Lourinhã - Falésias do Jurássico [MARIOLAS]
near Lourinhã, Lisboa (Portugal)
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Trail photos
Itinerary description
Imperturbados, das falésias das praias do Caniçal e Paimogo, jurássicos dinossauros assistiram, em agosto de 1808, ao desembarque de tropas luso-britânicas que iriam combater os invasores franceses, na célebre batalha do Vimeiro. O Forte altaneiro, que vigia estas praias, faz parte de um sistema defensivo, construído para nos defender contra os nossos vizinhos, depois do domínio filipino.
Na parte final do percurso, passa-se ainda pela Praia da Peralta, onde em 1642, naufragou o Galeão S. Nicolau, mas do qual, já poucos vestígios restam.
NOTAS:
- Este percurso deve ser iniciado com a maré a vazar. Há sítios onde só será possível ir com a maré baixa ou meia-maré.
- Atualmente (JAN 2023), já no regresso, o troço entre a Praia da Peralta e a localidade do Montoito, apresenta-se em obras, devido a deslizamento de terras. Pode-se proceder a duas alternativas:
1. Quando se chega à Praia do Areal Sul, continuar pelo percurso efetuado na ida até à Lourinhã;
2. Na Praia da Peralta, subir pela estrada de alcatrão (acesso principal à Praia), até à estrada principal, Rua da Bela Vista, virar à esquerda e, em Montoito continuar pelo percurso estipulado até à Lourinhã.
Waypoints
Igreja do Convento de Santo António
Igreja e Convento de Santo António O convento e a igreja de Santo António, dedicados a Nossa Senhora da Anunciação, têm origem numa comunidade de frades Capuchos Recoletos fundada em 1598, sendo inicialmente constituída por uma pequena igreja e algumas casas de recolhimento. Em novembro de 1601 iniciam-se obras de ampliação e restauro do edificado, prolongadas por vários anos devido à grandeza e volume do edifício e às dificuldades económicas dos frades. Em 1609 é construída a capela-mor a expensas de D. Brites Brandoa, que era possuidora do padroado do templo e que ali queria sepultura. Em 1619 a Igreja encontra-se edificada com as características que hoje podemos apreciar. Em 1834, com a extinção das Ordens Religiosas, a parte conventual é requisitada pela Câmara Municipal para aí instalar o tribunal. Cerca de 150 anos depois, a zona conventual volta à tutela da Fábrica Paroquial e são realizadas grandes obras de restauro do conjunto que, com o contributo de todos os lourinhanenses, ficam concluídas em 1993. O convento, de pequena dimensão e traça maneirista, é de planta quadrada, com dois pisos e arcadas de ordem toscana. Foi edificado em redor de um claustro e de um poço e possui paredes revestidas a azulejo do século XVIII com motivos de Balaústre alternando com Anjos com Cestas de Flores. O piso superior é sustentado por colunas Toscanas. A igreja é de planimetria retangular e o seu interior, de uma só nave, é de abóbada de berço com paredes laterais decoradas com silhar de azulejo de Albarrada setecentista. À esquerda, uma pequena capela com Vitral e Pia Batismal do século XVII e, à direita, uma capela dedicada a Santo António, com um belo retábulo de mármore florentino e o frontal e as paredes revestidos a azulejo de 1714, representando o Milagre da Mula e a Pregação aos Peixes. Destacam-se os altares colaterais em talha dourada, neoclássicos, e duas capelas laterais também decoradas a azulejo. A capela-mor de abóbada de berço, precedida por arco triunfal, é decorada a lambril de azulejo do século XVIII com cenas do Calvário e dos Milagres de Santo António. À esquerda do altar, junto ao Evangelho, pode observar-se um mausoléu, túmulo de D. Brás Henriques, e ao centro um retábulo neoclássico em talha dourada e azul. No exterior da igreja destaca-se, na fachada, o pórtico de frontão triangular, a Cruz de Cristo e o óculo que ilumina o coro-alto. À direta, são visíveis os contrafortes e saliências das capelas, e à esquerda a Torre Sineira com relógio, que foi o único existente na vila da Lourinhã durante muitos anos. [CM Lourinhã]
Museu da Lourinhã
