PR10 VNH - Termas do Tuela (Parque Natural de Montesinho)
near Dine, Bragança (Portugal)
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Itinerary description
CAMINHO PELO BOSQUE JUNTO À RIBEIRA DE QUINTELA
LAMEIROS DO VALE DO RIO TUELA
- Incursão pelo Parque Natural de Montesinho para percorrer um dos trilhos oficiais desta região, um percurso circular com marcações, com início e fim junto ao Núcleo Interpretativo da Lorga de Dine, na aldeia de Dine, no concelho de Vinhais (oficial);
- Decorre pelo vale do Rio Tuela e pelas encostas da serra da Coroa, por caminhos rurais, caminhos de pé posto e estradões florestais, com um pequeno troço inicial linear para se visitar os Fornos da Cal. O percurso segue no sentido contrários ao dos ponteiros do relógio, numa gradual descida até à margem esquerda do Rio Tuela, o qual acompanha ao longo de 1,8 kms. Depois sobe até à aldeia de Fresulfe e desta retorna ao início, mantendo-se a meia encosta;
- Ao longo do trilho passa-se por vários pontos de interesse, nomeadamente as antigas Termas do Tuela (atualmente desativadas), vários prados (lameiros) e bosques de vegetação ripícola e carvalho-negral, as aldeias de Dine e de Fresulfe, os Fornos da Cal e a Lorga de Dine e as paisagens sempre deslumbrantes sobre o vale do Rio Tuela e sobre o relevo do Parque Natural de Montesinho, a tão característica Terra Fria;
- Este percurso está bem marcado no sentido aconselhado (não me parece que no sentido contrário as marcações também sejam evidentes), por conseguinte, o uso de GPS é facultativo (embora considere que é sempre uma ajuda extra e preciosa);
- Misto de caminhos rurais e serranos, em terra, e estradões florestais;
- Trilho com características fáceis, tendo em conta a curta distância que se tem de percorrer, assim como a ausência de desníveis pronunciados. Apresenta apenas um troço que requer alguma atenção e cuidado, junto ao Rio Tuela, quer pelas características do trilho, quer pelo facto de ser uma zona facilmente alagadiça em períodos de chuva forte ou prolongada. Se chover, com vento e neblina, as dificuldades serão acrescidas. Botas e bastões são essenciais;
- Do ponto de vista paisagístico é um trilho belíssimo, bem desenhado, que dá a conhecer uma parte do vale do Rio Tuela e algumas encostas da Serra da Coroa, com os seus impressionantes bosques de carvalho-negral, os prados e lameiros das zonas limítrofes às aldeias que atravessa, a vegetação ripícola junto ao rio e às linhas de água, assim como os muitos soutos espalhados por este singular território. É um percurso com muita sombra, excelente para dias quentes. Nas aldeias é fácil tratar da provisão de água;
- No seu todo é um percurso muito, muito bonito, que percorre ancestrais caminhos, com vistas panorâmicas de excelência sobre as encostas da Serra da Coroa, atravessando densos carvalhais que no outono e na primavera adquirem uma beleza extraordinária. Recomendado!
RIO TUELA (PORMENOR DO PERCURSO)
RIO TUELA (VEGETAÇÃO RIPÍCOLA)
Outros percursos realizados nesta região:
PR4 BGC - Trilho do Ornal (Parque Natural de Montesinho)
De Lagomar ao Castro de Avelãs (nas franjas do Parque Natural de Montesinho)
FORNOS DA CAL DE DINE
RIO TUELA (LEITO DE CASCALHEIRA)
- PR10 VNH - TERMAS DO TUELA
O percurso estrutura-se em função de um troço da ribeira de Quintela, de um outro do rio ao qual aflui, o Tuela, e das encostas que, pelo nascente, Se voltam para o vale drenado por esse mesmo rio e para os relevos da serra da Coroa, entre as aldeias de Fresulfe e Dine. Desenha um circuito fechado, com pouco mais de 8 km, a altitudes que oscilam entre os 650 m, no leito do rio Tuela, e os 820 m, em Fresulfe. Atravessa várias realidades cenográficas, desde o mosaico agrícola próprio do aro imediato das povoações aos corredores ribeirinhos e prados naturais tributários das linhas de água, passando pelas terras próprias das culturas de sequeiro e por bosquetes de carvalho negral, todas elas complementares nos contextos paisagísticos próprios da Terra Fria.
