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Caminho Primitivo - 9ª Etapa (Lugo - San Román de la Retorta)

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Trail stats

Distance
12.96 mi
Elevation gain
1,263 ft
Technical difficulty
Moderate
Elevation loss
843 ft
Max elevation
2,157 ft
TrailRank 
78 5
Min elevation
1,394 ft
Trail type
One Way
Moving time
4 hours 40 minutes
Time
7 hours 36 minutes
Coordinates
3683
Uploaded
September 24, 2021
Recorded
September 2021
  • Rating

  •   5 1 review

near Lugo, Galicia (España)

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Itinerary description

A manhã acordou triste e a prometer chuva. A jornada de hoje, porque mais curta é, permitiu que mais longo fosse o sono e já a cidade bole quando iniciamos a subida da colina.
Observo, deslumbrado, a Grande Muralha. Este colossal muro defensivo, de granito e xisto, que pelos finais do séc. III os romanos fizeram aqui construir, é a única muralha do mundo romano que conserva a totalidade do seu perímetro. Património da humanidade desde o ano 2000, é uma obra admirável. Diz uma lenda que foi construída para defender um bosque: "el Bosque Sagrado de Augusto", "Lucus Augusti". "Lucus", do latim "bosque", poderá, de facto, ser a origem do topónimo Lugo. No entanto, o acampamento romano que deu origem à cidade, foi instalado, provavelmente por Cayo Antistio Veto durante as Guerras Cantábricas, num local onde já existia um castro galaico. Sabendo-se que os celtas veneravam um deus de nome "Lugus" (Lug ou Lugh), poderia ou não esse castro ser dedicado a esse deus e ter assumido o topónimo?...
Os meus companheiros chegam interrompendo os meus pensamentos.
Dez portas tem a muralha. Cinco são da época romana, as outras foram construídas ao longo dos tempos consoante as necessidades. Entramos na muralha pela Porta Falsa. Uma "posterulae" dedicada exclusivamente a uso militar que foi fechada na idade média e reaberta no séc. XVII para dar acesso ao Hospital de San Bertomeu. Em 1798 sofreu grandes alterações ficando sensivelmente com o aspeto que ainda apresenta. Já no séc. XX foram construídos os degraus que lhe dão acesso do lado de fora.
Dentro há uma escada para o adarve construída em 1888. Ontem à noite por essa escada subimos, vencendo os 11,5 metros, e percorremos parte dos 2266 metros do perímetro desta monumental construção. Um passeio noturno excecional que não durou mais pelo adiantado da hora e pelo natural cansaço que a etapa, superior a 30 kms, em nós havia provocado.
Entramos na "Praza Ferrol". Diante de nós o "Mirmillón" atrai a atenção. O grande capacete de gladiador Murmillo (lat.) em ferro jaz vencido, caído na relva do jardim, como despojo da luta desigual entre a bravura e o desprezo pela vida. É tributo à aculturação lembrando aquilo que da besta mais aproxima o homem. Porque não, em vez disto, algo que fizesse recordar o teatro?... a poesia?... a dança?...
Meditar caminhando é mau quando muito há para apreciar, de modo que dou por mim já na linda rua pedonal de San Marcos, diante do "Pazo Provincial de San Marcos" (ou Palacio de San Marcos"), edifício onde atualmente funciona a "Diputación Provincial de Lugo" mas que nasceu como Hospital em 1875, no local onde existia a Capela de San Marcos. Este belo e simétrico edifício já foi "Instituto General y Técnico de Segunda Enseñanza", "Escuela Normal de Magisterio Primario" e "Biblioteca Provincial"... para que mais estará destinado?...
