Activity

Chãos - Alcobertas (PNSAC) (PR2 RMR) (16-Dez-2018) (Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros)

Download

Trail photos

Photo ofChãos - Alcobertas (PNSAC) (PR2 RMR) (16-Dez-2018) (Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros) Photo ofChãos - Alcobertas (PNSAC) (PR2 RMR) (16-Dez-2018) (Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros) Photo ofChãos - Alcobertas (PNSAC) (PR2 RMR) (16-Dez-2018) (Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros)

Author

Trail stats

Distance
9.99 mi
Elevation gain
1,316 ft
Technical difficulty
Moderate
Elevation loss
1,316 ft
Max elevation
1,635 ft
TrailRank 
55 4.3
Min elevation
1,635 ft
Trail type
Loop
Time
4 hours 34 minutes
Coordinates
1700
Uploaded
December 16, 2018
Recorded
December 2018
  • Rating

  •   4.3 3 Reviews
Share

near Chões, Santarém (Portugal)

Viewed 961 times, downloaded 41 times

Trail photos

Photo ofChãos - Alcobertas (PNSAC) (PR2 RMR) (16-Dez-2018) (Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros) Photo ofChãos - Alcobertas (PNSAC) (PR2 RMR) (16-Dez-2018) (Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros) Photo ofChãos - Alcobertas (PNSAC) (PR2 RMR) (16-Dez-2018) (Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros)

Itinerary description

Com início no Centro de Tecelagem Artesanal de Chãos, edifício anexo de antiga casa florestal, recuperado em 1993, que, como o nome indica, funciona atualmente como oficina de tecelagem artesanal, o percurso segue pela povoação de Chãos, onde o sector agropecuário constitui uma das principais fontes de rendimento. Descendo para Alcobertas, povoação rica em vestígios arqueológicos, onde se destaca a Anta neolítica e os silos de armazenamento de cereais, segue-se para o Olho d'Água das Alcobertas. Continuando o percurso a partir do Olho d'Água, inicia-se uma subida vigorosa em direção a Casais Monizes, ao longo do vale Galego, onde é comum avistar a silhueta do peneireiro-comum ou de-dorso-malhado (Falco tinnunculus).

Na travessia do vale, organizado em socalcos, passam-se sucessivos chousos nos quais é possível observar, ainda, uma agricultura de subsistência com cultura de batatas, favas, abóboras, ervilhas... Atinge-se assim a cumeada da serra dos Candeeiros, onde a cota mais alta atinge os 487 m junto ao cruzeiro e algar do mesmo nome, no meio de um alecrinzal que forma tufos arredondados dispersos por pequenos lapiás.

Num pequeno vale, uma lagoa recentemente recuperada e tradicionalmente utilizada para bebedouro do gado, constitui uma paragem obrigatória para quem ali passa, humanos e animais.

A variação no tipo de solo, ao longo do percurso, constitui um fator determinante do coberto vegetal. Nas zonas serranas, o solo é de origem calcária, nas zonas mais baixas, os solos são mais argilosos. Esta diferença marca algumas características da vegetação natural e também da agricultura. Dada a sua maior aptidão, nos solos arenosos, estão instaladas culturas florestais de eucalipto (Eucalyptus globulus) e pinheiro-bravo (Pinus pinaster); também aqui é possível observar plantas que não toleram o cálcio (mais ou menos disponível no outro tipo de solo) como o cravo-do-monte (Simethis planifolia), uma bolbosa que exibe ramos florais com 4 ou 5 pequenas flores brancas e folhas basais sinuosas, ou a urze-vermelha (Erica australis).

Por outro lado, no maciço calcário chama-se a atenção para as extensas manchas de alecrim (Rosmarinus officinalis), que, pelo efeito do conjunto, domina a paisagem, onde já se vai notando a regeneração natural do azinhal (Quercus rotundifolia), com plantas de porte arbustivo e que, por isso mesmo, se denomina, localmente, de carrasco-branco.
É ainda interessante verificar na encosta exposta a sul do vale Galego a ocorrência de um denso carrascal, de penetração penosa, resposta natural à ausência de solo e às condições térmicas resultantes da exposição da encosta.

Pontos de interesse

Cisterna - na ausência de água à superfície, desde a mais remota ocupação humana que as cisternas foram uma forma tradicional de armazenamento de água, hoje parte integrante do património cultural desta região. Podendo assumir diversas formas, naturais ou construídas, neste caso específico, foram colmatadas as fendas naturais na rocha e construída uma cobertura em tijolo, bastante invulgar. A impermeabilização era tradicionalmente feita com uma mistura de azeite e cal.
Afloramentos rochosos - no prolongamento do vale diapírico (ou tifónico) da Fonte da Bica, estes afloramentos parecem ser o preenchimento da caixa de falha associada a este acidente tectónico. Em termos paisagísticos, estes relevos cársicos de cor esbranquiçada emergem do tapete verde que os envolve. Escorrendo para poente, ganham solo arável e, para nascente, transformam-se em imponentes relevos debruçados sobre a povoação das Alcobertas.

