Cume do Conjunto Marumbi (Olimpo) - subida via Vermelha/descida via Branca (Morretes, PR)
near Porto de Cima, Paraná (Brazil)
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Trail photos
Itinerary description
VEJA O VÍDEO DESTA TRILHA:
Para celular: https://youtu.be/Wtralrto8GY
O Pico Marumbi é um conjunto de trilhas considerado um dos mais difíceis percursos em montanha do Brasil e o mais difícil da região Sul - mesmo não sendo o ponto culminante da região. Ao longo do texto vou explicar por que esta fama procede.
As trilhas se iniciam no posto do IAT (Instituto Água e Terra) localizado ao lado da Estação Marumbi da Estrada de Ferro Curitiba-Paranaguá (coordenadas -25.439378, -48.919076).
Não é possível chegar até a estação de automóvel. O mais perto que se pode chegar é na primeira estação abaixo, Engenheiro Lange (coordenadas -25.433387, -48.914682).
O caminho é pela estrada do Itupava, na localidade de Porto de Cima, em Morretes. Porém, veículos de passeio (4x2) só podem ir até o posto Prainhas do IAT, que fica mais abaixo (coordenadas -25.418328, -48.902174).
O trajeto entre o posto Prainhas do IAT e a Estação Engenheiro Lange pode ser feito por veículos 4x4 ou a pé (são cerca de 4 km). Depois, o trajeto entre as estações Engenheiro Lange e Marumbi precisa ser feito a pé (trecho não incluído neste tracklog).
Só foi permitido passar pelo posto Prainhas a partir das 7h. Consulte o parque para confirmar se o horário permanece o mesmo através do telefone (41) 3432-0019.
Se você não possui um veículo 4x4, pode contratar transporte em Morretes. A maioria fica na região central da cidade. Seu Vilmar, que contratei para esta trilha, fica na estrada do Itupava, perto do Camping Vó Raquel - onde fiquei hospedado.
Vilmar cobra a partir de R$ 200,00 pela viagem, valor dividido pelos contratantes. O contato dele é 041 99699-3074 (não possui whatsapp).
IMPORTANTE: Uma vez que se está no posto Marumbi do IAT, a trilha precisa ser iniciada entre 8h e 9h. Recomenda-se que o retorno aconteça até 17h. Não é permitido acampar no Marumbi. O camping adjacente ao posto do IAT estava fechado no momento da produção deste vídeo.
Vamos à trilha.
Atualmente há três opções abertas no conjunto: a trilha do rochedinho (a mais fácil, que não está neste tracklog); e as trilhas Noroeste/Vermelha e Frontal/Branca, que levam ao Olimpo por trajetos diferentes. A Vermelha passa também por outros pontos culminantes, que não visitei neste tracklog. O objetivo foi apenas chegar ao cume.
Escolhi subir pela trilha Noroeste e descer pela Frontal.
A subida pela Noroeste já começa enfrentando aclive - e assim segue até perto da cota 1200. A floresta é vigorosa na parte mais baixa. Em breve se atinge a primeira via ferrata e a coisa começa a complicar. Via ferrata é como se chamam trechos com degraus de ferro encravados no granito e que servem para que a gente consiga subir em trechos muito íngremes, onde não há terra firme para pisar. Em alguns pontos, há cordas em vez de grampos, ou cordas com grampos, e também é preciso usar galhos e troncos para conseguir subir pelos grampos + cordas. Enfim, é preciso ter duas habilidades para vencer as vias ferratas: controle psicológico e capacidade de dedução. A primeira serve pra você não olhar pra baixo e ficar com medo, a segunda serve pra saber o que fazer quando os grampos tiverem espaços entre eles e vai ser preciso pisar em fendas, pegar em troncos, etc...
Não é muito correto contar o número de vias ferratas na trilha, porque a realidade é que elas estão ao longo de quase todo o trajeto, com intervalos maiores ou menores entre uma e outra.
Em determinado momento, a floresta torna-se nebular, ou seja, predominam arbustos, solo irregular e pedregoso, umidade. A boa notícia é que o aclive diminui. Mas a dificuldade continua.
A trilha está muito bem sinalizada com laços e setas vermelhas. Atenção para a bifurcação Olimpo/Abrolhos, eu virei à direita sem querer, mas o wikiloc me avisou.
Outro ponto importante: há vários relatos de que o GPS perde a referência aqui no Marumbi. O meu perdeu também, na segunda metade da subida, porém corrigi o tracklog.
O aclive acentuado (cerca de 1000m), o excesso de obstáculos (não só vias ferratas, mas rochas e troncos) faz desta trilha traiçoeira e muito desafiadora, sendo seguramente mais difícil que o Pico Paraná - onde o terreno é menos acidentado e a trilha é razoavelmente mais firme em boa parte do caminho.
No cume há uma grande rocha de granito que permite desfrutar da vista: Grande Curitiba a Oeste, Serra do Ibitiraquire a Norte, Antonina e Paranaguá a Leste, Morretes e litoral do PR a Sul.