Chegamos à Praza de Santo Domingo. À nossa frente está a grande coluna do Monumento do Bimilenário. Tem quinze metros de altura e foi desenhada por Antonio González Trigo. A águia, em bronze, ali pousada representa a Águia Imperial Romana encontrada nas escavações arqueológicas de "O Courel", a cerca de uma centena de quilómetros de Lugo. O monumento foi erguido em 21 de dezembro de 1976. Curioso é que a águia tinha as asas fechadas quando o monumento foi inaugurado o que não sabemos é porque razão, na primavera seguinte, foi trocada pela atual de asas abertas. Haverá decerto alguém que sabe... Continuemos. As absides góticas da igreja de Santo Domingo aparecem à nossa direita. O templo data do século XIII. A fachada principal não é visível porque está virada para a clausura das freiras agostinianas. A igreja só é visitável em horas de culto. A esta hora não há culto.
Seguimos pela "calle de La Reina" ou "rúa da Raíña" com uma fila de lindas magnólias à nossa esquerda e magníficos edifícios à direita. Chamar-se-ia "Rúa Nova" aquando da sua abertura e foi rebatizada em homenagem a Isabel II que visitou Lugo em 1858 com a sua família. Dez anos depois a rainha seria deposta na sequência das guerras carlistas.
Olhamos em frente para o edifício de "A Farmacia Central" e para a Torre do Relógio da "Casa do Concello". Mesmo no fim da Rúa da Raíña aparece a fachada neoclássica da "Igrexa de Santiago a Nova". Esta fachada foi construída em 1918 porque, aquando da abertura da Rúa Nova, foi cortada uma parte do coro da igreja. História antiga e cheia de vicissitudes a desta igreja que começou por ser um templo gótico no séc. XIV, reconstruído séc. XVII em estilo barroco para, no séc.XVIII, serem construídas as abóbadas e a cúpula em estilo rococó.
Entramos na Praza Mayor e cruzamo-la sem parar. Sinto-me apressado peregrino, sem tempo para contemplação. Tivéssemos tempo e tanto haveria para ver... um dia voltarei e, aqui, hei de apreciar calmamente este belo jardim que centra a praça; os passeios de pedra rosada; a fachada barroca da Casa do Concello datada de 1738 (ainda que se saiba que a obra só se concluiu em 1744); as suas torres gémeas e a torre do relógio e as fachadas dos outros edifícios que rodeiam a praça. Hei de visitar o Museu Provincial que ocupou um antigo convento franciscano e, com muitos acrescentos arquitetonicamente interessantes, já ocupa uma área de 5000 metros quadrados com coleções de valor inestimável; os claustros do antigo convento, construídos na transição romano-gótica; a "Igrexa gótica dos padres Franciscanos" que nasceu no séc. XIII e se diz ser o segundo monumento religioso mais importante de Lugo e a lenda popular afirma ter sido o próprio São Francisco de Assis que a terá fundado aquando da sua peregrinação ao túmulo do apóstolo. Hei de passear em frente ao Círculo das Artes e tirar uma fotografia junto à estátua de Augusto e Paulo Fábio Máximo, a quem se atribui a fundação da cidade no ano de 14 a.c. ... Enfim... hei de "turismar" sem pressa de peregrino.
Entre dois belos edifícios descemos pelas "Escalinatas de Pimentel" para a Praza de Santa Maria. À direita está o edifício barroco do Paço Episcopal. À esquerda a cabeceira da Catedral e a grande e maravilhosa velha torre gótica.
Passamos junto ao Pórtico, também gótico, que guarda a porta românica na lateral norte do templo. Seguimos pela "Rúa Bon Xesús". "La Casa de las Brujas" tem ainda as portas e janelas fechadas. Entramos na Praza de Pio XII. Diante de nós a esplendorosa fachada neoclássica da Catedral de Santa Maria de Lugo, construída após o terramoto de Lisboa de 1755 que também na fachada medieval gótica deste templo teve efeitos devastadores. Curioso foi que para custear a reparação dos danos foi lançado um imposto sobre o vinho, o que naturalmente, não agradou a muita gente. Oito anos mais tarde a fachada começou a abrir fissuras e a ameaçar um total desmoronamento pela queda de pedras, de modo que Carlos III não teve outro remédio senão abrir os cordões à bolsa e gastar 2.000 dobrões para a construção de uma nova fachada.
