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Pelas margens do Nabão até à Senhora das Lapas

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Trail stats

Distance
13.12 mi
Elevation gain
869 ft
Technical difficulty
Moderate
Elevation loss
869 ft
Max elevation
483 ft
TrailRank 
63
Min elevation
483 ft
Trail type
Loop
Moving time
4 hours 14 minutes
Time
4 hours 31 minutes
Coordinates
3619
Uploaded
January 17, 2019
Recorded
January 2019
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near Tomar, Santarém (Portugal)

Viewed 3267 times, downloaded 62 times

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Itinerary description

Entro em Tomar. O Mouchão, ainda está deserto. Os 3° desta manhã fria não convidam a passeios matinais. A água azul no Açude dos Frades liberta uma ténue nuvem de vapor. Ainda não são 9 horas e a cidade dos templários, preguiçosamente, vai despertando para este sábado luminoso de Inverno.
Tomar é das mais bonitas cidades de Portugal. O turismo é, talvez, a sua principal "indústria" mas poucos sabem que foi uma das primeiras cidades industrializadas do país, senão a primeira.
Sendo D. Gualdim Pais, 3° Grão-mestre da ordem dos Templários em Portugal, o fundador da cidade, é ao Infante D. Henrique, enquanto administrador da Ordem de Cristo, que se deve a importante obra de regularização do Nabão com o desvio do leito e a drenagem dos pântanos. Ainda que não tenha sido esse o motivo, por certo que foi a causa para a industrialização da cidade.
Pausemos a história e iniciemos a caminhada. A intenção é seguir o Nabão até ao Sobreirinho e, eventualmente, chegar à Senhora das Lapas. Vamos ver se temos tempo.
O carro fica em frente à Escola de Santo António. Seguimos apressados, que o frio engadanha as mãos e o chão enregela os pés, em direcção à Real Fábrica da Fiação de Thomar. Esquecida estará, decerto, a "Fábrica de Meyas de Lãa e Algodão Fabricadas em Theares" de Noel le Maitre que aqui funcionou mas, por atraso de fornecimento de novos teares, acabou por falir.
A Real Fábrica da Fiação de Thomar terá sido fundada por dois industriais franceses, Jácome Ratton e Timotheo Lacussan Verdier, em 1789. Quão importante terá sido podemos avaliar porque sabemos que foi a unidade mais produtiva do seu tempo com equipamento sempre na vanguarda da modernização. Não teria passado meia dúzia de anos que Richard Arkwright patenteara o seu invento e a Real Fábrica já era a primeira a utilizar a "water frame" em Portugal; a "máquina a vapor" ainda era menina e já a Real Fábrica a tinha como motriz para as fiadeiras e teares; ainda os notívagos curtiam bebedeiras à luz de candeeiros a querosene e já a luz eléctrica fazia da noite dia na Real Fábrica à custa da central hidroeléctrica alimentada pela água da "Vala". Não é, pois, de estranhar que esta tenha sido produtiva até quase ao final da primeira metade do século XX.
O estado deplorável em que se encontra agora só se compara com o que ficou após o grande incêndio de 1883. Então foi rapidamente recuperada, agora parece estar condenada.
Foto tirada pela ranhura da rede e seguimos junto ao muro. Observamos os coadouros por onde se some a água e lá vamos à beira da "Vala". Corvos marinhos e, se não estou enganado, garças azuis, levantam voo e vão pousar na cumeira do telhado da fábrica. As garças reais fazem um voo rasante à água do canal e pousam mais à frente. Que bom sinal é a existência destas aves por aqui mas...
A "Vala" está suja e com plantas infestantes que lhe dão um ar de triste abandono.
Atravessamos para a margem esquerda pela ponte e seguimos por um caminho de terra batida. De cada lado, bem fresca, a geada da noite. Mãos nos bolsos, com o rio à esquerda e a "vala" à direita cá vamos em demanda da sua origem.
Quilómetro e meio andado começamos a escutar um rumor de água batida. Cá está! Sabíamos que existia, que estava Classificado como IIP (Imóvel de Interesse Público) mas não contávamos com esta monumentalidade.
A água corre às catadupas, em alva espuma, criando um ondulante lençol que contrasta com a quietude que, a montante, nos alegra o olhar e apazigua o espírito. O açude de dois tramos desiguais apresenta a face de saída em degraus de pedra onde a água batendo se torna branca azulada refletindo a cor do céu. A albufeira é um espelho colorido pelo Outono das árvores. Patos selvagens nadam ao longe. Que belos quadros!
Por carreiros chegamos à fábrica da Companhia de Papel do Prado. Depois de uma tentativa de recuperação pediu a insolvência em 2017. Tinha nascido em 1875. Não terá sido a primeira fábrica de papel da região de Tomar mas foi a última a deixar de laborar.
Contornamos a fábrica pela estrada do Prado para logo à frente voltarmos ao contato com o Nabão. Seguindo com o Rio à vista e as belas imagens que nos oferece, chegamos ao Sobreirinho. Passamos a praia e seguimos por carreiros lindíssimos sempre com o canto da água à nossa direita. Entramos num canhão cársico que torna o rio belíssimo. Chegamos às Lapas. Venham ver... isto aqui é mesmo bonito. Havendo mais carreiro, o entusiasmo leva-nos a continuar margem acima. Oh diabo. Já devíamos estar de regresso… voltamos atrás e gozamos de novo a paisagem. No Sobreirinho atravessamos a estreitinha ponte mas pela aproximação de um carro, paramos antes, porque o carro cabe à certa e não cabe mais nada. Do outro lado a antiga fábrica, construída em 1772 por alvará do Marquês de Pombal, mostra apenas um conjunto de ruínas que, mesmo assim dão uma ideia da beleza que terá tido.
Subimos por um carreirinho entre carvalhos e medronheiros e chegamos a um caminho que nos leva até Milheira. Vamos com pressa mas ainda dá para admirar a paisagem do vale onde corre um ribeirinho que vai alimentar o Nabão. Depois, quase correndo, tomamos caminhos de serra e bonitos carreiros até que encontramos os caminhos já percorridos em sentido contrário ali perto do Açude.
Atrasámos o almoço pelo menos hora e meia mas valeu a pena.

