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Não acredito, mas que as há, há! (Arruda dos Vinhos)

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Author

Trail stats

Distance
10.44 mi
Elevation gain
1,683 ft
Technical difficulty
Moderate
Elevation loss
1,683 ft
Max elevation
1,357 ft
TrailRank 
61
Min elevation
1,357 ft
Trail type
Loop
Time
6 hours 49 minutes
Coordinates
2975
Uploaded
April 3, 2022
Recorded
March 2022

near Arruda dos Vinhos, Lisboa (Portugal)

Viewed 851 times, downloaded 16 times

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Itinerary description

nota prévia: links e fotos contidas nesta descrição só são visíveis em browser e não na app Wikiloc

A minha foto de perfil no wikiloc foi feita nos Pirinéus. Foi há uns anos, uma aventura sem paralelo na história destes dois caminheiros, 44 dias de semi-autonomia desde o Cabo Higer ao Cap de Creus. Uma viagem de mar a mar com 50.000 metros de desnivel acumulado (+ e -), uma experiência que nos deixou uma urgência inadiável de andar pela montanha.



Mas caminhar é sempre um prazer e um bálsamo para o corpo e para a alma. E, se bem que a montanha seja sempre o nosso sonho, não haverá sobe e desce nem os duros terrenos das altitudes se não mantivermos corpo e mente preparados para esses desafios.

Por essa razão, nos intervalos entre as idas à montanha, sempre que posso procuro um novo trilho, uma nova ideia que algum amigo tenha deixado no wikiloc, ou pego nas cartas topográficas e desenho algo.

Este que agora partilho é um passeio em volta de Arruda dos Vinhos, inspirado num trajecto deixado pelo utilizador "Andes Sem Parar", que seguimos num início envergonhado de Primavera, sem outro intuito que não o de apanhar ar e exercitar as pernas. E que por certo será útil a outros amigos, como pequeno treino de fim de semana.
Um caminho de tentações e bruxas, como veremos!


O Percurso

Deixamos o carro perto do centro e seguimos até junto do bonito edifício do Hospital da Santa Casa da Misericórdia de Arruda dos Vinhos, frente ao qual um memorial de 1929 lembra os filhos da terra que tombaram na sanguinária guerra das trincheiras, a WW I.

Logo a seguir atravessamos o jardim municipal, uma zona que concentra um espaço de lazer com mesas, a pequena Praça de Touros, ao lado um campo de futebol. Cruzamos a avenida de Timor Lorossae, passamos pelo meio de blocos de apartamentos, e continuamos a subir, agora já fora da malha urbana, em direcção à Quinta de S. Sebastião (1755).
Esta é a primeira tentação que a caminhada nos coloca: bons e premiados vinhos! A conjugação dos factores climáticos amenos, dos declives soalheiros, da localização geográfica, da proximidade do mar, da protecção da montanha, dão uma frescura característica e uma identidade muito própria aos vinhos que aqui se produzem.

Resistimos a bater à porta e ficar logo ali a provar aqueles néctares, contornamos a propriedade para pouco depois tomarmos um estradão à esquerda que penso ser ainda o remanescente da estrada militar que levava ao Forte de Cego, o qual nos espera no topo da colina. Tem este nome por se situar no Casal do Cego, mas inicialmente chamava-se Forte de S. Sebastião, devido à proximidade àquela Quinta. E do lado sul do monte fica o Casal das Neves, morada de uma famosa bruxa, disso falarei mais adiante.

O forte é uma estrutura ampla, com boas vistas para Arruda. Depois da visita tomamos do lado oposto um trilho que desce sempre até junto da estrada (EN 115-4) que cruzamos mais adiante, para subir a Estrada dos Militares (o nome não engana) que nos leva ao Forte da Carvalha (Obra Militar n°10 das Linhas de Torres). Está ali tudo: miradouro, área de merendas, baloiço e marco geodésico (Carvalha 395m)

Do forte descemos por um trilho inclinado que rápido nos coloca na Carvalha e na sua singela capela de Santa Ana, de uma só nave e antecedida por uma pequena galilé. Festa em honra da sua padroeira no 1.º fim-de-semana de Agosto. Durante a 3ª Invasão Francesa foi utilizada como depósito de material de apoio aos militares....

Descemos o caminho à saida da aldeia e a dada altura tomamos um desvio até encontrar um recanto abrigado e com umas lajes onde sentar para o piquenique e descanso.
Retomamos depois o percurso, até à Granja, onde tomamos a Rua da Eira que desce em ambiente rural até à N248-2 a qual percorremos por pouco tempo, para logo desder à esquerda para um agradável caminho que segue junto ao que penso chamar-se Rio Pequeno.
Esse caminho leva-nos até Sabugos, onde entramos sobre o Caminho de Fátima, ali junto da Capela de Nossa Senhora das Necessidades.



