Gerês: Cela, Sirvozelo, Poço da Dola, Prado e curral da Biduiça, Portela da Abelheira, Cascata Cela Cavalos, Cela
near Sela, Vila Real (Portugal)
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Itinerary description
Sela
Trilho circular com início e fim em Cela. Sem marcações, é necessário GPS para seguir este traçado.
Fomos de Cela a Sirvozelo (duas aldeias feitas de granito lindíssimas, separadas por uma linha de água no ponto mais baixo) para apanhar um trilho paralelo à albufeira da Paradela. Alguns metros depois começamos a subir num desvio á esquerda até à Abelheira. Fomos subindo por entre carreiros de pé posto e muitas pedras tendo a albufeira nuns pontos atrás de nós e outros à nossa direita consoante avançamos. É muito interessante parar e olhar para a outra margem da albufeira e ver as povoações tão bem integradas na paisagem: Paradela, Loivos, Fiães do Rio, Outeiro, Parada, Paredes e depois mais à frente e mais acima, ver-se Pitões das Júnias e S. João da Fraga. Dá gosto ver. Esta subida passa pela Portela de Ramos onde se tem esta "janela" para Pitões das Júnias. É uma subida de uns 3,5 kms até chegar ao alto, ao planalto. Debaixo dos nossos pés tudo estava ensopado das chuvas dos últimos dias, o que nos deixava ansiosos por ver a Ribeira da Dola que devia estar com muita água. Chegar ao Miradouro para a Ribeira da Dola foi aquele momento!! No meio daquela paisagem tão própria do Gerês, agreste e inóspita, seguia aquele rio cheio de vida com tanta água. Fiquei ali a olhar sem pressa, maravilhada. Era uma visão tão inesperada, tão selvagem e remota.
Baixámos às lagoas e cascatas do Poço da Dola.
Ao fundo deste vale da Dola via-se umas paredes altas com um colado, que os meus companheiros (mais experientes), diziam ser já a linha de fronteira.
Nós queríamos continuar mais à frente, explorar uns prados e currais: Camas do Comprade, Fornalinho de Baixo e de Cima, Baltemão. Mas era preciso passar a Ribeira da Dola e não conseguimos porque o caudal era muito. Ainda gastámos algum tempo á procura de atravessar até que mudámos de ideias e preferimos ter tempo para ver a cascata de Cela de Cavalos (achamos que estaria igualmente cheia de água e digna de ver). Fomos até um ponto de triangulação da Ribeira da Dola com a Ribeira da Biduiça, explorando as várias piocas, piscininhas que se formaram pela força das águas. Dali seguimos para o Curral e prado da Biduiça e constatámos que a Ribeira da Biduiça estava com um senhor caudal, cheio da última semana de chuva. Tivemos alguma dificuldade em passá-lo para entrar no prado para aí fazermos o nosso almoço.
Subimos novamente à Portela da Abelheira para começar a descer o Vale. Esta parte cimeira também é digna de registo porque é uma passagem para dois vales, o Vale da Dola e o Vale da Abelheira. Este colado é chamado de Portela de Entre Caminhos ou Portela da Abelheira. É uma depressão suave do terreno por onde facilmente se pode passar de um lado a outro da serra.
A partir daqui empreendemos o regresso, descendo pelo Vale da Abelheira com bastante desnível. Fomos por aqui porque queríamos ver a Cascata Cela Cavalos mas poderíamos ir pelo mesmo caminho da vinda ou ir pela crista/cumeada da serra e depois a meia encosta que vem ter também à N308 entre a conduta da água e a aldeia de Celas, caminho esse que eu ainda gostaria de conhecer (para quem queira evitar o Vale da Abelheira). Viemos ter ao coletor para a conduta de água e ao canal de água da Albufeira da Paradela para a Albufeira de Salamonde. E depois à estrada N308. Passámos pela Fonte de Abelheira onde podemos encher as garrafas e mais à frente desviamos à esquerda por um estradão florestal de terra batida para irmos à Cascata Cela Cavalos. Eu estava tão contente por ter conhecido o Poço da Dola com a sua melhor cara que não achei este troço, pela estrada e posteriormente pelo estradão, aborrecido ou cansativo, pelo contrário permitiu-me descansar uma vez que íamos a descer. No estradão temos a visão do rio Cávado com um caudal considerável. Este troço coincide com a GR50.
