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Fafião-Portas Ruivas-Borrageiro-Pedra Negra...Bivaque-100Trilhos

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Trail stats

Distance
20.91 mi
Elevation gain
5,617 ft
Technical difficulty
Easy
Elevation loss
5,643 ft
Max elevation
4,668 ft
TrailRank 
55
Min elevation
1,764 ft
Trail type
One Way
Moving time
9 hours 51 minutes
Time
one day 8 hours 43 minutes
Coordinates
5914
Uploaded
September 24, 2023
Recorded
September 2023
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near Fafião, Vila Real (Portugal)

Viewed 55 times, downloaded 6 times

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Itinerary description

No silêncio da madrugada de sábado 23 de setembro, 4h00, ecoou impiedosamente o som do despertador para me arrancar do conforto e segurança do quarto. Arrastei-me penosamente até à cozinha, onde estagnada esperava por mim a mochila de 50 litros, compactada com o estritamente necessário, para mais um fim de semana de autonomia, com o grupo 100 Trilhos, que nos iria levar ao coração do Parque Nacional da Peneda-Gerês.

O ponto de encontro foi na pacata localidade de Fafião, evocada pelo seu passado como a "aldeia onde o lobo era levado para morrer", conhecida hoje como a “Aldeia de Lobos”, que na sua reconciliação com o lobo, lhe dedica um festival de 3 dias em junho, com o objetivo de chamar a atenção para a necessidade de preservação desta espécie ameaçada.

De mochilas carregadas de expectativas e inquietações às costas, iniciamos a expedição de dois dias, percorrendo o trilho da Vezeira de Fafião, que nos levou, através de um carreiro sinuoso e vertiginoso até à barragem do Porto da Lage.

Num sobe e desce constante, num teste ao equilíbrio, lá fomos seguindo o curso do Rio Fafião, que gradualmente molda e esculpe a paisagem, surpreendendo-nos ao fazer surgir, lá no fundo, lagoas cristalinas de cor verde esmeralda e o vale de Fafião rasgado das entranhas da montanha. Chegamos à Barragem do Porto da Lage, onde o rio forma lagoas com a sua represa. Prosseguimos a expedição, passando pelo encantador Prado da Touça, em direção a Portas Ruivas. O terreno ficou ainda mais estreito e mais acidentado. À medida que trepamos para Portas Ruivas, a paisagem aparecia-nos mais selvagem e intocada. A vegetação reclamava o seu terreno, dificultando a progressão. Mas a imponente beleza da paisagem, granítica que se nos deparava a cada passo firme e suado para vencer a verticalidade, dava-nos forças para continuar.

Chegados ao alto do megalítico ‘colosso’ de Portas Ruivas (1277mts ⛰), sentimo-nos como se estivéssemos no epicentro de um vasto espetáculo natural, com montanhas e vales, estendendo-se até onde os olhos podem alcançar. Depois desta paragem contemplativa, descemos até ao curral de Portas Ruivas, um abrigo de montanha com a forma de um iglu.

Seguimos caminho em direção ao próximo marco icónico desta serra: o Prado da Messe, um oásis verdejante no seio da paisagem árida da serra. Era o local perfeito para uma pausa bem merecida, onde recarregamos as energias.

Retomamos a rota, em modo mais plano, em direção ao Prado do Conho, onde decidimos fazer uma breve pausa para reabastecer água para a noite.

O destino final para o dia estava agora à vista: o Alto do Borrageiro. Com as energias que nos restavam, começamos a subir pela encosta íngreme que nos levaria ao topo (1430 mts ⛰). O caminho era desafiador, mas a emoção de o atingir impulsionou-nos a continuar. À medida que subíamos, o sol começava a baixar no horizonte, tingindo o céu com tons de laranja e rosa. Sabíamos que estávamos prestes a testemunhar um pôr do sol incrível no topo do Borrageiro.

Ofegantes e extasiados, chegamos à base onde iríamos pernoitar sob o céu estrelado. O sol era agora um grande disco de fogo, prestes a desaparecer abaixo do horizonte. Sentámo-nos em silêncio, maravilhados com o espetáculo diante de nós. As estrelas começaram a aparecer timidamente no céu escuro, prometendo uma noite estrelada inesquecível.

Montamos o bivaque num ponto estratégico, que o nosso guia experiente preparou para que ficássemos resguardados do vento, que já se fazia sentir e ouvir. À medida que a escuridão envolvia a montanha, sentimos uma profunda ligação com a natureza e uma gratidão imensa por ali estarmos. Já dentro dos sacos, contemplamos as estrelas que cintilavam como diamantes. Era como se estivéssemos em sintonia com o universo, em conexão com o cosmos. As dúvidas sobre o que nos leva a trocar o conforto e segurança do lar, para caminhar durante dois dias na montanha, cederam espaço para uma sensação de realização e de tranquilidade. Estávamos onde queríamos estar.

Aos primeiros raios de luz, começou o rebuliço dos corajosos que não queriam perder o espetáculo do nascer do dia. Para os outros, o despertar foi lento e preguiçoso, o ar gélido que se fazia sentir, prendia-nos dentro do saco de cama quente.

Depois de um reconfortante pequeno-almoço, arrumamos tudo cuidadosamente na nossa mochila, que agora estava mais leve, e partimos em direção ao desafio deste segundo dia: subir à majestosa Roca Negra. No cume somos brindados com uma panorâmica a 360 graus de pura magia. Apesar de não ser uma estreia, cada vez que chegamos ao topo, é como se fosse a primeira vez.

Após a Roca Negra, chegamos ao Prado da Rocalva, um oásis de vegetação exuberante e planícies verdejantes. Continuamos a jornada, cruzando o Prado do Vidoeiro, rumo à paisagem lunar da Sesta da Amarela nos proporcionou um local perfeito para descansar e contemplar as paisagens deslumbrantes que se estendiam diante de nós. De alma cheia de memórias visuais e sensoriais, reunimos forças para enfrentar mais uns quilómetros desafiantes para subir ao estradão que nos levaria de regresso à Aldeia de Fafião, o ponto de partida desta jornada.

O regresso não era apenas físico; era uma viagem de introspeção e de revelação. A montanha é um refúgio que nos revela a cada passo o que realmente importa.

🖋🖋 Na perspectiva de Maria Silva.

Obrigado pela excelente narração.

Waypoints

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PictographThermal waters Altitude 2,570 ft
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Águas termais

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Barragem do Porto da Lage

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Curral do Touça

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Prado da Messe

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Vista a partir da Roca Negra

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Roca Negra

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Vale do Laço

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Sesta da amarela

Sesta da amarela

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PictographPhoto Altitude 1,943 ft
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