GR17 - TRAVESSIA DO ALTO COURA
near Andevizo, Viana do Castelo (Portugal)
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Trail photos
Itinerary description
A travessia do Alto Coura é um percurso pedestre de Grande Rota Circular, marcado em ambos os sentidos, por isso pode ser iniciado em qualquer ponto, no entanto o local recomendado é a Colónia Agrícola de Chã de Lamas, a menos de 200m do Centro de Educação e Interpretação Ambiental da Paisagem Protegida do Corno do Bico.
A Grande Rota da Travessia do Alto Coura apresenta um traçado circular de aproximadamente 52 quilómetros, que atravessa o concelho de Paredes de Coura. Na proximidade do Sub-Parque Eólico de Picoto, o percurso intersecta a derivação Coura Minho, que interliga esta rota com a Grande Rota da Travessia da Ribeira do Minho, compondo-se assim a Rede de Grandes Rotas de Percursos Pedestres do Vale do Minho.
1º Dia
Iniciamos o percurso na Colónia Agrícola de Chã de Lamas, freguesia de Vascões, a menos de 200m do Centro de Educação e Interpretação Ambiental (CEIA) da Paisagem Protegida do Corno de Bico. Depois de percorrer as ruas da Colónia Agrícola, construída durante o período do Estado Novo, encaminhamo-nos para a estrada de terra em direcção ao Núcleo Megalítico de Chã de Lamas – composto por seis mamoas, que se traduzem nos montes de terra, bem visíveis na paisagem, que encerram as antas – estruturas fúnebres (5000 a 3500 anos).
Retomando o caminho de terra atravessamos verdejantes pastos em direcção a Vascões, terra rica em património religioso e etnográfico. Percorrendo cerca de 300 m na berma da EN303 ruma-se a Sudeste, passando o lavadouro público e depois o miradouro e entra-se no coração do carvalhal do Corno de Bico. Este carvalhal, que acompanha-nos durante uma dezena de quilómetros, impressiona pela sua beleza e biodiversidade vegetal e animal. Localizado estrategicamente, representou desde a noite dos tempos um local de culto, de defesa, de abrigo e pastagens. Alias, devido ao seu uso pastoril, era um local ermo, que foi alvo de uma forte intervenção florestal na década de 40 do séc. XX, culminando hoje num habitat cuja importância foi reconhecida pela sua inclusão como Sítio Classificado da Rede Europeia Natura 2000. Ao longo do carvalhal são vários os miradouros que visitamos para desfrutar a paisagem única da região – miradouro da Giesteira, miradouro do Corno de Bico e miradouro de Penedo Rebolido. Pelo meio, surgem manchas florestais de resinosas e coníferas, assim como charcas de água, onde é vulgar ver garranos pastando livremente.
No final da mancha florestal voltamos a intersectar a estrada nacional, desta vez a EN306, que liga Paredes de Coura a Ponte de Lima. Percorrendo-a um pouco, viramos à esquerda para a estrada florestal de Travanca, caminhando ao longo de um belo bosque de resinosas até à povoação de Lisouros. Da freguesia de Cunha seguimos para o Monte da Assureira, já na freguesia de Resende. Ao longo do vale, o verde dos lameiros é deslumbrante, reflexo da etnografia local.
A área de lazer em frente da Igreja da Sr.ª da Purificação, já na freguesia de Formariz, poderá servir para retemperar forças em dias mais quentes, para iniciar a descida até ao Rio Coura que, hoje, não chegamos a atravessar. Fomos pernoitar a Paredes de Coura, por isso fizemos um desvio de aproximadamente de 1,5 Kms até à Pensão Paredes de Coura "Albergaria".
