Paisagem Protegida da Serra de Montejunto (Cadaval/ Alenquer)
near Arieiro, Lisboa (Portugal)
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Itinerary description
Serra localizada nos concelhos de Alenquer e Cadaval, é o miradouro natural mais alto da Estremadura, elevando-se a 666 m de altitude. Esta estrutura geológica, com 15 km de comprimento e 7 km de largura, é rica em algares, grutas, lagoas residuais necrópoles, e fósseis pré-históricos.
A serra de Montejunto está englobada no Maciço Calcário Estremenho. Estes calcários apresentam formações cársicas características originadas pela erosão. As escarpas que caracterizam a paisagem são os biótipos mais importantes da serra.
Em Montejunto existem as ruínas de dois conventos: um mais antigo dominicano, do século XII, e outro que não chegou a ser concluído.
Iniciámos o percurso com uma visita ao Centro de Interpretação Ambiental da Serra de Montejunto localizado na Quinta da Serra, na antiga Casa do Guarda Florestal, que foi recuperada e adaptada para as suas novas funções. Dispõe de uma exposição permanente, onde são abordados os diferentes aspetos relativos ao património natural e cultural da região, e várias exposições temáticas.
A entrada é gratuíta.
Seguimos até à Real Fábrica do Gelo, que se encontra encerrada por motivo de obras, mas que é possível espreitar através da vedação de algumas estruturas exteriores.
considerado internacionalmente como um caso único, pela originalidade das suas estruturas e razoável estado de conservação, o complexo da Real Fábrica do Gelo terá sido construído na serra de Montejunto por volta de 1741 e seria maior do que a parte hoje visível.
Após uma paragem para café no Bar da Serra, local muito agradável que também serve petiscos e refeições, seguimos para Este, em piso relativamente fácil, onde vamos observando as vertentes calcárias da serra, e as vista para a zona da Ota, Rio Tejo e lá ao longe a planície Ribatejana.
Mais adiante seguimos em direcção à Penha do Meio Dia, em terrenos onde é possível observar alguns muros de pedra calcária, utilizados noutros tempos para a guarda de gado.
Nesta época do ano, abunda o Alecrim (em flor), e já se vão encontrando algumas orquídeas.
A 574 m de altitude, o marco geodésico da penha do Meio Dia assume o nome do afloramento calcário que lhe serve de base e que representa uma escarpa de falha, proporcionando excelentes vistas para ocidente. Daqui observa-se Caldas da Rainha e parte da faixa costeira. Percebe-se Peniche e o farol do Cabo Carvoeiro. Mais para norte, apesar de algumas nuvens conseguimos avistar a Lagoa de Óbidos e a Foz do Arelho.
Em situações de céu limpo, consegue-se vista até à Nazaré e ainda vislumbrar o farol da Berlenga, situado a quase 50 km de distância, bem como os ilhéus dos Farilhões.
Junto ao marco geodésico encontra-se uma torre de vigia para detecção de incêndios florestais.
O próximo ponto de paragem, foi junto do Moinho do Moloiço, onde lanchámos e apreciámos todo o afloramento rochoso da Penha do Meio Dia, e o Anfiteatro da Pragança.
Os 500 metros seguintes foram feitos em modo de corta-mato, aproveitando o corte de vegetação feito, sob as linhas de alta tensão. Esta pequeno troço deve ser evitado, por gente menos experiente neste tipo de terrenos.
Até ao miradouro da Cruz Salvé Rainha aproveitámos a estrada rodoviária, com uma breve paragem numa pequena gruta com o mesmo nome.
Seguindo alguns carreiros menos utilizados, e um novo troço da estrada, contornámos a vertente Oeste, até chegar junto da antiga casa do Guarda Florestal, onde fizémos nova paragem para almoço.
Após aproximadamente 1km de estradão, iniciámos a subida mais difícil do percurso, pelo Vale da Ramada, com muita cascalheira nos metros iniciais, que nos leva até à zona dos Antigos Conventos Dominicanos.
Aqui observámos o exterior da Ermida de Nossa Senhora das Neves, e os vestígios do primeiro convento da Ordem de São Domingos. Subimos ainda até junto da Ermida de São João Batista, o ponto mais elevado do nosso percurso.
Desta capela sabe-se apenas que a sua existência era referida pelas fontes mais antigas e, segundo algumas destas, o pequeno templo já existia no XIII aquando da construção do mosteiro.
Daqui seguindo pela calçada dos frades, construída do século XVIII para servir a construção e o uso do convento de Nossa Senhora das Neves, descemos até à Lagoa de Montejunto.
Contornando as Instalações Militares do Quartel de Montejunto, regressámos ao ponto de partida, terminado assim a nossa caminhada.
