De Vila Verde a Perafita (Alijó)
near Vila Verde, Vila Real (Portugal)
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Trail photos
Itinerary description
- Trilho circular sem marcações, com um pequeno troço comum, com início e fim no centro da aldeia de Vila Verde, próximo da igreja matriz;
- Decorre ao longo de caminhos rurais, calçadas de pedra, estradões de terra e estrada de alcatrão;
- Trilho com características técnicas fáceis, sem desníveis acentuados e que se realiza num curto espaço de tempo. Faz parte de um conjunto de reconhecimentos com vista ao desenho de um trilho circular mais longo, sempre com a aldeia como ponto de partida e chegada;
- É muito bonita a paisagem que liga estas duas aldeias: Vila Verde é uma aldeia rica em vestígios históricos e com muitos exemplares de casas transmontanas (sobretudo na parte velha da aldeia) assim como casario tipicamente serrano (palheiros, ao redor da aldeia). Perafita é também uma aldeia rica em património histórico, cheia de pormenores e recantos que merecem uma atenção mais dedicada. Eiras de pedra, velhos casarões senhoriais, iconografia religiosa e lendas associadas, acrescentam a esta aldeia razões mais do que suficientes para a visitarmos;
- Um excelente trilho para se realizar na primavera ou no outono. Ter em atenção que, com chuva e vento, será muito desagradável pois é muito exposto, passando-se o mesmo em dias de calor intenso, pois as sombras são parcas. No inverno, a neve é garantida.
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- ALIJÓ
A vila de Alijó, situada a cerca de 45 quilómetros da capital do Distrito - Vila Real - localiza-se numa vasta área de cultura castreja. É sede de um concelho essencialmente agrícola que se estende desde a margem direita do rio Douro até aos limites do Concelho de Murça e, ainda, entre os rios Tinhela, Tua e Pinhão. Rios, montanhas e vales, são a essência da paisagem de Alijó, a que as vinhas dão um toque final de requinte estético, oferecendo a quem as contempla um espectáculo inesquecível. Pelo Concelho, existem dispersas várias manifestações do seu povoamento antigo, desde castros a pinturas rupestres e a vestígios de estradas romanas. A presença humana dentro da área do concelho de Alijó, data de há muito tempo atrás. No campo da arte primitiva, (Neolítico e Idade do Bronze), existem as Pinturas Rupestres da Pala Pinta - Carlão, um dos três únicos exemplares actualmente conhecidos no país. Regista-se também a existência de Gravuras Rupestres: Igreijinha e Botelhinha em Pegarinhos a que se podem acrescentar as Gravuras (fossetes e pegadas), do Castro do Castelo em Carlão, em cuja área se encontra igualmente um curioso exemplar de incultura. Um berrão. Da cultura Megalítica, destaca-se o Dólmen ou Anta da Fonte Coberta, a cerca de um quilómetro para noroeste da povoação de Vila Chã. O conjunto de arquitectura religiosa nesta vila, completa-se com as capelas do Senhor do Andor ou dos Passos; a capela de Nossa Senhora dos Prazeres, no monte da Cunha, a de Santo António, no monte do Vilarelho. A arquitectura civil, com excepção do pelourinho, está praticamente circunscrita à existência do edifício da Câmara Municipal - Paços do Concelho - parte do qual construído no século XVIII e outra parte no século XIX. O brasão que coroa este edifício encontra-se picado, feito levado a cabo pelos soldados franceses na Guerra Peninsular e no qual, em vez das armas do concelho, mandaram pintar as águias napoleónicas, então ainda triunfantes. Destaque para a excelente gastronomia regional e excelente vinho da região, em especial o célebre Moscatel de Favaios. À mesa em Alijó reinam o cabrito assado, o cozido à portuguesa, as tripas à transmontana, as carnes fumadas, a célebre bola de carne, e os milhos (da zona da montanha). É de salientar também o famoso pão de Favaios muito apreciado e procurado por toda a região. Na doçaria, o destaque vai para as célebres cavacas e amêndoas cobertas de Santa Eugénia, quinzinhos, pudim de amêndoa, pão-de-ló de água, bolo borrachão e muitos outros de reminiscência conventual. No que diz respeito ao lazer, Alijó tem imensas propostas a oferecer aos visitantes, como o turismo fluvial no rio Douro, o turismo ecológico na foz do rio Tua, local privilegiado para a pesca desportiva e uma riqueza imensa de miradouros e paisagens.
