Pr 15 Arouca - Viagem à Pré-história
near Merujal, Aveiro (Portugal)
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Trail photos
Itinerary description
O Município de Arouca possui uma enorme rede de Trilhos Pedestres que inclui 16 PRs, um GR (GR28) e é atravessada por outro GR (Gr 60, das Montanhas Mágicas, versão trekking e versão cycling).
Este trilho é efetuado no Planalto da serra da Freita com início e final na aldeia do Merujal, apresentando vários pontos de interesse, sendo de salientar um Dolmen em excelente estado de conservação; o percurso contempla ainda a visita alguns geossítios do Geoparque de Arouca.
O trilho atravessa o Rio Caima, diversos ribeiros, várias linhas de água e na época de inverno apresenta inúmeros troços alagados com água. Trata-se de um percurso relativamente longo, cerca 18 KM, com enorme exposição solar, praticamente sem locais de sombra, pelo que é desaconselhado ser efetuado nos meses mais quentes.
Trata-se de um trilho de âmbito paisagístico, cultural, arqueológico e científico, em que o caminhante é surpreendido pelo inúmeros pontos de interesse.
Descrição do trilho:
Carro estacionado no centro da aldeia do Merujal, ao lado da Mercearia da Montanha na rua da Senhora da Lage, onde se encontre um painel informativo de vários PR e GR que passam na região norte de Serra da Freita. Logo aí vemos sinalética do PR 15 que nos indica saída da aldeia em direção sul por uma estrada calcetada. Entramos em caminho florestal e pouco depois atravessamos a Ribeira de Caimó (não confundir com Rio Caima). Logo de seguida inicia-se uma subida de inclinação moderada, atravessando depois a estrada asfaltada que se dirige para a Frecha da Mizarela (EM 621), e logo de seguida viramos à esquerda por caminho em terra batida. Continuamos do lado esquerdo de um grande Penedo (Pico da Mizarela, 974 mts) e mais adiante entramos na aldeia, fazendo um pequeno desvio para o miradouro da Frecha da Mizarela. De volta à aldeia da Mizarela, o PR dá uma volta grande contornando a aldeia, chegando quase à aldeia de Albergaria da Serra; pelo que fizemos um pequeno curto circuito, entramos na estrada principal que se dirige a Vale de Cambra e pouco após atravessar o rio Caima, entramos novamente no PR 15 por trilho de pé posto em direção a Cabaços. Nesta aldeia, viramos à direita e entramos em caminho irregular, que adiante se torna pior com descidas e subidas com pedras soltas.
Chegamos a aldeia da Castanheira e fizemos uma breve visita às Pedras Parideiras.
Na saída da aldeia progredimos em direção sudeste em trilho conjunto com o GR 60 durante os próximos 2 km até atingir um cruzamento com estrada asfaltada (entroncamento da EM 612 com a EM 621) ao Km 7,9 do nosso percurso.
Este é um local interessante que possui mesmo ao lado, as mamoas (mamoas do Monte Calvo) que correspondem a túmulos pré-históricos da idade do Bronze, dois mil anos A.C..
A partir daqui o caminho está sinalizado, mas apresenta troços que atravessam penedias, sem existência de trilho propriamente dito. Adiante passamos pelas “pias de Serlel” pequenas depressões no granito em forma de pias (geossítio do Geopark); ao nosso lado direito podemos admirar o monte Serlei um dos cumes mais altos deste maciço com os seus 1092 metros. Pelo caminho voltamos a encontrar outro túmulo pré-histórico, este melhor conservado, o Dolmen da Portela da Anta. Continuamos em direção nordeste até nova interseção de caminhos (com o GR 28). Neste cruzamento viramos à esquerda em direção oeste.
Adiante temos nova interseção, desta vez com o PR 16, com o qual seguimos durante cerca 1500 metros e durante o qual temos oportunidade de visitar outro geossítio, as Pedras Boroas da Junqueira. Depois de abandonar o trilho conjunto com o PR 16 atravessamos novamente o Rio Caima, seguimos pela sua margem esquerda durante algumas centenas de metros, onde temos oportunidade de admirar os seus rápidos. O rio torna-se mais lento e aproximamo-nos de Albergaria da Serra. Cruzamos o rio pela última vez no centro da aldeia, onde tivemos a oportunidade de avistar 3 bois a atravessa-lo. Daqui, seguimos em direção ao Parque de Campismo do Merujal e pouco depois estamos de volta à aldeia do Merujal, onde terminas este interessante trilho.