- TIPO DE PERCURSO: circular, de pequena rota
- ÂMBITO DO PERCURSO: paisagístico, rural e natural
- LOCALIZAÇÃO DO PERCURSO: Fresulfe, Vinhais
- PONTO DE PARTIDA / CHEGADA: Largo do Cruzeiro, Dine
- DURAÇÃO DO PERCURSO: 03h00
- DISTÂNCIA PERCORRIDA: 8,1 km
- GRAU DE DIFICULDADE: médio
- DESNÍVEL POSITIVO / NEGATIVO: +271m / -271m
- COTA MÍNIMA / MÁXIMA: 650m / 820m
- ÉPOCA ACONSELHADA: todo o ano
ALDEIA DE FRESULFE (PORMENOR DO PERCURSO)
ALDEIA DE FRESULFE (PORMENOR DO PERCURSO)
- PARQUE NATURAL DE MONTESINHO
Na Terra Fria Transmontana e com 74.224,89 ha, o Parque Natural de Montesinho caracteriza-se pela sobriedade da paisagem pautada por relevos suaves com cabeços arredondados separados por vales de rios encaixados. Por aqui domina o xisto, mas há manchas de calcários em áreas planálticas e granito na serra de Montesinho. Na vegetação destaque para os carvalhais e castinçais (cuja castanha serve de símbolo ao parque), uma extensa cobertura de matos de giestas, urzes e estevas, que dão cor à paisagem, sem esquecer a vegetação ribeirinha, os prados naturais (lameiros) e as culturas de sequeiro.
Possui uma variada avifauna (mais de 120 espécies de aves nidificantes), incluindo a presença de 70% das espécies animais terrestres que ocorrem em Portugal, com destaque para uma das mais importantes populações de lobo-ibérico. A ictiofauna (peixes) inclui o barbo, a boga, o escalo e a truta.
O sabor a ruralidade está bem atestado pela presença de fornos e fráguas do povo, moinhos e lagares comunitários… Inúmeros exemplos de arquitetura popular no domínio da habitação e nos equipamentos associados ao viver quotidiano (ex. pombais, moinhos, forjas do povo). Repositório de velhas tradições, ainda hoje expressas em diferentes momentos festivos.
CAMINHO PELO BOSQUE JUNTO AO RIO TUELA
- SERRA DA COROA
A Serra da Coroa é uma elevação de Portugal Continental, com 1274 metros de altitude. Situa-se na Terra Fria Trasmontana, Alto Trás-os-Montes, em pleno concelho de Vinhais, próximo à fronteira com a Espanha. Do seu topo pode-se avistar as serras espanholas que compõem a ponta Sul da Cordilheira Cantábrica, e as portuguesas Serra de Montesinho, Serra da Padrela, Serra da Nogueira, Serra de Bornes, Serra de Santa Comba e a Serra do Larouco. Localmente, é mais conhecida por Serra da Croa.
Frequentemente mal desenhada nos mapas, a Serra da Coroa possui uma extensão em L invertido, desde Vinhais no Monte da Cidadelha a Montouto, e desta última para Oeste até às Fragas do Pingadeiro, na confluência com a Serra da Esculqueira. Nela nasce a Ribeira de Ladrões, que a jusante na aldeia de Rio de Fornos toma o nome de Rio de Trutas e que desagua no Rio Tuela, bem como o Ribeiro da Pirtiga, que a jusante do vale homónimo toma o nome de Rio das Peleias, antes de desaguar no Rio Rabaçal no Poço Calado.
No seu topo existe um posto de vigia contra incêndios, além de um enorme marco geodésico, que em tempos permitia, através de escadas (hoje em dia muito danificadas), aceder ao último dos três níveis do marco. Rodeiam o seu maciço principal as aldeias de Landedo, Montouto, Dine, Santa Cruz, Paçó, Prada, Rio de Fornos, Lagarelhos, Vilar de Ossos, Salgueiros, Quadra, Travanca e a vila de Vinhais.
A sua localização geográfica, aliada à sua altitude, proporciona à Serra da Coroa a presença regular de neve, geralmente entre Dezembro e Abril.
Inserida no Parque Natural de Montesinho, alberga espécies de animais protegidas, e tem assistido inclusivamente à reintrodução de algumas espécies. Destacam-se: javali, lobo, corça, raposa, esquilo, víbora-cornuda, águia, cegonha, mocho, coruja e falcão.
Recentemente foi construída uma estrada alcatroada, para dar ligação entre as aldeias de Travanca e de Santa Cruz, constituindo uma valiosa alternativa para a passagem da serra, anteriormente possível aos automóveis apenas por Vinhais, e posteriormente também por Moimenta e Montouto, na estrada que segue a escassos metros da fronteira luso-espanhola.
