Mineração Córrego Novo a Curimataí
near Quartéis, Minas Gerais (Brazil)
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Trail photos
Itinerary description
Trilha na vertente oeste da Cordilheira do Espinhaço, região do Parque Nacional das Sempre Vivas.
Distância total aproximada: 30 km
Realizamos este trekking em duas etapas, percorrendo 10 km no primeiro dia e 20 km no segundo.
ANTES DO TREKKING:
Deslocamos de automóvel de Diamantina até o distrito de São João da Chapada, onde encontramos o condutor que nos levou até a entrada da trilha.
Para acessarmos o início da trilha, saímos de São João da Chapada no sentido do povoado de Macacos. Após cerca de 15 km, viramos à esquerda para acessarmos o povoamento do Rio Pardo, onde um dos responsáveis pela mineração Córrego Novo embarcou conosco (ATENÇÃO: a área da mineração é propriedade privada, com vigilância. A entrada depende de alguém ligado ao empreendimento).
Do Rio Pardo até o alto da mineração Córrego Novo, levamos mais uns 5 km de carro, até que chegamos a um "virador" em que a estrada acaba e começa a trilha.
O objetivo do primeiro dia foi chegar até o ponto de apoio conhecido como Ranchão do Rio Preto, com 10 km de caminhada.
A trilha não tem sinalização, mas estava bem batida e tinha pegadas recentes de outras pessoas, provavelmente os poucos moradores que habitam próximo àquele caminho.
PRIMEIRO DIA (Mineração Córrego Novo -> Rancho do Rio Preto) - 10 km:
A caminhada começou às 08:44 horas.
O início é por uma leve descida com cascalho, passando por alguns recortados de rochas e logo ganhando extensos campos rupestres com afloramentos rochosos. A maior parte da caminhada do primeiro dia é em terreno plano.
Apesar da época seca, as turfeiras garantem a água em pequenos regatos. As sempre-vivas são abundantes no percurso.
Nos primeiros 5 km de percurso, não é incomum encontrar pequenos trechos calçados com pedras.
Após passar por campos e areais, deparamos com um brejo que exige cuidado, pois a vegetação esconde a profundidade na hora de pisar. Ideal é sondar o trecho e passar por um par de pedras que ali há ou contornar o brejo (fizemos a primeira opção).
Transposto o brejo, nos deparamos com dois "jardins" de Paepalanthus, popularmente conhecidas como "chuveirinho" ou "agarradinho", à margem de um córrego que atravessaríamos em seguida.
A chegada ao córrego é em um terreno com areia bem fina. A travessia do córrego é feita ou pela água, ou por uma pequena pinguela. Durante a travessia é importante ter cuidado pois a pinguela é quase completamente solta, podendo causar acidentes. Segundo os locais, durante as cheias é um local de difícil travessia, mesmo em animais de montaria.
Na sequência, há uma pequena cancela de madeira e um terreno diversificado entre subidas curtas, mas que cobram um pouco o ritmo, planos com bastante areia e algumas descidas. Entramos em um capão de mata, com uma subida leve, em seguida descemos até o Rio Preto, que deve ser transposto pelo leito. No local de travessia há pedras escorregadias e a água é bastante translúcida e fria (leia-se renovadora). Curioso é que em um poço a uns dez metros rio acima, o curso d'água faz justiça ao nome.
Após a passagem do Rio Preto, seguimos para a trilha à esquerda, que leva ao rancho, nosso ponto de apoio no primeiro dia. Entre o Rio Preto e o Rancho, cerca de 900 metros.
Chegamos ao Rancho ao meio-dia.
O Rancho foi construído por trilheiros e cavaleiros de Curimataí para abrigar pessoas em passagem (cavalgadas, travessias, trilhas), porém está na propriedade do Sr. Sinval, que é quem cuida da chave do lugar. Ali há dez leitos com colchões simples, fogão a lenha, energia elétrica, banheiro e chuveiro com água quente de jofrego.
Apesar de termos levado barraca, acabamos pousando no rancho.
