Caminhos de Santiago - Caminho Português do Interior (CPI) - Etapa 2 (Almargem-Ribolhos)
near Almargem, Viseu (Portugal)
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Trail photos
Itinerary description
Alguns minutos depois das sete estamos a caminho. Despedimo-nos do nosso primeiro albergue deste Caminho desejando que os outros sejam tão bons quanto ele. Esperamos uma jornada com pouco asfalto ainda que saibamos que tem várias subidas e descidas consideráveis. Destino: Ribolhos. Cá vamos!...
Poucos metros andados deixamos o asfalto para entrarmos no pinhal e seguirmos um belo carreiro que nos leva até um caminho serrano em terra batida (CM1162). Por este caminho seguimos serra acima até Cabrum. Chamava-se Manuel Pontes o último habitante que em 2008 dava uma entrevista à Lusa e em 2009 ambandonaria definitivamente a aldeia. Cabrum agora é, para mim, uma miragem do que "sonho" poderá ter sido: Uma aldeia comunitária onde a vida decorria tranquila entre a pastorícia, o cultivo de um punhado de hortas, a missa na capela aos domingos e a simbiose pura entre o homem a natureza e as comunidades das cercanias, onde mercavam alguns haveres de sua lavra para poder vir a haver outros.
O pouco que vi não me permite fazer um grande juízo da "Eco Life Esperience" (nome pomposo que não tem nada a ver com a simplicidade das nossas gentes) que nesta aldeia congrega gente que escolheu uma vida à margem da sociedade para viver em autonomia, daquilo que a natureza lhes pode proporcionar, no estilo de vida, supostamente saudável. Seria cedo quando passámos?... "deitar cedo e cedo erguer" poderá não ser lema para esta "Eco Life". Vi plásticos a mais e coisas que destoam na natureza. Talvez eu seja um incrédulo incorrigível já que houve no grupo quem tivesse achado tudo muito interessante. Sigamos que o caminho é para a frente! ...
Descemos. A água vai cantando ao longo do carreiro que agora seguimos. É a ribeira de Cabrum, que nunca chegará a ser rio, que iremos atravessar saltando de pedra para pedra. Lá para a 6º etapa, quando andarmos para os lados de Bigorne, havemos de passar perto de um rio homónimo, que nasce na serra de Montemuro e desagua no Douro.
Agora seguimos subindo, entre pinheiros, em direção a Vila Meã. Chegados aí saímos um pouco do caminho para ir ao "Café do Vicente" onde comemos e bebemos a merenda da manhã, que isto de subir e descer faz sede e fome. Junto do café um cruzeiro jorra água por uma torneira. Sendo abençoada tal água será motivo maior para abastecer as garrafas semi vazias que transportamos. Seguimos por ruas ladeadas de casas de pedra mas bem cuidadas a maior parte delas. à frente a capela de arquitetura moderna, com torre sineira cilindrica, o albo reboco a contrastar com o escuro da pedra das casas que a rodeiam. Apesar de ser domingo encontra-se encerrada. Metemos conversa com alguém que sai aperaltado de casa. Vão para a missa mas não aqui porque não há padre. Esquecemos perguntar tudo a respeito da igreja nova que não tem padre que celebre, com as gentes humildes, o culto dominical. Esse vai passando para o Vicente.
Descemos de novo. Agora em direção a Moledo. Primeiro pelo asfalto da CM1162 depois por um caminho rural bem mais agradável. Por Moledo passámos e seguimos sem registo a não ser que estamos de novo a subir. Esta é uma etapa "quebra pernas" por isso foi necessário fazer algum exercício para alongar os músculos e descontrair um pouco porque a subida que temos pela frente é a maior do dia e, diga-se, as outras não foram tão pequenas quanto isso. Caminhamos ora por asfalto ora por caminhos de terra. As paisaigens são fascinantes. Até que chegamos ao alto. Os grandes penedos formam um conjunto de grande beleza e o marco geodésico é motivo para várias fotos. À frente, quando perguntávamos como se chamava a serra, diziam-nos: «Não repararam na grande pedra pousada no monte?... é a serra do Seixo». Penso que não. Esta serra, a meu ver, ainda é São Lourenço, mas se os locais assim a conhecem que importa?...
Aqui a serra ardeu no verão passado mas as paisagens continuam de sonho. Ao longe, à nossa esquerda, a Arada e talvez São Macário recordam-nos outras caminhadas.