CARVALHAL (CARVALHO NEGRAL)
Waypoints
Rio Tuela
Abandonando o córrego que tem guiado a caminhada, o percurso sobe em altitude, atravessando as primeiras manchas de carvalho-negral, antes de se iniciar a descida para o vale do rio Tuela, durante a qual se avistam, com distinção, as encostas da serra da Coroa e a aldeia de Santa Cruz, que aí repousa. O Tuela é um dos principais rios do Parque Natural de Montesinho: nasce na serra sanabresa da Segundera e tem uma extensão de cerca de 100 km até se encontrar com o rio Rabaçal, dando origem ao rio Tua. Atravessa-se o seu larguíssimo leito de cheias que em Invernos mais fortes chega a abarcar o caminho, divisando-se as cascalheiras que a força das suas águas vai formando. Poder-se-ão observar espécies da fauna aquática e ribeirinha, como a truta, a toupeira-de-água, a lontra ou o melro-de-água.
Moinho de Fresulfe
Avançando ao longo da margem esquerda do Tuela, desembocar-se-á na praia fluvial do moinho de Fresulfe. No rio, a grande represa garante água suficiente para pôr em funcionamento o aparelho motor do moinho, com três mós (duas moreneiras e uma alveira), ao qual chega por uma agueira. Moinho do povo, tinha antigamente moleiro residente que sobrevivia da maquia (parte da moenda que tirava para si, como remuneração do seu trabalho). As instalações do Moinho de Fresulfe onde habitavam o moleiro e a sua família estão, actualmente, convertidas em alojamento turístico.
Troço sinuoso junto ao Rio Tuela
Este troço sempre junto ao rio é muito sinuoso, com vários rochedos que se tem de transpor e um emaranhado de raízes junto ao solo. É um troço muito bonito, que não é perigoso mas que requer especial atenção para evitarem acidentes.
Fresulfe (fonte)
Após deixar a companhia das águas correntes do Tuela, o percurso roda para nascente, iniciando-se a subida à aldeia de Fresulfe. Ao longo da caminhada poderá surpreender-se pela observação de espécies como o corço, o javali, a raposa ou o tartaranhão-caçador. Atravessam-se, sequentemente, lameiros, pousios e terras de pão (cereal) e, a maior altitude, entra-se no carvalhal cuja presença quase só se interrompe na orla da aldeia. Aqui, para além de soutos de castanheiro, concentram-se terrenos cerealíferos e, contíguas ao espaço habitado, as hortas, de onde saem os frescos da terra, muitas com parreiras balizando os seus limites. No aglomerado xistento, realçam os pisos superiores das casas, rebocados e caiados de branco, dignificando o sector habitável. Aproveite-se para uma fugaz visita à igreja paroquial, com o seu conjunto retabular de filiação barroca e, se for caso disso, para refrescar a garganta na fonte de mergulho do largo do Eiró, datada de 1914, cujo tanque lateral é ponto de passagem obrigatório para os efectivos bovinos da aldeia. A saída da aldeia é feita pelo Bairro de Cima, na direcção da aldeia anexa de Dine, pelo caminho antigo que ligava os dois povos. Ao longo do troço de percurso que se irá agora percorrer, os horizontes vão-se alargando, impondo-se na retina a mole montanhosa da Coroa, com a aldeia de Santa Cruz no seu aconchego, rodeada de pastos que bordam as linhas de água, de terras de cultivo e de outras incultas, e de bosquetes de carvalho negral, tal qual postal ilustrado destas paragens.
Panorâmica Serra da Coroa
Neste local têm-se uma boa perspetiva do vale do Rio Tuela e das encostas da Serra da Coroa, onde se vislumbra a aldeia de Santa Cruz.
Dine (fonte)
A aproximação a Dine é feita por um mosaico de lameiros e de terras de sequeiro. Chegados à aldeia, sugere-se que se complete a visita ao aglomerado, com passagem obrigatória pela igreja paroquial, implantada no outeiro que localmente apelidam de Crasto, e pela antiga casa paroquial, adossada ao adro, onde actualmente está instalado o Núcleo Interpretativo da Lorga de Dine. Proporcionando-se, aproveite-se a disponibilidade e simpatia dos residentes locais para uma conversa retemperadora.
