Caminhos do Românico - Peroselo, Cabeça Santa, Boelhe, Luzim e Abragão
near Perozelo, Porto (Portugal)
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Trail photos
Itinerary description
Neste Caminho do Românico vamos passar pelas freguesias de Peroselo, Cabeça Santa, Rio de Moinhos, Boelhe, Abragão e Luzim. É um trilho que nos leva da pré-historia ao românico com vários locais arqueológicos e monumentos. A destacar da Rota do Românico: igreja do Salvador de Cabeça Santa, igreja de São Gens de Boelhe e igreja de São Pedro de Abragão e ainda os conjuntos arqueológicos da Necrópole Rupestre da Quintã, as Gravuras Rupestres de Lomar, as Gravuras Rupestres "Pegadinhas de São Gonçalo" e o Menir de Luzim.
Percorre calçadas, carreiros, estradões de terra, ruas e caminhos rurais da serra de Luzim e do vale do Tâmega, cruzando 6 freguesias do concelho de Penafiel.
Deixe-se levar a seguir os caminhos da Beata Mafalda, filha de D. Sancho I e neta de D. Afonso Henriques, visitando monumentos do Românico associados à sua vida, segundo as lendas.
Boa caminhada.
NOTA 1: Este trilho foi baseado no efectuado pelo utilizador João Marques Fernandes (CSM) com umas pequenas alterações. Pela Rota do Românico: na senda da Beata Mafalda
NOTA 2: Por imposição do WIKILOC, que tem o limite de pontos de referência não consegui colocar os restantes locais de interesse em falta que são: Igreja de São João de Luzim, Gravuras Rupestres de Lomar, Mamoa e Gravuras Rupestres 'Pegadinhas de São Gonçalo', Menir de Luzim ou 'Marco de Luzim' e o Cruzeiro da Quintã (parque de merendas), mas seguindo a rota passará por todos estes lugares pela ordem que indico aqui se seguir a mesma direcção senão é só inverter a ordem do que está listado.
Waypoints
Capela de Santa Catarina
A capela de Santa Catarina é um simples templo granítico da Baixa Idade Média, doada pelo Dr. Seabra e restaurada em 1995 pelo povo de Peroselo, junto do qual se encontra uma necrópole rupestre, constituída por quatro sepulturas escavadas na rocha, duas das quais já partidas. Este cemitério é atribuível à época da Reconquista, com utilização situada entre os séculos VIII
Necrópole Rupestre da Quintã
Esta necrópole medieval compõem-se por quatro sepulturas escavadas na rocha, embora as evidências apontem para a existência de mais sepulcros, indiciando um cemitério maior. Estes túmulos eram cobertos por tampas em granito, e destinavam-se a elementos destacados da comunidade. Este núcleo apresenta uma sepultura de planta antropomórfica, semi-trapezoidal com cabeceira rectangular, e um túmulo de contorno ovalado, com inacabada adaptação de uma cabeceira em arco ligeiramente peraltado, possível tentativa de reaproveitamento posterior. Observa-se ainda parte de um túmulo ovalado e de uma sepultura rectangular, com a linha dos ombros bem definida e cabeceira em arco trapezoidal. As diferentes tipologias revelam fases distintas de utilização da necrópole, podendo as sepulturas de contorno ovalado situar-se entre o séc. VIII e IX, e as antropomórficas entre o séc. IX e XI. A sua localização pode associar-se ao antigo caminho, mas também a uma eventual propriedade privilegiada, da qual se manteve o topónimo Quintã.