Bem, vamos lá descer de novo. Agora há de ser até perto de Mões. A vontade de beber qualquer coisa no Ari's Bar, que sabíamos ser ali bem perto, desafiava o nosso andamento. Mas oh desilusão! estava fechado. A esperança agora é Mões. Lá fomos e chegámos. Esta vila que, nos prmórdios da nacionalidade pertenceu a Egas Moniz e foi concelho por foral de D. Manuel I, possui algum património de interesse público como o pelourinho do século XVII e algumas casas solarengas, que não registámos. A magnífica igreja, cuja frontaria é forrada a azulejo, é uma reconstrução do século XIX de uma outra que existiu no mesmo lugar. Já não há força para subir os degraus e, por isso ficámos sem saber quem é o orago. Perdoem-nos os futuros peregrinos que tiverem a pachorra de ler estas notas porque muito haveria para registar e comentar por aqui, Mas o cansaço e a sede puxaram-nos para ali bem perto, para outro "templo": A Sineta. Comemos um almoço leve (bem, tentámos...), bebemos umas imperiais pesadas (que fazer?... a sede era grande) e, com umas velas sobre umas fatias de um delicioso bolo, cantámos os parabéns ao V. Descansámos ainda um pouco na conversa com locais curiosos por haver gente que faz estes caminhos e depois partimos na senda das setas amarelas porque ainda há algumas subidas e descidas na jornada. De passagem chamou-nos a tenção uma curiosa estátua, com vestes de bispo, que dizem ser S. Pedro. Não esperávamos que fosse...
Iniciámos uma nova subida e, pouco depois, e descemos para Vila Boa, que pertence à mesma freguesia mas tem uma igreja relevante para ser apenas capela. É dedicada a S. Pelágio e na frente tem uma fonte onde gente e animais de terão dessedentado por longos anos. Ainda corre mas poucos serão os que ali bebem. A água era fresca e saborosa. Seguimos por ruas apertadas de calçada em paralelos com casas em granito e algumas que esconderam a pedra por ddetrás do reboco branco. À saída uma pequena e moderna cruz terá substituído no pedestal a antiga que compunha o cruzeiro.
De novo serra acima, serra abaixo, por carreteiros antigos no meio dos pinhais, passamos sob a A24 e chegamos a Grijó. Passamos na capela, que recentemente deve ter tido obras de requalificação, porque o alpendre à frente do portal e a cercadura de ccorrentes suportadas por pilaretes de pedra são novas. Estava fechada e não havia por ali ninguém que nos desse mais ou melhor informação.
Atacamos agora a última subida para Ribolhos. Passámos à frente da casa da D. Cordália e, provavelmente, o marido disse-nos que ela iria abrir-nos a porta do albergue de sseguida. Assim foi. Não haviam passado dois minutos e a senhora estava conosco para nos abrir a porta para um belo, asseado e acolhedor albergue que funciona na antiga escola primária. adaptação muito bem conseguida e equipamento de qualidade. Bem hajam senhor José almeida, presidente da junta (?) e D. Cordália que até flores tinha para nos receber.
Poucos metros andados deixamos o asfalto para entrarmos no pinhal e seguirmos um belo carreiro que nos leva até um caminho serrano em terra batida (CM1162). Por este caminho seguimos serra acima até Cabrum. Chamava-se Manuel Pontes o último habitante que em 2008 dava uma entrevista à Lusa e em 2009 ambandonaria definitivamente a aldeia. Cabrum agora é, para mim, uma miragem do que "sonho" poderá ter sido: Uma aldeia comunitária onde a vida decorria tranquila entre a pastorícia, o cultivo de um punhado de hortas, a missa na capela aos domingos e a simbiose pura entre o homem a natureza e as comunidades das cercanias, onde mercavam alguns haveres de sua lavra para poder vir a haver outros.
O pouco que vi não me permite fazer um grande juízo da "Eco Life Esperience" (nome pomposo que não tem nada a ver com a simplicidade das nossas gentes) que nesta aldeia congrega gente que escolheu uma vida à margem da sociedade para viver em autonomia, daquilo que a natureza lhes pode proporcionar, no estilo de vida, supostamente saudável. Seria cedo quando passámos?... "deitar cedo e cedo erguer" poderá não ser lema para esta "Eco Life". Vi plásticos a mais e coisas que destoam na natureza. Talvez eu seja um incrédulo incorrigível já que houve no grupo quem tivesse achado tudo muito interessante. Sigamos que o caminho é para a frente! ...
Descemos. A água vai cantando ao longo do carreiro que agora seguimos. É a ribeira de Cabrum, que nunca chegará a ser rio, que iremos atravessar saltando de pedra para pedra. Lá para a 6º etapa, quando andarmos para os lados de Bigorne, havemos de passar perto de um rio homónimo, que nasce na serra de Montemuro e desagua no Douro.
Agora seguimos subindo, entre pinheiros, em direção a Vila Meã. Chegados aí saímos um pouco do caminho para ir ao "Café do Vicente" onde comemos e bebemos a merenda da manhã, que isto de subir e descer faz sede e fome. Junto do café um cruzeiro jorra água por uma torneira. Sendo abençoada tal água será motivo maior para abastecer as garrafas semi vazias que transportamos. Seguimos por ruas ladeadas de casas de pedra mas bem cuidadas a maior parte delas. à frente a capela de arquitetura moderna, com torre sineira cilindrica, o albo reboco a contrastar com o escuro da pedra das casas que a rodeiam. Apesar de ser domingo encontra-se encerrada. Metemos conversa com alguém que sai aperaltado de casa. Vão para a missa mas não aqui porque não há padre. Esquecemos perguntar tudo a respeito da igreja nova que não tem padre que celebre, com as gentes humildes, o culto dominical. Esse vai passando para o Vicente.