Forno da Cal I
Partindo do cruzeiro e saindo pela extremidade sudoeste da aldeia, o percurso conduz às explorações de dolomito calcário que aflora na encosta do morro em que se ergue a igreja paroquial (apresenta-se branco-azulado ou escuro, de grão fino, xistoso, em bandas alternadamente claras e escuras, correspondendo a uma mancha de cerca de 300 m de comprimento e de 60 m largura) e aos Fornos da Cal, cuja laboração terminou por volta dos anos 60 do século passado. Do conjunto de sete fornos que estiveram em laboração, encontram-se hoje recuperados cinco. Em frente ao último dos fornos visitáveis, conhecido como o do Franco, abre-se a Lorga: uma cavidade cársica, utilizada durante o Calcolítico, a Idade do Bronze e a Idade do Ferro, documentando a ocupação deste trecho territorial e a utilização deste nível calcário com fins diversos, desde tempos bastante recuados. A vista para o vale do rio Tuela é impressionante: um mosaico de prados, terras de cultivo e de vegetação arbórea, ora em bosquete, ora cercando propriedades, ora bordejando correntes de água que para ele se dirigem.
Igreja Paroquial de Dine
A Igreja de Dine está edificada no cume de um outeiro circular. Tem um portal retangular no centro da fachada e no remate surge uma sineira decorada por volutas, com uma cruz latina no topo e pináculos nos extremos.
Termas do Tuela
Após ligeiro afastamento do curso do Tuela, a reaproximação ao rio acontece ao chegar a uma propriedade fechada, com pinhal, na qual de situa a Casa-Retiro do Parque Natural de Montesinho conhecida como Casa das Termas. A fonte termal que dá nome ao local encontra-se no interior do pequeno edificio que se levanta ao lado do abrigo. No seu interior, conservam-se, para além dos nascentes, quatro banheiras antropomórficas e dois pequenos tanques, bem como o sistema de escoamento das águas, o todo que dá pelo nome de termas. As suas águas sulfúreas eram aconselhadas para males de pele e aqui acorria gente das redondezas para, durante nove dias consecutivos, se submeter ao tratamento por banhos quentes.
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Easy
Já tinha saudades de voltar ao Parque Natural de Montesinho! E continua igual a si mesmo: belíssimo! Não conhecia este percurso (a última vez que lá estive andei mais a norte) e gostei mesmo muito. Os bosque de carvalho-negral são deliciosos e tem muitos castanheiros, também. Felizmente o Rio Tuela tinha ainda um bom caudal de água, pelo que formava um belo espelho. Foi muito bom! Espero brevemente lá regressar. Grande abraço!
Obrigado, Aiguille du Midi, pelo comentário e avaliação do trilho.
Montesinho é realmente único, um oásis no nosso território tão devastado pelos incêndios e pela incúria de quem tem obrigação de zelar pelo bem público. Também já lá não ia faz bastantes anos e foi mesmo muito bom voltar. Caminhar neste território deu-me muita prazer, já tinha saudades de me sentir submergido pelos densos carvalhais característicos desta região. Muito bom, mesmo. Grande abraço.
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Easy
Trilho curto mas repleto de belas paisagens e lugares lindos, gostei imenso de o percorrer. Os bosques de carvalho-negral, os soutos e os sobreirais do Parque Natural são realmente uma pérola que importa absolutamente preservar, pois é uma região única. Excelente! Abraço.
Obrigado, _BIO_RAIA_, pelo comentário e avaliação do trilho.
E ainda há muito para descobrir neste belíssimo Parque Natural de Montesinho. Abraço!
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Easy
Muito Bonito.
Obrigado, Nuno Leitão, pelo comentário e avaliação do trilho.
Continuação de ótimas caminhadas!
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Easy
Hola João,
Te dejo aquí una valoración española.
Muchas gracias por el track. Fácil de seguir y muy completa.
Estaré un tiempo en Portugal, espero hacer más rutas. ¿Alguna que me recomiendes?
¡Saludos!
¡Hola Pablo! Es genial saber que disfrutaste de este hermoso sendero. El Parque Natural de Montesinho ofrece muchos senderos fantásticos. ¿Cuánto tiempo estarás en Portugal? Para recomendarte algunos senderos me gustaría saber si te vas a quedar en la región transmontana (Bragança) o vienes más al sur, más cerca de Oporto? También me gustaría darte las gracias por la excelente evaluación de la ruta. ¡¡Saludos!!
Me quedaré en Bragança unos meses, pero puedo (y tengo la intención de) desplazarme para conocer más lugares.
Gracias a ti por tu respuesta!
¡Hola Pablo! Genial, te enviaré por mensaje algunas propuestas de rutas que me ha gustado hacer. ¡Abrazo!
Hola de nuevo João. ¡Muy bien! Quedo a la espera. ¡Muchas gracias!
¡Saludos!