Fafião,Prado dos Bicos Altos, Prado da Amarela, Sesta da Amarela, Prado do Rio do Laço, Prado da Touça, Porto de Lage, Vidoal
near Fafião, Vila Real (Portugal)
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Trail photos
Itinerary description
Pontos de Interesse: Fafião, Fojo do Lobo, Ponte da Pigarreira, Lagoas do Fafião, Prado dos Bicos Altos, Prado da Amarela, Sesta da Amarela, Prado do Rio do Laço, Prado da Touça, Porto da Lage, Vale do Rio Fafião, Cabana do Vidoal, Miradouro de Fafião.
Nós seguimos o trilho dos Caminhantes: Trilho da Vezeira de Fafião mas com um acrescento: a Sesta da Amarela. E também não passa por alguns pontos do trilho "oficial" nomeadamente pelas Fichinhas, não passa pela Rocalva ou Pradolã ou Carvalhosa.
É um trilho de pastoreio, caminho antigo feito pelos pastores, caminhos de pé posto mariolados (obras de arte). É considerado de difícil quer pela sua extensão +/- 20kms, quer pelo acumulado +/-1100 metros. É um sobe e desce constante. Neste desenho dos Caminhantes são 7 kms a subir que nos colocam na cota dos 1100 metros com um acumulado de 700 metros logo na primeira parte do trilho em direcção ao Prado da Amarela. Não tem marcações a não ser as mariolas. É altamente recomendado o GPS para não nos perdermos nos imensos caminhos possíveis de seguir numa zona bem remota do PNPG.
À medida que nos embrenhamos no interior somos esmagados pelos maiores maciços graníticos, pelos vales profundos, por lagoas inacessíveis mas de cor convidativa, prados verdejantes que contrastam com a agrúa das pedras.
Ao 5.8km entramos num constante deslumbre mas o ponto alto desse deslumbre foi um acrescento que fizemos ao traçado dos Caminhantes para ir à Sesta da Amarela (500 +500 metros para Nordeste do Prado da Amarela, e voltasse pelo mesmo caminho). A Sesta da Amarela valeu todo o esforço feito nesta caminhada! É uma das paisagens mais impressionantes da Serra do Gerês, única. Do alto da Sesta vê-se a convergência de várias linhas de água: Rio da Pigarreira, Rio Laço, Rio da Touça a desaguar no Rio Fafião. Assim como uma confluência de vales: a Corga do Salgueiro com o Vale do Rio Laço e com o Vale do Fafião! Uma paisagem de tirar o fôlego. A vista de 360 graus para as imponentes paredes escarpadas. O mapa indicava as Sombrosas (Porta Ruivas), Alto de Palma (1223 metros, BorrageiroII (1359 metros), Iteiro d Ovos (1342 metros) e outras montanhas que não indicava o nome. Assim como é muito interessante ver as piocas formadas no alto desta fraga.
Outro ponto que me marcou foi quando descemos por um caminho vertiginoso para o Prado do Laço e estávamos naquele vale tão fechado e tão remoto, ter olhado para todos os lados e ver paredes de montanhas tão altas e sentir a nossa pequenez naquele ambiente!
Outro ponto alto que ficou gravado foi o troço que vai do Prado da Touça até á barragem de Porto Lage, hidríca da EDP, onde o rio com a sua represa forma lagoas lindíssimas que nos fizeram prometer voltar ali no Verão. Dali para a frente entramos no vale do Fafião que se vai tornando cada vez mais profundo e fechado, formando piscinas naturais de difícil acesso. A partir daqui a travessia torna-se mais complexa e exigente, é um carreiro mariolado feito a meia encosta (existe um outro numa cota superior, mais fácil de fazer) mais perto do rio com passagens íngremes e técnicas que requerem muitos cuidados. Um pé que resvale, vai-se ter lá abaixo. Por esta razão é desaconselhável fazê-lo em dias de chuva ou neve ou gelo ou ser feito por pessoas com vertigens. Mas esta pitada de adrenalina torna-o interessante de se fazer.
Do pouco que conheço do PNPG posso afirmar que foi um dos trilhos mais belos que já fizemos no Parque. Foi um dos trilhos mais duros e exigentes mas também mais deslumbrante para quem gosta daquela identidade tão própria do Gerês.
Sente-se a imponência do Gerês profundo.
Prova desse constante deslumbre foi que esgotamos os waypoints do wikiloc e não pudemos acrescentar fotos da 2ª parte do caminho.
"Pertence a Fafião, aldeia do Parque Nacional com um rico legado histórico na travessia de gado em transumância pela Serra. A Vezeira fica pela serra em circulação de meados de Maio a finais de Setembro, os pastores vão pernoitando em cabanas que chamam de abrigos espalhadas por diversos prados em pleno interior do Parque Nacional.
Parte-se do centro da aldeia de Fafião, com passagem no Fojo dos Lobos, e inicia-se a subida á serra em direção aos currais e cabanas existentes ao longo do trilho.