Waypoints

PictographPhoto Altitude 197 ft
Photo ofA Real Fábrica de Fiação de Thomar Photo ofA Real Fábrica de Fiação de Thomar

A Real Fábrica de Fiação de Thomar

PictographPhoto Altitude 199 ft
Photo ofAs aves, a chaminé e o coadouro Photo ofAs aves, a chaminé e o coadouro Photo ofAs aves, a chaminé e o coadouro

As aves, a chaminé e o coadouro

PictographPhoto Altitude 200 ft
Photo ofO Convento de Cristo ao longe e a chaminé apontando o céu

O Convento de Cristo ao longe e a chaminé apontando o céu

PictographPhoto Altitude 205 ft
Photo ofA Vala Photo ofA Vala

A Vala

PictographPhoto Altitude 200 ft
Photo ofA geada é testemunha do frio que nos arrefece as mãos

A geada é testemunha do frio que nos arrefece as mãos

PictographPhoto Altitude 198 ft
Photo ofEstá mesmo frio

Está mesmo frio

PictographPhoto Altitude 183 ft
Photo ofO caminho a beira rio

O caminho a beira rio

PictographPhoto Altitude 176 ft
Photo ofChegamos ao açude Photo ofChegamos ao açude Photo ofChegamos ao açude

Chegamos ao açude

PictographPhoto Altitude 192 ft
Photo ofMonumental! Photo ofMonumental! Photo ofMonumental!

Monumental!

PictographPhoto Altitude 188 ft
Photo ofAcima do açude Photo ofAcima do açude

Acima do açude

PictographPhoto Altitude 203 ft
Photo ofA paz espelhada na albufeira Photo ofA paz espelhada na albufeira

A paz espelhada na albufeira

PictographPhoto Altitude 188 ft
Photo ofApontamentos... Photo ofApontamentos...

Apontamentos...

PictographPhoto Altitude 206 ft
Photo ofUm pouco do 'Caminho'

Um pouco do 'Caminho'

PictographPhoto Altitude 222 ft
Photo ofUma ponte de templários Photo ofUma ponte de templários Photo ofUma ponte de templários

Uma ponte de templários

PictographPhoto Altitude 273 ft
Photo ofO Convento da Quinta da Granja visto a partir do viaduto da IC9 Photo ofO Convento da Quinta da Granja visto a partir do viaduto da IC9

O Convento da Quinta da Granja visto a partir do viaduto da IC9

PictographPhoto Altitude 276 ft
Photo ofPequeno açude

Pequeno açude

PictographPhoto Altitude 206 ft
Photo ofA flor seca da piteira

A flor seca da piteira

PictographPhoto Altitude 185 ft
Photo ofO diospireiro esquecido

O diospireiro esquecido

PictographPhoto Altitude 214 ft
Photo ofO Nabão na fábrica do cartão Photo ofO Nabão na fábrica do cartão Photo ofO Nabão na fábrica do cartão

O Nabão na fábrica do cartão

PictographPhoto Altitude 201 ft
Photo ofCompanhia de papel do prado

Companhia de papel do prado

PictographPhoto Altitude 224 ft
Photo ofA Capela da fábrica Photo ofA Capela da fábrica

A Capela da fábrica

PictographPhoto Altitude 264 ft
Photo ofMais um pouco do rio

Mais um pouco do rio

PictographPhoto Altitude 240 ft
Photo ofUm cerquinho na margem Photo ofUm cerquinho na margem

Um cerquinho na margem

PictographPhoto Altitude 214 ft
Photo ofMais um pouco de paz

Mais um pouco de paz

PictographPhoto Altitude 215 ft
Photo ofA nota, a piscina e o rio Photo ofA nota, a piscina e o rio Photo ofA nota, a piscina e o rio

A nota, a piscina e o rio

PictographPhoto Altitude 273 ft
Photo ofUma carranca esculpida pela natureza Photo ofUma carranca esculpida pela natureza

Uma carranca esculpida pela natureza

PictographPhoto Altitude 287 ft
Photo ofA bela paisagem junto às Lapas Photo ofA bela paisagem junto às Lapas Photo ofA bela paisagem junto às Lapas

A bela paisagem junto às Lapas

PictographPhoto Altitude 233 ft
Photo ofA beleza do canhão cársico Photo ofA beleza do canhão cársico Photo ofA beleza do canhão cársico

A beleza do canhão cársico

PictographPhoto Altitude 252 ft
Photo ofNossa Senhora das Lapas Photo ofNossa Senhora das Lapas Photo ofNossa Senhora das Lapas

Nossa Senhora das Lapas

PictographPhoto Altitude 243 ft
Photo ofSobreirinho - a Praia e a velha Fábrica do Papel Photo ofSobreirinho - a Praia e a velha Fábrica do Papel Photo ofSobreirinho - a Praia e a velha Fábrica do Papel

Sobreirinho - a Praia e a velha Fábrica do Papel

PictographPhoto Altitude 289 ft
Photo ofUm outro 'engenho'

Um outro 'engenho'

PictographPhoto Altitude 339 ft
Photo ofOs carreiros da Serra também são belos

Os carreiros da Serra também são belos

PictographPhoto Altitude 385 ft
Photo ofDigam lá se o não são

Digam lá se o não são

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