GR47 - Grande Rota de Montemuro (ETAPA 3/3)
near Gralheira, Viseu (Portugal)
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Itinerary description
GR47 - GRANDE ROTA DE MONTEMURO: Gralheira a Porto de Rei
ETAPA 3/3: Gralheira a Porto de Rei (21,8 kms)
- Após a última pernoita desta travessia, o destino agora seria Porto de Rei, mais concretamente o seu Parque Fluvial, local de término (ou início) da GR47;
- Por se tratar de uma travessia, este é um trilho linear. Apresenta marcações ao longo do seu traçado embora, por vezes, as mesmas não sejam evidentes. Outra situação a ter em conta prende-se com o facto de a sinalética ao longo desta rota ter informações desfasadas da realidade, ou seja, a quilometragem nelas referida não está de acordo com a realidade medida no terreno. Não percebemos a que se deve este desfasamento, mas o que constatamos por unanimidade (e foram vários os aparelhos GPS a registar o percurso), é que, a partir da capela da Senhora do Castelo (1ª etapa), existe uma inflação do número de kms a percorrer, situação essa que se vai repetindo placa após placa, ao longo do trilho. Em média são, pelo menos, mais 4 kms de erro. Ora, quando já se percorreu uma grande distância, todos os metros contam. E informações erradas é coisa que se dispensa. É pena constatarmos uma situação destas que evidencia, claramente, uma falta de rigor da parte da empresa/entidade responsável pela marcação e informação deste trilho/rota. Isto, associado à quase ausência de informação online, não augurava boas perspetivas para a aventura. Felizmente, e com atenção redobrada no caminho, não houve especiais contratempos. No entanto, para evitar dissabores, recomenda-se absolutamente o uso de GPS (ou um bom estudo de cartas militares);
- Com início no Parque Fluvial da Gralheira e fim no Parque Fluvial de Porto de Rei, os primeiros kms desta etapa decorrem pelo planalto da Gralheira, passando junto da Lagoa de D. João, por caminhos rurais e serranos. Este é um troço belíssimo, que nos permite desfrutar da singular paisagem serrana do planalto, com as suas turfeiras e matos rasteiros. Posteriormente, atravessa-se a aldeia de Feirão que, logo à entrada, tem um pequeno café, local ideal para uma pequena paragem de reforço alimentar e de abastecimento de água. Continuando por caminhos rurais ladeados por muretos de pedra granítica, progride-se em seguida por uma longa descida que se vai acentuando com o passar dos kms. E mais uma vez se volta a caminhar sobre "Tout-vênant". Estamos agora a percorrer um vale, em sentido descendente, rodeados por um belo entorno rural, com povoações e lugares em sucessão. Ao passar pela Cruz da Esperança (local assinalado como ponto de interesse no percurso), entra-se em estrada asfaltada, piso sobre o qual caminharemos até quase ao fim da etapa (serão cerca de 8 kms). Atravessa-se Fazamões, São Pedro do Souto, Ferreirós, Córdova, Paredinhas e Vale, sempre rodeados por cerejeiras e castanheiros, progredindo a meia-encosta pelo vale abaixo, em direção ao rio Douro. Com os pés doridos de tão longa descida (pelo meio passa-se por algumas calçadas extremamente inclinadas e escorregadias), chega-se por fim a São Martinho de Mouros, com obrigatória paragem no seu ex-libris, a Igreja Românica com o mesmo nome. Neste ponto está-se a sensivelmente 3,5 kms de terminar a etapa, pelo que uns momentos de relaxe e descanso, no adro deste monumento da Rota do Românico, farão todo o sentido. Antes de se chegar a Porto de Rei, tem-se ainda que percorrer algumas calçadas de pedra com uma inclinação muito pronunciada e que passam junto do Solar de Porto de Rei, imponente edifício parcialmente desabitado. E daqui ao Parque Fluvial é um saltinho, local de término desta travessia;
- Misto de caminhos rurais e serranos, estradões ("Tout-venant"), calçadas de pedra e MUITO piso asfaltado;
- Trilho com características moderadas, essencialmente pelo longo desnível descendente, com vários troços com uma pendente muito acentuada assim como a distância percorrida, maioritariamente em piso asfaltado;
- No período estival devem ser tomadas medidas de protecção solar pois quase todo o percurso é bastante exposto. No entanto, por se atravessar uma zona já bastante povoada (rural), é relativamente fácil encontrarem-se pontos de água. Também, como já antes tinha referido, na aldeia de Feirão há um pequeno café à entrada da povoação;
- Esta terceira e última etapa, do ponto de vista físico, é menos exigente que as anteriores. Porém, como apresenta uma longa descida com um desnível negativo de 1284 mts, os pés e os músculos das pernas vão dar todos os sinais do esforço de "travagem" que esta etapa obriga. E pelo meio vão surgindo alguns pequenos troços cuja inclinação é mesmo muito acentuada (existe sinalização nos locais);
- Tendo em conta que estamos na região de Resende, as cerejeiras são uma constante, assim como muitas outras árvores de fruto (sobretudo castanheiros). Este é um vale riquíssimo, extremamente verde, com uma paisagem deslumbrante e o rio Douro insinuando-se ao longe, discreto, por detrás dos morros;
- Considero que esta Grande Rota é uma experiência muito recomendável para quem procura aventura na natureza aliada a desafio físico. Não será das mais desafiantes, nem das mais espetaculares. Mas tem o seu carisma, sendo um bom desafio. E a imponente beleza da serra de Montemuro será sempre um valor seguro. Aconselho, por último, a fazer esta travessia iniciando em Nespereira e terminando em Porto de Rei, pois senti ser esta a opção que melhor equilibra o desgaste físico com o entorno paisagístico. Fica a sugestão!!
