Pedrógão: Cabeço das Pias | Nascente | Grutas
near Casais Martanes, Santarém (Portugal)
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Trail photos
Itinerary description
O trilho de hoje teve duas partes completamente distintas e foi demasiado overwhelming para conseguir descrever tudo! Por causa da COVID, as Grutas estão todas encerradas. Foi o nosso último dia em Pedrógão e tínhamos que pensar depressa como ocupar o tempo sem ser com as Grutas. Parámos junto à entrada do Cabeço das Pias (no regresso das Grutas de Santo António para Pedrógão) e decidimos ir explorar. Pela sinalização e pela quantidade de trilhos indicados (ok, a maior parte é de BTT e nós estamos apenas a pé) concluímos que fizemos uma boa escolha.
Decidimos seguir pelo caminho da Nascente do Almonda. Tínhamos estado lá ontem, vindos de baixo, da estrada mas, como o trilho era (aparentemente) super curto, seguimos.
Nesta primeira parte de trilho devidamente organizado pela mão humana, - e talvez pelo cansaço - não consegui amar a paisagem. A terra sempre alaranjada com pedras mal semeadas dificultou a minha (pouca) concentração de quem já pede cama e um bom banho. A vista não era espectacular porque as árvores à nossa volta tapavam e nós estamos habituados a circular sempre mais acima das copas mais próximas (será a a expressão da naturalidade com que preferimos a beleza de fora, do longínquo sobre o que está aqui no momento presente?! Ou, pior, será o Ego sobre a Natureza?!).
Longe estávamos nós de imaginar o que se aproximava! Quando o trilho alaranjado e enfadonho termina, segue-se um troço de pedras e árvores impróprio para alguns (mas sem grande dificuldade para nós, tirando uma escorregadela ou outra). Chegados a uma porta que era "só uma porta", decidimos parar e perceber se é mesmo para continuar ou se devemos voltar pra cima. É aí que encontramos o Mago das Grutas. O Sr. Artur (desconhecido de todos) lá nos indica onde podemos descer, não sem antes nos abrir a porta (aquela que era *só* uma porta) da Gruta da Oliveira. Pudemos entrar para a primeira câmara com uma apresentação privada deste verdadeiro Mago. Seguimos o resto da descida com o Sr. Artur, deslumbrados pelo conhecimento acumulado de crânios de 400 milhões de anos, loiças, artefactos e explorações das Grutas com espanhóis (que entretanto percebi que fazem parte do grupo do arqueólogo João Zilhão).
Ao longo deste caminho, o Sr. Artur falou-nos da Gruta do Urso e da Gruta do Coelho e contou-nos as histórias da Nascente do Almonda.
Quando finalmente chegámos ao fim, havia três hipóteses: voltar para cima, ir passear novamente ao piscinão profundo que vem da nascente até à antiga fábrica da Renova ou seguir o Sr. Artur à entrada da Gruta do Coelho e à da Gruta do Urso. Fomos à primeira, mais perto do plano onde nos encontrávamos - esta é mesmo muito estreita e não pudemos entrar, sequer, para a primeira sala (há uma foto da entrada). De seguida somos tentados a subir uma escada com pouco mais de 30cm de largura e atravessar um passadiço da mesma largura até às Gruta de cima. Contrariando todos os achismos, pois esta que vos escreve tem (teve? tinha? vai tendo?) vertigens, lá subi, com o Toph e o Rodrigo até à outra Gruta. Vimos apenas a entrada também. Mas este caminho, mesmo nas alturas, vale a vista, a sabedoria do Sr. Artur, a companhia e, para mim, a adrenalina.
A visita a Pedrógão foi para repetir. Com direito às Grutas dos turistas e às Gruta "de quem gosta mesmo de aventura" (palavras do Mago).
#desabafo: A última vez que tinha estado aqui foi com um grande amigo. Tínhamos ido dar um mergulho a esse piscinão assustador e eu ia morrendo congelada, o meu corpo deixou de funcionar, ao ponto de me sentir a afogar, é sítio que sei que dificilmente terá mais o meu mergulho. No caminho, daí até à casa da família do meu amigo, soube que a morte da Amy Winehouse tinha acabado de acontecer. A minha mala descoseu-se toda no seguimento. Nesse dia brincámos sobre tudo e eu disse que achava que aquele lugar não me trazia muito boas memórias. Parece que estava errada. Redondamente enganada!
Para o carro viemos dar uma volta maior pela estrada que nos valeu algumas flores e um bilião de orégãos.
É impossível escrever tudo o que esta tarde nos fez sentir e conhecer <3
Os trilhos de BTT estão nas primeiras fotografias.