Sem nos metermos na Nacional, subimos agora a Pé do Monte (foto acima). Uma panificadora, uma velha fonte e tanque lavadouro e seguimos, para apreciar Arruda do Miradouro da Giesteira. A segunda tentação está ao lado e chama-se Restaurante Saloio. Bastante movimento, o tradicional almocinho domingueiro das famílias. Resistimos heroicamente e descemos. Satanás tenta-nos de novo, agora com a loja de vinhos da Adega, felizmente é Domingo, está fechada. E mais abaixo temos a oportunidade de nos penitenciarmos, na Capela de São Lázaro.

E terminou o périplo, mais uns metros e estávamos no ponto de partida.


Hospital da Misericórdia

Foi construída em 1574 aquando da fundação da Santa Casa da Misericórdia de Arruda dos Vinhos, no âmbito da criação das Misericórdias por desejo de D. Leonor.
Possui anexa uma capela setecentista de estilo Barroco e Rococó, no altar mor uma imagem do Senhor Morto quase em tamanho natural


Forte do Cego (obra nº 9)

Localizado à direita do desfiladeiro de Matos, era também designado de Forte de S. Sebastião, mas por se situar no Casal do Cego, passou a designar-se de Forte do Cego. Destinado a albergar um contingente militar de defesa, o Forte do Cego possuía um elaborado sistema de drenagem composto por uma conduta de escoamento de águas pluviais de modo a evitar acumulação de água no seu interior. Em termos defensivos, as canhoneiras possuíam um piso lajeado, sendo o terreno previamente preparado com enchimento de pedras ligado com argamassa. Apresentava ainda Través construído em terra, que servia de protecção contra fogo inimigo. Monumento Nacional desde 27 de março de 2019.
Estruturas: Paiol, 4 Canhoneiras equipadas com 3 peças de calibre 9 e 1 peça de calibre 12
Capacidade: 280 soldados


Forte da Carvalha (obra nº 10)

Localizado junto à localidade da Carvalha, no ponto mais alto do concelho, protegia o Vale de Arruda juntamente com o Forte do Cego, permitindo fogo cruzado sobre o inimigo, em caso de tentativa de transposição. Em termos defensivos, as canhoneiras possuíam um piso lajeado, sendo o terreno previamente preparado com enchimento de pedras ligado com argamassa. Apresentava igualmente Través construído em terra, que servia de protecção contra fogo inimigo. Monumento Nacional desde 27 de março de 2019.
Estruturas: Paiol, 4 Canhoneiras equipadas com 2 peças de calibre 9 e 2 peça de calibre 12
Capacidade: 400 soldados

(ambos os textos sobre os fortes retirados da Associação de Turismo Militar)


Capela de Nossa Senhora das Necessidades (Sabugos)

É um pequeno templo, bastante semelhante ao seu vizinho de Martim Afonso, mas de planta aproximadamente quadrada com um arco de triunfo separando a capela mor da nave.
No interior há uma imagem da padroeira e duas menores que a ladeiam, representando São José e Santa Ana.
Tanto o pavimento como a cobertura do interior são em madeira, sendo o tecto em masseira.


Capela de S. Lázaro

É de origem setecentista, propriedade da Santa Casa da Misericórdia de Arruda dos Vinhos.
Foi erigida nas imediações da vila, talvez em local de enterramento de leprosos. Foi em tempos local de celebração das novenas na Semana Santa.


A Bruxa da Arruda

Bom, sou perdido por lendas e estórias, e esta Bruxa da Arruda, entre o registo histórico e e lenda, tem muito para contar.
As terras de Arruda terão sido doadas por D. Afonso Henriques aos cavaleiros da Ordem de Santiago em 1172, em agradecimento pelos serviços prestados durante a reconquista.
Segundo a tradição esta curandeira descendia de uma longa família em que as mulheres eram herdeiras de conhecimentos mágicos adquiridos por Comendadeiras da Ordem de Santiago. O Livro de São Cipriano não terá sido desconhecido das mais letradas...
A primeira que ficou conhecida foi Ana Loira, morava no Casal das Neves, ali a sul do Forte do Cego. Mas dos seus 19 filhos e filhas cincos delas fizeram também sucesso, bem como algumas netas, ao longo da primeira metade do século XX, e foram também sendo procuradas para as curas impossíveis. E ainda hoje vivem em Arruda os seus descendentes.
Em 30 de Novembro de 1906 Ana Loira relatava assim ao Diário de Notícias a forma com fazia o diagnóstico das enfermidades que afligiam os seus pacientes:
Uma pessoa quando adoece vem cá para eu a escutar e ver o que tem e depois faço a oração e leio na água, com letras d’azeite, a doença que essa pessoa tem. Quando o doente não pode vir manda outra pessoa qualquer, que traz uma peça do seu vestuário, sendo sempre melhor vir uma camisa, ceroulas ou meias. Essa peça deve ser tirada do corpo da pessoa doente e sem ser lavada ou posta ao ar, embrulhada num papel ou n’um sacco. Eu então tiro para fora essa peça de roupa, ponho-a sobre o oratório e depois faço a oração. Para saber a doença que essa pessoa tem, cheiro muito bem a tal roupa e depois leio a doença na água, como já lhe disse. (…)
Muito completa e extensa informação pode ser encontrada neste site