2º Dia
Com as forças e moral em alta após uma boa noite de sono e um jantar memorável, iniciamos bem cedo a jornada. Logo à saída de Paredes de Coura passamos junto à antiga fábrica de lacticínios de Miguel Dantas, onde se produziu o primeiro queijo do tipo flamengo em Portugal, atravessamos a ponte pedonal sobre o Rio Coura, junto ao Palacete de Mantelães. Este foi mandado construir pelo Concelheiro Miguel Dantas na segunda metade do Sec. XIX. É um pequeno palácio de arquitectura neoclássica, que possui jardins com plantas exóticas e um lago, uma casa de chá em forma de torre medieval, uma adega e um espigueiro de grandes dimensões, bem como a casa dos caseiros.
Deixando para trás o Rio Coura, o percurso segue para norte, rumo a Venade, começamos a subir, seguindo a estrada florestal até à intersecção da EM509 que nos levou a Venade e daqui seguimos para Porreiras onde visitamos a eira comunitária.
Continuando para norte, passamos junto ao núcleo molinológico, onde iniciamos a subida até ao parque eólico do Picoto. Primeiro junto a linhas de água ladeadas por carvalhos, depois, pelos estradões florestais, numa paisagem dominada pela giesta, pelo tojo e pela urze, onde calmamente pastam os garranos.
Junto à derivação Coura Minho, que liga a presente Rota à Grande Rota da Travessia da Ribeira Minho, o percurso vira para Oeste, entrando num planalto, onde rapidamente ocorre uma mudança na paisagem. De um lado uma extensa mancha florestal de resinosas, de outro os vastos campos da Cooperativa Agrícola da Boalhosa, com as manadas de raça Barrosã, Minhota e Cachena.
Deixamos para trás Boalhosa pela estrada alcatroada, para um pouco à frente virarmos à direita para um caminho ladeado por muros que desemboca numa paisagem de lameiros, sinal de povoações. Já na hora do almoço chegamos a Insalde, fizemos um pequeno desvio até ao café local. Estava fechado, mas após algumas insistentes batidas na porta fomos recebidos calorosamente no café Pedrosa onde não faltou as malgas do tradicional verde tinto da região. Assim, com as forças retemperadas, voltamos à estrada para fazer a penosa subida até Loureiro, Meca e Cortinhas.
Continuamos ao longo da EN301, cortando à direita por uma impressionante mancha de carvalhal que nos levou até Estanteiras e depois Cenoi, onde voltamos a entrar na Paisagem Protegida do Corno de Bico. Logo chegamos a Parada, com destaque para a Igreja e Coreto, tomamos o caminho de terra que se abre à esquerda e entramos num vale de elevado valor paisagístico… pelo caminho passamos por alguns moinhos tradicionais, bem como pelas suas levadas de água e centenários carvalhos.
Seguimos sempre a Oeste, e percorridos pouco mais de 2 Kms, encontramos a estrada de alcatrão, e logo à frente a Colónia Agrícola de Chã de Lamas, local de termo deste percurso.
FICHA TÉCNICA
Datas de realização: 6 e 7 de Dezembro 2014
Desnível: 2235 m positivos; 2235 m negativos
Tipo de percurso: Circular
Distancia percorrida: 59,65 km (inclui derivações: Miradouros do Corno de Bico e Penedo Rebolinho e alojamento em Paredes de Coura)
Etapas: 2 dias
Duração: 13:55horas (marcha efetiva)
Dia 6 de Dezembro.
Etapa 1: Chã de Lamas-Vascões-Miradouro do Corno de Bico-Miradouro de Penedo Rebolinho-Lisouros-Amieira-Macieira-Paredes de Coura
Distancia: 26,3 km
Marcha efetiva: 6:10 horas
Alojamento: Pensão Paredes de Coura "Albergaria" (Necessário fazer desvio do percurso - ida e volta 3 kms) Tel. 251 782 450
Jantar: Restaurante “Albergaria”
Dia 7 de Dezembro.