Pontos de Interesse encontrados ao longo PR:
Aldeias:
Merujal
Mizarela
Cabaços
Castanheira
Albergaria da Serra
Geossítios do Geopark:
Frecha da Mizarela
Marmitas de gigante do rio Caima
Pedras Parideiras
Pedras Boroas do Junqueiro
Pias do Serlei
Pontos de Interesse Arqueológico:
Dolmen da Portela de Anta
Mamoas de Monte Calvo
Outros Pontos de Interesse
Rápidos do Rio Caima a montante de Albergaria da Serra
Descrição oficial dos locais Arqueológico:
Mamoas de Monte Calvo
Os montículos de terra e pedras que pontuam a paisagem, designados mamoas ou “túmuli” encerra, no seu interior, espaços funerários de
tipologias e cronologias diversificadas.
A Mamoa 2 de Monte Calvo pertence ao grupo das sepulturas não megalíticas, ou de tradição megalitica. No seu interior foi construida uma sepultura em “fossa” - designação atribuída às sepulturas escavadas no subsolo recoberta
com uma laje megallica.
A cronologia atribulda a estes monumentos posiciona-os no Il milénio a. C., durante a chamada idade Bronze.
Dolmen da Portela de Anta
No planalto da Freita, a Portela da Anta será, provavelmente, o monumento megalítico mais acessível do território. Surpreende pela sua volumetria e pela uniformidade com que se desenvolve, a partir de uma pequena mamoa. Datada de finais do IV milénio antes de Cristo, insere-se, de forma curiosa, na belíssima paisagem envolvente, numa conjugação interessante entre a vida, renovada pela natureza a cada ciclo, e a morte, que pode não significar o fim de tudo.
Específico:
Este espaço, que já aparece referido em documentos medievais do Séc. XIII, deve o seu nome à grande mamoa que aqui encontramos: uma sepultura megalítica, cujos traços culturais definem um conjunto de sociedades pré-históricas que construíam monumentos com pedras de grandes dimensões, vulgarmente designadas por Antas ou Dólmens (se bem que se inserem neste tipo de arquitetura outros monumentos de caráter não funerário, como os menires). Esta expressão arquitetónica, proveniente do período Neolítico, arrasta-se até à Idade do Bronze, evoluindo para monumentos não megalíticos, cuja estrutura funerária interna da mamoa perde volumetria e diversifica o tipo de sepultura.
O monumento principal é designado por Mamoa da Portela da Anta, apresenta cerca de 35 metros de diâmetro, envolvendo os restos de um dólmen de corredor, cujos trabalhos arqueológicos revelaram um curioso círculo lítico, de função presumivelmente ritual, adoçado à mamoa pelo lado Oeste. A Este, identificou-se, ainda, um átrio que se abre em frente ao corredor da câmara, delimitado por um murete, cuja interpretação incide igualmente no carácter cerimonial.
O espólio arqueológico resultante da escavação é constituído essencialmente por algumas dezenas de fragmentos cerâmicos, utensílios em pedra lascada (pontas de seta e lâminas) e um pequeno furador em cobre, sugerindo como fase final de utilização deste monumento a Idade do Bronze.
Desta forma, a Portela da Anta terá sido utlizada durante mais de um milénio (entre finais do IV e II milénio a.C.), sendo a grande sepultura coletiva das comunidades pastoris que frequentavam a Serra da Freita há cinco mil anos.
Em época romana, a sepultura foi reutilizada, aproveitando o espaço «sacralizado» desde a pré-história para receber uma incineração. O espólio exumado, que acompanharia esta deposição, caracterizava-se por um pequeno fragmento de um recipiente em vidro esverdeado e cerca de meia centena de pequeníssimas contas de colar em grafito.