Cova da Aroeira - também conhecida por “Poça da Aroeira”, por a água aí “nascer” praticamente todo o ano e existirem aroeiras (Pistacia lentiscus), arbusto frequente na região. A particularidade do local, relativamente à envolvente, resulta da existência de um solo argiloso que, devido à sua fraca permeabilidade, permitiu às populações aproveitar a água existente no solo, através de poços e represas, possibilitando a sobrevivência nesta região.

Azenha - esta que vos convidamos a visitar, mediante contacto prévio com o proprietário, mantém-se em funcionamento nos moldes tradicionais, moendo os cereais que irão dar origem ao saboroso pão que, eventualmente, poderá provar. É uma das muitas azenhas situadas ao longo da ribeira das Alcobertas, uma das nascentes permanentes do maciço calcário.

Anta - capela das Alcobertas (Imóvel de Interesse Público, desde 1957). Monumento megalítico funerário do Neolítico (aproximadamente 4000/3500 a.C.), desconhecendo-se a época da sua cristianização. Em 1536, a ermida é elevada a primeira igreja da freguesia. No séc. XVII/XVIII, dá-se a rotação da igreja para a posição atual, deixando a anta de funcionar como capela e altar-mor e passando a ser uma capela lateral dedicada a Santa Maria Madalena.
Silos - na periferia da povoação, cavados num arenito avermelhado no cimo de um cabeço, encontra-se um notável agrupamento de silos. Embora atualmente o grupo esteja reduzido a alguns exemplares em bom estado, calcula-se que seriam à volta de 80 a 100 silos, distribuídos por um eixo de aproximadamente 60 m. Pensa-se que seriam silos de armazenamento de cereais, embora análises feitas a terra retirada do seu interior, não detetassem qualquer tipo de sementes e se desconheça o período a que remontam.

Olho d'Água das Alcobertas - "Olho d'Água" é uma designação utilizada para as nascentes localizadas nos bordos dos maciços calcários, o das Alcobertas constitui uma das várias exsurgências permanentes que ocorrem no Maciço Calcário Estremenho das quais se destacam Almonda, Alviela, bocas de Rio Maior, do rio Alcoa, do rio Liz e de certas nascentes do rio Lena. O seu débito não ultrapassa os 100.000 m3 por dia, constituindo, no entanto, um ponto importante de abastecimento de água nomeadamente para rega, lavagem e bebedouro dos animais. Agradavelmente enquadrada por alguma vegetação ripícola (i.e. da margem dos cursos de água), dispõe de mesas, bancos e grelhadores, que lhe permitirão fazer uma pausa agradável ao longo deste percurso.
Escarpas - no início do vale, de nome Galego, sensivelmente paralelo à estrada que liga Alcobertas a Casais Monizes, pode-se apreciar a inclinação das camadas de calcário que se acompanham ao longo de todo o vale. É de notar as diferentes características litológicas das camadas, reconhecíveis pelos diferentes graus de erosão que sofreram, uma vez sujeitos aos mesmos agentes; as lapas, que se observam na parte final do vale, são disso testemunho.

Arquitetura tradicional - Casais Monizes, pequeno povoado com cerca de 340 habitantes, onde a pequena indústria ligada à transformação da pedra, constitui a atividade económica dominante, para além de algumas unidades agropecuárias. A pedra calcária, matéria-prima por excelência nesta região, encontra, neste conjunto arquitetónico, um exemplo curioso do nosso património construído; veja-se a casa com a cisterna anexa e o respetivo sistema de recolha de águas (caleira em pedra).

Algar do Cruzeiro - um dos poucos algares detetados na cumeada dos Candeeiros deve o seu nome ao Cruzeiro que existe nas proximidades, erigido em honra de N. Sra. da Conceição, em 1946. Cavidade com cerca de 2 m de profundidade, sem grande expressão espeleológica, deve a sua importância ao facto de ter constituído, em tempos, um dormitório importante das gralhas-de-bico-vermelho (Pyrrhocorax pyrrhocorax), espécie emblemática desta Área Protegida.
Lagoa dos Candeeiros - lagoa natural, tradicionalmente procurada pelo gado e fauna em geral, constitui igualmente um ponto de água importante no apoio ao combate aos incêndios. Recentemente recuperada é um reservatório importante de água das chuvas, na aridez da serra dos Candeeiros.

Pedreira de calcite - a calcite é o segundo mineral mais frequente na composição das rochas e o mais importante na formação dos calcários, pelo que se pode observar, frequentemente, nesta região. Tradicionalmente utilizada como matéria prima na vidragem das cerâmicas, atualmente e face ao avanço de novas tecnologias, tem vindo a ser abandonada a sua utilização.