Etapa 2: Paredes de Coura-Lages-Venade-Outeiro-Porreiras-Almas-Agrela-Loureiro-Meca-Cortinhas-Estanteiras-Cenoi- Parada-Chã de Lamas
Distancia: 33,3 km
Marcha efetiva: 7:45 horas
A Grande Rota da Travessia do Alto Coura apresenta um traçado circular de aproximadamente 52 quilómetros, que atravessa o concelho de Paredes de Coura. Na proximidade do Sub-Parque Eólico de Picoto, o percurso intersecta a derivação Coura Minho, que interliga esta rota com a Grande Rota da Travessia da Ribeira do Minho, compondo-se assim a Rede de Grandes Rotas de Percursos Pedestres do Vale do Minho.
1º Dia
Iniciamos o percurso na Colónia Agrícola de Chã de Lamas, freguesia de Vascões, a menos de 200m do Centro de Educação e Interpretação Ambiental (CEIA) da Paisagem Protegida do Corno de Bico. Depois de percorrer as ruas da Colónia Agrícola, construída durante o período do Estado Novo, encaminhamo-nos para a estrada de terra em direcção ao Núcleo Megalítico de Chã de Lamas – composto por seis mamoas, que se traduzem nos montes de terra, bem visíveis na paisagem, que encerram as antas – estruturas fúnebres (5000 a 3500 anos).
Retomando o caminho de terra atravessamos verdejantes pastos em direcção a Vascões, terra rica em património religioso e etnográfico. Percorrendo cerca de 300 m na berma da EN303 ruma-se a Sudeste, passando o lavadouro público e depois o miradouro e entra-se no coração do carvalhal do Corno de Bico. Este carvalhal, que acompanha-nos durante uma dezena de quilómetros, impressiona pela sua beleza e biodiversidade vegetal e animal. Localizado estrategicamente, representou desde a noite dos tempos um local de culto, de defesa, de abrigo e pastagens. Alias, devido ao seu uso pastoril, era um local ermo, que foi alvo de uma forte intervenção florestal na década de 40 do séc. XX, culminando hoje num habitat cuja importância foi reconhecida pela sua inclusão como Sítio Classificado da Rede Europeia Natura 2000. Ao longo do carvalhal são vários os miradouros que visitamos para desfrutar a paisagem única da região – miradouro da Giesteira, miradouro do Corno de Bico e miradouro de Penedo Rebolido. Pelo meio, surgem manchas florestais de resinosas e coníferas, assim como charcas de água, onde é vulgar ver garranos pastando livremente.
No final da mancha florestal voltamos a intersectar a estrada nacional, desta vez a EN306, que liga Paredes de Coura a Ponte de Lima. Percorrendo-a um pouco, viramos à esquerda para a estrada florestal de Travanca, caminhando ao longo de um belo bosque de resinosas até à povoação de Lisouros. Da freguesia de Cunha seguimos para o Monte da Assureira, já na freguesia de Resende. Ao longo do vale, o verde dos lameiros é deslumbrante, reflexo da etnografia local.
A área de lazer em frente da Igreja da Sr.ª da Purificação, já na freguesia de Formariz, poderá servir para retemperar forças em dias mais quentes, para iniciar a descida até ao Rio Coura que, hoje, não chegamos a atravessar. Fomos pernoitar a Paredes de Coura, por isso fizemos um desvio de aproximadamente de 1,5 Kms até à Pensão Paredes de Coura "Albergaria".
2º Dia
Com as forças e moral em alta após uma boa noite de sono e um jantar memorável, iniciamos bem cedo a jornada. Logo à saída de Paredes de Coura passamos junto à antiga fábrica de lacticínios de Miguel Dantas, onde se produziu o primeiro queijo do tipo flamengo em Portugal, atravessamos a ponte pedonal sobre o Rio Coura, junto ao Palacete de Mantelães. Este foi mandado construir pelo Concelheiro Miguel Dantas na segunda metade do Sec. XIX. É um pequeno palácio de arquitectura neoclássica, que possui jardins com plantas exóticas e um lago, uma casa de chá em forma de torre medieval, uma adega e um espigueiro de grandes dimensões, bem como a casa dos caseiros.
Deixando para trás o Rio Coura, o percurso segue para norte, rumo a Venade, começamos a subir, seguindo a estrada florestal até à intersecção da EM509 que nos levou a Venade e daqui seguimos para Porreiras onde visitamos a eira comunitária.