Uma pequena porta aberta no portal esquerdo, convida a entrar mas algumas gotas de chuva apressam a nossa saída da Muralha. Gostaria de ver toda a Catedral, mas acima de tudo contemplar a milagrosa imagem de "Nosa Señora dos Ollos Grandes", esculpida em pedra policromada, datada do séc. XV. Dirijo-Lhe uma prece em meu íntimo e continuamos em direção à "Porta de Santiago" ou "do Pexigo".
Esta era uma porta privada da igreja. Usavam-na os clérigos e serventes para aceder às hortas quando a porta não era mais que um "postigo". Chamava-se então Porta do Pexigo. Nos textos do séc. XII que a mencionam é designada por Porta do Posticu, Porta do Porticu ou Porta do Postigo. No séc.XVI o nome muda porque a porta passa a ser usada para acesso ao Rio Miño, sobretudo por peregrinos de Santiago. Esta era a única porta da muralha que permanecia aberta em tempo de peste. Em 1759 foi mandada alargar pelo bispo Izquierdo para facilitar a entrada de carruagens, por isso ali está o seu escudo de armas por baixo de um nicho com a imagem de Santiago Matamouros.
Descemos a Rua de Santiago, sempre por um largo passeio. Seguimos depois pela Rua da Calzada da Ponte, outrora calçada romana hoje calçada em paralelos de cimento. Nem sempre tem passeio esta rua mas também não tem muito trânsito.
Já se vê a "Ponte Vella" que atravessa o Miño há quase dois mil anos. Há entrada está de sentinela um legionário prateado. Foi fabricado numa das oficinas artesanais dos acampamentos da grande festa de Lugo, a ARDE LVCVS, onde se recria a vida castrejo-romana de Lucus Augusti.
Em silharia de granito e xisto esta ponte não é românica é romana, ainda que, naturalmente, tenha sofrido obras ao longo dos séculos. Construída durante o processo de romanização para servir a Via XIX, que ligava Bracara Augusta (Braga) e Asturica Augusta (Astorga) no itinerário de Antonino passando por Lucus Augusti. Por aqui passaram legiões, exércitos e bandos invasores, mas também passaram mercadores, almocreves, camponeses, saltimbancos, romeiros e peregrinos. Hoje passamos nós.
Seguimos pela "Ribeiriña" do rio que, lá mais abaixo, separa Espanha de Portugal até desaguar em Caminha.
Está a começar a chuviscar. Entramos no bairro que de San Lázaro tomou o nome porque aqui existiu uma gafaria e este é o santo patrono dos leprosos.
Estamos junto da "Igrexa de San Lázaro". Passámos já pela fonte homónima mas a chuva não permitiu que registássemos o momento com a câmara do telemóvel. A fonte tem uma escultura representando São Lázaro com o cão que lhe lambia as chagas. Quando outro remédio não era conhecido seriam as águas destas fontes, tidas por milagrosas, que curavam as feridas que a lepra provocava.
A igreja pertenceu à gafaria, data do séc. XVIII e é obra de Fulgencio Durán, um dos últimos mestres da Catedral de Lugo.
Há mais de 4,5 kms que temos vindo debaixo de chuva sempre subindo mas sem dificuldade. Algum tempo há que caminhamos por um daqueles carreiros que as botas dos peregrinos foram abrindo paralelamente à estrada. Estes são "carreiros peregrinos", carreiros de fé que existirão enquanto houver quem rume a Santiago.
Ora chove, ora pára de chover mas está calor, o que obriga a que tiremos os impermeáveis para logo a seguir os voltarmos a vestir. E, nesta dança de impermeáveis, vamo-nos apercebendo, de vez em quando, das povoações por onde passamos. Passámos agora Seoane. A "Igrexa de San Xoan do Alto" era perto do caminho, bastava um pequeno desvio e teríamos (ou teria) visitado uma jóia de que há memória desde o séc XVII. Mas quando de cabeça baixa se anda perdem-se as belezas do céu construídas por homens na terra. O topónimo Seoane deriva de "San Ihoanne", claro!
