Do Lexim às cascatas de Anços, Mastrontas e da Lage
near Lexim, Lisboa (Portugal)
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Trail photos
Itinerary description
Já uns tempos que imaginava este percurso mas faltava água. Chegou com as chuvadas do inverno. Poucas vezes vi estas 4 cascatas tão cheias, mas tem um inconveniente: as travessias a vau nem sempre são possíveis. Foi um belo passeio.
Na envolvente de Anços, as cascatas mais conhecidas da região, existe um percurso pedestre, de pequena rota, marcado pela Câmara de Sintra: PR12SNT.
Waypoints
Aldeia de Lexim
Saída da aldeia de Lexim, primeiro num caminho rural e, a partir dos aos 0,9Km, ao longo da margem direita da ribeira que segue para sul, para o Rio Lizandro. As vistas para o vale do Lizandro e para Sintra são de grande dimensão e beleza. Aos 0,91Km podemos seguir em frente, através de um carreiro entre a vegetação, até ao povoado pré-histórico do Lexim (223m de altitude). Daí, seguido a estrada para sul, passando ao lugar do Penedo do Lexim, encontramos este mesmo percurso aos 1,37Km.
Ribeira
É muito invulgar encontrar esta quantidade de água nesta ribeira. Aproveitei para investigar se o desnível, à esquerda da travessia, poderia dar origem a uma cascata. Não. Não tem a descida vertical nem o desnível suficiente. Virei à esquerda, primeiro por caminho e depois a corta-mato, por propriedades privadas, para tentar reduzir a extensão do percurso. Não é necessário. No percurso que segui encontram-se muitas orquídeas selvagens. É melhor seguir em frente até encontrar o caminho paralelo ao Rio Lizandro e virar à esquerda.
Rio Lizandro - passagem a vau
Este é local de travessia do Rio Lizandro, normalmente a pé enxuto, saltando de pedra em pedra. Hoje não é possível devido ao caudal: leva muita água e a boa velocidade. Só descalço e com risco de queda, era possível atravessar no dia de hoje. Voltei ao caminho e segui para o lugar de Barreiros, já no Concelho de Sintra, onde existe uma ponte. O local da travessia designa-se por Peras Pardas. Existem duas azenhas na zona, estando uma recuperada e servindo de habitação desde a década de 1980.
Saída de Barreiros
Nas proximidades, nas lojas de animais existentes, com sorte, podemos observar pavões e aves de capoeira, na companhia de algumas vacas. As vistas para o Concelho de Mafra são muito agradáveis.
Rio Mourão - Anços
Já nos encontramos na zona das cascatas de Anços como normalmente são conhecidas. São compostas por vários desníveis sendo o mais significativo e espetacular o que fica mais a montante. Na descida devemos seguir em frente através de uma azenha em ruinas. A placa à direita conduz-nos para este local que, em períodos de menor caudal é mais bonito do que hoje. Neste dia a água era tanta que nem se notava o desnível e a queda de água.
Rio Mourão - Cascata de Anços
Estas são as cascatas que trouxeram fama a Anços. O lugar é idílico. Já foi cenário de telenovelas, está à beira de Lisboa e até há pouco tempo era um segredo. Depois de ficar conhecido pelo genérico da telenovela até excursões se organizam para as visitar. No verão, pelas horas do meio do dia e ao fim de semana, tem demasiada gente. Pela primavera e Outono, apesar do pouco caudal, são mais agradáveis de visitar.
Rio Mourão - poldras
Neste local existem uns cubos de pedra que permitem a travessia sem molhar os pés. Nos dias de maior caudal, como hoje, tal não é possível. Fazer a travessia neste local e passar ao longo das muitas azenhas, na outra margam, do tempo da ocupação árabe da península Ibérica, daí o nome de Mourão, é uma visita agradável pelas memórias locais. Se encontrar alguém idoso, meta conversa. Pergunte pela história ou tradições do local. Não se acanhe que vai ser recompensado. Este é o percurso do PR12SNT, um percurso de pequena rota, sinalizado pela Câmara de Sintra.
Fonte de Anços
Num sitio inesperado, esquecido no meio da natureza, uma fonte. Pelas obras anteriormente realizadas, adivinha-se já ter sido importante para os locais. Ficava situada a meio do caminho, de carro de bois, que ligava Anços a Mastrontas, antes da chegada dos automóveis. Hoje está abandonada à natureza, neste local muito exuberante devido à constante humidade, mesmo no verão.
