Caminhos de Santiago - Caminho Português do Interior (CPI) - Etapa 8 (Parada de Aguiar - Vidago)

Saímos do Albergue de Santiago, em Parada de Aguiar, já passava das 8:30h. O sol espreitava envergonhado por detrás de umas nuvens que ameaçavam chuva. A ciclovia foi o nosso caminho quase até Vila Pouca de Aguiar. Passámos em frente ao município e procurámos cura para algumas maleitas numa farmáca local. O asfalto foi o nosso tapete durante alguns Kms até que chegámos a Cidadelhe e atravessámos a velha ponte românica em direção à estrada Romana (difícil de distinguir). Caminhámos em caminhos rurais por entre campos agrícolas, ouvindo o chilrear dos pássaros e o cantar da água nos ribeiros. A paisagem é um luxo. O verde por aqui tem mais cor.
A chuva chegou quando chegámos a Pedras Salgadas. O velhinho Universal em ruínas é um espetro daquilo que foi. Ainda se consegue imaginar o glamour dos seus salões e o luxo dos quartos na orgulhosa traça das paredes ainda de pé.
Ainda há pouco saíramos de Pedras Salgadas, com a chuva persistente a acompanhar-nos, e eis-nos num lindo caminho ladeado de muros de pedra. O problema foi a chuva ter deixado as suas marcas e a água ser tanta que, não tendo alternativa, tivemos que encharcar botas meias e pés.
Mesmo ensopadinhos apreciámos o que resta do outrora luxuoso Hotel Salus (posteriormente chamado Hotel do Golf) inaugurado em 1918 e que um incêndio destruiu em 1967. Foi algo de luxo no panorama termal português. Hoje restam pedras e tições queimados. Já era tempo de acabar com a história e recomeçar outra. 50 anos assim?... Por favor...
Há frente o luxuoso hotel Palace Hotel Golf que, sendo mais antigo, ainda continua a ser referência da hotelaria portuguesa.
Chegámos à igreja de Nossa Senhora da Conceição, propriedade da Misericórdia de Chaves. Logo ao lado o Quartel dos Bombeiros onde vamos ficar. A camarata arrumadinho mas...