O Museu da Lourinhã, criado em 1984, é fruto do trabalho abnegado de um grupo de entusiastas, de entre os quais se destacam Horácio Mateus e Isabel Mateus. Três anos antes, tinham fundado o GEAL – Grupo de Etnologia e Arqueologia da Lourinhã, associação cultural sem fins lucrativos e de reconhecida utilidade pública, que tutela o Museu da Lourinhã. O Museu abrange três áreas temáticas – Etnografia, Arqueologia e Paleontologia –, que justificam uma crescente afluência de visitantes, entre os quais muitos estudantes de diferentes níveis de ensino. É dada particular atenção à investigação, salvaguarda e divulgação do importante património da região, sobretudo no domínio da Paleontologia. O espólio inclui vários achados relevantes, designadamente de dinossauros, sendo que alguns foram representativos de espécies novas para a Ciência, os holótipos. Tal facto torna o Museu numa referência científica incontornável, tanto a nível nacional como internacional. Uma visita ao Museu convida à realização de uma viagem imaginária no tempo, desde há cerca de 252 milhões de anos, durante a qual se pode olhar através de “janelas de observação” privilegiadas e apreciar vestígios de muitos dos seres vivos, e da sua atividade, que habitaram esta e outras regiões. A passagem pelo tempo histórico inclui representações que vão desde o tempo dos dinossauros ao Homem na Pré-História e na modernidade. [CM Lourinhã]
Igreja de Santa Maria do Castelo (ou de N. Sra. da Anunciação)
A igreja Matriz da Lourinhã, exemplar do século XIV, é dedicada a Santa Maria e é monumento nacional desde junho de 1910. Conhecida por igreja do Castelo – teorias situam a construção primitiva dentro das muralhas de um antigo castelo desaparecido - terá sido erguida no início século XII por D. Jordan de Lorient, um cruzado francês a quem D. Afonso Henriques doou as terras da Lourinhã como recompensa pelos seus serviços, prestados na conquista de Lisboa aos mouros. Durante o reinado de D. João I (1384-1397) o templo é reedificado, ampliado e sagrado por D. Lourenço Vicente, o Arcebispo de Braga, defensor e conselheiro próximo do Mestre de Avis durante a crise de 1383/1385 e o autor do discurso de aclamação do Mestre de Avis Rei de Portugal nas Cortes de Coimbra de 1385. É um monumento gótico, com planta constituída por uma nave central, duas laterais e abside poligonal. A nave central, mais alta e alargada, é separada das laterais por oito arcos ogivais de grande elegância, sustentados por colunas monolíticas em calcário com três metros, rematadas com elegantes capitéis, todos diferentes, trabalhados e embelezados com motivos vegetalistas. Nacapela-mor, de forma octogonal e abóbada assente em grossas nervuras chanfradas, são visíveis escudos armoriados e na parede, o nicho manuelino emoldurado por cordas esculpidas, que servia para guardar os santos óleos, foi mais tarde, transformado em sacrário. São ainda de admirar os diversos Sinais de Canteiro gravados nas pedras das paredes. A pia batismal é de forma poligonal oitavada e possui duas cruzes em círculo e uma estrela de cinco pontas, símbolos associados à passagem, ou permanência, dos templários nesta zona. No exterior, o pórtico principal é virado ao mar e encimado por uma bela rosácea da época. Possui quatro arquivoltas com capitéis historiados com cenas da vida familiar rural e do Antigo Testamento. A porta ogival do lado norte, de arestas chanfradas e decorada com carrancas e vieiras esculpidas, situa a Lourinhã nos caminhos de peregrinação a Santiago de Compostela. A sul, pode observar-se a esquina do edifício assente numa pedra romana. [CM Lourinhã]
Cruzeiro
No Miradouro do Castelo, num plano superior à igreja e a assinalar o local eventual do antigo castelo, pode admirar-se o Cruzeiro e o seu belo capitel quinhentista e observar a vasta paisagem que se estende até ao mar. [CM Lourinhã]
Convento de S. Bernardino de Sena
O ermitério franciscano em Atouguia foi fundado em 1451, passando a ser designado por convento em 1507. São Bernardino de Siena, santo pregador franciscano, escolhido como padroeiro do convento, haveria de dar o nome à localidade que cresceu à sua volta. Em 1595 os religiosos ocuparam o novo convento. Na capela jazem os restos mortais de vários membros da família dos Condes de Atouguia, entre eles os de Frei João de Ataíde (?-1507), filho do 2.