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- SERRA DE MONTEMURO
A Serra de Montemuro é a oitava maior elevação de Portugal Continental, com 1382 metros de altitude. Situa-se nos concelhos de Arouca, Cinfães, Resende e Castro Daire e Lamego (distrito de Viseu) e entre as regiões do Douro Litoral e da Beira Alta. A altitude média é de 838 metros. Está compreendida entre o rio Douro, a Norte e o rio Paiva, a sul, confina com a cidade de Lamego. O ponto mais alto da serra é denominado por Talegre ou Talefe, a 1.381 metros de altitude. Toda a serra tem bastante relevo e é íngreme praticamente de todos os lados. A serra é povoada até cerca dos 1.100 metros de altitude, as aldeias encontram-se espalhadas por toda a serra, mas quase sempre perto de cursos de água, como o rio Bestança que a divide na direcção Sul-Norte. A Serra de Montemuro, faz parte da 1ª fase da lista nacional de sítios da rede natura 2000. Está classificada como BIÓTOPO CORINE, com designação de Serra do Montemuro/Bigorne. Na descrição que o Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB) faz, destaca-se a grande biodiversidade, resultado do bom estado de conservação dos vários tipos de habitat que aí se encontram representados – alguns deles de considerável valor conservacionista, como as turfeiras activas (habitat prioritário-) e mais concretamente a vasta comunidade de vertebrados, da qual fazem parte inúmeras espécies com estatuto de ameaça, como, por exemplo, o lobo (Canis lupus). De acordo com Censo Nacional de Lobo 2002-2003, a Serra de Montemuro é um dos últimos refúgios desta espécie a sul do Douro. A escassez de presas naturais e domésticas, assim como a pressão exercida pela construção de Parques Eólicos (abertura de acessos e aumento a perturbação humana), constituem os principais factores de ameaça. Existem praticamente em toda a serra, diversas espécies de aves, como por exemplo: as perdizes (Alectoris rufa), galinholas (Scolopax rusticola), águia de asa redonda (Buteo buteo), pombo-trocaz (Columba palumbus), melro preto (Turdus merula), mocho d´orelhas (Otus scops), tentilhão comum (Fringilla coelebs), estorninho preto (Sturnus unicolor), rouxinol comum (Luscinia megarhynchos), mas para além destas aves existe muitas outras, mas estas são as que mais se vêm, e são as mais comuns na serra. Em toda a serra são comuns mamíferos, como os musaranhos (Crocidura sp.), a toupeira (Talpa occidentalis), o coelho-europeu (Oryctolagus cuniculus), a fuinha (Martes foina), a lebre (Lepus granatensis) e a raposa (Vulpes vulpes), javali (Sus scrofa), doninha (Mustela nivalis), texugo (Meles meles). Ao javali, são organizadas caçadas, mas pelo que consta são ilegais. Na serra existetambém a ameaçada víbora cornuda (Vipera latastei), que é umas das duas únicas cobras venenosas perigosas que ocorrem em Portugal (a outra é a víbora-de-seoane). O seu veneno pode ser fatal em crianças, idosos ou pessoas debilitadas. Num adulto saudável a mordedura é muito dolorosa, mas em geral não é fatal. Ainda existem os caçadores de víboras, que ilegalamente capturam espécimes dos quais aproveitam apenas a cabeça. Esta situação tem contribuído para piorar a sua situação no nosso país (actualmente é uma espécie com estatuto de ameaça vulnerável). A flora de toda a Serra de Montemuro é bastante rica. Nas encostas da serra, mas praticamente no fundo da serra predominam as plantações de pinheiro (Pinus pinaster), acompanhado do carvalho-roble ou carvalho-alvarinho (Quercus robur) e o castanheiro (Castanea sativa), sendo que este último nunca aparece acima dos 1.000 