A chuva parou. Por nós, em acelerado passo, passam os nossos amigos catalães. J.M. tira uma maçã de uma das muitas macieiras abandonadas, cujos ramos pendem desordenadamente para o caminho, plantadas há muitos anos na quinta para além da cerca. Eu imito-lhe o gesto e tiro duas de modo a poder partilhar com a minha companheira.
Recomeça de novo a chover e o pleonasmo não é exagero por não ser a primeira vez que este recomeço se verifica. Bolas!... não me lembro de um dos cinco "caminos", por mim caminhados, em que não chovesse.
De novo sem chuva chegamos a Carrigueiros. Um muro sólido à nossa direita tem nele incrustado um portal brasonado fechado com velhas tábuas como se de estábulo ou palheiro se tratasse. Lá dentro "A Casa Grande" tem história e linhas arquitetónicas do séc. XVIII. Diz-se que até de prisão serviu e... mais não sei.
Encontro agora uma fonte aninhada aqui, num belíssimo empedrado e arborizado recanto, onde não falta uma ponte de madeira para passar a valeta, cercas de madeira sem finalidade específica e mesas com bancos para merendar. Mas o que me chama mesmo a atenção é aquela coisa parecida com um ambão ali no canto que, se serviu para alguma coisa, porventura informar quem curioso como eu for, para nada serve como está. Se o google não me dissesse que é a Fonte de Ribicás não ficaria a saber. Mas agora pergunto: para que me serve saber o nome se nada mais fico a saber?...
Um grupo de maduros peregrinos passa por mim mas logo os alcanço. Os meus companheiros vão lá bem à frente. Meto conversa com um dos do grupo. Trivialidades, disso não passou a conversa. Da Casa Grande nada sabe nem por ela deu. Há pessoas que parece que caminham com "óculos de Alcanena". Apressei o passo para ir ao encontro daqueles que para trás me deixaram. Entro em "O Burgo". Um hórreo espreita lá de cima da encosta coberta de fetos e silvas. A cantaria é a tradicional de granito mas mas a alvenaria de tijolo destoa no conjunto. As casas tradicionais com paredes de granito e telhados de ardósia, umas antigas outras já recuperadas, estendem-se ao longo da estrada. Casas que acarinharam gerações. Casas que viram nascer, embalar e amamentar filhos e netos. Casas que viram envelhecer, embranquecer, enrugar e finar pais e avós. Casas onde se sorriu, se amou e se chorou. Testemunho vivo de vidas heróicas.
Continuo só. Lá à frente vão os meus companheiros e atrás vem o pelotão dos maduros peregrinos. Apresso o paço. Há minha frente o cruzamento do Canedo. A alguns metros há um bar e um antigo monumento que gostava de visitar, mas há minha frente só vejo a M.A. os outros dois já vão para lá da curva do caminho. Com pena, uma vez mais, sigo no encalço deles. Tenho informação de que a igreja de San Vicente do Burgo é um monumento barroco do séc. XVIII que vale a pena ser visto. Não vi. Paciência.
Cá vamos pisando o duro asfalto da LU-P-2901. A minha deceção por ter falhado a igreja de O Burgo remeteu-me ao silêncio mas a beleza dos campos que nos ladeiam vão-me suavizando o humor. À esquerda, para lá da campina, vê-se o campanário da Igrexa de San Martiño de Poutomillos. Diz-se que antigamente o Caminho passava por ali. No cruzamento a seguir uma placa aponta para Santa Eulalia de Bóveda. Lá existe o santuário de "Santalla", monumento pré-cristão dedicado à deusa Cibeles, mas fica a pelo menos 2 kms, está fora de causa a visita a esta jóia da romanização.
Cansados vamos já de tanto asfalto calcorrear. A chuva deu tréguas e a manhã tornou-se muito agradável. Os campos do vale do Mera apresentam tufos de arvoredo que quebram a monotonia dos grandes espaços de cultivo. Finalmente saímos à direita para um fofo caminho rural ladeado de altos carvalhos e castanheiros, onde se enrolam heras que trepam por eles acima, e velhos muros musgados. Os corvos crocitam bem perto, protestando pela invasão dos seus domínios. Indiferentes vamos seguindo por este paraíso.