A Cascata Cela Cavalos estava lindíssima, com um caudal impressionante, fruto de uma semana a chover e a encher a Ribeira das Cavadas que nasce na Ribeira da Abelheira. Parecia um véu. Ladeada pelo lado direito pelas ruínas de moínhos e no topo esquerdo por uma cruz. A próxima vez que lá formos, vou querer explorar a parte de cima da cascata, onde existem mais lagoas e cascatas mais pequenas. Muito satisfeitos preparamos-nos para regressar aos carros, só nos faltava uma pequena subida até à aldeia. Passámos por apiários e lameiros verdes, fomos à capela de Santa Luzia, à corte dos animais incrustada na rocha muito peculiar e retornámos à aldeia de Cela. Onde acabamos a comprar mel à simpática D. Trabutina.
Foi um banho de Gerês que me encheu a alma. Foi um dia em que tudo se conjugou para o tornar perfeito. Tinha chovido dias antes para encher as ribeiras e tornar tudo mais bonito mas já tinha secado as pedras e as lages. Estava sol mas a temperatura era amena! Os companheiros poucos mas bons! Não se podia pedir mais daquele dia.
Mas devo alertar que noutras condições, o trilho torna-se difícil. Dias de chuva ou que as pedras estejam molhadas (orvalho ou neve ou gelo, por ex) dificultam porque torna as pedras e os declives mais escorregadios. Dias de altas temperaturas, tornarão o trilho infernal porque é muito exposto ao sol. É uma zona muito remota, com vales profundos que aquecem ainda mais.
Não sendo das caminhadas mais difíceis também não é fácil. Tudo depende da forma que a pessoa estiver.
É uma caminhada que vale a pena.
Trilho circular com início e fim em Cela. Sem marcações, é necessário GPS para seguir este traçado.
Fomos de Cela a Sirvozelo (duas aldeias feitas de granito lindíssimas, separadas por uma linha de água no ponto mais baixo) para apanhar um trilho paralelo à albufeira da Paradela. Alguns metros depois começamos a subir num desvio á esquerda até à Abelheira. Fomos subindo por entre carreiros de pé posto e muitas pedras tendo a albufeira nuns pontos atrás de nós e outros à nossa direita consoante avançamos. É muito interessante parar e olhar para a outra margem da albufeira e ver as povoações tão bem integradas na paisagem: Paradela, Loivos, Fiães do Rio, Outeiro, Parada, Paredes e depois mais à frente e mais acima, ver-se Pitões das Júnias e S. João da Fraga. Dá gosto ver. Esta subida passa pela Portela de Ramos onde se tem esta "janela" para Pitões das Júnias. É uma subida de uns 3,5 kms até chegar ao alto, ao planalto. Debaixo dos nossos pés tudo estava ensopado das chuvas dos últimos dias, o que nos deixava ansiosos por ver a Ribeira da Dola que devia estar com muita água. Chegar ao Miradouro para a Ribeira da Dola foi aquele momento!! No meio daquela paisagem tão própria do Gerês, agreste e inóspita, seguia aquele rio cheio de vida com tanta água. Fiquei ali a olhar sem pressa, maravilhada. Era uma visão tão inesperada, tão selvagem e remota.
Baixámos às lagoas e cascatas do Poço da Dola.
Ao fundo deste vale da Dola via-se umas paredes altas com um colado, que os meus companheiros (mais experientes), diziam ser já a linha de fronteira.