° Conde, que foi conselheiro próximo do Rei D. João II e figura célebre do seu tempo, com certa aura de santidade, a quem Garcia de Resende dedicou um capítulo da Crónica de D. João II. O interior, de nave única, apresenta uma cobertura em abóbada e pinturas, silhares de azulejos e um belíssimo altar em pedra com colunas torsas. Em 1834, com a extinção das Ordens Religiosas, a propriedade passou dos franciscanos para o Estado. Em 1884 a Ordem Franciscana voltou a adquirir o Convento. Nesse mesmo ano foi inaugurada a Alameda com os passos da Via Sacra. A 8 de Outubro de 1910 foram extintas as ordens e congregações religiosas. Em 1912 foi inaugurada a Colónia Agrícola de São Bernardino, sob a alçada da Casa Pia, com um programa de aprendizagem agrícola e oficinal. Em 1927 foi cedido ao Ministério da Justiça para receber a recém-criada colónia correcional para o sexo feminino, a primeira existente no País, que funcionou até 1973. Renomeado Instituto de Reeducação (1967), Centro Escolar (1975) e Colégio de S. Bernardino (1995), esteve em funcionamento até ao início do século XXI. [CM Peniche]
Forte de Paimogo
O Forte de Paimogo (ou Nossa Senhora dos Anjos de Paimogo), Foi construído em 1674 por ordem de D. António Luís de Menezes, Conde de Cantanhede também conhecido por Marquês de Marialva e herói das guerras da Restauração. Tinha por missão específica a defesa da praia do mesmo nome, de modo a impedir o eventual desembarque de tropas inimigas naquele local de fácil acesso. Trata-se de um pequeno forte abaluartado, de arquitetura militar barroca, de planta quadrangular que possui guaritas cilíndricas de cobertura cónicas. Este forte estava integrado na segunda linha defensiva fortificada, que começava na Praça Forte da vila de Peniche e se estendia até à Barra do Tejo. É um exemplar quase único de fortificação posterior à Restauração sem alterações arquitetónicas. Com o fim da Guerra Civil acabou a missão do Forte de Nossa Senhora dos Anjos de Paimogo como fortificação marítima. [CM Lourinhã]
Igreja da Misericórdia
Santa Casa da Misericórdia da Lourinhã O edifício sede da Santa Casa da Misericórdia da Lourinhã, fundada por alvará de Filipe II, datado de 23 de Julho de 1586 é constituído por três construções distintas, de três diversas épocas e estilos que não lhe retiraram uma unidade bastante harmoniosa. No centro do edifício ergue-se a Igreja, com data de 1626, inscrita no tímpano. É um templo de características renascentistas, de uma só nave, teto de maceira e paredes estucadas. O coro alto é sustentado por duas colunas de pedra, com pias de água benta circulares incorporadas nos fustes. O altar-mor situado num plano superior, possui ao centro um retábulo do século XVIII com escudo de D. João V ladeado por duas telas que representam Nossa Senhora da Piedade e Nossa Senhora da Misericórdia. Na base do altar vemos uma imagem em tamanho natural de Cristo no túmulo, que todos os anos sai na Procissão do Enterro do Senhor. Ao lado da Epístola destacam-se a Tribuna dos Mesários com 13 lugares, uma obra do século XVIII, encimada com as armas de D. João V, e a cadeira de espaldar trabalhado do Provedor. Em frente, a capela do Senhor dos Passos, com retábulo em talha dourada. A fachada da Igreja é de empena de bico e na porta, sobrepujada com tímpano triangular, onde se inscreve a data de 1626 e a frase: "Bem-aventurados os misericordiosos porque alcançarão a misericórdia". A nascente da Igreja encontra-se a parte mais antiga, que pertenceu à Capela do Espírito Santo, do séc. XVI, com um notável portal manuelino de meados do século XVII, e a poente situa-se o Hospital (século XVIII), em cuja fachada se abre a porta principal encimada pelo escudo, em pedra calcária branca, de D. João V.Fazia também parte do edificado a Gafaria (Leprosaria ) de Santo André, no caminho para Ribamar, já fora do limites da vila.Brasão - Santa Casa da Misericórdia da LourinhãSão João em Patmos da autoria do Mestre da LourinhãMas o interesse da Santa casa da Misericórdia consiste também no seu rico espólio museológico salientando-se a coleção de pintura quinhentista. Aqui podemos admirar os dois quadros atribuídos ao Mestre da Lourinhã: São João Evangelista na Ilha de Patmos e São João Baptista em Meditação. De inspiração flamenga são considerados da melhor pintura da época no nosso país. Destacam-se ainda, as obras de Lourenço de Salzedo, pintor maneirista, de origem Castelhana, constituídas por quatro tábuas de muito valor - especialmente a São João em Patmos da autoria do Mestre da Lourinhã de São Jerónimo. Podem também, admirar-se três quadros, atribuídos ao pintor Francisco de Campos, além de uma bandeira da Misericórdia de Diogo Teixeira, em tela. [CM Lourinhã]
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