Gerês - Circular - Xertelo a Minas de Carris

Trilho com início na aldeia do Xertelo e pensado inicialmente tendo a Nevosa como objectivo. Acabámos por desviar as nossas atenções para as Minas de Carris, mais próximas e manejaveis, deixando a Nevosa para uma outra oportunidade.

O primeiro segmento desenvolve-se ao longo de um estradão por cerca de 3 kms, até chão de Susana. Sempre que possível, é boa ideia começar o trilho aí, evitando assim 6 kms (se se considerar ida e volta). Ter no entanto em conta que o estradão não é acessível senão a veículos todo o terreno.

A partir de chão de Susana a progressão faz-se por caminhos de pé posto, bastante bem marcados em praticamente toda a extensão do trilho. Aqui e ali as marcações são um pouco confusas traduzindo opções de diferentes montanheiros e/ou alterações de percurso ditadas pela climatologia, nomeadamente por terrenos alagados e lamacentos em função das chuvas. Foi de resto o que ocorreu neste caso em que por várias vezes buscámos passagens alternativas.

A ida foi pelo Castanheiro, com travessia da ribeira das Negras na latitude de lamalonga. A parte final deste segmento foi atentamente vigiada por inúmeras cabras que nos acompanharam à distância. A partir do Castanheiro e até à travessia da ribeira, o perfil da Nevosa e mais longe da Fonte Fria e da Fraga de S. João são uma presença quase constante na linha do horizonte.

A partir da Lamalonga, a progressão faz-se mais íngreme até às Lavarias das minas ao longo da margem esquerda da corga. Passadas as Lavarias e já no interior do agora arruinado complexo, é deambular por onde se queira. Por todo o lado há resquícios do que foi em tempos uma mina importante de volfrâmio, com uma dimensão bastante maior que a das vizinhas Sombras a escassos kms mais a norte e já em território espanhol.

Se as paisagens até aí já eram notaveis, à medida que os pontos mais altos à volta das minas são atingidos, passam a magníficas. Mais para nordeste, fica a Lagoa de Carris. Um misto de represa e lagoa, é um espelho de água de média dimensão que ali metido na serra, acaba por dar uma nota de surpresa agradável à agreste imensidão de pedra do entorno.

À volta são identificaveis a nordeste a Nevosa e mais ao longe a Fonte Fria e a Fraga de S. João, os três picos do Sobreiro com o Altar de Cabrós na sua retaguarda, ficam mais a norte e, para noroeste, o Alto da Amoreira e a linha de fronteira. A oeste o Alto de Cidadelhe, Coções, Roca Negra, Rocalva, Borrageiro e Pé de Medela. Ainda mais longe a Louriça.

Pausa para almoço ao abrigo de um vento forte e gelado a obrigar a deitar a mão a agasalhos e luvas.

Iniciado o regresso, atravessamos Lamalonga e iniciamos a subida para Lage dos Bois donde rumamos à Lomba de Pau para uma descida acentuada para a ribeira do Penedo. Daí uma subida acelerada até chão de Susana e o regresso ao Xertelo.

O percurso foi feito em ritmo lento e relaxado na companhia do Luis Rolo e da Cristina que nos acompanhou no convencimento que iriamos fazer uma passeata por estradões de montanha. Não foi o caso.