As cabanas, pequenos abrigos espalhados pelos montes, servem de pernoita aos pastores nos meses de vezeira. Estas são construídas maioritariamente, em pedra, possuindo diversas variantes, conforme a época em que foram construídas. Muitas vezes, na sua construção, é aproveitada a natureza do terreno (elevação, pedras grandes ou rochas para uma parede).
A Vezeira
A Vezeira consiste na junção dos rebanhos duma aldeia para serem pastorados em terrenos comuns, baldios. É baseada no agrupamento dos proprietários de gado, seguindo regras de funcionamento comunitário, transmitidas de geração em geração. O papel principal de todos os membros da vezeira é conduzir o rebanho á vez.
A Vezeira das vacas
A associação desta vezeira é constituída pelos representantes das famílias envolvidas. A vezeira é regida por regras específicas, efetuada em Maio e Setembro, utilizando em comum os terrenos baldios da serra e o touro de cobrição.
Um participante deverá guardar m número de vezes aproximadamente proporcional ao número de cabeças que possui. No caso de Fafião, dois bovinos correspondem a um dia a guardar o rebanho num sistema rotativo.
No caso, de possuir, por exemplo, três cabeças e gado, deverá num ciclo guardar uma vez e no ciclo seguinte duas vezes chamado o “Pernão”. O número de rodas numa época, dependerá do número total de participantes e de cabeças de gado.
Os participantes que vão iniciar a guarda do gado deverão subir de tarde, de modo a que seja possível às pessoas que se encontram na serra descer á aldeia antes de anoitecer.
A Vezeira da rês
Cada proprietário deverá pastorear o gado caprino um número de dias proporcional aos seus efetivos. No caso da vezeira da rês, em Fafião, de 18 a 22 cabeças implicarão a obrigação de guardar um dia durante o período total. Se um proprietário possuir apenas 10 cabras, irá uma vez numa circulação, ficando dispensado no período seguinte.
O pastor, normalmente acompanhado por um cão, volta ao fim do dia, com o rebanho para a aldeia. Nos meses de Verão, a partir do primeiro dia de Junho, os animais, após o dia de pastagem, pernoitam na serra num curral bem cercado. Quanto ao pastor, volta para passar a noite na aldeia." Parque Natural da Peneda Gerês
Nós seguimos o trilho dos Caminhantes: Trilho da Vezeira de Fafião mas com um acrescento: a Sesta da Amarela. E também não passa por alguns pontos do trilho "oficial" nomeadamente pelas Fichinhas, não passa pela Rocalva ou Pradolã ou Carvalhosa.
É um trilho de pastoreio, caminho antigo feito pelos pastores, caminhos de pé posto mariolados (obras de arte). É considerado de difícil quer pela sua extensão +/- 20kms, quer pelo acumulado +/-1100 metros. É um sobe e desce constante. Neste desenho dos Caminhantes são 7 kms a subir que nos colocam na cota dos 1100 metros com um acumulado de 700 metros logo na primeira parte do trilho em direcção ao Prado da Amarela. Não tem marcações a não ser as mariolas. É altamente recomendado o GPS para não nos perdermos nos imensos caminhos possíveis de seguir numa zona bem remota do PNPG.
À medida que nos embrenhamos no interior somos esmagados pelos maiores maciços graníticos, pelos vales profundos, por lagoas inacessíveis mas de cor convidativa, prados verdejantes que contrastam com a agrúa das pedras.
Ao 5.8km entramos num constante deslumbre mas o ponto alto desse deslumbre foi um acrescento que fizemos ao traçado dos Caminhantes para ir à Sesta da Amarela (500 +500 metros para Nordeste do Prado da Amarela, e voltasse pelo mesmo caminho). A Sesta da Amarela valeu todo o esforço feito nesta caminhada! É uma das paisagens mais impressionantes da Serra do Gerês, única. Do alto da Sesta vê-se a convergência de várias linhas de água: Rio da Pigarreira, Rio Laço, Rio da Touça a desaguar no Rio Fafião. Assim como uma confluência de vales: a Corga do Salgueiro com o Vale do Rio Laço e com o Vale do Fafião! Uma paisagem de tirar o fôlego. A vista de 360 graus para as imponentes paredes escarpadas. O mapa indicava as Sombrosas (Porta Ruivas), Alto de Palma (1223 metros, BorrageiroII (1359 metros), Iteiro d Ovos (1342 metros) e outras montanhas que não indicava o nome. Assim como é muito interessante ver as piocas formadas no alto desta fraga.
Outro ponto que me marcou foi quando descemos por um caminho vertiginoso para o Prado do Laço e estávamos naquele vale tão fechado e tão remoto, ter olhado para todos os lados e ver paredes de montanhas tão altas e sentir a nossa pequenez naquele ambiente!