Moinhos - assinalando pontos notáveis da paisagem serrana, os moinhos de vento, foram noutros tempos, determinantes na moagem dos cereais, essencialmente do trigo. Tradicionalmente associados ao forno para cozedura do pão, enquadravam-se num sistema social em que a retribuição do trabalho ao moleiro era feita com uma parte da farinha que resultava do cereal. Atualmente votados ao abandono, na sua maioria, existem, no entanto, alguns casos de moinhos recuperados para alojamento turístico, nomeadamente no Alto da Serra e em Senta.

(nota: informação retirada da página do ICNF)

Outros percursos que fiz na região:
PNSAC - Corredoura (Fevereiro 2004)
Fórnea (PNSAC) - (29-10-2006)
Olhos D'Água do Alviela (PR1-ACN) (15-03-2009)
Algar do Pena - PNSAC (PR1 STR) 29-03-2009
Estrada Romana - Alqueidão da Serra (02-05-2010) (PR9-PMS)
Arco da Memória - Arrimal (PNSAC - PR2 PMS) (27-11-2011)
Percurso Grutas do Almonda (PNSAC) (04-12-2011)
Lapa dos Pocilgões (PR3 PMS) - (29-01-2012)
Percurso S. Bento (PNSAC) (04-Mar-12)
Buracas de Mira de Aire (11-MAR-2012)
Chiqueda - Vale da Ribeira do Mogo (27-05-2012)
Serra de Santo António 21-Setembro-2012
Bezerra (PNSAC) Caminho de Ferro - 28-Out-2012)
Estrada Romana - Alqueidão da Serra (PNSAC) (18-Nov-2012)
Vale da Ribeira do Mogo - Chiqueda (02-Dezembro-2012)
Algar do Pena - Vale da Trave - 9-Dez-2012
Serra da Lua - Arrimal (PNSAC) - 16-Dezembro-2012 (PR1 PMS)
Serra de Santo António 10-02-2013
Serra Galega - 03-03-2013
Chãos - 10-NOV-2013 (PR4 RMR - variante)
Marinhas de Sal (PR1 Rio Maior - PNSAC) (28-09-2014)
Rota dos Frades (Alcanena - PNSAC) (27-09-2015)
ROTA DA ARCADA (PR9 ACN) (29-11-2015)
Rota dos Arrifes - PR6 - Alcanena - 07-FEV-2016
Vale Fojo-Vale das Varjas-Moinhos do Abadio (21-Fevereiro-2016)
Rota dos Algares - 14/05/2017
Portela de Vale de Espinho 28-05-2017
Mendiga pela serra (01-Outubro-2017)
Cabeço das Pombas - Casal de Sto António - Cabeço das Pombas (PR4 PMS, parcial)
Vale da Trave - 21-01-2018
Fórnea (PNSAC) - (04-Março-2018)
Santa Marta à Rota dos Frades - 22-04-2018
Rota dos Moinhos (PR7-ACN) (04-11-2018)
Chãos - Alcobertas (PNSAC) (PR2 RMR) (16-Dez-2018)
Vale de Ventos (PNSAC) (PR1 - ACB)
Bairro / Casal Farto (PNSAC) - 17-Fev-2019
Vale da Fonte Santa (Carris - Alcobaça)
Nascentes do Lena - Fórnea - Penas do Castelo
Castelejo (versão reduzida) + Carvalhal do Orçário
Da Serra dos Candeeiros, ao Vale das Milheiriças
Nascente do Almonda - Vale Fojo - Aire - Vale Garcia (PNSAC)
Fungalvaz - Baloiço do Talegre - Gruta da Lapa
São Bento e Praia Jurássica, ao por do sol (PNSAC)
Mata Nacional do Vimeiro e Mata do Gaio
Do Buraco Roto à Estrada Romana, pelo Dólmen do Alqueidão e Carvalho do Padre Zé

Comments  (6)

  • Photo of sluning
    sluning Jul 26, 2021

    I have followed this trail  View more

    The slope and downslope parts are 5 star nature. Really nice. The crestal part on the plateau leads through a large industrial windfarm area, quite noisy. Only 3 stars. Makes a total average of 4 stars. The slope connecting the plateau with Chaos / Merenda is pretty overgrown and not so easy.

  • Photo of migueleloi
    migueleloi Jul 26, 2021

    Obrigado pelo comentário e avaliação, sluning.

    Best Regards

  • Photo of Rosendo Gomes
    Rosendo Gomes Feb 6, 2022

    I have followed this trail  View more

    Percurso típico do Parque Natural da Serra D'Aire e Candeeiros. Boas vistas. Belo percurso.

  • Photo of migueleloi
    migueleloi Feb 6, 2022

    Obrigado pelo comentário Rosendo Gomes.
    Continuação de boas caminhadas

  • Photo of Tetititu
    Tetititu Jan 24, 2024

    Belo percurso por Chãos. Muito boas fotos e explicações. Um abraço forte.

  • Photo of migueleloi
    migueleloi Jan 24, 2024

    Obrigado pela avaliação Tetititu,
    Um abraço

You can or this trail