Waypoints
Santuário do Senhor de Perafita
Formado por um conjunto de edifícios que parecem desenhar um percurso interno, o santuário do Senhor de Perafita tem, para além da igreja, a Casa dos Milagres, a capela do Senhor dos Milagres, a fonte e o calvário. A igreja, com nave octogonal e capela-mor rectangular profunda, flanqueada pelos corredores de acesso à sacristia, anexa à cabeceira, inscreve-se numa tipologia que se observa noutras igrejas nortenhas do denominado rococó bracarense (em Braga, Nossa Senhora da Guadalupe e a capela de São Sebastião, por exemplo), sob a influência de artistas como André Soares, à qual não é também estranha a fachada deste templo. Com os cunhais marcados por pilastras e encimadas por fogaréus, a fachada principal é aberta por portal de verga curva envolto por pilastras e frontão interrompido pelas armas de D. Gaspar de Bragança. Esta envolvente liga-se à janela do coro, muito recortado, terminando o alçado num frontão contracurvado. No interior, as linhas estruturais estão marcadas por pilastras, destacando-se a presença de retábulos de talha dourada e branca. A capela-mor é coberta por tecto pintado em medalhões com a representação dos quatro Evangelistas e de Cristo, exibindo o retábulo uma antiga imagem pertencente ao cruzeiro que estava defronte da capela de Santo António de Pádua. A torre sineira, de planta poligonal, e com uma fonte, encontra-se afastada da igreja. A Casa dos Milagres destaca-se pela varanda com arcarias. A partir desta, uma calçada conduz à capela com a mesma designação, também de planta poligonal e onde se encontram imagens alusivas à Crucificação, e muito perto localiza-se o Calvário, isto é, um recinto com cinco cruzeiros sem qualquer ornamentação. Se na região de Trás-os-Montes a presença de santuários marianos era muito comum, o santuário do Senhor de Perafita insere-se numa vertente cristológica que denuncia a importância da devoção à Paixão de Cristo, no século XVIII, e à recriação do percurso do Calvário
Capela do Senhor dos Milagres (ou do Senhor do Monte)
Faz parte do conjunto denominado Santuário do Senhor de Perafita e está classificado como Conjunto de Interesse Público. Nesta capela encontram-se cinco figuras à escala humana que estão em redor de Cristo deitado na cruz, quando da crucificação. Chamam-lhes os “judeus” e o nome alargou-se aos habitantes da aldeia. Ao lado da capela há um chafariz e um pouco mais atrás duas minas de água. Uma delas está associada a uma lenda de um pastor que se curou com a água que jorra das pedras no alto da serra. Tratava-se de um pastor que tinha lepra. Um dia bateu com o pau numa fraga, saiu um pouco de água com a qual ele se lavou e ficou curado.E assim a fonte passou a ser santa. Foi o ponto de partida para muitos outros milagres que solidificaram a crença no “Senhor dos Milagres de Perafita” ou “Senhor de Perafita”, e que ganhou fama em toda a região. O santuário começou a ser construído no século XVIII, algumas décadas depois do milagre da Fonte Santa.
Perafita
Este povoado com perto de 200 habitantes, encontra-se situado na Freguesia de Vila Verde, concelho de Alijó, onde imperam as atividades agrícolas e a extração de granito. Aliás, o granito marca forte presença nas casas da aldeia de Perafita. Destaque ainda para a igreja matriz (conhecida como Santuário do Senhor de Perafita e datada da segunda metade do séc. XVlll) e para o fontanário na base da torre sineira da igreja. Como é óbvio por estas paragens, a gastronomia é dominada pelos enchidos e presunto. Segundo o historiador José Hermano Saraiva “é uma das mais emocionantes aldeias transmontanas”. Tem muitas casas antigas, algumas estão recuperadas mas todo o conjunto ainda mantém a traça medieval.
Fonte das Hortas
Esta tipologia de fontes também é vulgarmente conhecida por fontes de mergulho (ação de mergulhar o balde para extrair água).
Comments (4)
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Easy to follow
Scenery
Easy
Não conhecia Perafita e foi uma boa surpresa. Uma caminhada descontraída!
Obrigado, _BIO_RAIA_, pelo comentário e avaliação do trilho.
Esta é uma região para conhecer. É um planalto muito interessante.
Continuação de boas caminhadas!!
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Easy to follow
Scenery
Easy
Muito bonita a aldeia de Perafita! A zona rural envolvente é mesmo muito agradável para caminhar. Não conhecia esta zona (conhecia apenas a aldeia de Vila Verde) e gostei muito. Boas caminhadas!!
Obrigado, Aiguille du Midi, pelo comentário e avaliação do trilho.
Tenho feito umas caminhadas muito agradáveis e bonitas nesta região. Abraço!