Outro ponto alto que ficou gravado foi o troço que vai do Prado da Touça até á barragem de Porto Lage, hidríca da EDP, onde o rio com a sua represa forma lagoas lindíssimas que nos fizeram prometer voltar ali no Verão. Dali para a frente entramos no vale do Fafião que se vai tornando cada vez mais profundo e fechado, formando piscinas naturais de difícil acesso. A partir daqui a travessia torna-se mais complexa e exigente, é um carreiro mariolado feito a meia encosta (existe um outro numa cota superior, mais fácil de fazer) mais perto do rio com passagens íngremes e técnicas que requerem muitos cuidados. Um pé que resvale, vai-se ter lá abaixo. Por esta razão é desaconselhável fazê-lo em dias de chuva ou neve ou gelo ou ser feito por pessoas com vertigens. Mas esta pitada de adrenalina torna-o interessante de se fazer.
Do pouco que conheço do PNPG posso afirmar que foi um dos trilhos mais belos que já fizemos no Parque. Foi um dos trilhos mais duros e exigentes mas também mais deslumbrante para quem gosta daquela identidade tão própria do Gerês.
Sente-se a imponência do Gerês profundo.
Prova desse constante deslumbre foi que esgotamos os waypoints do wikiloc e não pudemos acrescentar fotos da 2ª parte do caminho.
"Pertence a Fafião, aldeia do Parque Nacional com um rico legado histórico na travessia de gado em transumância pela Serra. A Vezeira fica pela serra em circulação de meados de Maio a finais de Setembro, os pastores vão pernoitando em cabanas que chamam de abrigos espalhadas por diversos prados em pleno interior do Parque Nacional.
Parte-se do centro da aldeia de Fafião, com passagem no Fojo dos Lobos, e inicia-se a subida á serra em direção aos currais e cabanas existentes ao longo do trilho.
As cabanas, pequenos abrigos espalhados pelos montes, servem de pernoita aos pastores nos meses de vezeira. Estas são construídas maioritariamente, em pedra, possuindo diversas variantes, conforme a época em que foram construídas. Muitas vezes, na sua construção, é aproveitada a natureza do terreno (elevação, pedras grandes ou rochas para uma parede).
A Vezeira
A Vezeira consiste na junção dos rebanhos duma aldeia para serem pastorados em terrenos comuns, baldios. É baseada no agrupamento dos proprietários de gado, seguindo regras de funcionamento comunitário, transmitidas de geração em geração. O papel principal de todos os membros da vezeira é conduzir o rebanho á vez.
A Vezeira das vacas
A associação desta vezeira é constituída pelos representantes das famílias envolvidas. A vezeira é regida por regras específicas, efetuada em Maio e Setembro, utilizando em comum os terrenos baldios da serra e o touro de cobrição.
Um participante deverá guardar m número de vezes aproximadamente proporcional ao número de cabeças que possui. No caso de Fafião, dois bovinos correspondem a um dia a guardar o rebanho num sistema rotativo.
No caso, de possuir, por exemplo, três cabeças e gado, deverá num ciclo guardar uma vez e no ciclo seguinte duas vezes chamado o “Pernão”. O número de rodas numa época, dependerá do número total de participantes e de cabeças de gado.
Os participantes que vão iniciar a guarda do gado deverão subir de tarde, de modo a que seja possível às pessoas que se encontram na serra descer á aldeia antes de anoitecer.
A Vezeira da rês
Cada proprietário deverá pastorear o gado caprino um número de dias proporcional aos seus efetivos. No caso da vezeira da rês, em Fafião, de 18 a 22 cabeças implicarão a obrigação de guardar um dia durante o período total. Se um proprietário possuir apenas 10 cabras, irá uma vez numa circulação, ficando dispensado no período seguinte.
O pastor, normalmente acompanhado por um cão, volta ao fim do dia, com o rebanho para a aldeia. Nos meses de Verão, a partir do primeiro dia de Junho, os animais, após o dia de pastagem, pernoitam na serra num curral bem cercado. Quanto ao pastor, volta para passar a noite na aldeia." Parque Natural da Peneda Gerês
Waypoints
Comments (4)
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Information
Easy to follow
Scenery
Difficult
Fiz hoje este trilho, algo duro e em certos sítios já descritos até perigoso, mas foi simplesmente maravilhoso, adorei e é sem dúvida um dos mais bonitos trilhos que se pode fazer no Gerês.
I have followed this trail View more
Information
Easy to follow
Scenery
Very difficult
Um trilho fantástico e lindíssimo.
Ao km 3,4 tivemos que seguir pelo estradão devido à vegetação.
Andregpl partilhamos a mesma opinião, é sem dúvida um dos trilhos mais bonitos do Gerês! Foi um gosto fazê-lo.
Obrigada pelo seu comentário e avaliação.
Ru-dua fico contente que tenha gostado. Para nós também foi um gosto esta caminhada!
Obrigado pelo seu comentário e avaliação.