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Caminhos de Fátima - Caminho do Tejo (4ª jornada)

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Trail stats

Distance
18.87 mi
Elevation gain
1,358 ft
Technical difficulty
Moderate
Elevation loss
1,198 ft
Max elevation
528 ft
TrailRank 
87 4.7
Min elevation
528 ft
Trail type
One Way
Moving time
6 hours 7 minutes
Time
7 hours 41 minutes
Coordinates
5261
Uploaded
March 18, 2019
Recorded
March 2019
  • Rating

  •   4.7 2 Reviews

near Ribeira de Santarém, Santarém (Portugal)

Viewed 2893 times, downloaded 112 times

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Itinerary description

Iniciamos esta jornada já manhã alta mas não tão alta que diluisse uma brisa fresca que nos manteve encasacados enquanto, subindo, seguimos até ao cimo da Rua Comandante José Carvalho para nos reencontrarmos com o caminho sinalizado. Vamos agora, obedientemente, segui-lo durante os próximos 26 quilómetros para, então, deixar o novo traçado às portas dos Amiais e seguirmos, no último quilómetro, o antigo caminho que nos há de levar aos Olhos de Água do Alviela, término desta jornada.
Dez quilómetros de asfalto, ruído, fumo de escapes e o iniciar de uma quente manhã trazem-nos até Azoia de Baixo.
Raros foram os motivos de interesse até aqui. Um ou outro pormenor na decoração dos jardins ou paredes das habitações mas nada que nos capturasse a atenção. Teria sido um óptimo tempo de meditação não fora o ruído constante das viaturas e a atenção necessária para evitar acidentes.
Finalmente, aqui algo desperta a nossa atenção: uma escola. Uma escola igual a tantas outras, no entanto o nome de Alexandre Herculano trouxe-me à memória um facto que, arrumadinho, permanecia na minha memória: Alexandre, desiludido com os "tempos" de então, teria confessado, em epístola a Almeida Garrett, o seu desejo de viver "entre 4 Serras", dispor de "algumas leiras" e nelas viver de "botas grosseiras" nos pés e "chapéu de Braga" na cabeça. As "leiras" foram a Quinta de Vale de Lobos aqui em Azoia de Baixo, onde morreria, como agricultor abastado, em 1877. Hoje repousa nos Jerónimos por tributo à sua obra, o que, para um anticlericalista, não me parece que seja o que quereria. Porque não o Panteão?... Este "bravo do Mindelo", cuja pena mais importante foi que a espada, decerto que mais em paz repousaria ali.
As casas térreas, com cores tão portuguesas, que no tempo parecem esperar, fazem-nos pensar que, a qualquer momento, Herculano aparecerá talvez montando um belo cavalo ou conduzindo uma charrete ou carroça com sacos de azeitona dos grandes olivais que cultivava.
Perigosos estes pensamentos porque a estrada de asfalto onde caminhamos tem curvas sem visibilidade e sem bermas que nos protejam.
Aleluia!... a sinalização indica que vamos entrar num estradão de terra batida e, logo ali uma agradável surpresa: "O Cantinho dos Peregrinos" e o simpático "zelador do Caminho" o octogenário senhor Francisco Torres. Numa amena cavaqueira, descansamos e aprendemos. Não saímos sem o carimbo ainda que não tragamos a credencial. Estar ali, em missão, será melhor que o inevitável lar de 3ª idade.
À frente, não mais que um centena de metros, um olival apresenta espécimes que já mais que dobraram a idade do senhor Francisco.
A terra batida acaba 2 kms adiante. De novo o asfalto, em estrada rural, leva-nos a Santos. Nesta aldeia a Associação local recebe e apoia os peregrinos. Trouxemos cartão: tel. 243478007. Servem refeições e podem albergar peregrinos.
Almoçámos e voltamos ao asfalto mas depressa entramos em terra batida numa estrada que nos leva até muito perto dos Casais da Milheiriça. A seguir vem o Arneiro que passamos com pressa. Não sei se perdemos alguma coisa. A povoação é antiga, diz-se que por aqui passou D. Afonso Henriques aquando da conquista de Santarém.
Agora, de novo em terra batida, passamos junto dos 3 moribundos moinhos de Chãs. Satisfeito ficaria o "cavaleiro da triste figura" ao vê-los assim desasados e sem armas para combater uma brisasinha que seja.
À frente um rebanho com mais de 300 cabeças. O pastor, homem simples, habituado à solidão, não alonga a conversa que tentamos entabular. Um pouco mais e entramos na estrada dos Amiais. Cortamos à direita e seguimos para os Olhos d'Água do Alviela. Não sei quantas vezes aqui vim. Gosto da praia fluvial, gosto das nascentes de onde brota a água, tão pura outrora que a capital a reivindicou e canalizou por tantos quilómetros, gosto das formações cársicas que tornam aquele um lugar de singular beleza, gosto de aqui vir e por isso já o fiz por tantas vezes, gosto hoje particularmente porque acho que é o mais belo local desta caminhada. Por tudo isto não entendo porque foi decidido que "O Caminho" por aqui deixasse de passar. Eu passo!... e hoje por aqui ficamos. Se ficares também não deixes de passear um pouquito mais, aprecia a praia fluvial, o dique, a ressurgência da Ribeira dos Amiais e sobe o PR1. Vale a pena visitar as grutas onde se perde a ribeira para voltar a ressurgir 250 m depois; vale a pena apreciara as janelas cársicas; vale a pena extasiarmo-nos com a beleza do canhão flúvio cársico e, se tiver chovido muito (o que não é o caso de hoje), quedarmo-nos perante a monumentalidade dos "olhos" jorrando a água que vem de profundidades superiores a 90m.
Meus senhores, o caminho tem mesmo que passar por aqui.Aqui, ao apreciar a natureza, a nossa alma de peregrinos enche-se até às lágrimas, as mesmas que brotam da rocha e nos enchem o olhar. Por aqui ficamos hoje. Bendito sejas!