SEGUNDO DIA (Rancho do Rio Preto -> Curimataí) - 20 km:
Saímos do Rancho às 06:15 horas, retornando cerca de 600 metros na trilha do dia anterior.
Seguimos na trilha da esquerda, tendo o Rio Preto à direita. Como estávamos no contra fluxo do rio, encaramos a principal subida do trajeto (cerca de 3 km, com aproximadamente 200 metros de ganho de elevação). A vegetação da mata ciliar é caracterizada por árvores mais altas e que fazem boa sombra. Ao final da subida abre-se um campo rupestre com uma vista exuberante. Há uma cancela que define o limite do terreno do Sr. Sinval.
No alto do campo há uma série de caminhos. Mantenha-se à esquerda para o caminho mais curto. Acabamos tomando um caminho à frente e andamos uns duzentos metros a mais. A partir de então, começamos a descer a antiga estrada que ligava Curimataí a São João da Chapada. Atualmente está transitável apenas para motocicletas mais apropriadas para trilhas.
O trecho final é quase que totalmente de declives.
Começamos descendo margeando o Córrego do Mocó, por algumas antigas pedreiras calçadas para a estrada. O trecho junto ao Córrego tem bastante sombra, o que ajuda a vencer o calor já com os ares do sertão. Após saltarmos o córrego, vem a única subida relevante no trajeto final. IMPORTANTE: Aproveite para suprir os reservatórios de água, pois até o quilômetro final não há outras fontes de fácil acesso.
Passado o Mocó, iniciamos a passagem pela majestosa Vargem Grande! É um dos trechos mais bonitos da caminhada, mas também é desafiador, pois é uma extensão de campo aberto de pouco mais de dois quilômetros, com terreno muito, muito, muito arenoso. Pela ausência de vegetação de maior porte, o sol é companheiro durante toda a passagem. Ao final, há uma pequena casinha aparentemente desabitada e a recompensa da convidativa sombra de um imenso jatobazeiro.
Seguimos por mais uma hora até que chegamos a um ponto em que se tem uma visão ampla do sertão, do alto do Espinhaço (AQUI PEGA SINAL DE TELEFONIA MÓVEL - VIVO E TIM, PELO MENOS). A partir dali, só descida. Alerto que há uma trilha à direita, que acompanha um pequeno curso d'água aparentemente intermitente, e há a estrada à esquerda, que faz uma grande volta. Seguimos pela trilha, que é mais curta e tem sombra.
A derradeira descida passa pela trilha e por um trecho de estrada. É uma perda de elevação de cerca de 550 metros em cerca de 6 km. Com cargueiras, o calor e a fadiga do final da caminhada, pode ser um martírio para os joelhos (falo com propriedade!).
A trilha tem partes em cascalho mais solto, com risco real de queda, partes calçada de pedras, partes em uma terra mais argilosa bem escavada. A paisagem é sempre fantástica!
Ao final chegamos à estrada de acesso ao Curral de Pedra, ponto local de referência bastante interessante e que vale a pena conhecer. Caminhamos por essa estrada até avistarmos algumas casas, onde seguimos a estrada à direita. Passamos por um córrego que cruza a estrada, no último ponto de água antes de Curimataí. Cerca de 1,5 km adiante, chegamos ao destino final, Curimataí, distrito de Buenópolis, às 13:40 horas.
INFORMAÇÕES ADICIONAIS
Em Curimataí há hospedagem em pousada e aluguel (inclusive AirBnB). Na saída para Buenópolis há uma mercearia. Alguns bares servem almoço.
É um local muito charmoso, com pessoas acolhedoras e festeiras. No entanto, é importante manter a cordialidade e boa educação, respeitando os costumes locais.
Existem belas cachoeiras na região, portanto vale a pena ficar um tempinho ali para conhecer. Há um banho de águas termais também, mas o acesso é um pouco mais difícil. Procure mais informações com um morador local ou guia.
A trilha passa em parte do Parque Nacional das Sempre Vivas, por isso é importante não gerar ruído desnecessário, não fazer fogueiras, não deixar lixo para trás. Comunicar à equipe do ParNa também é muito importante.