Descemos de novo. Agora em direção a Moledo. Primeiro pelo asfalto da CM1162 depois por um caminho rural bem mais agradável. Por Moledo passámos e seguimos sem registo a não ser que estamos de novo a subir. Esta é uma etapa "quebra pernas" por isso foi necessário fazer algum exercício para alongar os músculos e descontrair um pouco porque a subida que temos pela frente é a maior do dia e, diga-se, as outras não foram tão pequenas quanto isso. Caminhamos ora por asfalto ora por caminhos de terra. As paisaigens são fascinantes. Até que chegamos ao alto. Os grandes penedos formam um conjunto de grande beleza e o marco geodésico é motivo para várias fotos. À frente, quando perguntávamos como se chamava a serra, diziam-nos: «Não repararam na grande pedra pousada no monte?... é a serra do Seixo». Penso que não. Esta serra, a meu ver, ainda é São Lourenço, mas se os locais assim a conhecem que importa?...
Aqui a serra ardeu no verão passado mas as paisagens continuam de sonho. Ao longe, à nossa esquerda, a Arada e talvez São Macário recordam-nos outras caminhadas.
Bem, vamos lá descer de novo. Agora há de ser até perto de Mões. A vontade de beber qualquer coisa no Ari's Bar, que sabíamos ser ali bem perto, desafiava o nosso andamento. Mas oh desilusão! estava fechado. A esperança agora é Mões. Lá fomos e chegámos. Esta vila que, nos prmórdios da nacionalidade pertenceu a Egas Moniz e foi concelho por foral de D. Manuel I, possui algum património de interesse público como o pelourinho do século XVII e algumas casas solarengas, que não registámos. A magnífica igreja, cuja frontaria é forrada a azulejo, é uma reconstrução do século XIX de uma outra que existiu no mesmo lugar. Já não há força para subir os degraus e, por isso ficámos sem saber quem é o orago. Perdoem-nos os futuros peregrinos que tiverem a pachorra de ler estas notas porque muito haveria para registar e comentar por aqui, Mas o cansaço e a sede puxaram-nos para ali bem perto, para outro "templo": A Sineta. Comemos um almoço leve (bem, tentámos...), bebemos umas imperiais pesadas (que fazer?... a sede era grande) e, com umas velas sobre umas fatias de um delicioso bolo, cantámos os parabéns ao V. Descansámos ainda um pouco na conversa com locais curiosos por haver gente que faz estes caminhos e depois partimos na senda das setas amarelas porque ainda há algumas subidas e descidas na jornada. De passagem chamou-nos a tenção uma curiosa estátua, com vestes de bispo, que dizem ser S. Pedro. Não esperávamos que fosse...
Iniciámos uma nova subida e, pouco depois, e descemos para Vila Boa, que pertence à mesma freguesia mas tem uma igreja relevante para ser apenas capela. É dedicada a S. Pelágio e na frente tem uma fonte onde gente e animais de terão dessedentado por longos anos. Ainda corre mas poucos serão os que ali bebem. A água era fresca e saborosa. Seguimos por ruas apertadas de calçada em paralelos com casas em granito e algumas que esconderam a pedra por ddetrás do reboco branco. À saída uma pequena e moderna cruz terá substituído no pedestal a antiga que compunha o cruzeiro.
De novo serra acima, serra abaixo, por carreteiros antigos no meio dos pinhais, passamos sob a A24 e chegamos a Grijó. Passamos na capela, que recentemente deve ter tido obras de requalificação, porque o alpendre à frente do portal e a cercadura de ccorrentes suportadas por pilaretes de pedra são novas. Estava fechada e não havia por ali ninguém que nos desse mais ou melhor informação.
Atacamos agora a última subida para Ribolhos. Passámos à frente da casa da D. Cordália e, provavelmente, o marido disse-nos que ela iria abrir-nos a porta do albergue de sseguida. Assim foi. Não haviam passado dois minutos e a senhora estava conosco para nos abrir a porta para um belo, asseado e acolhedor albergue que funciona na antiga escola primária. adaptação muito bem conseguida e equipamento de qualidade. Bem hajam senhor José almeida, presidente da junta (?) e D. Cordália que até flores tinha para nos receber.
Waypoints
Comments (2)
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Bom Caminho a todos! Abraço
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Information
Easy to follow
Scenery
Difficult
Trilho muito bonito, com alguma dificuldade devido ao acumulado e à distância. Para quem se sentir bem fisicamente é um excelente trilho.