Um pouco antes da chegada ao cume está a bifurcação Branca/Vermelha. Tive um pouco de dificuldade de identificar, porque não havia um laço exatamente no ponto da bifurcação, então fui com ajuda do Wikiloc. Esta trilha é menor que a vermelha e mais fácil. A questão é que ela tem a ferrata mais ferrada... um paredão realmente perigoso, estilo "caiu, adeus". Porém, novamente, controle psicológico torna tudo fácil.
Dicas: mantenha pelo menos 3 membros firmes nos degraus. Nunca tire um pé e uma mão, nem dois pés, muito menos duas mãos. Um membro de cada vez. Outra: se a sola da bota estiver úmida, não pise no centro do degrau, pois ela vai escorregar. Neste caso, pise na quina, onde o ferro faz um ângulo de 90º. Porém isto não acontece nos paredões mais difíceis, porque se a área é úmida é porque há rochas e galhos para ajudar. Outra dica preciosa: leve ou compre luvar de couro, que são antiderrapantes. Infelizmente, esta informação não está na página oficial do parque e o parque não tem um perfil no instagram, absolutamente nada trazendo esta recomendação. Só descobri um dia antes, vendo uma foto da placa recém instalada. Fiz a trilha com luva de poliéster, o que foi tranquilo, porém não é a opção mais segura.
Não recomendo tentar subir o Marumbi sem luvas! A pele da palma da mão e dos dedos pode ficar irritada com tantos degraus de ferro. Num paredão mais verticalizado, imagina se a mão dói e você, num reflexo, resolve tirar a mão do degrau. Vai se explicar na porta do céu...
Na trilha Branca, a segunda metade é de pouca ou quase nenhuma via ferrata, apenas morro abaixo, tornando-se cada vez mais plana até a cota 700. Aí se atinge o rio pela primeira vez, onde fica a cachoeira dos marumbinistas. A trilha segue bem plana, cruza o rio uma segunda vez e aí você já está na cara do gol. Antes de chegar ao posto do IAT, ainda se passa pela bifurcação Branca/Azul (que é a do rochedinho).
Respeite as regras e conheça seus limites e dos seus companheiros de trilha. Contratem um guia se não se sentem seguros. Resgates são cobrados: segundo o fiscal do IAT me contou, o helicóptero dos bombeiros está saindo pela pechincha de R$ 14.000 o resgate. E não aceitam crédito.
QUANTO TEMPO LEVEI
Subida: 4h20
Descida: 3h30
Para celular: https://youtu.be/Wtralrto8GY
O Pico Marumbi é um conjunto de trilhas considerado um dos mais difíceis percursos em montanha do Brasil e o mais difícil da região Sul - mesmo não sendo o ponto culminante da região. Ao longo do texto vou explicar por que esta fama procede.
As trilhas se iniciam no posto do IAT (Instituto Água e Terra) localizado ao lado da Estação Marumbi da Estrada de Ferro Curitiba-Paranaguá (coordenadas -25.439378, -48.919076).
Não é possível chegar até a estação de automóvel. O mais perto que se pode chegar é na primeira estação abaixo, Engenheiro Lange (coordenadas -25.433387, -48.914682).
O caminho é pela estrada do Itupava, na localidade de Porto de Cima, em Morretes. Porém, veículos de passeio (4x2) só podem ir até o posto Prainhas do IAT, que fica mais abaixo (coordenadas -25.418328, -48.902174).
O trajeto entre o posto Prainhas do IAT e a Estação Engenheiro Lange pode ser feito por veículos 4x4 ou a pé (são cerca de 4 km). Depois, o trajeto entre as estações Engenheiro Lange e Marumbi precisa ser feito a pé (trecho não incluído neste tracklog).
Só foi permitido passar pelo posto Prainhas a partir das 7h. Consulte o parque para confirmar se o horário permanece o mesmo através do telefone (41) 3432-0019.
Se você não possui um veículo 4x4, pode contratar transporte em Morretes. A maioria fica na região central da cidade. Seu Vilmar, que contratei para esta trilha, fica na estrada do Itupava, perto do Camping Vó Raquel - onde fiquei hospedado.
Vilmar cobra a partir de R$ 200,00 pela viagem, valor dividido pelos contratantes. O contato dele é 041 99699-3074 (não possui whatsapp).
IMPORTANTE: Uma vez que se está no posto Marumbi do IAT, a trilha precisa ser iniciada entre 8h e 9h. Recomenda-se que o retorno aconteça até 17h. Não é permitido acampar no Marumbi. O camping adjacente ao posto do IAT estava fechado no momento da produção deste vídeo.
Vamos à trilha.
Atualmente há três opções abertas no conjunto: a trilha do rochedinho (a mais fácil, que não está neste tracklog); e as trilhas Noroeste/Vermelha e Frontal/Branca, que levam ao Olimpo por trajetos diferentes. A Vermelha passa também por outros pontos culminantes, que não visitei neste tracklog. O objetivo foi apenas chegar ao cume.
Escolhi subir pela trilha Noroeste e descer pela Frontal.
