Las Médulas

Património Mundial da Humanidade, pelo UNESCO (1997), Las Médulas é História, é Monumento e é paisagem - única, fantástica e inigualável.
Ali se vêm as pegadas do povo romano, seculares e profundas, marcas onde se leem claramente as lides da exploração do ouro, que tão engenhosamente este povo extraiu das entranhas da montanha.
Partindo de Ponferrada, são menos de 30 minutos de carro até ao "aparcamiento", junto à pequena aldeia com o mesmo nome.
Depois, enceta-se um percurso circular, relativamente fácil, mas com alguns pontos de exigência maior, pela inclinação e pelo tipo de piso, que requere atenção para não haver "derrapagens".
Ao longo do percurso, a paisagem vai variando, mas não deixará ninguém indiferente o magnífico bosque de castanheiros e carvalhos que o trilho atravessa.
Seculares árvores, com majestosos troncos contorcidos e nodosos, mostrando os anos passados e os açoites desse tempo que venceram, agarrando-se à vida com vontade, no silêncio e na quietude.
Em redor, os miradouros vão mostrando as torres avermelhadas que emergem da vegetação, com monumentais paredes onde o vento, a chuva e as eras vão esculpindo a sua marca, mostrando as pedras lisas e redondas que formam este solo.
Grutas, covas e galerias, que outrora vomitaram jorros de lama e de jogas, das quais foi retirado o minério. Neste contexto, destacam-se o miradouro de Orellán e as galerias, uma das quais, após 200 metros de túnel, escavado há dois mil anos, desagua a meio da vertiginosa parede barrenta, numa gruta esplendida que proporciona uma vista inigualável. A visita custa 3 euros por pessoa, o que não é nada se comparado com as sensações que se vivem nesses 20 minutos.
Retrocedendo, de novo o bosque, até La Cuevona, a maior e mais monumental das grutas do complexo. Infelizmente, o percurso teve que ser cortado aí, por questões de segurança. São visíveis os sinais da erosão, com fendas acentuadas avisando o risco eminente de derrocadas. Ainda assim, dá para apreciar o local, como se de um santuário se tratasse.
É, sem dúvida, um percurso para se fazer. Após o Mirador de Pedrices, haverá que ter em atenção o corte à esquerda, que assinala o percurso de Reirigo. Apesar da subida acentuada, a vista sairá compensada e o próprio trilho assume a sua singularidade e interesse.
No final, é o regresso à aldeia. Umas quantas "tiendas" permitem escolher o "recuerdo" que imortalizará o momento. Depois, há que retemperar energias e, para isso, as opções são várias, bem ao estilo de Espanha, numa aconchegante e familiar esplanada, com uma fresquinha ali à mão.

O traçado não foi enriquecido com fotos, por ter utilizado uma câmara que não a do telemóvel que fazia a gravação, o que é uma pena, pois a recolha foi pródiga em pontos de interesse.
Deixam-se apenas uma meia dúzia, ficando o resto a cargo de quem seguir o percurso.

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