Passámos o Rego do Mendo e estamos a chegar a Bacurín. Aldeia tipicamente rural ganadeira com antigas velhas casas de arquitetura de arquitetos da vida. É bonita para turistas mas terão o conforto mínimo exigido?... não, não são casas para gente frágil mas para aqueles a quem muitos invernos e verões curtiram a pele, a alma e o corpo. Gente rija será quem tem a coragem de aqui permanecer. Pequenos são, mas bonitos também, os hórreos que assentam sobre muros e plataformas elevadas. São típicos da Galiza e do norte de Portugal e aqui há muitos.
Deixamos para trás Bacurín e continuamos por um caminho paradisíaco ladeado de árvores e muros ou de "chantas". Chamam-se estes carreiros "corredoiras". Esta é a Corredoira da Pegueira.
Entramos de novo no asfalto da LU-P-2901. Entristecem-se as botas e os semblantes.
Acabamos de passar um pequeno povoado de nome sugestivo - Hospital. Um povoado tão humilde, com tão poucas e tão velhas casas, de hospital terá apenas o nome e a memória. Documentação há que aqui localiza um pequeno hospital de romeiros e peregrinos em finais do séc. XV e em meados do séc. XIX ainda se escreve o nome da povoação como "San Pedro de Mera o del Hospital". São marcas indeléveis da presença do "Camiño" nos caminhos que vamos seguindo.
Passámos San Pedro de Abaixo e vamos agora em Taboeiro. É uma e meia, hora local, e todos temos uma vontade enorme de almoçar. A Taberna do Rodrigo aparece, como por milagre, à nossa esquerda. Empurro a porta entreaberta e pergunto se servem almoços. A resposta negativa não vem sem adicional informação: «a cien metros à la derecha". Agradecemos e, logo adiante, vemos a informação: "Mesón de Crecente 100 m". Vamos lá.
São três e vinte da tarde. Já almoçámos e... que almoço!... "todo muy rico e muy bueno". O que entre nós comentamos não deixa dúvidas: se voltarmos a por aqui passar a refeição na "Mesón de Crecente" não vamos falhar.
Ainda com o sabor do javali estufado na memória volto, com outra disposição, à LU-P-2901 rumo a San Román.
Passamos por um pequeno e antigo moinho à beira do Rio dos Perros onde pouca é a água que nele corre.
Chegamos a San Román da Retorta. A velha igreja romānica jaz num "camposanto" rodeado de muros velhos. Foi construída em finais do séc. XII e no séc. XVII foi-lhe acrescentada uma sacristia à cabeceira. O caminho que ladeia este conjunto dizem ser ter pertencido à via XIX do Itinerário de Antonino. Por ele seguimos a mando de setas e vieiras que o sinalizam.
Durou pouco a "via romana" pois já nos encontramos na "carretera de Friol".
Poucos metros andados por "la carretera" e chegamos ao "Campo do Busto". À direita um hórreo e à esquerda um marco cilíndrico em granito. Este é uma reprodução de um miliário aqui plantado no ano 40 d.c., quando governava o imperador Caio Júlio César Augusto Germânico, ou seja Calígula que, no ano seguinte, seria assassinado. O marco original foi encontrado pelo agricultor dono do terreno que achou que uma coluna daquelas com 2,35 m de altura era ótima para sustentar um alpendre da casa. No entanto, um padre viu-o, comunicou o facto ao "Presidente de la Deputación" e o pobre do agricultor ficou sem o belo suporte no alpendre. Hoje esse miliário original encontra-se no Museu Diocesano de Astorga.
Caminhámos um pouco por uma estrada estreita de asfalto e eis que chegamos a um alegre local, entre carvalhos, onde alguns trecos, estrategicamente espalhados, dão um cunho original ao espaço. Ao fundo está uma casa com paredes exteriores modernamente pintadas. Todo o conjunto tem um ar de sã excentricidade. É "O Cândido", o nosso abrigo para esta noite.
Etapa concluída. Já lá vão nove e menos 20 kms para o Obradoiro, Graças a Deus.