Cascata de Mastrontas
Para mim, as cascatas de Mastrontas são as mais divertidas. A ribeira, que nasce no vale a norte de Negrais e passa pelo Casal da Abegoaria, despenha-se entre rochas que temos de subir. Depois de passar o lugar de Mastrontas, seguimos ao longo da linha de comboio e, perto da ribeira, viramos à esquerda. Descemos alguns metros por um trilho bem marcado entre silvas e muitos arbustos e, na bifurcação, descemos, acentuadamente, em direção à ribeira. É um cenário que surpreende pela extensão da descida da água, comprimida entre blocos de rochas, formando pequenos charcos e correndo impetuosamente num leito coberto pela vegetação. Temos que subir pelo leito, ao lado da água, saltando de rocha em rocha, com o apoio dos ramos da árvores e de pequenas cordas que alguém prendeu em proveito de todos. A subida termina na passagem por baixo da ponte do comboio. É bonito e desafiante
Alto das Covas
É um dos sítios com melhor vista para o Vale do Rio Lizandro. Com os Moinhos do Batalha a Oeste e o lugar de Covas e Casal Mosqueiro a norte, sobre o limite dos Concelhos de Mafra e Sintra, temos uma vista a 360º sobre toda a zona saloia até Sintra. Todos os morros, todos os verdejantes campos e o arredondado vale do Lizandro prendem o nosso olhar. Passeamos o olhar, calmamente, reconfortadamente no aconchego das formas e na verdura das plantas. Ganhamos alma nova nesta ancestral tranquilidade.
Rio Lizandro - Ponte pedonal
Ao lado de uma antiga azenha à espera de dono uma ponte pedonal, em ferro. Bonito local pela densidade de vegatação
Ribeira da Lage
Passagem a vau da Ribeira da Lage. Mas não neste dia. A água que leva obrigou-me a regressas à estrada e subir para a entrada da Lage. A travessia da ribeira, neste local, permite aceder à principal cascata da Lage, por jusante. depois da ribeira seguimos pela berma direita do terreno cultivado e acedemos à mata. Segue-se um trajeto bonito por entre carvalhos e vários arbustos, com alguns arranhões nas silvas, mas agradável de percorrer. Já o fiz noutras ocasiões mas, hoje, não posso ter essa satisfação.
Cascata da entrada do lugar da Lage
A ribeira da Lage espraia-se num leito rochoso antes de se precipitar numa queda aproximada de 10m. Acedemos pela parte superior, pelo carreiro ao lado de uma antiga azenha e seguimos, pelo que já foi uma levada de água, lateralmente à cascata, até descer e ficarmos de frente para a cascata. Ao lado direito, na descida, deixámos uma azenha em ruinas. E que pena, num lugar tão bonito, ver estas azenhas abandonadas. Ninguém lhe pega, ninguém recupera a memória deste Lugar?
Cascata da Lage
Depois de percorrer a rua da Eira, saímos para sul pelo extremo da Lage e deparamos com um precipício rochoso, no leito do vale. É a cascata da Lage. Esta cascata é alimentada por uma pequena ribeira que percorre o Vale das Velhas, com uma extensão de 1,5Km, a oeste da Lage. Pelo facto só tem alguma água nos dias imediatos às chuvadas. E as oportunidades de as visitar devem ser aproveitadas porque são bonitas. A sua configuração, com o recuo da encosta rochosa, por baixo da cascata, permite, com algum equilibrismo, ocupar o espaço por baixo da queda da água, como nos filmes! O acesso pode ser feito por qualquer das duas encostas, laterais à cascata, por trilhos bem pisados pelos muitos visitantes, com algum cuidado para não escorrer e cair. Voltarei sempre que puder e alma mo solicitar!
Moinho da Baleeira
Faltam 200m para terminar. É a despedida destas paisagens. A finalizar esta bela caminhada, olhando para norte, Alcainça, e leste, Funchal e Figueiras, um último olhar para admirar a arredondada forma destes cabeços e procurar conforto nas verdejante encostas. Cansado, um pouco molhado mas muito satisfeito. É assim que termino estas 04H00 de caminhada, de alma reconfortada.
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