Waypoints

PictographPhoto Altitude 164 ft
Photo ofBomba de trasfega

Bomba de trasfega

Muito vinho passou nas suas entranhas

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Photo ofUma parede inteira para homenagear quem, enfrentando, monstros e mar se libertaram da lei da morte

Uma parede inteira para homenagear quem, enfrentando, monstros e mar se libertaram da lei da morte

PictographPhoto Altitude 72 ft
Photo ofTão pouco...

Tão pouco...

PictographPhoto Altitude 77 ft
Photo ofEntrando em Azoia de Baixo Photo ofEntrando em Azoia de Baixo Photo ofEntrando em Azoia de Baixo

Entrando em Azoia de Baixo

A Escola Alexandre Herculano é ruas tão portuguesas quanto o foi Herculano em todos os momentos de sua vida de herói, historiador e escritor.

PictographPhoto Altitude 71 ft
Photo ofSingela homenagem Photo ofSingela homenagem

Singela homenagem

PictographPhoto Altitude 137 ft
Photo ofRua bem portuguesa

Rua bem portuguesa

PictographPhoto Altitude 113 ft
Photo ofMuitos anos sombreando quem passa

Muitos anos sombreando quem passa

PictographPhoto Altitude 124 ft
Photo ofBarlias Roberteanas - orquídeas selvagens

Barlias Roberteanas - orquídeas selvagens

PictographPhoto Altitude 110 ft
Photo ofDesnudo no caminho junto carvalhal de negrais Photo ofDesnudo no caminho junto carvalhal de negrais

Desnudo no caminho junto carvalhal de negrais

PictographPhoto Altitude 120 ft
Photo ofSem bermas o asfalto é a passadeira da paisagem que nos rodeia

Sem bermas o asfalto é a passadeira da paisagem que nos rodeia

PictographPhoto Altitude 100 ft
Photo ofVerde de fim de inverno

Verde de fim de inverno

PictographPhoto Altitude 134 ft
Photo ofO sr. Francisco e o seu 'Cantinho do Peregrino' Photo ofO sr. Francisco e o seu 'Cantinho do Peregrino' Photo ofO sr. Francisco e o seu 'Cantinho do Peregrino'

O sr. Francisco e o seu 'Cantinho do Peregrino'

08 kj.