metros. Nas margens dos ribeiros predominam o amieiro (Alnus glutinosa), o salgueiro (Salix spp.), a borrazeira branca (Salix salvofolia), a borrazeira preta (salix atrocinerea) e o freixo (Fraxinus angustifolia). Na “Crista da Serra”, acima dos 1000 metros, encontra-se uma vegetação arbustiva, onde predominam o tojo (Ulex spp) e as urzes, como a urze vermelha (Erica australis), a urze branca (Erica arborea), a queiró (Erica umbellata), sargaço branco (Cistus psilosepalus), a giesta branca ou giestas das serras (Cytisus multiflorus), e os fetos (Asplenium spp.). A carqueja (Pterospartum tridentatum), encontra-se por toda a serra, mas é mais frequente no lado Sul onde chega a ocupar grandes espaços. Existe uma espécie pouco vulgar nesta região, que é o piorno bravo (Echinospartum lusitanicum), é uma espécie vulnerável, encontra-se a 1317 metros de altitude, na parte sul da Serra, e encontra-se ainda a 1370 metros. Esta espécie floresce no início do mês de Junho. As espécies arbóreas variam consoante a formação geológica, como por exemplo, o azevinho (Ilex aquifolium), que é uma espécie rara e protegida, o amieiro e o salgueiro.
- GR47: GRANDE ROTA DE MONTEMURO
O percurso pedestre da Grande Rota de Montemuro conta com 57 km de extensão, cruzando uma das mais desconhecidas serras de Portugal. Tem duas variantes que fazem a ligação às vilas de Cinfães e Resende, com 9,1 e 13,9 km, respetivamente. Os principais locais de passagem são o alto de Nossa Senhora do Castelo, as Portas de Montemuro, o vale do rio Bestança, a aldeia da Gralheira, a Lagoa D. João, a Igreja de São Martinho de Mouros, que integra a Rota do Românico, e Porto de Rei, nas margens do rio Douro.
Distância: +-57 kms
Duração: 18h00
Tipo de percurso: travessia
Desnível acumulado: +1830mts / -1980mts
Nível de dificuldade: difícil
LINKS PARA AS RESTANTES ETAPAS:
GR47 - Grande Rota de Montemuro - ETAPA 1/3
GR47 - Grande Rota de Montemuro - ETAPA 2/3
Waypoints
Gralheira
A aldeia da Gralheira é uma das mais altas de Portugal, encontrando-se a uma altitude de 1105 metros. Esta também é conhecida como “princesa da serra” por, desde tempos longínquos, ser a aldeia mais desenvolvida das redondezas. Integrada na paisagem granítica da serra do Montemuro, a Gralheira apresenta uma arquitetura tradicional serrana, dominada por granito, sendo ainda possível encontrar os tradicionais telhados de colmo. A Gralheira, para além do seu valioso património arquitetónico, apresenta um património natural imenso. As populações da Gralheira sempre tiveram uma estreita ligação com a natureza. Exemplo disso é a relação desta com o penedo da Saúde, sobre o qual se dizia, em tempos antigos, que tinha influência na cura de doenças. Principalmente benéfico para doentes de tuberculose, as pessoas com esta moléstia deveriam andar em seu redor de forma a melhorar a sua saúde. Nestas paisagens serranas do Montemuro existem outras aldeias com grande interesse, como é o caso de Vale de Papas. Esta aldeia, integrada na rede de Aldeias de Portugal®, é dominada por granito, e apresenta uma grande beleza, já que nela se podem observar diversos exemplos da arquitetura tradicional, como as eiras comunitárias, os canastros ou as casas em colmo. A envolvente da Gralheira apresenta uma paisagem única. Os lameiros, os carvalhais, o rio Cabrum, bem como os habitats rupícolas que por aqui são abundantes contribuem para uma grande diversidade de fauna e flora. A cila-dos-lameiros, o peneireiro, a víbora-cornuda, a rela ou a salamandra-de-pintas-amarelas são algumas das espécies que por aqui podemos observar.