Igreja do Salvador de Cabeça Santa
A Igreja de Cabeça Santa data da primeira metade do século XIII e constitui um excelente documento para a compreensão da arquitetura românica portuguesa. A constante deslocação de artistas [canteiros, escultores, carpinteiros] durante a Época Medieval promoveu a repetição de modelos construtivos e ornamentais em diversos territórios. Os portais e a escultura dos capitéis de Cabeça Santa são muito semelhantes aos da Igreja de São Martinho de Cedofeita, no Porto, que, por sua vez, possui uma decoração muito próxima à da construção românica da Sé portuense e à do românico da região de Coimbra. O portal principal apresenta um tímpano com cabeças de bovídeos destinadas a proteger, simbolicamente, a entrada da Igreja. Pela sua originalidade, destaca-se a representação de um saltimbanco [acrobata] no portal sul. O conjunto artístico da Capela de Nossa Senhora do Rosário, da Época Moderna [séculos XVII-XVIII], merece especial atenção. No exterior da Igreja permanecem ainda três sepulturas escavadas na rocha e três túmulos medievais. O nome desta Igreja está, segundo a tradição, ligado à devoção da beata Mafalda à relíquia de um personagem consagrado que aí se guardaria, a Cabeça Santa. Este monumento é um excelente exemplar para compreender a arquitectura românica portuguesa.
Torre Sineira
No lado esquerdo do adro, a torre sineira com dois registos, o inferior em cantaria de granito e o superior em alvenaria rebocada e pintada de branco, com cunhais de cantaria e remates em frisos, cornijas e pináculos fusiformes nos ângulos, possuindo cobertura em coruchéu bolboso. No registo inferior, porta dintelada e fresta de volta perfeita, surgindo, no segundo, quatro ventanas de volta perfeita, surgindo, na face.
Estádio Clube Desportivo José Alves (abandonado)
O Clube Desportivo José Alves foi um clube de futebol sediado na freguesia de Rio de Moinhos, Penafiel em Portugal. O clube foi fundado em 1965 e o seu proprietário era José Alves, as suas principais cores eram o amarelo e o azul cores que estão presentes no seu principal equipamento e emblema. Os seus jogos eram disputados no Penedo da Pena no Parque de Jogos José Alves, a equipa de futebol sénior participou nas distritais da AF Porto, 3ª Divisão Nacional Portuguesa e na Taça de Portugal nos anos 80.
Entrada de Pedreira
Terreno privado, o trilho segue sempre com a rede pelo nosso lado direito depois encontra-se passagem para o lado publico e pode-se seguir o caminho.
Parque Urbano Padre Serra
O Parque Urbano Padre Serra localiza-se na na freguesia de Boelhe, concelho de Penafiel, distrito do Porto, em Portugal No início do século XX, o largo da Arca era utilizado para a realização das diversas festividades locais, constituindo-se em ponto de passagem obrigatória para a Igreja Românica, a Igreja Matriz e o Cemitério Paroquial. Na década de 1990 foram-lhe iniciadas extensas obras de remodelação, que o alargaram. Posteriormente, em 2004, foram erguidos novos equipamentos, como instalações sanitárias, um lago, fonte luminosa, jardins, passeios e bancos, inaugurados no mesmo ano, na semana das festividades em honra a S. Gens e a Nossa Senhora do Rosário, com a presença das autoridades locais. Em Julho de 2005, os antigos coretos, que remontavam à década de 1950, foram substituídos. O nome do parque é uma homenagem ao pároco padre Serra, que esteve ao serviço da paróquia por cerca de 40 anos, até à data em que faleceu, a 12 de maio de 1998.
Igreja de São Gens de Boelhe
A Igreja de São Gens de Boelhe, edificada entre os meados e o final do século XIII, constitui um dos mais belos exemplares da arte românica do Tâmega e Sousa. As paredes desta Igreja destacam-se pela sua qualidade construtiva, sendo visível um conjunto de siglas geométricas e alfabéticas, que representarão a assinatura do canteiro [pedreiro]. O portal principal apresenta semelhanças com os portais das Igrejas de São Vicente de Sousa, do Salvador de Unhão e de Santa Maria de Airães, localizadas em Felgueiras. Os capitéis do portal, com palmetas executadas a bisel, e os círculos preenchidos com cruzes, fazem lembrar os primeiros símbolos cristãos. Na fachada norte, os cachorros apresentam uma assinalável variedade de temas, que vão desde cabeças de touro a homens que transportam pedra. A tradição atribui a fundação da Igreja de Boelhe ora à filha de D. Sancho I, D. Mafalda, ora à sua avó, a rainha D. Mafalda, mulher de D. Afonso Henriques. Esta Igreja, tal como hoje se encontra, é o resultado de um profundo restauro, que decorreu entre 1929 e 1948.