Waypoints

PictographPhoto Altitude 1,702 ft
Photo ofNa grande Muralha de Lucus Augusti entramos pela Porta Falsa Photo ofNa grande Muralha de Lucus Augusti entramos pela Porta Falsa Photo ofNa grande Muralha de Lucus Augusti entramos pela Porta Falsa

Na grande Muralha de Lucus Augusti entramos pela Porta Falsa

PictographPhoto Altitude 1,718 ft
Photo ofMirmillón

Mirmillón

PictographPhoto Altitude 1,733 ft
Photo ofDeputación Provincial de Lugo

Deputación Provincial de Lugo

PictographPhoto Altitude 1,747 ft
Photo ofMonumento do Bimilenário e igreja de Santo Domingo Photo ofMonumento do Bimilenário e igreja de Santo Domingo Photo ofMonumento do Bimilenário e igreja de Santo Domingo

Monumento do Bimilenário e igreja de Santo Domingo

PictographPhoto Altitude 1,732 ft
Photo ofPela Rúa de La Reina

Pela Rúa de La Reina

PictographPhoto Altitude 1,737 ft
Photo ofDa Igrexa de Santiago 'a Nova' à Casa Consistorial Photo ofDa Igrexa de Santiago 'a Nova' à Casa Consistorial Photo ofDa Igrexa de Santiago 'a Nova' à Casa Consistorial

Da Igrexa de Santiago 'a Nova' à Casa Consistorial

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Photo ofNa 'Praza Maior' Photo ofNa 'Praza Maior'

Na 'Praza Maior'

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Photo of'Praza de Santa Maria' Photo of'Praza de Santa Maria'

'Praza de Santa Maria'

PictographPhoto Altitude 1,683 ft
Photo ofO portal românico da fachada norte da Catedral Photo ofO portal românico da fachada norte da Catedral

O portal românico da fachada norte da Catedral

PictographPhoto Altitude 1,663 ft
Photo ofA caminho da Porta de Santiago Photo ofA caminho da Porta de Santiago Photo ofA caminho da Porta de Santiago

A caminho da Porta de Santiago

PictographPhoto Altitude 1,397 ft
Photo ofA Ponte Vella Photo ofA Ponte Vella Photo ofA Ponte Vella

A Ponte Vella

PictographPhoto Altitude 1,424 ft
Photo ofVista da Ponte Velha do Rio Miño

Vista da Ponte Velha do Rio Miño

PictographPhoto Altitude 1,422 ft
Photo ofIgrexa de San Lázaro Photo ofIgrexa de San Lázaro

Igrexa de San Lázaro

PictographPhoto Altitude 1,900 ft
Photo ofPor 'carreiro peregrino' ao lado da LU-P-2901

Por 'carreiro peregrino' ao lado da LU-P-2901

PictographPhoto Altitude 1,932 ft
Photo ofPassando por Carrigueiros Photo ofPassando por Carrigueiros Photo ofPassando por Carrigueiros

Passando por Carrigueiros

PictographPhoto Altitude 1,896 ft
Photo ofFonte Ribicás

Fonte Ribicás

PictographPhoto Altitude 1,916 ft
Photo ofHórreo gallego

Hórreo gallego

PictographPhoto Altitude 1,930 ft
Photo ofCasa rural em O Burgo

Casa rural em O Burgo

PictographPhoto Altitude 1,937 ft
Photo ofNo cruzamento do Canedo

No cruzamento do Canedo

PictographPhoto Altitude 1,931 ft
Photo ofCasas que sonham gerações em O Burgo Photo ofCasas que sonham gerações em O Burgo Photo ofCasas que sonham gerações em O Burgo