Lagoa de D. João
A Lagoa de D. João, localizada na Serra do Montemuro, possui valores de caráter cultural, agrícola e ambiental, destacada pela riqueza da sua biodiversidade. Constitui-se desde tempos remotos como uma área privilegiada de aproveitamentos dos recursos naturais como a água, pasto e agricultura, proporcionado pela depressão e acumulação de águas na localização desta área, transformando-a na terra mais fértil de toda a Serra. Local de histórias e memórias de tempos de terrenos comunitários de pasto e mato que foram muitas vezes alvo de rivalidades e disputas, das vigias (vários rebanho reunidos, constituídos num só e conduzido por um ou mais pastores), dos abrigos que protegiam os pastores da região e os vindos da serra da Estrela pelos caminhos da transumância.
São Martinho de Mouros
A terra designada atualmente de São Martinho de Mouros foi certamente povoada desde a Pré-história. A sua geografia e as facilidades de defesa naturais, dispersas pela Serra das Meadas e sobre as encostas que descem até ao Douro, contribuíram certamente para os povos que a habitaram se defendessem dos povos invasivos. Daí ter sido procurada e habitada por tribos pré-celtas: talvez Lígures, a quem se atribui a origem do 1.ºcastro que existiu na Mogueira, posteriormente celtizado e romanizado. Contudo, este castro deve ter sido sucessivamente reocupado por vários povos, confirmam-no os vários vestígios arqueológicos que existem no Castro da Mogueira: Inscrição rupestre, vestígios de habitação de castro, três muralhas ou coroas, duas cisternas, das quais uma terá tido função de santuário, pois talvez servisse para recolher sangue e ossos das vitimas, oferecidas e imoladas em honra de divindades pagãs, sepulturas escavadas na rocha, vestígios de um Castelo e uma torre, etc. Foi concelho e julgado anterior à nossa Nacionalidade, com primeiro foral dado por Fernando Magno, rei de Leão e Castela, e confirmado por D. Teresa em 1121. Teve foral novo manuelino, outorgado em 1513. Perdeu a autonomia judicial em 1840, e foi finalmente extinto em 1855, data na qual passou para o concelho de Resende, do qual é atual freguesia.
Igreja Matriz de São Martinho de Mouros
A Igreja Matriz de São Martinho de Mouros é considerada uma das mais originais igrejas românicas portuguesas, pelas soluções construtivas que lhe conferem um estatuto único na produção arquitetónica nacional dos séculos XII e XIII. O tratamento da fachada principal, e genericamente do setor ocidental do templo constituem marcas diferenciadas do projeto. As características do estilo românico são bem visíveis através das paredes grossas, contrafortes na parte exterior do lado norte, cachorros emergindo nas paredes, sob o telhado, com figuras humanas e de animais, abóbada central em forma de berço, siglas em algumas portas e janelas, frestas de duplo arco, na parede do lado esquerdo. A torre-fachada da Igreja não corresponde a necessidades militares. Para esse efeito serviam as fragas e vales deste local que auxiliaram os cristãos a tomar o castelo de São Martinho. Assim, esta Igreja, edificada no século XIII, embora se destaque no românico português pela excêntrica volumetria da sua fachada, cumpre ainda hoje as funções para as quais foi construída, já em tempos de paz: a liturgia. O seu projeto inicial era arrojado, mas ficou incompleto. A inscrição "1217", descoberta num silhar [pedra] da capela-mor, evidencia o início da construção ou a conclusão de uma primeira fase de edificação, dando assim expressão à hipotética ideia de um templo com três naves abobadadas. Diante desta surge um arco triunfal apontado e encimado por óculo emoldurado. Foi, contudo, na Época Moderna e, sobretudo, no período barroco que a espacialidade da Igreja mais modificações sofreu, sendo exemplo a capela-mor, intervencionada sob a responsabilidade dos padroeiros. Cabe destacar as pinturas da oficina dos Mestres de Ferreirim (cerca de 1530), o trabalho de talha do retábulo-mor [altar principal], de estilo nacional, e do teto de temática hagiográfica [vida dos santos].
Pelourinho de São Martinho de Mouros
São Martinho de Mouros conserva um pelourinho, levantado no largo central da povoação, diante da antiga Casa da Câmara, símbolo da autonomia municipal de S. Martinho e das liberdades populares e ainda local de aplicação de justiça. O pelourinho assenta num soco constituído por uma plataforma muito elevada, que sustenta quatro degraus octogonais, de aresta. A plataforma seria igualmente octogonal, mas foi cortada em três lados, ficando com cinco faces. A coluna tem base quadrada, sendo a partir daí de secção octogonal, conseguida através do chanframento das suas arestas. Possui um aro metálico a menos de meia altura, com ferros de sujeição. O capitel é composto por uma moldura circular torsa, encimada por outra moldura quadrangular, também decorada com torcículos. Remata em ábaco ou tabuleiro quadrado, que suporta a base saliente de um prisma retangular, rematado em abóbada de barrete de clérigo, com faces cavadas e molduradas. Em cada face estão relevos heráldicos, nomeadamente um escudo das cinco quinas, uma cruz de Avis, e duas cruzes de Cristo. Junto do escudo figura a data de 1601, provavelmente respeitante à construção do pelourinho. Sobre o bloco terminal eleva-se ainda um pequeno cogulho.