PictographPhoto Altitude 135 ft
Photo ofAinda no Cantinho do Peregrino Photo ofAinda no Cantinho do Peregrino Photo ofAinda no Cantinho do Peregrino

Ainda no Cantinho do Peregrino

PictographPhoto Altitude 151 ft
Photo ofOliveiras multi-centenárias Photo ofOliveiras multi-centenárias Photo ofOliveiras multi-centenárias

Oliveiras multi-centenárias

PictographPhoto Altitude 242 ft
Photo ofA Caminho

A Caminho

PictographPhoto Altitude 366 ft
Photo ofUma casa na pradaria Photo ofUma casa na pradaria Photo ofUma casa na pradaria

Uma casa na pradaria

PictographPhoto Altitude 439 ft
Photo ofEsta azinheira já viu muitas gerações passarem sob ela Photo ofEsta azinheira já viu muitas gerações passarem sob ela

Esta azinheira já viu muitas gerações passarem sob ela

PictographPhoto Altitude 432 ft
Photo ofCaminho longo ladeado de verde

Caminho longo ladeado de verde

PictographPhoto Altitude 444 ft
Photo ofPara quem necessitar

Para quem necessitar

PictographPhoto Altitude 401 ft
Photo ofChegando a Santos

Chegando a Santos

PictographPhoto Altitude 470 ft
Photo ofOs 3 moinhos de Chãs Photo ofOs 3 moinhos de Chãs Photo ofOs 3 moinhos de Chãs

Os 3 moinhos de Chãs

PictographPhoto Altitude 485 ft
Photo ofA Casa do Ti Jaquinzico Photo ofA Casa do Ti Jaquinzico

A Casa do Ti Jaquinzico

PictographPhoto Altitude 464 ft
Photo ofUm rebanho com mais de trezentas reses

Um rebanho com mais de trezentas reses

Comments  (4)

  • Photo of Bshk
    Bshk Oct 27, 2020

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    Excelente Trilha, Obrigado pela Partilha!
    Bom Caminho

  • Photo of j.jesus
    j.jesus Oct 27, 2020

    Obrigado Bfshk, Bom Caminho.

  • antoniocostaamaral Jul 13, 2021

    I have followed this trail  View more

    Fiz Santarém-Fátima de uma vez, e porventura esta metade é a mais bonita. Saindo do centro de Santarém é mais bonito do que saindo da Estação, e sim vale a pena subir da Estação ao centro. Não há muitos estabelecimentos pelo caminho, mas há alguns poucos se necessário. Boa água no parque de merendas junto à Nacional 3 (7,3km deste trilho), e depois nos Casais das Milhariças (21,8km). Vale a pena subir à Igreja na Azoia de Baixo. Cuidado que depois de Santos é fácil não dar pela saída à direita (19,2km). Lá para o fim (28,9km) recomendo antes continuar em frente mais uns 200 metros e virar à direita pelo Caminho de Fátima (Rua do Alviela) e em cima descer para os Olhos d'Água - evita-se uma estrada de asfalto estreita e com pouca visibilidade por parte dos automóveis. Bom caminho!

  • Photo of j.jesus
    j.jesus Jul 14, 2021

    Bem haja, António Amaral, pelo comentário e complemento à informação. Possivelmente assim outros caminheiros possam acrescentar mais estrelas ao item "Informação". Bons Caminhos.

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