Casas que sonham gerações em O Burgo

PictographPhoto Altitude 1,967 ft
Photo ofIgrexa de San Martiño de Poutomillos Photo ofIgrexa de San Martiño de Poutomillos

Igrexa de San Martiño de Poutomillos

PictographPhoto Altitude 2,034 ft
Photo ofA campina desarborizada Photo ofA campina desarborizada

A campina desarborizada

PictographPhoto Altitude 2,054 ft
Photo ofA 87 kms de Santiago Photo ofA 87 kms de Santiago

A 87 kms de Santiago

PictographPhoto Altitude 2,071 ft
Photo ofFinalmente caminho de terra e ouvindo corvos grasnando Photo ofFinalmente caminho de terra e ouvindo corvos grasnando Photo ofFinalmente caminho de terra e ouvindo corvos grasnando

Finalmente caminho de terra e ouvindo corvos grasnando

PictographPhoto Altitude 2,042 ft
Photo ofCarvalhal adentro Photo ofCarvalhal adentro

Carvalhal adentro

PictographPhoto Altitude 2,006 ft
Photo ofCaminhando junto ao Rego de Mendo Photo ofCaminhando junto ao Rego de Mendo

Caminhando junto ao Rego de Mendo

PictographPhoto Altitude 2,025 ft
Photo ofÀ entrada de Bacurín Photo ofÀ entrada de Bacurín Photo ofÀ entrada de Bacurín

À entrada de Bacurín

PictographPhoto Altitude 2,019 ft
Photo ofCasas rurais e hórreos em Bacurín Photo ofCasas rurais e hórreos em Bacurín Photo ofCasas rurais e hórreos em Bacurín

Casas rurais e hórreos em Bacurín

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Photo ofVelhos castanheiros que esqueceram a idade Photo ofVelhos castanheiros que esqueceram a idade

Velhos castanheiros que esqueceram a idade

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Photo ofAtravessando mais um 'rego' num carvalhal Photo ofAtravessando mais um 'rego' num carvalhal

Atravessando mais um 'rego' num carvalhal

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Photo ofA 'Corredoira da Pegueira' de chão alcatifado e sombreada por velhos carvalhos Photo ofA 'Corredoira da Pegueira' de chão alcatifado e sombreada por velhos carvalhos Photo ofA 'Corredoira da Pegueira' de chão alcatifado e sombreada por velhos carvalhos

A 'Corredoira da Pegueira' de chão alcatifado e sombreada por velhos carvalhos

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Photo ofPela 'corredoira' ladeada de muros musgados Photo ofPela 'corredoira' ladeada de muros musgados

Pela 'corredoira' ladeada de muros musgados

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Photo ofUm reguinho nascente à beira do asfalto Photo ofUm reguinho nascente à beira do asfalto Photo ofUm reguinho nascente à beira do asfalto

Um reguinho nascente à beira do asfalto

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Passamos San Pedro de Abaixo

PictographPhoto Altitude 2,069 ft
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Igreja de San Román de la Retorta

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Photo ofUma réplica de um miliário Photo ofUma réplica de um miliário Photo ofUma réplica de um miliário

Uma réplica de um miliário

PictographPhoto Altitude 2,102 ft
Photo ofAlbergue do Cândido Photo ofAlbergue do Cândido

Albergue do Cândido

Comments  (2)

  • Photo of AliceLigeiro
    AliceLigeiro Feb 18, 2022

    Mais uma bela etapa deste Caminho Primitivo.
    Lugo è uma cidade que nos leva a querer lá voltar para a conhecer melhor.
    Dois pontos a referenciar: a ponte romana sobre o rio Minho e um belo almoço na Mesón Crecente.

  • Photo of AliceLigeiro
    AliceLigeiro Feb 18, 2022

    Mais uma bela etapa deste Caminho Primitivo.
    Lugo è uma cidade que nos leva a querer lá voltar para a conhecer melhor.
    Dois pontos a referenciar: a ponte romana sobre o rio Minho e um belo almoço na Mesón Crecente.

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