Outros percursos que fiz na Região:
Montejunto 24-JAN-16
Pelo Planalto das Cesaredas (23-12-2018)
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Costa Atlântica (Praia da Consolação - Porto das Barcas)
Costa Atlântica (Porto das Barcas - Santa Cruz) (08/09/2019)
Costa Atlântica (Santa Cruz - São Lourenço)
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Costa Atlântica (Cabo da Roca - Cabo Raso)
Costa Atlântica - Etapa Cabo Raso - Santo Amaro (Cascais - Oeiras)
Rota das Lezírias (PR1 Benavente)
Do Porto Novo, às Escarpas da Maceira
Termas dos Cucos / Serra dos Cucos (Torres Vedras)
Gaeiras - Barragem do Arnóia - Trilho da Azenha - Trilho dos Ingleses (Óbidos)
ALR PR1 - Ribeira de Muge (Almeirim)
Escaroupim - Muge - Ponte D. Amélia - Valada
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Serras de Al-Ruta (parcial)/ Sabugos/ Pé do Monte (Arruda dos Vinhos)
Paisagem Protegida da Serra de Montejunto (Cadaval/ Alenquer)
Grutas, Antas e Paisagens de Lousa (Loures)
Miradouros e Caminho Pedonal Ribeirinho de Vila Franca de Xira
Waypoints
Centro de Interpretação Ambiental da Serra de Montejunto
Centro de Interpretação Ambiental da Serra de Montejunto localizado na Quinta da Serra, na antiga Casa do Guarda Florestal
Centro de Interpretação Ambiental da Serra de Montejunto (interior)
Centro de Interpretação Ambiental da Serra de Montejunto (interior)
Centro de Interpretação Ambiental da Serra de Montejunto (interior)
Centro de Interpretação Ambiental da Serra de Montejunto (interior)
Centro de Interpretação Ambiental da Serra de Montejunto (exterior)
Centro de Interpretação Ambiental da Serra de Montejunto (exterior)
Real Fábrica do Gelo
Grande marco da arqueologia industrial, é a única do seu género em Portugal e Europa, sendo um símbolo da tecnologia medieval. A sua construção teve início em 1741, e terá custado entre 40 e 45 mil cruzados, despesa megalómana para a época, com vista a satisfazer a grande procura de gelo que existia por toda a capital. Representou um grande avanço na qualidade e higiene do processo utilizado para a “produção” de gelo, dado que este passou a ser fabricado nos tanques da fábrica e não colhido após o vento o ter amontoado, como sucedia até então. A sua construção terá tido como principal objectivo colmatar as falhas sistematicamente registadas nos fornecimentos da Serra do Coentral. Quase tudo o que se sabe sobre a actividade da Real Fábrica do Gelo deve-se à tradição oral, nomeadamente a testemunhos de descendentes de pessoas que trabalharam no fabrico do gelo. Conta-se que quando chegava o mês de Setembro enchiam-se os tanques rasos de água e durante a noite esperava-se que o frio a congelasse. Quando o gelo se formava, o guarda da fábrica ia a cavalo até à aldeia de Pragança e, com uma corneta, acordava os trabalhadores. Antes do nascer do sol, num trabalho árduo e duro, as placas de gelo eram partidas, os fragmentos amontoados e depois carregados para os silos de armazenamento, onde o gelo era conservado até à chegada do verão. Na época do calor, decorria a complicada tarefa do transporte até à capital do reino. Primeiro o gelo era transportado no dorso de animais, para vencer o acentuado desnível da serra. Seguia depois em carroças que o faziam chegar, o mais rápido possível, aos “barcos da neve” ancorados na Vala do Carregado. Estes barcos completavam o circuito do gelo, transportando-o até Lisboa, a capital do reino. Estima-se que a actividade da Real Fábrica do Gelo tenha cessado em finais do Séc. XIX, tendo caído no esquecimento por quase um século. O complexo da Real Fábrica do Gelo foi considerado por inúmeros especialistas internacionais "como um caso único pela originalidade das suas estruturas e pelo razoável estado de conservação".
Santuário de Nossa Senhora das Neves
Inicialmente construído no século XIII, mais propriamente no ano de 1218 pouco tempo depois da chegada ao nosso país de Frei Soeiro Gomes, instituídos da ordem de Portugal e depois no século XVIII, regressam os monges e reedificam o Convento sobre as ruínas do inicial. As ruínas que se encontram atualmente são realmente do século XVIII, não deixando, contudo, de ser um monumento grandioso que vale a pena visitar. Em 2004 e 2005 foram realizados por esta Câmara Municipal, sob a coordenação do museu municipal, trabalhos de valorização e investigação, que acabaram por colocar a descoberto estruturas antigas que eram até aqui um mistério sendo eles igualmente do século XVIII, podendo-se destacar cerâmicas e porcelanas chinesas usadas pelos monges.
Ermida de São João Baptista
Desta capela sabe-se apenas que a sua existência era referida pelas fontes mais antigas e, segundo algumas destas, o pequeno templo já existia no XIII aquando da construção do mosteiro.
Calçada dos Frades
Ao longo da encosta pode ser vista a calçada do convento, também do século XVIII para servir a construção e o uso do convento de Nossa Senhora das Neves. Animais de carga e carroças transportaram materiais de construção, como as pedras, cantarias, tijolos, telhas e os materiais decorativos, tais como azulejos para forrar as paredes interiores, bem como os abastecimentos para os trabalhadores e para o uso diário dos frades dominicanos, que aqui viveram. A calçada terminava na porta de um pátio exterior murado onde eram descarregadas as mercadorias para serem armazenadas. A Calçada dos Frades, como é conhecida, foi também usada pelas e pelos romeiros para acesso à capela de Nossa Senhora das Neves, tendo caído em desuso com a abertura da estrada alcatroada.
Comments (7)
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Tiene que ser un placer realizar esté sendero 👣
Obrigado Pájaro.
Saludos
Belo percurso pela Paisagem Protegida do Corno de Bico. Muito boas fotos e explicações. Um abraço forte.
Obrigado pela avaliação Tetititu,
Um abraço
Atualmente, a seguir ao moinho há um trilho que desce directo para o miradouro da cruz, não sendo necessário ir a corta-mato.
Obrigado pela informação útil, Rui Inácio.
Um abraço
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Information
Easy to follow
Scenery
Moderate
Uma rota que junta o melhor de duas rotas e mais uns extras muito interessantes.