Montachique: pelo nó das Linhas de Torres Vedras
near Charneca, Lisboa (Portugal)
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Trail photos
Itinerary description
Entre veredas e vistas extraordinárias fomos percorrer este nó na defesa de Lisboa.
São 16,9Km no Google Earth Pro.
Trata-se de um percurso não sinalizado.
Waypoints
Quinta de eventos
Por entre as dobras do terreno encontram-se várias quintas de organização de ventos que a proximidade de Lisboa potencia. Algumas com memórias das invasões francesas. É uma questão de procurar
Aldeamento do Vale de São Gião
Aqui invertemos o sentido do itinerário e passamos pelo interior do aldeamento. Nesta área temos uma vista privilegiada para perceber a vista que os franceses poderiam ter do Cabeço de Montachique.
Vista para Montachique
Montachique com o Forte do Moinho , o armazém que abastecia o exército Anglo-Luso e o Cabeço de Montachique
Fonte dos Corvos
À saída da rua Fonte dos Corvos viramos à direita na antiga rua da Fonte, agora Avenida Principal e, no cruzamento desta com a rua do Pechulgo, encontramos duas fontes de mergulho. É uma pena que, aquilo que é único de cada localidade, por exemplo os antigos nomes das ruas, seja substituído por generalizações iguais em todo o lado. Rua da Fonte revelava maior identidade. E é uma pena que as fontes não estejam recuperadas e utilizáveis. O património local é isto mais as histórias que lhe estão associadas. Preservemos!
Veredas
No meio de nós de autoestradas mas tão perto da natureza. Dependendo da época do ano podem ser observados diversos bolbos e cogumelos.
Visitas inesperada na vereda
No período da caça encontram-se vários cães soltos. Alguns a ser treinados, outros abandonados mas normalmente com necessidade de fazer amigos. Foi o caso. Para se proteger de encontros indesejáveis leve bastão.
Chafariz e Lavadouro
Bom exemplo de preservação do património local. Está bonito, tem água e é um registo de memórias. Bem hajam
Desfiladeiro de Ribas
Uma das falhas que a encosta vertical apresenta, o desfiladeiro de ribas, era rodeado de vários fortes. Era um ponto mais fácil para romper as Linhas de Defesa e um ponto critico para quem as defendia. Ultrapassada esta zona era desfilar até Lisboa, sem oposição possível. Para disfrutar deste local único foi instalado um belo baloiço.
Tempos de Covid-19
Alertar e proteger. Aqui viramos para a direita, pela rua do Campo de Tiro, em direção ao topo da colina.
Rua do Campo de Tiro
Fase final da subida com uma amostra das vista que iriamos encontrar.
Forte de Ribas
No Forte sobranceiro ao desfiladeiro de Ribas, relativamente bem conservado, é possível apreciar belas vistas e compreender a estratégia de defesa adotada nas Linhas de Torres Vedras. Para além de recuperar forças e repor os níveis!
Forte do Mosqueiro
Depois de percorrer a estrada militar que servia de comunicação entre os fortes e as linhas e observar o escarpamento de Ribas, chegamos ao Forte do Mosqueiro. É o mais próximo do Parque de Montachique e muito visitado. Apresenta as construções interiores dos Travezes e do Paiol. Imaginámos que debaixo do frondoso pinheiro manso se podem fazer excelentes piqueniques!
Cruzamento do Parque de Montachique
Ligação para a localidade de Montachique, Fanhões, Salemas e Loures.