Nós queríamos continuar mais à frente, explorar uns prados e currais: Camas do Comprade, Fornalinho de Baixo e de Cima, Baltemão. Mas era preciso passar a Ribeira da Dola e não conseguimos porque o caudal era muito. Ainda gastámos algum tempo á procura de atravessar até que mudámos de ideias e preferimos ter tempo para ver a cascata de Cela de Cavalos (achamos que estaria igualmente cheia de água e digna de ver). Fomos até um ponto de triangulação da Ribeira da Dola com a Ribeira da Biduiça, explorando as várias piocas, piscininhas que se formaram pela força das águas. Dali seguimos para o Curral e prado da Biduiça e constatámos que a Ribeira da Biduiça estava com um senhor caudal, cheio da última semana de chuva. Tivemos alguma dificuldade em passá-lo para entrar no prado para aí fazermos o nosso almoço.
Subimos novamente à Portela da Abelheira para começar a descer o Vale. Esta parte cimeira também é digna de registo porque é uma passagem para dois vales, o Vale da Dola e o Vale da Abelheira. Este colado é chamado de Portela de Entre Caminhos ou Portela da Abelheira. É uma depressão suave do terreno por onde facilmente se pode passar de um lado a outro da serra.
A partir daqui empreendemos o regresso, descendo pelo Vale da Abelheira com bastante desnível. Fomos por aqui porque queríamos ver a Cascata Cela Cavalos mas poderíamos ir pelo mesmo caminho da vinda ou ir pela crista/cumeada da serra e depois a meia encosta que vem ter também à N308 entre a conduta da água e a aldeia de Celas, caminho esse que eu ainda gostaria de conhecer (para quem queira evitar o Vale da Abelheira). Viemos ter ao coletor para a conduta de água e ao canal de água da Albufeira da Paradela para a Albufeira de Salamonde. E depois à estrada N308. Passámos pela Fonte de Abelheira onde podemos encher as garrafas e mais à frente desviamos à esquerda por um estradão florestal de terra batida para irmos à Cascata Cela Cavalos. Eu estava tão contente por ter conhecido o Poço da Dola com a sua melhor cara que não achei este troço, pela estrada e posteriormente pelo estradão, aborrecido ou cansativo, pelo contrário permitiu-me descansar uma vez que íamos a descer. No estradão temos a visão do rio Cávado com um caudal considerável. Este troço coincide com a GR50.
A Cascata Cela Cavalos estava lindíssima, com um caudal impressionante, fruto de uma semana a chover e a encher a Ribeira das Cavadas que nasce na Ribeira da Abelheira. Parecia um véu. Ladeada pelo lado direito pelas ruínas de moínhos e no topo esquerdo por uma cruz. A próxima vez que lá formos, vou querer explorar a parte de cima da cascata, onde existem mais lagoas e cascatas mais pequenas. Muito satisfeitos preparamos-nos para regressar aos carros, só nos faltava uma pequena subida até à aldeia. Passámos por apiários e lameiros verdes, fomos à capela de Santa Luzia, à corte dos animais incrustada na rocha muito peculiar e retornámos à aldeia de Cela. Onde acabamos a comprar mel à simpática D. Trabutina.
Foi um banho de Gerês que me encheu a alma. Foi um dia em que tudo se conjugou para o tornar perfeito. Tinha chovido dias antes para encher as ribeiras e tornar tudo mais bonito mas já tinha secado as pedras e as lages. Estava sol mas a temperatura era amena! Os companheiros poucos mas bons! Não se podia pedir mais daquele dia.
Mas devo alertar que noutras condições, o trilho torna-se difícil. Dias de chuva ou que as pedras estejam molhadas (orvalho ou neve ou gelo, por ex) dificultam porque torna as pedras e os declives mais escorregadios. Dias de altas temperaturas, tornarão o trilho infernal porque é muito exposto ao sol. É uma zona muito remota, com vales profundos que aquecem ainda mais.
Não sendo das caminhadas mais difíceis também não é fácil. Tudo depende da forma que a pessoa estiver.
É uma caminhada que vale a pena.
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