Decidimos seguir pelo caminho da Nascente do Almonda. Tínhamos estado lá ontem, vindos de baixo, da estrada mas, como o trilho era (aparentemente) super curto, seguimos.
Nesta primeira parte de trilho devidamente organizado pela mão humana, - e talvez pelo cansaço - não consegui amar a paisagem. A terra sempre alaranjada com pedras mal semeadas dificultou a minha (pouca) concentração de quem já pede cama e um bom banho. A vista não era espectacular porque as árvores à nossa volta tapavam e nós estamos habituados a circular sempre mais acima das copas mais próximas (será a a expressão da naturalidade com que preferimos a beleza de fora, do longínquo sobre o que está aqui no momento presente?! Ou, pior, será o Ego sobre a Natureza?!).
Longe estávamos nós de imaginar o que se aproximava! Quando o trilho alaranjado e enfadonho termina, segue-se um troço de pedras e árvores impróprio para alguns (mas sem grande dificuldade para nós, tirando uma escorregadela ou outra). Chegados a uma porta que era "só uma porta", decidimos parar e perceber se é mesmo para continuar ou se devemos voltar pra cima. É aí que encontramos o Mago das Grutas. O Sr. Artur (desconhecido de todos) lá nos indica onde podemos descer, não sem antes nos abrir a porta (aquela que era *só* uma porta) da Gruta da Oliveira. Pudemos entrar para a primeira câmara com uma apresentação privada deste verdadeiro Mago. Seguimos o resto da descida com o Sr. Artur, deslumbrados pelo conhecimento acumulado de crânios de 400 milhões de anos, loiças, artefactos e explorações das Grutas com espanhóis (que entretanto percebi que fazem parte do grupo do arqueólogo João Zilhão).
Ao longo deste caminho, o Sr. Artur falou-nos da Gruta do Urso e da Gruta do Coelho e contou-nos as histórias da Nascente do Almonda.
Quando finalmente chegámos ao fim, havia três hipóteses: voltar para cima, ir passear novamente ao piscinão profundo que vem da nascente até à antiga fábrica da Renova ou seguir o Sr. Artur à entrada da Gruta do Coelho e à da Gruta do Urso. Fomos à primeira, mais perto do plano onde nos encontrávamos - esta é mesmo muito estreita e não pudemos entrar, sequer, para a primeira sala (há uma foto da entrada). De seguida somos tentados a subir uma escada com pouco mais de 30cm de largura e atravessar um passadiço da mesma largura até às Gruta de cima. Contrariando todos os achismos, pois esta que vos escreve tem (teve? tinha? vai tendo?) vertigens, lá subi, com o Toph e o Rodrigo até à outra Gruta. Vimos apenas a entrada também. Mas este caminho, mesmo nas alturas, vale a vista, a sabedoria do Sr. Artur, a companhia e, para mim, a adrenalina.
A visita a Pedrógão foi para repetir. Com direito às Grutas dos turistas e às Gruta "de quem gosta mesmo de aventura" (palavras do Mago).
#desabafo: A última vez que tinha estado aqui foi com um grande amigo. Tínhamos ido dar um mergulho a esse piscinão assustador e eu ia morrendo congelada, o meu corpo deixou de funcionar, ao ponto de me sentir a afogar, é sítio que sei que dificilmente terá mais o meu mergulho. No caminho, daí até à casa da família do meu amigo, soube que a morte da Amy Winehouse tinha acabado de acontecer. A minha mala descoseu-se toda no seguimento. Nesse dia brincámos sobre tudo e eu disse que achava que aquele lugar não me trazia muito boas memórias. Parece que estava errada. Redondamente enganada!
Para o carro viemos dar uma volta maior pela estrada que nos valeu algumas flores e um bilião de orégãos.
É impossível escrever tudo o que esta tarde nos fez sentir e conhecer <3
Os trilhos de BTT estão nas primeiras fotografias.
Waypoints
Photo
318 ft
Gruta (dos Ursos ou Coelhos)
A caminho da Gruta de baixo dá para ver a de cima mas não atinei qual delas pertencia a que bicho.
Photo
306 ft
Nascente do Almonda | Escadas para a Gruta de Cima
Momento em que estou a decidir se quase morrer na água há uns anos chega ou se quero subir e areepender-me depois. (Escolhi a segunda opção)
Photo
321 ft
Toph e Eu
Sorriso forçado de quem está a ter um ataque de pânico, 10 picos de adrenalina, um momento de cogitação sobre como raio vou descer e um de retrospectiva de toda a minha vida.
Photo
356 ft
O que há para subir
Estou com tanto calor e há tão pouca água que só me apetece ficar aqui e ser uma oliveira.
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