço verde tentou manter a topografia original do terreno, com a manutenção de alguns muros e socalcos, e integrou algumas estruturas pré-existentes, como um moinho situado na freguesia de Marecos. O Parque da cidade resulta de um projecto a desenvolver em diversas fases dispondo actualmente de um Parque Infantil, Parque de Merendas, Instalações Sanitárias, Parque de Estacionamento, Espelho de Água e Jardim de Plantas Aromáticas.
Ponte sobre rio Cavalum
O rio Cavalum é um rio que nasce em Portugal no lugar de Curcil, perto da freguesia de Croca, na localidade de Casais Novos, concelho de Penafiel. Tem cerca de 17 quilómetros, atravessa o Parque da Cidade de Penafiel, é um afluente do rio Sousa e pertence à bacia hidrográfica do Rio Douro. A presa identificada como nascente do rio Cavalum, está envolta em silvados. A partir daí o Cavalum, que mais parece um pequeno rego de água, está encanado, atravessando alguns campos. Curiosamente, não é dos tempos actuais a atitude de encanar o rio Cavalum nas proximidades da sua nascente. Vários troços do rio já foram encanados no passado, atravessando subterraneamente alguns campos através de “minas” feitas totalmente em pedra.
Casa da Quinta do Laranjal
A Quinta do Laranjal é uma antiga quinta de Cavalum e que se estendia até ao rio. O cunhal da Casa do Laranjal apresenta um brasão da família Beça Barbosa, que esteve na fachada da casa que foi vendida para paço do Bispo de Penafiel, no centro da cidade.
Jardim dos Namorados (miradouro)
Em pleno centro da cidade de Penafiel, a agitação urbana pode ser por momentos esquecida, refugiando-se no aprazível jardim da Praça da República. Este jardim revela-se uma surpresa para quem tem o privilégio de o visitar, pois invade-nos a sensação de que o tempo parou, e de que a Primavera se prolonga indefinidamente. Apetece ficar e passar o tempo saboreando a sensação de bem-estar e a descoberta deste jardim escondido pelo imponente Palacete do Barão do Calvário, sede da Biblioteca Municipal. O Jardim da Praça da República, também apelidado de “jardim dos namorados”, funde-se na paisagem e cria com ela um todo, formando uma espécie de miradouro sobre o vale do Rio Cavalum.
Travessa da Atafona
Antigas travessas e vielas da Penafiel, que correm paralelas e perpendiculares à Avenida Egas Moniz (principal artéria da cidade).
Largo e Capela de Nossa Sra. da Ajuda
A Igreja de Nossa Senhora da Ajuda, situa-se no largo com o mesmo nome, no centro histórico de Penafiel. Este Monumento religioso era no século XVI uma primitiva capela, que mais tarde deu lugar a uma Igreja de dimensão apreciável em 1785, com a ajuda de todos os penafidelenses devotos e com dádivas da Rainha D.Maria I. Esta Igreja contém um espólio bastante rico, não só de beleza mas também pelo seu estado de conservação. Guarda ainda duas imagens muito valiosas que raramente estão expostas, sendo que a última vez que saíram em procissão foi em 2007. Esta igreja está a cargo da Irmandade de Nossa Senhora da Ajuda.
Antiga Capela de São Bartolomeu
Durante as obras de Regeneração Urbana da zona envolvente ao Santuário do Sameiro em Penafiel, foi descoberta uma antiga Capela de São Bartolomeu que existia nesse local, que foi demolida aquando da construção do santuário do Sameiro e que já constava nos mapas da cidade em 1885.
Parque Zeferino de Oliveira (Jardim do Sameiro)
Sobre a Cidade e o Vale do Sousa, foi construído nos finais do século XIX início do século XX, aquando da construção do Santuário da Senhora da Piedade e Santos Passos, o Parque Zeferino de Oliveira mais conhecido por Jardim do Sameiro. O Jardim do Sameiro é um exemplo da escolha perfeita do lugar. A sua construção estratégica tira partido das melhores vistas, revelando a mestria dos nossos antepassados na arte de projetar jardins. O jardim desenvolve-se ao longo de vários patamares, acessível por escadas que conduzem até canteiros bem mantidos, limitados por sebes de buxo topiado. No interior dos canteiros, as plantas anuais dão cor e alegria ao cenário verde do buxo e das sebes em ligustrum que contornam a escadaria principal e uma panóplia de herbáceas e arbustos, tais como rosas, azáleas, rododendros e camélias.
Comments (4)
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Information
Easy to follow
Scenery
Easy
Um pequeno percurso que conheço muito bem. Um boa forma de melhor conhecer a cidade de Penafiel, sobretudo a sua avenida central, assim com parte do Parque da Cidade.
Obrigado, bioRAIA, pelo comentário e avaliação do trilho.
O confinamento de 2020 não foi fácil de suportar, com todas as restrições à circulação entre concelhos, entre outras, mas pelo menos permitiu-nos conhecer melhor esta cidade de Penafiel. E valeu bem a pena!!
Continuação de boas caminhadas!!
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Information
Easy to follow
Scenery
Easy
Boa caminhada, fácil e muito acessível, que permite conhecer parte do vale do Cavalum e também parte da cidade de Penafiel. Bastante interessante! Abraço.
Obrigado, Aiguille du Midi, pelo comentário e avaliação do trilho. Abraço!