Praia Fluvial de Luzim
A praia Fluvial de Luzim, localizada na margem direita do Rio Tâmega, na Rua da Rainha, perto da localidade de Ribeira de Baixo.
Adega Regional Zé Ernesto
Foi feita uma pausa para recuperar energias, um local tipicamente português, frequentado por locais, com atendimento muito simpático e com pratos bem servidos acompanhados de vinhos da região, aconselho a visita.
Centro de Interpretação da Escultura Românica
Durante a passagem por Abragão, decidimos fazer uma visita ao centro de interpretação e aprendemos mais coisas acerca da construção dos monumentos do românico, a visita é paga e o valor do bilhete é de €2. No seu interior temos ainda uma pequena surpresa na forma de uma escultura do famoso artista Bordalo II. A inesperada descoberta arqueológica, em 2006, aquando dos trabalhos do arranjo urbanístico do Centro Cívico de Abragão (Penafiel), de cerca de 70 elementos pétreos com decoração românica, esteve na génese da criação do Centro de Interpretação da Escultura Românica (CIER), sob iniciativa da Rota do Românico. Peças aparelhadas, umas, esculpidas, outras, outrora pertencentes à antiga nave da Igreja de São Pedro de Abragão, reedificada na segunda metade do século XVII, foram incluídas na construção das paredes do edifício que serviu, durante largos anos, de oficina de ferreiro. Foram encontrados capitéis, bases, aduelas e fustes pertencentes a um portal que, pela dimensão e quantidade, permitem aos especialistas considerar tratar-se do antigo portal principal da Igreja de Abragão. As peças escultórias encontradas – capitéis com animais afrontados, palmetas tratadas a bisel, aduelas esculpidas com motivo de círculos secantes – aproximam-se das que se podem ver nas Igrejas de São Gens de Boelhe e do Salvador de Paço de Sousa, ambas em Penafiel. A cabeceira e o respetivo arco constituíam, até à data destes achados, os únicos elementos românicos que restavam da construção original da Igreja de Abragão. A reconstituição parcial e hipotética do portal e da rosácea da fachada principal da Igreja de Abragão, com base nos elementos pétreos referidos, afirma-se como o motivo impulsionador de todo o projeto museográfico do CIER. Aberto ao público em 25 de julho de 2020, este centro de interpretação oferece também ao visitante a possibilidade de conhecer o contexto temporal, social e cultural da arte românica, destacando a importância dos pedreiros e escultores na sua materialização. O CIER é constituído por uma superfície expositiva de cerca de 300 metros quadrados, distribuída por seis espaços temáticos (A Escultura Românica; Símbolos e Significados; Pedreiros e Escultores; Igreja de Abragão; Portal de Abragão; Nave/Projeção), num percurso que concilia as novas tecnologias com objetos e conhecimentos únicos.
Igreja de São Pedro de Abragão
A Igreja de São Pedro de Abragão conserva apenas, do estilo românico, a capela-mor. Em 1105 estava já documentada a existência de “Sancto Petro de Auregam”. A Igreja, do século XIII, é atribuída à iniciativa de D. Mafalda, filha do rei D. Sancho I e neta de D. Afonso Henriques. O exterior remete para o românico do Mosteiro de Paço de Sousa devido ao seu friso, de influências visigóticas e moçárabes [séculos VI-VIII]. No interior, os elementos que compõem o arco cruzeiro possuem afinidades com a arte românica do Baixo Tâmega, designadamente com o portal principal do Mosteiro de Travanca, em Amarante. Os achados arqueológicos, de 2006, permitiram concluir que o desaparecido portal principal de Abragão seria muito semelhante ao da Igreja de São Gens de Boelhe. A fachada principal e a nave correspondem a uma reedificação da segunda metade do século XVII. Do mesmo período é o retábulo maneirista com pinturas de Santo André, Santa Maria Madalena, São Tiago e Santa Marta.
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