Nas arribas do Cabo da Roca à praia da Ursa
near Cabo da Roca, Lisboa (Portugal)
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Trail photos
Itinerary description
O percurso só está sinalizado em parte, entre a estrada do Cabo da Roca, à entrada da Azoia e o Fojo do Morcego, sobre a Praia da Adraga. O restante trajeto tem vários carreiros mas não estão sinalizados.
O percurso apresenta riscos elevados de escorregamento, queda e tropeções em pedra solta. Podem resultar danos pessoais graves. É aconselhável partilhar a localização com alguém que não participe na caminhada para que, caso seja necessário socorro, possa encaminhar os meios para o local. O consumo de energia pelo telemóvel é elevado pelo que se aconselha levar powerbank.
O acesso à praia da Ursa, pelo acesso norte, onde descemos, para ser feita em segurança, deve ter os caminheiros equipados com arnês e unidos por corda de ligação.
O Google Earth estima 8,95Km de distância e 1240m de acumulado em subidas e descidas.
Waypoints
Cabo da Roca
O ponto mais ocidental da Europa. Oceano, na mitologia grega, é o filho primogênito de Urano (Céu) e Gaia (Terra), portanto o mais velho dos titãs. Era o deus das águas correntes, do fluxo e do refluxo e a origem de todas as massas líquidas e fontes de água doce do mundo. Oceano também era o deus que regulava o nascer e o ocaso dos corpos celestes, que se acreditava surgirem e descerem em seu reino aquático nas extremidades da terra. Na cosmogonia grega, o deus Oceano era o grande rio cósmico primordial que circundava o mundo, mantendo-o apertado na rede circular de suas águas. No período helenístico, com a evolução dos conhecimentos geográficos, ele passou a ser o deus que personificava os oceanos do planeta, fazendo do distante Atlântico a sede de seu domínio aquático, enquanto Posídon reinava sobre o Mediterrâneo. Os oceanos são assim denominados em honra a esse antigo deus. Na segunda metade do Séc.XVIII iniciou-se a instalação de faróis no litoral vizinho de Lisboa, auxiliando o tráfego marítimo costeiro e garantindo maior segurança dos navios na entrada da barra do Tejo. Foi neste contexto que em 1772 se ergue o Farol do Cabo da Roca que possui diversos anexos térreos e uma torre quadrangular com 22 metros de altura, que se apresenta integralmente revestida com azulejos brancos.
Descer para Ribeira do Louriçal
A Ribeira do Louriçal vem logo a seguir ao Cabo da Roca, para sul. Nasce junto à localidade de Azóia, a 213m de altitude, circunda o farol do Cabo da Roca por sul e vai desaguar à praia do Louriçal. É uma descida muito ingreme, cerca de 50m, que requer cuidado. No final da descida temos à direita a praia do Louriçal e a pedra da Azóia (o topo tem 33,64m de altitude).
Panorama
A 2/3 da subida, num miradouro sobre a praia de Assentiz, para sul. Aproveitámos para descansar e admirar as vistas
Interseção
Quando o carreiro chega perto do topo da falésia, viramos numa bifurcação à esquerda e seguimos ao longo da crista topográfica. O carreiro em frente segue para a praia de Assentiz, que fica para outras núpcias! A subida foi de 70m em 184m, segundo o Google Earth (declive positivo de 38%)
Ribeira do Louriçal
Travessia da ribeira do Louriçal a vau ou sobre o tronco de um eucalipto. A escolha é ao gosto de cada um!!!
Miradouro da praia do Caneiro
Depois de termos visitado a Pedra de Alvidrar (onde os romanos concediam o último desejo aos condenados à morte: correr em direção ao mar e salvarem a vida) e o Fojo do Morcego (onde os romanos acreditavam vivia um Tritão por se ouvir o seu canto), no extremo norte do percurso, imediatamente antes da praia do Cavalo e da Adraga, invertemos o sentido da caminhada e parámos no miradouro da praia do Caneiro. Declives abruptos e paisagens de cortar a respiração. Apetecia ficar mais tempo a contemplar a natureza
Praia do Caneiro
Tão bonita quanto inacessível. No alto, antes da descida para a ribeira que desagua na praia do caneiro, foram encontrados vestígios de superfície do Calcolítico Final (de 2500a.C. a 1200a.C.)
Pedra da Ursa
Primeiro local de observação completa das pedras que se destacam da arriba. A primeira, mais a norte, é designada Pedra Gigante (em determinadas posições aparenta ser a cabeça de um gigante a observar o mar) e a segunda, mais a sul, é a Pedra da Ursa (tem a configuração de uma ursa a dirigir-se do mar para a praia) que dá o nome à praia.
Pedra e gruta da ursa
Uma nova vista sobre a pedra da ursa e sobre as arribas onde se situam as grutas da ursa (imediatamente aos nossos pés no primeiro plano da foto tirada na direção da praia da ursa). Situam-se na arriba da pequena enseada formada entre a pedra gigante e a pedra da ursa.
Panorama
Primeira visão completa da praia da ursa. Na última foto é possível observar os acessos à praia da ursa. Em primeiro plano o carreiro da descida e em fundo, entre as duas elevações, a subida que é o acesso mais fácil e frequentado, que acompanha a linha de água.
Ribeira da Ursa
A Ribeira da Ursa desagua no canhão granítico da praia da Ursa, junto ao rochedo da Noiva. A ribeira nasce entre a Ulgueira e a Azóia, a 290m de altitude e corre num vale encaixado com vegetação natural ou seminatural, característica do clima da Serra de Sintra.
Descida ingreme
Depois de passar a ribeira da ursa há uma ligeira subida sobre a rocha para depois descer, na vertical, para a praia. Recomenda-se muito cuidado nesta descida. Para além do risco de queda existe o risco de sermos atingidos por pedras que se desprendem da arriba.
Praia da ursa
Bonito sitio que merece algum repouso e ser percorrido demoradamente para ser apreciado. Quando voltar vai ser com um lanche e um saco térmico às costas a substituir a mochila.
A subir
O acesso mais fácil e frequentado, aborda a praia do lado sudeste, acompanhando uma pequena ribeira. Subida longa a exigir algum esforço. Segundo o Google Earth e´ uma subida de 130m ao longo de 520m (declive de 25%). Nesta época de pandemia deve usar-se máscara porque o cruzamento entre grupos é frequente. Estava mais frequentada do que esperávamos.
Fim à vista
Já se vê o Cabo da Roca e ouve-se o ruido da civilização, trazido pelo roncar das motos. Num ultimo olhar despedimo-nos das arribas e da rasteira vegetação costeira. Foi um bonito e exigente percurso, sempre sob observação da Peninha. Até um dia destes. Voltaremos a esta zona para novos desafios.
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