Cova do Vapor (Almada) - Lagoa de Albufeira (Sesimbra)

Percurso linear com início na Cova do Vapor, concelho de Almada, e final na Lagoa de Albufeira, já concelho de Sesimbra.

Atravessámos a Cova do Vapor, um momento pitoresco representativo de uma povoação de veraneio carregada de ironia, a ver pelo nome das suas ruas, como Avenida dos Milionários e 5ª Avenida. Para além disso, parecem estar aqui reunidos todos os tipos de arquitectura e decoração de moradias que encontramos Portugal afora.

Com o Forte do Bugio no mar em frente, seguimos em direcção ao centro da Costa da Caparica, desviando para espreitar o mar em alguns apoios da Praia de São João. Ainda nesta, seguimos pelo paredão da Caparica, passando por diversas praias famosas, algumas divididas pelos pontões. Na Nova Praia ainda se podem ver os barcos de pesca a chegar do mar.

Para não nos desgastarmos em caminhar no extenso areal da Caparica, optámos por seguir pela linha do comboio da Transpraia, que liga a Caparica à Fonte da Telha nos meses de Verão. Passagem por diversas casinhas de praia de madeira e coloridas, também típicas da Caparica e com graça maior por estarem muitas delas rodeadas de areia. Passagem, ainda, pelos impressionantes parques de campismo da Caparica, mais parecidos na estética com campos de refugiados.

Continuando pela linha de comboio, dunas à direita e Arriba Fóssil da Costa da Caparica (Paisagem Protegida) à esquerda. Desvios vários para apreciar o mar.

Por altura da Fonte da Telha, subida à Arriba e continuação da caminhada pelo alto, por entre a mata com pinheiros de troncos retorcidos. Vistas próximas e privilegiadas das Arribas com os seus incríveis veios vermelhos moldados pela erosão. Estas rochas sedimentares remontam ao período Pliocénico, cerca de 10 milhões de anos atrás, época em que o mar chegava até à base da arriba, tendo vindo a recuar desde aí, formando a planície litoral dunar que testemunhamos hoje.

Chegada à bonita Lagoa de Albufeira, entre dunas e alimentada pela água doce das ribeiras da Apostiça, Ferraria e Aiana, e pela água salgada do oceano Atlântico. Pela época desta caminhada - final de Março - o cordão dunar estava ainda fechado, pelo que pudemos seguir as últimas centenas de metros pela areia.