Casa Grande de Porto de Rei
Na freguesia de S. João de Fontoura, junto ao rio Douro, zona de encostas e socalcos podemos encontrar um dos mais belos palácios do concelho de Resende, talvez mandado construir no século XVI, por Luís de Oliveira. Estamos a falar da “Casa Grande de Porto de Rei”, também chamada “Casa Grande”. D. Maria Clara de Carvalho e Abreu, proprietária da Casa de Porto de Rei, no século XVIII e seu irmão, José Carvalho e Abreu que foi Chanceler da Índia, mandaram-na reconstruir e ampliar, fazendo dois torreões de grande beleza. D. José de Carvalho e Abreu foi sepultado quando morreu, em 1743, na capela do palácio, num túmulo de mármore. Palácio de grandes dimensões. É constituído por rés-do-chão e andar nobre. Do lado poente a capela de S. António, benzida em 29 de Março de 1746 pelo Bispo de Lamego, D. Frei Feliciano de Nossa Senhora. Esta capela é uma reconstrução da anterior que já devia existir no século XVI, mais pobre e tudo leva a crer noutro local. Na fachada frontal, do lado poente, está o brasão de armas dos antigos solares, com os Macedos, Melos, Carvalhos e Abreus. No interior do palácio existem diversos salões, com tectos riquíssimos de madeira de castanho, formando variadas figuras geométricas e uma grandiosa cozinha com descomunal chaminé, toda em pedra. Parte da casa do lado poente pertence hoje ao Dr. João Afonso de Melo Miranda Mendes que procedeu recentemente a grandes reparações. A quinta, que pertenceu a D. Madalena Macedo, está hoje na posse de várias pessoas estranhas à família, bem como a parte do palácio voltado a nordeste. Dada a construção do cais de Porto de Rei, este solar pode ser um polo de atracção turístico para todo o Concelho de Resende. Dizem que o palácio tem tantas janelas quantos os dias do ano. Diz a lenda que era neste solar que D. Afonso Henriques se hospedava quando vinha a Cárquere, por ser Porto de Rei um lugar de desembarque.
Porto de Rei (Parque Fluvial)
Em plena comunhão com o Douro, o Parque Fluvial de Porto de Rei é um espaço devidamente equipado para quem procura usufruir de momentos de bem-estar e lazer.O Parque Fluvial de Porto de Rei está equipado com um cais de acostagem para embarque turístico, um pontão de ligação, um passadiço, uma piscina, praia fluvial, um solário, bar de apoio, equipamentos vocacionados para merendas, campo de futebol em terra batida, jardins, acessos pedonais e estacionamento. Trata-se de um espaço junto ao Rio Douro, localizado na freguesia de S. João de Fontoura, com características naturais únicas. O espaço foi inaugurado no dia 8 de Maio de 2004, colocando à disposição da população e visitantes uma praia fluvial de qualidade dotada de todos os equipamentos de apoio ao lazer e aos desportos náuticos. Trata-se de um dos locais do concelho mais procurado na época balnear quer pelo ambiente natural e paisagem, pelos equipamentos e infraestruturas, quer pelo peixe do rio de escabeche e as enguias que podem ser saboreados no restaurante local.
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Information
Easy to follow
Scenery
Moderate
Belíssimas, grandiosas paisagens!!! Vale mesmo a pena!... Exigente para os joelhos, em particular o final... Com tempo húmido bastões são essênciais...
Obrigado, Pés do Caminho, pelo comentário e avaliação do trilho.
Esta foi a última etapa desta GR e no início apanhamos alguma chuva e neblina, o que nos impediu de desfrutar em pleno da paisagem belíssima desta região. Mas quando descemos na direção do rio Douro, o tempo melhorou e deu então para apreciar a magnifica paisagem e comer algumas cerejas, também!
Continuação de ótimas caminhadas!
A transição do planalto para as encostas durienses oferece vistas panorâmicas de excelência.
Esta GR parece ser bem interessante. Obrigado pela partilha. Abraço!
Obrigado, _BIO_RAIA_, pelo comentário e avaliação do trilho. Abraço.
Parte desta etapa, em maio, é deliciosa (pela paisagem e pelas cerejas)!!