Continuando para norte, passamos junto ao núcleo molinológico, onde iniciamos a subida até ao parque eólico do Picoto. Primeiro junto a linhas de água ladeadas por carvalhos, depois, pelos estradões florestais, numa paisagem dominada pela giesta, pelo tojo e pela urze, onde calmamente pastam os garranos.
Junto à derivação Coura Minho, que liga a presente Rota à Grande Rota da Travessia da Ribeira Minho, o percurso vira para Oeste, entrando num planalto, onde rapidamente ocorre uma mudança na paisagem. De um lado uma extensa mancha florestal de resinosas, de outro os vastos campos da Cooperativa Agrícola da Boalhosa, com as manadas de raça Barrosã, Minhota e Cachena.
Deixamos para trás Boalhosa pela estrada alcatroada, para um pouco à frente virarmos à direita para um caminho ladeado por muros que desemboca numa paisagem de lameiros, sinal de povoações. Já na hora do almoço chegamos a Insalde, fizemos um pequeno desvio até ao café local. Estava fechado, mas após algumas insistentes batidas na porta fomos recebidos calorosamente no café Pedrosa onde não faltou as malgas do tradicional verde tinto da região. Assim, com as forças retemperadas, voltamos à estrada para fazer a penosa subida até Loureiro, Meca e Cortinhas.
Continuamos ao longo da EN301, cortando à direita por uma impressionante mancha de carvalhal que nos levou até Estanteiras e depois Cenoi, onde voltamos a entrar na Paisagem Protegida do Corno de Bico. Logo chegamos a Parada, com destaque para a Igreja e Coreto, tomamos o caminho de terra que se abre à esquerda e entramos num vale de elevado valor paisagístico… pelo caminho passamos por alguns moinhos tradicionais, bem como pelas suas levadas de água e centenários carvalhos.
Seguimos sempre a Oeste, e percorridos pouco mais de 2 Kms, encontramos a estrada de alcatrão, e logo à frente a Colónia Agrícola de Chã de Lamas, local de termo deste percurso.
FICHA TÉCNICA
Datas de realização: 6 e 7 de Dezembro 2014
Desnível: 2235 m positivos; 2235 m negativos
Tipo de percurso: Circular
Distancia percorrida: 59,65 km (inclui derivações: Miradouros do Corno de Bico e Penedo Rebolinho e alojamento em Paredes de Coura)
Etapas: 2 dias
Duração: 13:55horas (marcha efetiva)
Dia 6 de Dezembro.
Etapa 1: Chã de Lamas-Vascões-Miradouro do Corno de Bico-Miradouro de Penedo Rebolinho-Lisouros-Amieira-Macieira-Paredes de Coura
Distancia: 26,3 km
Marcha efetiva: 6:10 horas
Alojamento: Pensão Paredes de Coura "Albergaria" (Necessário fazer desvio do percurso - ida e volta 3 kms) Tel. 251 782 450
Jantar: Restaurante “Albergaria”
Dia 7 de Dezembro.
Etapa 2: Paredes de Coura-Lages-Venade-Outeiro-Porreiras-Almas-Agrela-Loureiro-Meca-Cortinhas-Estanteiras-Cenoi- Parada-Chã de Lamas
Distancia: 33,3 km
Marcha efetiva: 7:45 horas
Waypoints
Intersection
1,587 ft
DESVIO CAFÉ
Comments (4)
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Parabéns pelo vosso trabalho! Muito interessante e pormenorizado. https://pt.wikiloc.com/trilhas-trekking/gr17-travessia-do-alto-coura-8413176/photo-4910551
Excelente! Há alguma alternativa de alojamento local?
Olá Team_Pes_Rotos!
Nós ficamos em Paredes de Coura na Pensão "Albergaria" (Necessário fazer desvio do percurso - ida e volta 3 kms) Tel. 251 782 450
o percurso é ciclável? gostaria de o fazer de BTT