Boas caminhadas
Waypoints
Pedras Parideiras
Descrição oficial do Geopark de Aroura Chegou a um dos geossítios mais emblemáticos do Arouca Geopark. Aqui, vai ser surpreendido por um fenómeno único no mundo: as Pedras Parideiras. Do ponto de vista geológico, esta rocha designa-se «granito nodular da Castanheira» e estende-se por uma área de cerca de 1 km2. O granito é de cor clara e apresenta um grão médio, com duas micas e uma invulgar quantidade de nódulos biotíticos (mineral de cor negra), de forma discoide e biconvexa, marcadamente alinhados. Apresenta, como minerais essenciais, quartzo, ortoclase, albite, biotite e moscovite. Como minerais acessórios zircão, apatite, rutílio, titanite-leucoesfena, clorite, fibrolite e silimanite. Por ação da erosão, os nódulos libertam-se e acumulam-se no solo, deixando no granito uma cavidade, cujas paredes estão revestidas por uma capa biotítica. É por isso que os habitantes da aldeia da Castanheira chamaram a esta rocha «Pedra Parideira», por ser «a pedra que pare pedra». Estes nódulos apresentam dimensões que variam entre 1 e 12 centímetros de diâmetro e, embora sejam constituídos, exteriormente, apenas por biotite, o núcleo é constituído por minerais de quartzo e feldspato. As datações mais recentes K-Ar (obtidas em moscovites e biotites dos nódulos) apontam para idades entre 320 e 310 milhões de anos. Chegou, portanto, a um geossítio de características únicas no mundo. Para melhor compreender a origem e particularidades deste geossítio, bem como a dinâmica do Arouca Geopark, vale a pena visitar a Casa das Pedras Parideiras – Centro de Interpretação. Aberta ao público, desde novembro de 2012, esta infraestrutura tem por objetivo contribuir para a conservação, compreensão e valorização deste importante património geológico, apoiando as visitas turísticas e educativas a este espaço
Cruzamento e Mamoas de Porto Calvo. O PR segue em frente; O GR 60 vira direita
O trilho interseta com o cruzamento entre as EM 621 e EM612, perto do local das Mamoas do Monte Calvo (Sepulturas da Idade do Bronze, 2000 anos AC) No local também se encontra um pequeno edifício abandonado (Casa abrigo da Serra) Neste local, o PR continua em frente e o GR 60 vira à direita
Dólmen da Portela da Anta e interseção com GR 28
Descrição oficial No planalto da Freita, a Portela da Anta será, provavelmente, o monumento megalítico mais acessível do território. Surpreende pela sua volumetria e pela uniformidade com que se desenvolve, a partir de uma pequena mamoa. Datada de finais do IV milénio antes de Cristo, insere-se, de forma curiosa, na belíssima paisagem envolvente, numa conjugação interessante entre a vida, renovada pela natureza a cada ciclo, e a morte, que pode não significar o fim de tudo. Específico: Este espaço, que já aparece referido em documentos medievais do Séc. XIII, deve o seu nome à grande mamoa que aqui encontramos: uma sepultura megalítica, cujos traços culturais definem um conjunto de sociedades pré-históricas que construíam monumentos com pedras de grandes dimensões, vulgarmente designadas por Antas ou Dólmens (se bem que se inserem neste tipo de arquitetura outros monumentos de caráter não funerário, como os menires). Esta expressão arquitetónica, proveniente do período Neolítico, arrasta-se até à Idade do Bronze, evoluindo para monumentos não megalíticos, cuja estrutura funerária interna da mamoa perde volumetria e diversifica o tipo de sepultura. O monumento principal é designado por Mamoa da Portela da Anta, apresenta cerca de 35 metros de diâmetro, envolvendo os restos de um dólmen de corredor, cujos trabalhos arqueológicos revelaram um curioso círculo lítico, de função presumivelmente ritual, adoçado à mamoa pelo lado Oeste. A Este, identificou-se, ainda, um átrio que se abre em frente ao corredor da câmara, delimitado por um murete, cuja interpretação incide igualmente no carácter cerimonial. O espólio arqueológico resultante da escavação é constituído essencialmente por algumas dezenas de fragmentos cerâmicos, utensílios em pedra lascada (pontas de seta e lâminas) e um pequeno furador em cobre, sugerindo como fase final de utilização deste monumento a Idade do Bronze. Desta forma, a Portela da Anta terá sido utlizada durante mais de um milénio (entre finais do IV e II milénio a.C.), sendo a grande sepultura coletiva das comunidades pastoris que frequentavam a Serra da Freita há cinco mil anos. Em época romana, a sepultura foi reutilizada, aproveitando o espaço «sacralizado» desde a pré-história para receber uma incineração. O espólio exumado, que acompanharia esta deposição, caracterizava-se por um pequeno fragmento de um recipiente em vidro esverdeado e cerca de meia centena de pequeníssimas contas de colar em grafito.
Cruzamento com Pr 16
Comments (4)
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Information
Easy to follow
Scenery
Moderate
Muitos pontos de interesse, e belas paisagens
Obrigado Misabelvara pelo comentário e avaliação. Sim trata-se de um belo trilho com vários pontos de interesse
Bonita ruta con bonitas vistas. Un abrazo
Obrigado Emílio pelo comentário e avaliação. Um abraço