As cancelas e porteiras que divisam as propriedades devem ser mantidas fechadas.
Distância total aproximada: 30 km
Realizamos este trekking em duas etapas, percorrendo 10 km no primeiro dia e 20 km no segundo.
ANTES DO TREKKING:
Deslocamos de automóvel de Diamantina até o distrito de São João da Chapada, onde encontramos o condutor que nos levou até a entrada da trilha.
Para acessarmos o início da trilha, saímos de São João da Chapada no sentido do povoado de Macacos. Após cerca de 15 km, viramos à esquerda para acessarmos o povoamento do Rio Pardo, onde um dos responsáveis pela mineração Córrego Novo embarcou conosco (ATENÇÃO: a área da mineração é propriedade privada, com vigilância. A entrada depende de alguém ligado ao empreendimento).
Do Rio Pardo até o alto da mineração Córrego Novo, levamos mais uns 5 km de carro, até que chegamos a um "virador" em que a estrada acaba e começa a trilha.
O objetivo do primeiro dia foi chegar até o ponto de apoio conhecido como Ranchão do Rio Preto, com 10 km de caminhada.
A trilha não tem sinalização, mas estava bem batida e tinha pegadas recentes de outras pessoas, provavelmente os poucos moradores que habitam próximo àquele caminho.
PRIMEIRO DIA (Mineração Córrego Novo -> Rancho do Rio Preto) - 10 km:
A caminhada começou às 08:44 horas.
O início é por uma leve descida com cascalho, passando por alguns recortados de rochas e logo ganhando extensos campos rupestres com afloramentos rochosos. A maior parte da caminhada do primeiro dia é em terreno plano.
Apesar da época seca, as turfeiras garantem a água em pequenos regatos. As sempre-vivas são abundantes no percurso.
Nos primeiros 5 km de percurso, não é incomum encontrar pequenos trechos calçados com pedras.
Após passar por campos e areais, deparamos com um brejo que exige cuidado, pois a vegetação esconde a profundidade na hora de pisar. Ideal é sondar o trecho e passar por um par de pedras que ali há ou contornar o brejo (fizemos a primeira opção).
Transposto o brejo, nos deparamos com dois "jardins" de Paepalanthus, popularmente conhecidas como "chuveirinho" ou "agarradinho", à margem de um córrego que atravessaríamos em seguida.
A chegada ao córrego é em um terreno com areia bem fina. A travessia do córrego é feita ou pela água, ou por uma pequena pinguela. Durante a travessia é importante ter cuidado pois a pinguela é quase completamente solta, podendo causar acidentes. Segundo os locais, durante as cheias é um local de difícil travessia, mesmo em animais de montaria.
Na sequência, há uma pequena cancela de madeira e um terreno diversificado entre subidas curtas, mas que cobram um pouco o ritmo, planos com bastante areia e algumas descidas. Entramos em um capão de mata, com uma subida leve, em seguida descemos até o Rio Preto, que deve ser transposto pelo leito. No local de travessia há pedras escorregadias e a água é bastante translúcida e fria (leia-se renovadora). Curioso é que em um poço a uns dez metros rio acima, o curso d'água faz justiça ao nome.
Após a passagem do Rio Preto, seguimos para a trilha à esquerda, que leva ao rancho, nosso ponto de apoio no primeiro dia. Entre o Rio Preto e o Rancho, cerca de 900 metros.
Chegamos ao Rancho ao meio-dia.
O Rancho foi construído por trilheiros e cavaleiros de Curimataí para abrigar pessoas em passagem (cavalgadas, travessias, trilhas), porém está na propriedade do Sr. Sinval, que é quem cuida da chave do lugar. Ali há dez leitos com colchões simples, fogão a lenha, energia elétrica, banheiro e chuveiro com água quente de jofrego.
Apesar de termos levado barraca, acabamos pousando no rancho.
SEGUNDO DIA (Rancho do Rio Preto -> Curimataí) - 20 km:
Saímos do Rancho às 06:15 horas, retornando cerca de 600 metros na trilha do dia anterior.