O Caso da Filha do Médico
Um dia, um médico de Setúbal, não sabendo como havia de tratar a filha de uma estranha enfermidade, resolveu procurar os serviços da “ Bruxa d´Arruda”, em desespero de causa.
A bruxa disse-lhe que tratava a rapariga, mas que tinha de a deixar aos seus cuidados durante três dias. O médico, sem vislumbrar outra solução, resolveu confiar a filha à sábia mulher.
Durante dois dias, a rapariga só comeu pevides de abóbora, até que ao terceiro dia, a bruxa colocou um alguidar com leite junto da cabeceira da jovem paciente.
Momentos depois, saiu uma cobra pela boca da rapariga e esta curou-se.
(Talvez fosse uma ténia, há quem defenda que as sementes de abóbora são um vermicida eficaz e a invasora pode ter saído em fuga delas e em procura do leite que sempre é mais apetitoso...)
(Adaptado do referido site e de faroldanossaterra.net )

Waypoints

PictographProvisioning Altitude 417 ft

Adega - Loja de vinhos

PictographProvisioning Altitude 1,171 ft

Associação recreativa da Carvalha - café

PictographWaypoint Altitude 694 ft

Associação recreativa de Pé do Monte

PictographProvisioning Altitude 767 ft

Café O Valverde

PictographSports facility Altitude 352 ft

Campo de futebol Arruda

PictographReligious site Altitude 708 ft
Photo ofCapela de Nossa Senhora das Necessidades (Sabugos)

Capela de Nossa Senhora das Necessidades (Sabugos)

Caminho de Fátima - Sabugos

PictographReligious site Altitude 721 ft
Photo ofCapela de Pé do Monte (1976)

Capela de Pé do Monte (1976)

PictographReligious site Altitude 374 ft
Photo ofCapela de S Lázaro Photo ofCapela de S Lázaro

Capela de S Lázaro

PictographReligious site Altitude 1,155 ft
Photo ofCapela de Santa Ana (Carvalha)

Capela de Santa Ana (Carvalha)

PictographReligious site Altitude 1,197 ft
Photo ofCruzeiro

Cruzeiro

PictographFountain Altitude 696 ft
Photo ofFonte (não controlada) e Lavadouro Photo ofFonte (não controlada) e Lavadouro

Fonte (não controlada) e Lavadouro

PictographFountain Altitude 687 ft
Photo ofFonte antiga

Fonte antiga

PictographFountain Altitude 1,051 ft
Photo ofFonte dos Militares (não controlada)

Fonte dos Militares (não controlada)

PictographRuins Altitude 1,308 ft
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Forte da Carvalha

PictographRuins Altitude 1,184 ft
Photo ofForte do Cego Photo ofForte do Cego Photo ofForte do Cego

Forte do Cego

PictographFountain Altitude 690 ft
Photo ofGrande lavadouro

Grande lavadouro

Caminho de Fátima

PictographWaypoint Altitude 870 ft

Granja

PictographMonument Altitude 349 ft
Photo ofHospital da Misericórdia e Monumento aos Mortos 1 guerra Photo ofHospital da Misericórdia e Monumento aos Mortos 1 guerra

Hospital da Misericórdia e Monumento aos Mortos 1 guerra

PictographWaypoint Altitude 730 ft

Louriceira de Baixo

PictographSummit Altitude 1,342 ft
Photo ofMarco geodésico Carvalha (395 m) Photo ofMarco geodésico Carvalha (395 m)

Marco geodésico Carvalha (395 m)

PictographPanorama Altitude 763 ft
Photo ofMiradouro da Giesteira Photo ofMiradouro da Giesteira

Miradouro da Giesteira

PictographPanorama Altitude 1,298 ft
Photo ofMiradouro do Forte da Carvalha Photo ofMiradouro do Forte da Carvalha Photo ofMiradouro do Forte da Carvalha

Miradouro do Forte da Carvalha

PictographWaypoint Altitude 1,193 ft
Photo ofMoínho

Moínho

PictographBus stop Altitude 769 ft

Paragem de autocarro coberta

PictographBus stop Altitude 1,135 ft

Paragem de bus coberta c/ painel azulejo e wc

PictographPicnic Altitude 357 ft

Parque e mesas piquenique

PictographWaypoint Altitude 506 ft

Parqueamento pago seg a sext 9-19

PictographBridge Altitude 915 ft
Photo ofPonte sobre ribeiro

Ponte sobre ribeiro

PictographBridge Altitude 352 ft

Ponte sobre ribeiro

PictographBridge Altitude 634 ft

Ponte

PictographWaypoint Altitude 635 ft
Photo ofPé do Monte

Pé do Monte

PictographWaypoint Altitude 717 ft
Photo ofQuinta de S Sebastião (1755)

Quinta de S Sebastião (1755)

PictographProvisioning Altitude 776 ft

Restaurante Saloio

Comments  (2)

  • Photo of Ana Maf Mar
    Ana Maf Mar Apr 23, 2022

    Excelente trilho. Gostei muito. Obrigada por partilharem as vossas aventuras.

  • Photo of papaleguas
    papaleguas Apr 23, 2022

    Obrigado também, Ana, é um gosto partilhá-las! Bons Caminhos!

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