A subida pela Noroeste já começa enfrentando aclive - e assim segue até perto da cota 1200. A floresta é vigorosa na parte mais baixa. Em breve se atinge a primeira via ferrata e a coisa começa a complicar. Via ferrata é como se chamam trechos com degraus de ferro encravados no granito e que servem para que a gente consiga subir em trechos muito íngremes, onde não há terra firme para pisar. Em alguns pontos, há cordas em vez de grampos, ou cordas com grampos, e também é preciso usar galhos e troncos para conseguir subir pelos grampos + cordas. Enfim, é preciso ter duas habilidades para vencer as vias ferratas: controle psicológico e capacidade de dedução. A primeira serve pra você não olhar pra baixo e ficar com medo, a segunda serve pra saber o que fazer quando os grampos tiverem espaços entre eles e vai ser preciso pisar em fendas, pegar em troncos, etc...
Não é muito correto contar o número de vias ferratas na trilha, porque a realidade é que elas estão ao longo de quase todo o trajeto, com intervalos maiores ou menores entre uma e outra.
Em determinado momento, a floresta torna-se nebular, ou seja, predominam arbustos, solo irregular e pedregoso, umidade. A boa notícia é que o aclive diminui. Mas a dificuldade continua.
A trilha está muito bem sinalizada com laços e setas vermelhas. Atenção para a bifurcação Olimpo/Abrolhos, eu virei à direita sem querer, mas o wikiloc me avisou.
Outro ponto importante: há vários relatos de que o GPS perde a referência aqui no Marumbi. O meu perdeu também, na segunda metade da subida, porém corrigi o tracklog.
O aclive acentuado (cerca de 1000m), o excesso de obstáculos (não só vias ferratas, mas rochas e troncos) faz desta trilha traiçoeira e muito desafiadora, sendo seguramente mais difícil que o Pico Paraná - onde o terreno é menos acidentado e a trilha é razoavelmente mais firme em boa parte do caminho.
No cume há uma grande rocha de granito que permite desfrutar da vista: Grande Curitiba a Oeste, Serra do Ibitiraquire a Norte, Antonina e Paranaguá a Leste, Morretes e litoral do PR a Sul.
Um pouco antes da chegada ao cume está a bifurcação Branca/Vermelha. Tive um pouco de dificuldade de identificar, porque não havia um laço exatamente no ponto da bifurcação, então fui com ajuda do Wikiloc. Esta trilha é menor que a vermelha e mais fácil. A questão é que ela tem a ferrata mais ferrada... um paredão realmente perigoso, estilo "caiu, adeus". Porém, novamente, controle psicológico torna tudo fácil.
Dicas: mantenha pelo menos 3 membros firmes nos degraus. Nunca tire um pé e uma mão, nem dois pés, muito menos duas mãos. Um membro de cada vez. Outra: se a sola da bota estiver úmida, não pise no centro do degrau, pois ela vai escorregar. Neste caso, pise na quina, onde o ferro faz um ângulo de 90º. Porém isto não acontece nos paredões mais difíceis, porque se a área é úmida é porque há rochas e galhos para ajudar. Outra dica preciosa: leve ou compre luvar de couro, que são antiderrapantes. Infelizmente, esta informação não está na página oficial do parque e o parque não tem um perfil no instagram, absolutamente nada trazendo esta recomendação. Só descobri um dia antes, vendo uma foto da placa recém instalada. Fiz a trilha com luva de poliéster, o que foi tranquilo, porém não é a opção mais segura.
Não recomendo tentar subir o Marumbi sem luvas! A pele da palma da mão e dos dedos pode ficar irritada com tantos degraus de ferro. Num paredão mais verticalizado, imagina se a mão dói e você, num reflexo, resolve tirar a mão do degrau. Vai se explicar na porta do céu...
Na trilha Branca, a segunda metade é de pouca ou quase nenhuma via ferrata, apenas morro abaixo, tornando-se cada vez mais plana até a cota 700. Aí se atinge o rio pela primeira vez, onde fica a cachoeira dos marumbinistas. A trilha segue bem plana, cruza o rio uma segunda vez e aí você já está na cara do gol. Antes de chegar ao posto do IAT, ainda se passa pela bifurcação Branca/Azul (que é a do rochedinho).
Respeite as regras e conheça seus limites e dos seus companheiros de trilha. Contratem um guia se não se sentem seguros. Resgates são cobrados: segundo o fiscal do IAT me contou, o helicóptero dos bombeiros está saindo pela pechincha de R$ 14.000 o resgate. E não aceitam crédito.
QUANTO TEMPO LEVEI
Subida: 4h20
Descida: 3h30
Waypoints
Comments (5)
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Fala, blz! Que aplicativo vc usou pra vc editar o tracklog nos trechos que o Wikiloc se perdeu?
Olá Luciano
Utilizo o BaseCamp. Você pode baixá-lo aqui:
https://www.garmin.com/pt-BR/software/basecamp/
Abraços
Opa, valeu a dica! Abraço!
Show man 🙌🏼⛰️
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Information
Easy to follow
Scenery
Very difficult
Muito difícil e perigosa.