Seguimos na trilha da esquerda, tendo o Rio Preto à direita. Como estávamos no contra fluxo do rio, encaramos a principal subida do trajeto (cerca de 3 km, com aproximadamente 200 metros de ganho de elevação). A vegetação da mata ciliar é caracterizada por árvores mais altas e que fazem boa sombra. Ao final da subida abre-se um campo rupestre com uma vista exuberante. Há uma cancela que define o limite do terreno do Sr. Sinval.
No alto do campo há uma série de caminhos. Mantenha-se à esquerda para o caminho mais curto. Acabamos tomando um caminho à frente e andamos uns duzentos metros a mais. A partir de então, começamos a descer a antiga estrada que ligava Curimataí a São João da Chapada. Atualmente está transitável apenas para motocicletas mais apropriadas para trilhas.
O trecho final é quase que totalmente de declives.
Começamos descendo margeando o Córrego do Mocó, por algumas antigas pedreiras calçadas para a estrada. O trecho junto ao Córrego tem bastante sombra, o que ajuda a vencer o calor já com os ares do sertão. Após saltarmos o córrego, vem a única subida relevante no trajeto final. IMPORTANTE: Aproveite para suprir os reservatórios de água, pois até o quilômetro final não há outras fontes de fácil acesso.
Passado o Mocó, iniciamos a passagem pela majestosa Vargem Grande! É um dos trechos mais bonitos da caminhada, mas também é desafiador, pois é uma extensão de campo aberto de pouco mais de dois quilômetros, com terreno muito, muito, muito arenoso. Pela ausência de vegetação de maior porte, o sol é companheiro durante toda a passagem. Ao final, há uma pequena casinha aparentemente desabitada e a recompensa da convidativa sombra de um imenso jatobazeiro.
Seguimos por mais uma hora até que chegamos a um ponto em que se tem uma visão ampla do sertão, do alto do Espinhaço (AQUI PEGA SINAL DE TELEFONIA MÓVEL - VIVO E TIM, PELO MENOS). A partir dali, só descida. Alerto que há uma trilha à direita, que acompanha um pequeno curso d'água aparentemente intermitente, e há a estrada à esquerda, que faz uma grande volta. Seguimos pela trilha, que é mais curta e tem sombra.
A derradeira descida passa pela trilha e por um trecho de estrada. É uma perda de elevação de cerca de 550 metros em cerca de 6 km. Com cargueiras, o calor e a fadiga do final da caminhada, pode ser um martírio para os joelhos (falo com propriedade!).
A trilha tem partes em cascalho mais solto, com risco real de queda, partes calçada de pedras, partes em uma terra mais argilosa bem escavada. A paisagem é sempre fantástica!
Ao final chegamos à estrada de acesso ao Curral de Pedra, ponto local de referência bastante interessante e que vale a pena conhecer. Caminhamos por essa estrada até avistarmos algumas casas, onde seguimos a estrada à direita. Passamos por um córrego que cruza a estrada, no último ponto de água antes de Curimataí. Cerca de 1,5 km adiante, chegamos ao destino final, Curimataí, distrito de Buenópolis, às 13:40 horas.
INFORMAÇÕES ADICIONAIS
Em Curimataí há hospedagem em pousada e aluguel (inclusive AirBnB). Na saída para Buenópolis há uma mercearia. Alguns bares servem almoço.
É um local muito charmoso, com pessoas acolhedoras e festeiras. No entanto, é importante manter a cordialidade e boa educação, respeitando os costumes locais.
Existem belas cachoeiras na região, portanto vale a pena ficar um tempinho ali para conhecer. Há um banho de águas termais também, mas o acesso é um pouco mais difícil. Procure mais informações com um morador local ou guia.
A trilha passa em parte do Parque Nacional das Sempre Vivas, por isso é importante não gerar ruído desnecessário, não fazer fogueiras, não deixar lixo para trás. Comunicar à equipe do ParNa também é muito importante.
As cancelas e porteiras que divisam as propriedades devem ser mantidas fechadas.
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