Sanatório do Grandella
Sanatório do Grandella ou Sanatório Albergaria (uma estrela com sete pontas)– era este o nome que Francisco de Almeida Grandella pretendia dar ao hospital que idealizou – começou a ser construído em 1919, mas não chegou a ser acabado. Na altura, a tuberculose atingia proporções epidémicas em toda Europa e Portugal não era exceção. O sanatório teria capacidade para 36 doentes e o projeto contemplava áreas de apoio, fornos crematórios, enfermarias de isolamento e grandiosos jardins. Havia ainda espaço para 14 moradias que serviriam para albergar doentes ricos. Grandella, industrial, político e comerciante maçom – que inaugurou o conceito de venda por catálogo e criou, em 1891, a primeira grande superfície comercial em Portugal, os Armazéns Grandella, no Chiado – quis fundar um hospital nos arredores de Lisboa, numa zona desabitada: o Cabeço de Montachique, na fronteira entre Loures e Mafra. O edifício foi desenhado em 1918 pelo arquiteto Rosendo Carvalheira. A construção não chegou a ser concluída e nunca funcionou. A 26/7/2018 o Jornal i noticiava que as ruínas e o terreno à volta, com quase 17 mil metros quadrados, foram postos à venda por pouco mais de 800 mil euros, pelo proprietário que o tinha comprado na expectativa de o explorar comercialmente.
Cabeço de Montachique
Trata-se de uma chaminé vulcânica que é o local de maior altitude do Concelho de Loures: 409m. Em dias de bom tempo temos umas vistas extraordinárias: Cruz Alta, na serra de Sintra com 528m; Atalaia com 431m, Montemuro com 428m e Funchal com 426m no Concelho de Mafra; Alqueidão com 424m, onde foi construído o Forte Grande, Posto de Comando das Linhas de Torres, no Sobral de Monte Agraço; Serra do Socorro com 395m, no limite dos Concelhos de Torres Vedras e Mafra; Montejunto com 666m; Formosinho com 501m na Serra da Arrábida, para além das vistas para o Tejo e as suas pontes em Lisboa. A partir deste ponto, vendo o percurso da autoestrada A8, é mais fácil perceber a razão pela qual este itinerário era usado desde o tempo dos romanos e foi o escolhido pelos franceses para se aproximarem de Lisboa. Neste local existiu, durante o período das invasões francesas, um poste de sinais ou telégrafo (como era designado) que fazia parte da rede de 9 que transmitiam as ordens para todos os fortes, desde a Serra do Socorro. Uma mensagem levava cerca de 10min a chegar ao extremo das Linhas de Torres, desde a Serra do Socorro. Um ganho de tempo muito importante, em relação ao tempo que demorava um mensageiro a cavalo, para movimentar as tropas em tempo oportuno e fazer face às ações dos franceses.
Descer o Cabeço de Montachique
Uma descida acentuada, na fase inicial em piso com muita pedra solta, mas sob vegetação ao chegar à aldeia de Montachique.
Entrada em Montachique
Onde os cafés estavam fechados e não pudemos realizar o reabastecimento desejado!
Saída de Montachique
Depois da travessia de Montachique, olhando para a distância percorrida e percurso da A8.
Fortes da Achada
Anexo uma planta da localização dos vários fortes existentes ao longo do percurso que realizamos. Estes dois, difíceis de identificar no terreno devido ao avanço da vegetação, eram o local da última resistência. O percurso passa pelo meio do Forte da Achada Nº1. Era aqui que se reuniriam as forças vindas dos fortes em volta para, num derradeiro esforço, oferecer a última resistência ao franceses. Não foi necessário. Os franceses não conseguiram romper a primeira linha e nós estamos na segunda linha.
A terminar
Após a travessia da estrada principal, no morro do outro lado, mais um forte, o da Coutada. De fácil acesso mas tomado de vegetação. Chegamos ao fim do percurso no caminho lateral à estrada para Bucelas, onde começamos, Casal da Coutana.
Comments (2)
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Information
Easy to follow
Scenery
Moderate
Boa caminhada, em 2 locais aparenta passarmos por propriedade privada. Mas não tive problemas
Uma boa caminhada, mesmo à porta da cidade, exactamente o que eu precisava para treinar as pernas e as botas! :) Fiz pequenas alterações, até porque num ponto estava cercado e com um rebanho dentro, é propriedade privada. Obrigado pela partilha, boas caminhadas!